E se existisse o árbitro de vídeo em outras finais do Pernambucano?

Em fase de testes, o árbitro de vídeo surgiu de forma pioneira no país na final do Campeonato Pernambucano de 2017. Tanto no jogo de ida, na Ilha do Retiro, quando o “AV” entrou em ação aos 55 do segundo tempo, numa penalidade, quanto no Cornélio de Barros, após novo acordo entre FPF e CBF.

Nesta versão brasileira, o recurso tecnológico atua em cinco pilares:
– Foi gol / Não foi gol
– Foi pênalti / Não foi pênalti
– Cartão vermelho direto indevido
– Identificação errada do jogador punido
 Em caso de impedimento, a correção será feita se o lance resultar em gol

Subjetividade à parte (faltas, expulsões etc), os lances objetivos são os mais recorrentes em jogos decisivos. Aqui, alguns exemplos discutíveis no Campeonato Pernambucano, nos quais um misero gol (irregular ou mal anulado, em tese) decidiu o campeão – e o levantamento trata apenas deste critério, entre as finais com registros audiovisuais, vários deles inconclusivos.

18/12/1983 – Santa Cruz (6) 1 x 1 (5) Náutico – Gol de Porto de pênalti?
No último Supercampeonato, a taça só foi entregue após uma disputa de pênaltis, a primeira da história do Estadual. Sob os olhares de 76 mil pessoas no Mundão, foram 16 cobranças, com o alvirrubro desperdiçando três, uma a mais que o tricolor. Contudo, ficou a polêmica sobre o chute do atacante Porto. Passou ou não da linha? Na época, houve a filmagem atrás do gol, exibida no Globo Esporte no dia seguinte.

Final do Pernambucano de 1983, com o chute de Porto na decisão por pênaltis (gol ou não?). Crédito: Globo/youtube/reprodução

27/051990 – Santa 0 x 1 Sport – Gol anulado do Sport?
Após a derrota por 1 x 0 na Ilha, o Sport devolveu o placar no Arruda, com 58.860 espectadores. Com isso, a decisão se estendeu à prorrogação, com o empate a favor dos corais. Aos 3 minutos do 2º tempo extra, o zagueiro Márcio Alcântara chegou a marcar o gol que daria o título ao leão, mas o bandeirinha Gilson Cordeiro assinalou impedimento. Sobre o lance, vale frisar que na época a “mesma linha” era impedimento – a regra mudaria em 1991.

Final do Pernambucano de 1990, entre Santa e Sport, com o gol anulado de Márcio Alcântara. Crédito: Globo/youtube/reprodução

13/12/1992 – Sport 1 x 0 Náutico – Gol anulado do Náutico?
Em um campeonato equilibrado, o Clássico dos Clássicos terminou com uma vitória por 1 x 0 para cada lado. No segundo jogo, com 40.419 torcedores na Ilha, o alvirrubro precisava vencer na prorrogação, após revés no tempo regulamentar, com gol de Dinda. E chegou a marcar, com Ocimar, num chute cruzado, mas o gol foi anulado, com a arbitragem enxergando impedimento. Assim como em 90, só havia a câmera central.

Final do Pernambucano de 1992, entre Sport e Náutico, com o gol anulado de Ocimar. Crédito: Globo/youtube/reprodução

13/05/2012 – Sport 2 x 3 Santa Cruz – Gol em impedimento do Santa?
Numa final movimentada, os corais abriram o placar logo aos 12 minutos. Branquinho recebeu uma enfiada de bola de Caça-Rato e tocou na saída de Magrão. Entretanto, o atacante tricolor estava adiantado – mostrado num ângulo inexistente até a década de 1990. Logo depois, o leão até empatou (jogava pelo empate), mas não teve boa atuação frente ao rival.

Final do Pernambucano de 2012, entre Santa e Sport, com o gol em impedimento de Branquinho. Crédito: Globo/youtube/reprodução

04/05/2016 – Santa Cruz 1 x 0 Sport – Gol em impedimento do Santa?
Em 180 minutos de final, apenas um gol, aos 30 minutos do primeiro jogo, disputado no Arruda. O lance capital começou com Arthur cruzando rasteiro, seguindo com Grafite tocando a bola e Lelê completando. Porém, o Grafa estava em posição de impedimento, com o replay do jogo, transmitido ao vivo, mostrando um tira-teima da Globo. 

Final do Pernambucano de 2016, entre Santa e Sport, com o gol em impedimento de Lelê. Crédito: Globo/youtube/reprodução

Atualização: mesmo com árbitro de vídeo, teve polêmica em 2017… Veja aqui.

No Cornélio de Barros, o Salgueiro recebe a primeira decisão do Estadual no interior

Estádio Cornélio de Barros em junho de 2017. Foto: Salgueiro/facebook (@soucarcara)

O Campeonato Pernambucano de 2017 já está marcado como um dos mais desorganizados da história, com inúmeros palcos vetados no interior, formações reservas em campo e falta de datas. Entre os dois jogos da final, um hiato inacreditável de 52 dias. Após uma longa costura, que envolveu até a Conmebol, devido ao jogo dos rubro-negros pela Copa Sul-Americana, finalmente chegou o momento da decisão entre Salgueiro e Sport.

Em 28 de junho, o estádio Cornélio de Barros receberá a 69ª decisão em 103 edições, após o 1 x 1 na Ilha. É a primeira vez que o jogo final ocorre fora do Grande Recife – o próprio estádio salgueirense havia recebido a ida de 2015. Vale lembrar que Sport e Santa deram voltas olímpicas em Caruaru (1997) e Petrolina (2005), mas em conquistas de forma antecipada. Numa final à vera, teremos um cenário inédito no sertão. Com capacidade para até 12.070 espectadores, o Cornélio será o 8º estádio a receber uma final. O último palco inédito no futebol local havia sido a arena, há três temporadas.

Resta saber se veremos também o primeiro campeão do interior…
Quanto ao Sport, vai pelo 41º título, tentando ampliar o recorde…

Eis os palcos de todas as finais do Pernambucano de 1915 a 2016:

Ilha do Retiro (28)
Sport (15, com 52%) – 1948, 1961, 1962, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 1996, 1998, 1999, 2000, 2003, 2006 e 2010
Santa Cruz (10, com 35%) – 1940, 1946, 1957, 1971, 1973, 1986, 1987, 2012, 2013 e 2016
Náutico (2, com 7%) – 1954 e 1965
América (1, com 3%) – 1944

Arruda (16)
Santa Cruz (8, com 50%) – 1970, 1976, 1983, 1990, 1993, 1995, 2011 e 2015
Náutico (6, com 37%) – 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Sport (2, com 12%) – 1977 e 1980

Aflitos (15)
Náutico (7, com 46%) -1950, 1951, 1960, 1963, 1966, 1968 e 1974
Sport (5, com 33%) – 1917, 1949, 1953, 1955 e 1975
Santa Cruz (3, com 20%) – 1947, 1959, 1969

Avenida Malaquias (3)
América (1, com 33%) – 1921
Santa Cruz (1, com 33%) – 1932
Náutico (1, com 33%) – 1934

Jaqueira (3)
Santa Cruz (2, com 66%) – 1933 e 1935
Sport (1, com 33%) – 1920

British Club (2)
Flamengo (1, com 50%) – 1915
Sport (1, com 50%) – 1916

Arena Pernambuco (1)
Sport (1, com 100%) – 2014 

Podcast – Vitória do Sport, empate do Santa e derrota do Náutico no Brasileiro

Os três grandes clubes pernambucanos em entraram em campo no sábado, em um fim de semana marcado pela festa de São João. Resultados distintos para as torcidas. À tarde, pela Série B, o tricolor teve que se contentar com o empate, apesar da luta no segundo tempo. Pouco depois, já à noite, jogos simultâneos. Também pela segundona, o alvirrubro perdeu a 5ª seguida. Pela elite, o leão conseguiu a primeira vitória na Vila Belmiro. O podcast 45 minutos analisou os três jogos em gravações exclusivas, nas questões técnica e tática, além de análises individuais. Ao todo, 111 minutos. Ouça!

24/06 – Santa Cruz 1 x 1 Figueirense (48 min)

24/06 – Santos 0 x 1 Sport (39 min)

24/06 – Guarani 2 x 1 Náutico (24 min)

Classificação da Série B 2017 – 10ª rodada

A classificação da 10ª rodada da Série B de 2017. Crédito: Superesportes

A Série B chegou a dez rodadas e encerrou a maratona de duas rodadas por semana – pausa nas “terça-feiras cheias”. E pela terceira rodada seguida, nenhuma vitória pernambucana. No sábado, à tarde, o Santa Cruz empatou com o Figueira, em seu primeiro jogo na Arena Pernambuco, de um total de cinco que o clube deve fazer neste Brasileiro. Com isso, o tricolor perdeu mais uma posição, terminando o dia em 8º lugar, a sua pior posição.

À noite, em Campinas, o Náutico perdeu do Guarani, aumentando a diferença em relação ao penúltimo colocado. Hoje lanterna, o timbu já está a sete pontos de diferença! Nesta 10ª rodada, troca de líderes, ambos alviverdes. O Bugre se aproveitou do empate do Juventude para tomar a ponta.

Resultados da 10ª rodada
CRB 2 x 1 Paysandu
Boa 2 x 1 ABC
Criciúma 2 x 1 Paraná
Luverdense 0 x 3 América
Brasil 0 x 1 Internacional
Goiás 0 x 2 Vila Nova
Londrina 2 x 2 Juventude
Ceará 3 x 0 Oeste
Santa Cruz 1 x 1 Figueirense
Guarani 2 x 1 Náutico

Balanço da 10ª rodada
5V dos mandantes (14 GP), 2E e 3V dos visitantes (13 GP) 

Agenda da 11ª rodada
27/06 (19h15) – Juventude x Goiás (Alfredo Jaconi)
27/06 (21h30) – Figueirense x Londrina (Orlando Scarpelli)
30/06 (19h15) – Paysandu x Luverdense (Mangueirão)
30/06 (20h30) – Vila Nova x Criciúma (Olímpico)
30/06 (21h30) – Náutico x CRB (Arena Pernambuco)
01/07 (16h30) – Oeste x Santa Cruz (Arena Barueri)
01/07 (16h30) – Paraná x Ceará (Durival de Britto)
01/07 (16h30) – Internacional x Boa (Beira-Rio)
01/07 (19h00) – ABC x Guarani (Frasqueirão)
01/07 (19h00) – América x Brasil (Independência)

Clamando por ajuste defensivo, Náutico comete dois pênaltis e perde do Guarani

Série B 2017, 10ª rodada: Guarani 2 x 1 Náutico. Foto: Guarani/instagram (@guaranifc_oficial)

Qualquer lampejo de reação do Náutico nesta Série B, onde já entrou num buraco enorme, passa por um ajuste na ‘cozinha’. Hoje, é algo distante. Tanto na tabela, com apenas 6,7% de aproveitamento, quanto no rendimento do sistema defensivo. Em dez rodadas, o time foi o mais vazado, com 21 gols. Somando as falhas de posicionamento e postura, além da limitação técnica, chega-se a sete penalidades cometidas. O bizarro desempenho dentro da área – afobação, carrinhos, mão na bola, saída errada do goleiro etc – vai minando a campanha. Até porque algumas penalidades ainda vêm com “bônus”, como foi o caso da expulsão de Suelinton, em Campinas.

No Brinco de Ouro, o timbu somou a 8ª derrota diante do agora líder Guarani, numa noite com três pênaltis. Dois contra e um a favor, 2 x 1. O jogo seria difícil mesmo que a equipe estivesse bem ajustada, mas o que o deixou mais curioso foi o fato de o técnico alvirrubro, Beto Campos, ter escalado três zagueiros e três volantes. Ou seja, não basta colocar esse povo todo atrás da linha de bola. Sem qualidade e organização, as deficiências tendem a seguir em um campeonato em situação já dramática… Na lanterna.

1 x 0, 17 minutos do 1º tempo (Fumagalli)

Série B 2017, 10ª rodada: Guarani 2 x 1 Náutico. Foto: Premiere/reprodução

2 x 1, 39 minutos do 1º tempo (Fumagalli)

Série B 2017, 10ª rodada: Guarani 2 x 1 Náutico. Foto: Premiere/reprodução

Podcast – Empate do Sport e derrotas de Náutico e Santa Cruz no Brasileiro

Na 9ª rodada das Séries A e B, nenhuma vitória do Trio de Ferro. Na terça-feira, duas derrotas. Na Arena, o alvirrubro buscou o empate duas vezes, mas tomou o terceiro gol. No Independência, faltou fome de gol ao tricolor. Na noite seguinte, no mesmo estádio mineiro, um jogo bem mais movimentado, com o primeiro ponto do leão como visitante na elite deste ano. O podcast 45 minutos analisou as três partidas em gravações exclusivas, tanto na questão técnica quanto tática, além de análises individuais. Ouça!

20/06 – Náutico 2 x 3 Goiás (35 min)

20/06 – América-MG 1 x 0 Santa Cruz (26 min)

21/06 – Atlético-MG 2 x 2 Sport (34 min)

Ranking de dívidas dos clubes brasileiros

Ranking de dívidas dos 27 clubes principais brasileiros de 2012 a 2016. Crédito: Itaú BBA

Nos balanços oficiais dos clubes brasileiros, uma missão costumeiramente complicada é o detalhamento das dívidas. Além da falta de precisão nos dados, ainda sem um modelo de relatório (que a CBF passará a exigir em 2019), os clubes costumam apresentar dados brutos. Ainda assim, a equipe do banco Itaú BBA analisou os balanços financeiros de 27 clubes em 2016, incluindo o Trio de Ferro. Ao todo, uma dívida de 6,2 bilhões (!), com 54,9% concentrado em impostos (haja Profut). Completam a lista dívidas bancárias (24,9%), com juros pesados, e dívidas operacionais (20,1%).

Abaixo, os comentários da equipe do banco sobre os clubes nordestinos presentes. Na sequência, o ranking de dívidas (em milhões de reais), numa compilação do estudo “Análise Econômico-Financeira dos Clubes do Futebol Brasileiro de 2017”, com o dado geral e quadro e quadro. Em alguns casos, a soma (bancária, operacional e impostos) não bate com o passivo, uma vez que entraram em ação recursos numa categoria chamada “disponibilidades”, como foi o caso do Bahia, com a venda de um terreno no último ano.

Bahia
Todas essas movimentações teriam gerado impacto negativo (aumento) na dívida, mas houve entrada de R$ 12 milhões referentes à venda de um terreno e isso contribuu para que as dívidas fossem reduzidas. Desta forma, todas apresentaram queda, fato bastante positivo. 

Náutico
Vemos dívidas praticamente estáveis, o que foi positivo em mais um ano difícil.

Santa Cruz
Positivamente, as dívidas bancárias foram zeradas, mas no lugar entraram recursos de terceiros, que na prática são dívidas. Não há esclarecimentos sobre isto. Dívida operacional em queda foi uma boa notícia, mas as dívidas com impostos cresceram bem. É preciso atenção nessa gestão, dado a pouca geração de caixa para fazer frente a estas dívidas. 

Sport
As dívidas cresceram, mas a bancária foi positivamente reduzida. O maior ofensor dese crescimento foi com impostos, cuja parte importante veio da correção do Profut.

Vitória
Dívidas em forte queda, o que foi positivo. Bancárias e operacionais com queda expressiva e manutenção das dívidas com impostos. Além disso, manteve parte relevante das luvas em caixa, para uso em 2017.

As redes sociais dos 40 principais clubes do Brasil até junho de 2017, via Ibope

As redes sociais dos principais clubes do Brasil em 16/06/2017. Crédito: Ibope-Repucom

O Ibope publicou a atualização das bases digitais dos clubes do país, somando os perfis oficiais nas redes sociais mais utilizadas no futebol. O levantamento de junho traz os 20 clubes da Série A e mais 20 clubes com os maiores quadros nas Séries B (13), C (4) e D (3). Além do quadro em cada plataforma, o percentual de avanço no semestre, No Nordeste, o Sport foi quem mais cresceu em volume, com 220 mil novos inscritos. Em termos percentuais, o Vitória teve o maior dado,com 12,8%, ou 179 mil inscritos.

Ao todo são dez nordestinos, com o rubro-negro à frente na soma geral. Das quatro redes quantificadas, o leão lidera em três, com o Baêa à frente no facebook, com 29 mil de diferença, a mesma margem de maio. Se no quadro nacional o Trio de Ferro aparece com o Sport em 12º, Santa em 22º e Náutico em 31º, no ranking regional as colocações são 1º, 5º e 9º, respectivamente.

Na briga pelo topo, o Corinthians vê a sua vantagem sobre o Fla cair mês a mês. Ambos já orbitam o patamar de 18 milhões de seguidores.

Diferença entre Corinthians (1º) e Flamengo (2º)
01/2017 – 1.008.259 pessoas
02/2017 – 879.730 pessoas (-12,7%)
03/2017 – 775.363 pessoas (-11,8%)
04/2017 – 704.300 pessoas (-10,0%)
05/2017 – 449.539 pessoas (-36,1%)
06/2017 – 352.891 pessoas (-21,4%)

Voltando ao cenário local, o Santa já começa a mirar o G4. Consolidado em 5º, o tricolor reduziu a diferença para o Vozão, de 164 mil para 129 mil. Já o Náutico, o único nordestino sem canal no youtube, segue atrás da dupla de Natal, com um crescimento muito abaixo dos rivais do Recife. A seguir, a evolução dos times da região a partir da lista levantada pelo Ibope-Repucom.

Os nordestinos com mais usuários nas redes e a evolução mensal
1º) Sport (2.723.157 seguidores) +54.426 (maior evolução no mês)
2º) Bahia (2.488.369) +51.123
3º) Vitória (1.572.406) +21.836
4º) Ceará (1.028.409) +6.923
5º) Santa Cruz (898.981) +41.739
6º) Fortaleza (841.884) +3.808
7º) América-RN (385.591) +2.752
8º) ABC (377.249) +3.048
9º) Náutico (359.110) +2.191
10º) CRB (237.426) +3.519

O raio x do Banco Itaú sobre as finanças de 27 clubes brasileiros, com análise de Bahia, Náutico, Santa Cruz, Sport e Vitória

Divisão de receita dos 27 clubes brasileiros analisados pelo Itaú BBA em 2016

Uma equipe do Banco Itaú BBA produziu o estudo Análise Econômico-Financeira dos Clubes do Futebol Brasileiro de 2017, a nova versão do raio x atualizado há oito anos. O relatório conta com 27 times, incluindo o Trio de Ferro do Recife. Considerando faturamento absoluto em 2016, foram R$ 4,35 bilhões, num aumento de 20% sobre o ano anterior. Montante dividido em cotas de tevê (48,8%), bilheteria e sócios (13,9%), publicidade e patrocínio (12,6%), transações de atletas (11,9%), estádio (4,9%) e outras fontes (7,6%).

Todos os números foram colhidos nos balanços oficiais dos clubes, divulgados em abril deste ano. Além de “traduzir” as cifras, até porque os documentos não seguem um padrão (de informação), os especialistas deram o aval sobre a situação de cada um, projetando cenários em médio e longo prazo. Entre as equipes, cinco do Nordeste, Bahia, Náutico, Santa, Sport e Vitória. Abaixo, as conclusões sobre os times da região, além da íntegra do levantamento.

Bahia (da página 58 a 62)
Colocando a casa em ordem 

Operacionalmente conseguiu aumentar suas receitas, reduziu custos e despesas e assim gerou mais caixa, de forma consistente. Fez investimentos corretos, liquidou dívidas, aderiu ao Profut. O desafio agora é manter esta política de austeridade sem ter sucesso esportivo. Mas a persistência e paciência andam juntos com processos de ajuste, pois o resultado aparece apenas no longo prazo. Um clube saudável, equilibrado, tem mais chances de permanecer por mais tempo disputando a Série A. 

Náutico (da página 128 a 132)
Cuidado! 

Mais um ano complicado para o Náutico. Difícil se organizar quando não se aplica em mente a necessidade de manter custos compatíveis com as receitas. O clube vai além de suas possibilidades, mas ainda assim não obteve sucesso esportivo, conforme vemos no Índice de Eficiência. Ou seja, não está funcionando e não está ajudando o clube a ter um futuro mais tranquilo. Atenção aqui é fundamental. E cuidado também. 

Santa Cruz (da página 143 a 147)
Efeito bumerangue 

O bom desempenho em 2015, com o retorno à Série A gastando pouco, não foi mantido em 2016. O Santa Cruz gastou mais para tentar se manter, mas não obteve o resultado esportivo esperado. Clube regional tem desafios como este, e o ano da volta é sempre de alto risco. É preciso ter cuidado na gestão para se fortalecer e, quando voltar, estar mais firme. 

Sport (da página 158 a 162)
Olhando para o futuro 

Gestão bem organizada do Sport. Conseguiu controlar os custos mesmo num ano de investimentos vultosos. Infelizmente há pouco detalhamento para entrar mais a fundo nos números do Leão. Mas o que vemos é positivo, e coloca o clube numa condição de solidez que permitirá permanência na Série A, desde que a gestão esportiva seja bem feita. 

Vitória (da página 168 a 172)
Com a casa em ordem 

Contou muito com a ajuda das luvas para fechar o ano de 2016 em paz. No operacional trabalhou além das possibilidades, mas fez bom uso do recurso adicional, diferente de quase todos os outros clubes. Precisa agora fazer boa gestão esportiva e garantir sustentabilidade. O desempenho foi melhor em 2016, como mostra o Índice de Eficiência. Os sinais são positivos para o Vitória.

Confira o Índice de Eficiência do Futebol, criado pelo banco, clicando aqui.

Índice do Itaú aponta resultados ruins no Sport e no Santa Cruz e bom trabalho no Náutico em 2016. Lista controversa…

Ranking de eficiência esportivo-financeira no futebol brasileiro em 2016. Crédito: Itaú BBA

Uma equipe de profissionais do Banco Itaú BBA realizou um relatório sobre as finanças de 27 clubes brasileiros, incluindo o trio recifense. No estudo há a atualização do “Índice de Eficiência do Futebol”, rankeando os resultados das gestões, a partir do cruzamento dos desempenhos esportivo (colocações nos campeonatos disputados) e financeiro (custos, investimentos e despesas).

Confira o gráfico em uma resolução maior clicando aqui.

Os resultados foram divididos em seis categorias (detalhes abaixo), de eficiente a perdulário. Entre os locais, acredite, o Náutico foi o melhor, com “bom trabalho”. Na visão do blog, isso ocorreu devido a uma falha no critério, pois a permanência na Série B (caso do alvirrubro) e até mesmo a queda à Série C (caso do Joinville) não geram punições, como ocorre no descenso da elite (-15). Já o Santa aparece na categoria “Não deu”, com outros rebaixados. Entretanto, a pontuação coral deveria ter sido maior. Em 2016 foram dois títulos, Estadual e Nordestão, ambos com 10 pontos segundo o índice. Logo, descontando a queda, deveria ter +5, e não -5. Porém, sem explicação, o regional foi excluído da tabela de pontuação. Enquanto isso, o Sport manteve a pontuação zerada. Nem levantou taça nem caiu. Contudo, devido à receita recorde no ano (R$ 121 mi), o gasto excessivo sem maiores resultados derrubou o clube de “bom trabalho” para “deixou a desejar”.

O clube mais eficaz no ano foi o Palmeiras, mesmo gastando mais que o campeão brasileiro anterior, o Corinthians (3,64 mi x 2,22 mi/ponto). E a gestão menos eficiente, segundo o Itaú, foi a do Inter, o único “perdulário” no ano – na lista anterior havia sido o Vasco. Também pudera. Apensar da receita de R$ 212 milhões, a 10ª maior do país, o colorado acabou no Z4, sendo rebaixado pela primeira vez em sua história. Na relação dinheiro/pontuação, cerca de R$ 3 milhões por cada ponto conquistado, sem sucesso.

Veja como é feito o índice de eficiência aqui.

Ranking de eficiência esportivo-financeira no futebol brasileiro em 2016. Crédito: Itaú BBA

Eficientes
São os que conseguiram mais conquistas gastando menos por ponto. Eficiência é conseguir resultados ao menor custo.

Eficazes
São os que conseguiram mais conquistas gastando mais por ponto. O resultado veio, mas a um custo excessivo

Bom trabalho
Gastaram relativamente pouco e apesar de não conquistarem nada, permaneceram em suas Séries

Deixaram a desejar
Estes também permaneceram em suas Séries, mas gastando muito mais. Ou seja, o gasto foi improdutivo.

Não deu
Gastaram pouco, era o possível, e o resultado não só não veio como o clube ainda foi rebaixado de Série

Perdulários
Gastaram muito e o resultado ao final da temporada foi negativo. Pode até ter conquistado um título menor, mas o rebaixamento de Série pôs tudo a perder.