Os campeões do Nordeste e a antiga discussão sobre a chancela dos títulos

Os campeões da Copa do Nordeste: 1994 (Sport), 1997 (Vitória), 1998 (América-RN) e 1999 (Vitória); 2000 (Sport), 2001 (Bahia), 2002 (Bahia) e 2003 (Vitória); 2010 (Vitória), 2013 (Campinense), 2014 (Sport) e 2015 (Ceará)

Post atualizado 25/05/2017

Desde 1946, quando foi realizado um quadrangular em Natal, vencido pelo Fortaleza, foram disputados 38 torneios de futebol de amplitude regional no Nordeste – com pesos diferentes, naturalmente. A antiga discussão acerca da chancela oficial dos títulos segue com a CBF, que evita tocar no assunto sobre as competições anteriores a 1994, data da primeira Copa do Nordeste, também denominada de “Taça Governador Geraldo Bulhões”. Curiosamente, foi a única reconhecida posteriormente, quando a confederação passou a cuidar da Lampions League. Em setembro de 2014 o presidente da liga, Alexi Portela, encaminhou à direção de competições da entidade uma lista de “campeões oficiais”, incluindo o Torneio José Américo de 1975 e 1976. Até hoje, sem resposta.

Em 2012, devido à publicação do Guia Oficial da CBF, com os títulos informados pelos próprios clubes presentes, o Vitória passou a se proclamar pentacampeão nordestino, somando a taça de 1976. No entanto, o próprio site do clube se contradiz ao considerar o título de 1997 como o primeiro (veja aqui).

Historicamente, o Nordestão – alcunha popular há décadas – sempre foi  intermitente no calendário. Retomado em 2013, após um acordo na justiça entre a Liga do Nordeste e a CBF (que escapou de uma indenização milionária), o torneio está garantido pelo menos até 2022. Cada vez maior, saltando para 20 clubes e premiação de R$ 18,5 milhões em 2017, a Copa do Nordeste já surge como um título mais qualificado e desejado que o Estadual. Até hoje, apenas sete clubes ergueram a taça. A “orelhuda dourada”, aliás, já teve outros nove modelos oficiais. Entretanto, vale relembrar as demais disputas com tradição reconhecida, algumas até no período da precursora CBD. No levantamento do blog, seriam onze torneios, considerando até a recém-criada Taça Asa Branca. 

Nordeste:

Copa Cidade de Natal – 1946 
O torneio foi realizado para celebrar a instalação do sistema de iluminação do estádio Juvenal Lamartine, em Natal, que abrigou todas as partidas.

1946 Fortaleza (4 participantes)

Torneio dos Campeões do Nordeste – 1948
Foi o primeiro torneio com representantes de cinco estados. Todos os jogos ocorreram no Recife. O Santa Cruz , campeão pernambucano no ano anterior, estreou na semifinal.

1948 Bahia (6)

Torneio José Américo de Almeida Filho – 1975/1976
A competição foi organizada em homenagem ao estádio homônimo, o Almeidão, em João Pessoa, inaugurado no mesmo ano. Na temporada seguinte, o torneio foi ampliado, com direito à curiosa participação do Volta Redonda, do Rio de Janeiro.

1975 CRB (6)
1976 Vitória (12)

Copa do Nordeste – 1994/2015 (oficial)
Em 1994, a FPF firmou uma parceria com o governo de Alagoas para organizar a “1ª Copa do Nordeste”, como a competição foi lançada. Com o sucesso, acabou ganhando a chancela da CBF, que passou tomar conta do regional em seu período mais duradouro, a partir de 1997, conferindo ao campeão, inclusive, uma vaga na Copa Conmebol. Desde 2014, o campeão vai à Sul-Americana.

1994 Sport (16)
1997 Vitória (17)
1998 América-RN (16)
1999 Vitória (16)
2000 Sport (16)
2001 Bahia (16)
2002 Bahia (16)
2003 Vitória (12)
2010 Vitória (15)
2013 Campinense (16)
2014 Sport (16)
2015 Ceará (20)
2016 Santa Cruz (20)
2017 Bahia (20)

Taça Asa Branca – 2016
É a única disputa com apenas dois clubes envolvidos, com um jogo. Além do caráter amistoso. Ainda assim, mesmo questionável (no entendimento do blog), a Asa Branca se faz presente por um critério claro: é organizada pela Liga do Nordeste. A taça reúne o atual campeão nordestino (o mandante) e um convidado – o Flamengo foi o primeiro convidado. Em 2017 foi chamado o campeão da Copa Verde (por sinal, essa evolução para “Recopa N-NE” funcionaria melhor).

2016 Ceará (2)
2017 Santa Cruz (2)

Norte e Nordeste:

Torneio dos Campeões do Norte-Nordeste – 1951/1952
A premissa do torneio era uma ampliação da competição realizada na capital pernambucana em 1948. Três anos depois, o Norte foi incorporado, com o Remo chegando na final contra o Ypiranga, campeão baiano pela última vez. No ano seguinte, o Náutico, campeão estadual em 1951, entrou na semifinal do torneio, realizado no Recife.

1951 Ypiranga (8)
1952 Náutico (8)

Copa dos Campeões do Norte – 1966
Apesar do nome, a copa reuniu os vencedores da fase Norte-Nordeste da Taça Brasil. Até 1966, apenas clubes nordestinos haviam vencido. Todos os participantes se enfrentaram em jogos ida e volta na Fonte Nova, PV, Aflitos e Ilha do Retiro.

1966 Náutico (5)

Torneio Hexagonal Norte-Nordeste – 1967
Apesar das duas regiões envolvidas, foram incluídos apenas três estados, com dois pernambucanos, dois cearenses e dois paraenses em jogos de ida e volta.

1967 Santa Cruz (6)

Taça Almir de Albuquerque – 1973
A competição foi, na verdade, a primeira fase do Brasileirão. Na ocasião, foi criado um troféu ao melhor time em homenagem ao atacante Almir Pernambuquinho, revelado pelo Sport em 1956 e que faleceu justamente em 1973. A taça foi instituída a pedido da FPF.

1973 América-RN (16)

Copa Norte – A fase Norte-Nordeste da Taça Brasil – 1959/1968
Agora unificada ao Brasileirão, a pioneira Taça Brasil surgiu em 1959 como a competição que indicaria o representante do país à Taça Libertadores do ano seguinte. Com a precária estrutura de deslocamento de um país continental, o torneio de mata-mata foi regionalizado. Na fase Norte, que compreendia o Norte-Nordeste, o campeão tinha direito a vaga na semi ou na final nacional – sem definição prévia. Os vencedores do zonal celebravam as conquistas regionais, ainda que não fossem um torneio à parte.

1959 Bahia (8)
1960 Fortaleza (9)
1961 Bahia (9)
1962 Sport (11)
1963 Bahia (10)
1964 Ceará (11)
1965 Náutico (11)
1966 Náutico (11)
1967 Náutico (10)
1968 Fortaleza (11)

Torneio Norte-Nordeste – 1968/1970 (oficial)
Paralelamente ao Torneio Roberto Gomes Pedrosa, agora unificado ao Brasileirão, a CBD organizou o interregional oficial para movimentar os clubes, uma vez que não havia sistema de divisão, ou mesmo de classificação, pois a participação no Robertão era via convite.

1968 Sport (23)
1969 Ceará (26)
1970 Fortaleza (36)

Campeões oficiais do Nordeste e do Norte-Nordeste (17):
4 – Vitória e Sport
3 – Bahia
2 – Ceará

1 – Fortaleza, América-RN, Campinense e Santa Cruz

Estados: Bahia (7), Pernambuco (5), Ceará (3), Rio Grande do Norte (1) e Paraíba (1)

Campeões do Nordeste e do Norte-Nordeste, oficiais e não-oficiais (38):
7 – Bahia
5 – Náutico, Vitória e Sport
4 – Fortaleza e Ceará
3 – Santa Cruz
2 – América-RN

1 – Ypiranga, CRB e Campinense 

Estados: Pernambuco (13), Bahia (13), Ceará (8), Rio Grande do Norte (2), Alagoas (1) e Paraíba (1)

Umbro, Nike e Penalty, as bolas oficiais dos pernambucanos na temporada 2016

Os clubes pernambucanos vão usar até três bolas distintas nas competições do primeiro semestre em 2016. No caso, Santa, Salgueiro e Sport. Modelos com costuras de gomos completamente diferentes. A grande surpresa é a troca no Nordestão, com a Umbro tomando o lugar da Penalty. O modelo especial para a Lampions seria a Asa Branca III, apresentada em 25 de setembro, no mesmo evento em os cinco grupos foram sorteados. Seria produzida em Itabuna.

Porém, na semana que antecedeu ao início do torneio, sem qualquer divulgação dos organizadores, os clubes receberam as novas bolas oficiais do regional, a Neo, da Umbro. O motivo foi um contrato mais vantajoso. No cenário nacional, a nova pelota da Nike é a “Ordem CBF Brasil”, feito de 40% em couro sintético, 30% borracha, 20% poliéster e 10% algodão. Começará na Copa do Brasil, a partir de 16 de março, seguindo em campo até dezembro, no Brasileirão. 

Vale lembrar que a primeira a rolar é a Bola 8, que mantém a Penalty como a fabricante do Campeonato Pernambucano pelo 9º ano seguido. Será que esse revezamento a cada quatro dias atrapalha? Bronca para os goleiros. No Clássico das Multidões serão usados, pelo menos, dois tipos. Para também jogar com a Neo, será preciso um duelo no mata-mata da Copa do Nordeste, o que ocorreu em 2014. Já o Clássico das Emoções pode ter duas bolas, caso o confronto seja confirmado na segunda fase da Copa do Brasil, uma tendência.

E ainda pode surgir uma quarta bola na Sul-Americana, com a Nike Ordem 3

Relembre as bolas utilizadas nas competições oficiais de 2015 clicando aqui.

Umbro (Neo) – Copa do Nordeste

Bola Neo Campo, da Umbro, a nova bola do Nordestão

Nike (Ordem CBF Brasil) – Séries A e Copa do Brasil 

Bola oficial do Campeonato Brasileiro de 2016. Crédito: Nike/divulgação

Penalty (Bola 8)- Campeonato Pernambucano

Bola 8, da Penalty, o modelo do Pernambucano 2016. Crédito: Penalty/divulgação

Ceará mantém a Asa Branca no Nordeste, a um critério da plena aprovação em 2017

Taça Asa Branca 2016, Ceará (4) 3 x 3 (3) Flamengo. Foto: Esporte Interativo/twitter

A primeira edição da Taça Asa Branca ficou no Nordeste. Em uma noite emocionante no Castelão, com 35 mil torcedores, Ceará e Flamengo ficaram num empate de seis gols, com o Vozão levando a melhor no pênaltis, após a cobrança no travessão de Paolo Guerrero. Com R$ 718 mil de bilheteria e uma transmissão disponibilizada a 71% dos assinantes do país, no primeiro lampejo nordestino com o novo alcance do canal Esporte Interativo, após a entrada na Net, o evento tende a ser replicado. E esses números positivos não surpreendem. Nem ao blog, que criticou o critério adotado para o adversário.

Na semana do lançamento da Asa Branca, na sede do Fla, um erro estratégico, recebi um telefonema (aí sim, surpreendente) do presidente do EI, Edgar Diniz, para conversar sobre as críticas. Aprofundei a minha opinião, já escrita no post Taça Asa Branca, a disputa entre o campeão nordestino e o Flamengo…?.

Taça Asa Branca 2016, Ceará (4) 3 x 3 (3) Flamengo. Foto: Esporte Interativo/twitter

O executivo alegou um ruído de informação na elaboração do convite. Em vez de um “grande clube brasileiro”, como noticiado, apenas um “grande clube”, sem distinção de nacionalidade. Edgar até concordou com a ideia de chamar um campeão para enfrentar o campeão nordestino, mas alegou problemas de agenda, pois nem sempre seria possível acertar a taça amistosa com o campeão da Série A ou da Copa do Brasil. Corinthians e Palmeiras, vencedores em 2015, por exemplo, excursionaram nos Estados Unidos e no Uruguai.

De toda forma, ele acredita que a ideia pode ser melhorada. Conforme dito no post anterior, não haveria problema em ter o próprio Fla em Fortaleza, desde que a escolha fosse fundamentada, não só pela receita de uma noite, pelo ibope. Há algo maior em jogo. Lembrando sempre: a Asa Branca é um produto da Liga do Nordeste, que por muito pouco não transformou o Ceará em coadjuvante.

Espero a Asa Branca em 2017. Com casa cheia, audiência e critério.

Taça Asa Branca 2016, Ceará (4) 3 x 3 (3) Flamengo. Foto: Esporte Interativo/twitter

Podcast (208º) – Especial Treinadores com Marcelo Martelotte, do Santa Cruz

Marcelo Martelotte, técnico do Santa Cruz em 2016. Foto: Rafael Brasileiro/DP

Finalizando o ‘Especial Treinadores”, do podcast 45 minutos, uma entrevista com Marcelo Martelotte. Em Gravatá, onde o Santa Cruz está hospedado durante a sua pré-temporada em 2016, o comandante coral falou sobre a montagem do elenco, justificando a manutenção de quase toda a equipe que subiu. Na pauta, questionamentos sobre sistema de jogo, perfil reforços (de peso), ausência do centro de treinamento, passagens nos três grandes em 2013, metas, arrependimentos etc. Um bate-papo de mais de uma hora. 

Nesta edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Confira também os especiais de Falcão e Gilmar Dal Pozzo.

A evolução das cotas de TV do Nordestão

Copa do Nordeste. Foto: Esporte Interativo/divulgação

Criada em 1994, num curto torneio realizado em Maceió, a Copa do Nordeste foi inserida de vez no calendário da CBF três anos depois. Com a evolução do regional, surgiu o óbvio interesse da televisão, que comprou os direitos de transmissão de toda a competição pela primeira vez em 2000. Na ocasião, a Rede Globo pagou R$ 2 milhões, num rateio entre 16 clubes. A virada na história do Nordestão aconteceu em 2001, com a Associação de Clubes de Futebol do Nordeste (ACFN), atualmente conhecida como Liga do Nordeste.

A organização negociou diretamente os contratos e conseguiu, com a devida chancela, uma tabela maior, passando de 62 para 123 jogos. Com a consultoria de marketing da TopSports, o acordo de tevê passou a englobar os canais por assinatura, via DirecTV, subindo para R$ 8 milhões, com mais R$ 3 milhões de patrocinadores. O “produto” tornara-se alvo de concorrência. Tanto que foram quatro patrocínios fechados em 2002, com um faturamento de R$ 15 milhões. Como se sabe, a CBF, contrariando os clubes, retirou o regional do calendário em 2003, na implantação dos pontos corridos na Série A.

Iniciou-se, então, uma longa briga na justiça, com a liga exigindo R$ 25 milhões de indenização. No período, ocorreram duas edições esvaziadas, lideradas (e vencidas) pelo Vitória, com cotas bem modestas. A “volta” em 2013, após o acordo entre a liga e a confederação, com a garantia de dez torneios, com os direitos do Esporte Interativo, marcou um novo crescimento econômico. Em 2015, a maior cota e o recorde de movimentação financeira, chegando a R$ 29 milhões. Em 2016 foi firmada uma parceria com a Caixa, que dividirá um aporte de R$ 16,5 milhões entre Nordestão, Copa Verde e Brasileiro Feminino. O presidente da liga, Alexi Portela, projeta a maturidade em 2018, com um faturamento de R$ 50 milhões e média próxima a 20 mil espectadores…

Cotas de TV (de todo o torneio)
2000 – R$ 2 milhões
2001 – R$ 8 milhões*
2002 – R$ 8,75 milhões
2003 – R$ 1,5 milhão**
2010 – R$ 3,75 milhões***
2013 – R$ 5,6 milhões
2014 – R$ 10 milhões
2015 – R$ 11,14 milhões
2016 – R$ 14,82 milhões
* Primeira edição da liga, com os sete maiores clubes
** Bahia, Sport, Santa Cruz, Náutico e Fortaleza não quiseram participar

*** Sport não quis participar

Cotas de TV por clube*
2000 – R$ 125 mil (16 clubes)
2001 – R$ 500 mil (16 clubes)
2002 – R$ 546 mil (16 clubes)
2003 – R$ 125 mil (12 clubes)
2010 – R$ 250 mil (15 clubes)
2013 – R$ 350 mil (16 clubes)
2014 – R$ 625 mil (16 clubes)
2015 – R$ 557 mil (20 clubes)
2016 – R$ 741 mil (20 clubes)
* Valor médio, somando todos os valores pagos a cada fase

Faturamento do torneio*
2001 – R$ 11 milhões
2002 – R$ 15 milhões
2013 – R$ 20 milhões
2014 – R$ 23 milhões
2015 – R$ 29 milhões
* Cotas de TV, patrocinadores e despesas pagas pela CBF (arbitragem, viagens e hospedagens)

Confira as premiações da Lampions League de 2016 clicando aqui.

Além das cotas, o campeão ainda teve direito a vagas na Copa Conmebol (1997-1999), Copa dos Campeões (2000-2002) e Sul-Americana (2014-2016).

Podcast (206º) – Especial Treinadores com Paulo Roberto Falcão, do Sport

Falcão, técnico do Sport em 2016. Foto: Rafael Brasileiro/DP/D.A Press

Mais uma edição do Especial Treinadores, do 45 minutos. Desta vez com Paulo Roberto Falcão, em sua primeira entrevista em 2016, exclusiva. O treinador do Sport recebeu o podcast no CT do Leão e detalhou o planejamento para a temporada, falando sobre a saída do quarteto ofensivo (DS87, André…), as características dos novos reforços (Mark, Lenis…), a escolha de Danilo Fernandes como goleiro titular e a possibilidade de escalar duas formações no início do Estadual e do Nordestão. Indo além, a relação com a imprensa e a mágoa com a arbitragem na Série A de 2015, custando a ida à Libertadores.

“Ser campeão no Sport será muito mais gratificante. Tenho certeza que estou no lugar certo.”

Nesta edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Escute também a entrevista com Gilmar Dal Pozzo, do Náutico, clicando aqui.

As chances de Sport e Santa Cruz para ir à Sul-Americana de 2016 via Copa do Brasil

Copa Sul-Americana

Com o sorteio da Copa do Brasil de 2016, definindo o chaveamento até a 3ª fase, já é possível projetar as chances dos clubes pernambucanos para obter a classificação à Copa Sul-Americana desta temporada. Na prática, isso vale para o Santa Cruz, pois o Sport já tem a pré-vaga, tendo “apenas” que ser eliminado até o terceiro mata-mata. Se isso acontecer, já entra na Sula como “Brasil 1”.

Já no caso coral, caso não conquiste a Lampions League de 2016, será preciso torcer por vários resultados. Mas, como já aconteceu antes, é algo bem plausível. Primeiro, relembre a fila. Depois vamos às possibilidades…

Fila de espera para as seis primeiras vagas do país (Brasil 1 a Brasil 6)
1º) Sport (6º na Série A)
2º) Santos (7º na Série A)
3º) Cruzeiro (8º na Série A)
4º) Atlético-PR (10º na Série A)
5º) Ponte Preta (11º na Série A)
6º) Flamengo (12º na Série A)
7º) Fluminense (13º na Série A)
8º) Chapecoense (14º na Série A)
9º) Coritiba (15º na Série A)
10º) Figueirense (16º na Série A)
11º) Botafogo (1º na Série B)
12º) Santa Cruz (2º na Série B)
13º) Vitória (3º na Série B)
14º) América-MG (4º na Série B)
15º) Avaí (17º na Série A)
16º) Vasco (18º na Série A)
17º) Goiás (19º na Série A)
18º) Joinville (20º na Série A)

Em 12º na fila, o Santa torce para que seis dos onze à sua frente avancem às oitavas de final. Assim, ficaria ao menos com a sexta vaga internacional via Brasileiro/Copa do Brasil – as outras duas, completando oito representantes, vêm da Copa do Nordeste e da Copa Verde. Em 2015, essa conta deu certo, com a última vaga ficando com a Ponte Preta, vice da Série B. Agora, em três casos dois concorrentes diretos ficaram na mesma chave. Ao Tricolor, isso é ótimo. Num hipotético confronto na terceira fase, um dos dois times seria “obrigado” a passar, deixando a briga pela Sula, naturalmente. Para forçar o confronto, basta torcer para não haver tropeço nas duas primeiras fases.

Atlético-PR ou Chapecoense
Sport ou Fluminense
Ponte Preta ou Figueirense

Os outros cinco concorrentes estão “isolados” em suas chaves. No caso do Peixe, é difícil imaginar uma eliminação precoce. No caso do Fla, um caminho bem mais complicado, com Fortaleza, América Mineiro e Bahia. Confira os adversários de cada um e os pitacos do blog sobre um possível carrasco.

Santos
1ª fase – Santos-AP
2ª fase – Rio Branco-AC ou Galvez-AC
3ª fase – ABC-RN, Goianésia-GO, América-RN ou Gama-DF
A chance de tropeço: ABC

Cruzeiro
1ª fase – Campinense-PB
2ª fase – Londrina-PR ou Parauapebas-PA
3ª fase – Vitória-BA, Náutico-RR, Portuguesa-SP ou Paranahyba-PI
A chance de tropeço: Vitória

Flamengo
1ª fase – Confiança-SE
2ª fase – Fortaleza-CE ou Imperatriz-MA
3ª fase – Bahia-BA, Globo-RN, América-MG ou Red Bull-SP
A chance de tropeço: Bahia

Coritiba
1ª fase – Guarany-CE
2ª fase – Juventude-RS ou Tocantinópolis-TO
3ª fase – Criciúma-SC, Operário-PR, Paysandu-PA ou Independente-PA
A chance de tropeço: Paysandu

Botafogo
1ª fase – Coruripe-AL
2ª fase – Cuiabá-MT ou Juazeirense-BA
3ª fase – Avaí-SC, Operário-MT, Bragantino-SP ou Brasília-DF
A chance: Avaí

Levando em conta que três times se classifiquem nas chaves com dois concorrentes, então seria preciso que três dos cinco “isolados” avancem. Santos, Cruzeiro e Botafogo têm boas chances. Logo, o Santa Cruz também… à Sul-Americana. Indo além, no sorteio, a possibilidade de Sport x Santa seria de 25%, pois seria Brasil 1 x Brasil 5, 6, 7 ou 8. Já pensou?

Participações pernambucanas na Copa Sul-Americana:
Sport – 2013, 2014 e 2015
Náutico – 2013

Podcast 45 (203º) – Polêmica no conceito da Asa Branca e reviravolta com Walter

Debate na 203ª edição do podcast 45 minutos: o conceito da Taça Asa Branca

A criação da Taça Asa Branca, uma disputa anual promovida pela Liga do Nordeste entre o campeão da Lampions e um “grande clube brasileiro”, tendo como primeiro convidado o Flamengo, foi o debate do dia no futebol da região, com a rejeição à ideia nas redes sociais entre os assuntos mais comentados do país, via tag #ONordesteNãoMerece. E o 45 minutos aprofundou a discussão durante 50 minutos, falando do conceito (errôneo na nossa visão), a projeção do Fla, a disputa pelo mercado local e os detalhes da conversa do blog com Edgar Diniz, presidente do Esporte Interativo, a respeito das críticas ao modelo.

Confira um infográfico com a pauta do podcast aqui.

Na segunda parte do programa, uma passagem sobre a negociação do atacante Walter com o Sport, com o “balão” (jargão usado no futebol pernambucano) do Atlético-PR (foi balão? discutimos até isso!). Por fim, os bastidores da visita do presidente da FPF, Evandro Carvalho, à redação do Superesportes.

Nesta edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Taça Asa Branca, a disputa entre o campeão nordestino e o Flamengo…?

Flamengo e Copa do Nordeste? Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Através do Flamengo foi divulgada uma controversa ideia elaborada pela Liga do Nordeste. Isso mesmo. Segundo a mensagem compartilhada pela assessoria de imprensa do rubro-negro carioca, a “Taça Asa Branca abrirá oficialmente a temporada de futebol do Nordeste. O duelo será sempre entre o último campeão da Copa do Nordeste e um grande clube brasileiro”.

A lógica dessa notícia é o fato de o Fla ser o adversário na primeira edição, em 21 de janeiro de 2016, no Castelão, diante do Ceará. Na confirmação, direto do Auditório Rogério Steinberg, na sede da Gávea, a presença de dirigentes dos dois clubes, da liga e do canal Esporte Interativo, parceiro no novo evento anual.

Que o Flamengo é o time de maior torcida do país, não há o que contestar. Mas é, também, um dos maiores calos para o “produto” Nordestão. Por ser o mais popular em seis dos nove estados da região, dividindo as atenções de torcedores locais (53 milhões de telespectadores), por articular a sua entrada no torneio regional, como ocorreu em 2014, e por canalizar, ao lado do Corinthians, boa parte da receita oriunda da tevê – o que parece ser ratificado neste convite.

Ainda assim, o Flamengo poderia ser o adversário desse jogo…
…mas por critérios técnicos.

Simplesmente por ser um “grande clube brasileiro”? Soa mais como uma atitude provinciana da liga – como seria com o Palmeiras ou o Fluminense no mesmo contexto. Tratando o Mengo como convidado, e nada mais, a escolha fere conceitualmente a Lampions League, uma competição de independência técnica e financeira dos clubes da região em relação ao eixo futebolístico (e midiático) do país, o Rio-São Paulo. Um torneio que, mesmo baseado numa audiência televisiva segmentada, viu a premiação subir de R$ 5,6 mi para R$ 14,8 milhões em quatro anos. Não por acaso gerou o interesse de fora.

A Taça Asa Branca nasceu com um nome de apelo e com a interessante ideia de abertura na pré-temporada, como a Ariano Suassuna e a Chico Science, as criações “particulares” de Sport e Santa Cruz. Atrelada à Liga do Nordeste, no entanto, a disputa deveria primar por um foco maior, pelo fortalecimento da identidade da Copa do Nordeste. E nem é difícil imaginar outras opções.

Sugestões de confrontos contra o campeão nordestino:
1) Campeão Brasileiro
2) Campeão da Copa do Brasil
3) Campeão da Primeira Liga (Copa Sul-Minas-Rio)
4) Campeão da Copa Verde
5) Adversário estrangeiro

Ou seja, teoricamente, o próprio Flamengo poderia ser um rival, promovendo um choque de campeões. E não simplesmente por ser o Flamengo…

Com Net e Claro, o alcance do Nordestão na televisão por assinatura chega a 71%

Copa do Nordeste de 2016. Crédito: Esporte Interativo

A disputa entre a emissora e as operadoras foi longa, com a Copa do Nordeste sofrendo um efeito colateral, mas o caminho em 2016 aponta para uma alta visibilidade. Desde 2013, quando o torneio voltou ao calendário oficial, a exibição na tevê paga era restrita, uma vez que o Esporte Interativo, detentor dos direitos, estava em apenas 18,7% das assinaturas do país, segundo os dados mais recentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Ou seja, apenas 3.633.059 domicílios sintonizados – descontando o sinal aberto e as parabólicas.

Do outro lado, Sky, Net e Claro, que acabaram pressionadas em 2015 após a aquisição do EI sobre os direitos de transmissão da Champions League por três anos. As operadoras mantiveram os braços cruzados durante a fase de grupos do torneio europeu. Contudo, com o “drible” através da exibição da algumas partidas nos canais Space e TNT – pertencentes ao grupo americano Turner Broadcasting System, o mesmo do Esporte Interativo -, o acordo parcial saiu. A partir de janeiro de 2016, Net e Claro, que somam 10 milhões de lares, passam a exibir as duas versões do canal esportivo, o EI Maxx e EI Maxx 2.

Assim, o alcance da Lampions League sobe instantaneamente para 13,7 milhões de assinantes, alcançando 71% do mercado de televisão paga. Uma valorização automática da Lampions, cuja premiação na próxima edição, com Santa Cruz e Sport, será de R$ 14,8 milhões, num aumento de 33% em relação ao torneio vencido pelo Ceará. O Nordestão, aliás, tem um exemplo claro do que significa uma oferta maior no catálogo. A decisão de 2014, com o título leonino no Castelão, teve 4,5 milhões de telespectadores, numa transmissão nacional simultânea entre o Esporte Interativo e o Space, presente na Sky e na Net. A tendência é que o número passe a ser recorrente com o novo modelo. Em tempo: os direitos da Copa do Nordeste estão negociados até 2022.

Obs. Em Pernambuco, 292 mil dos 411 mil assinantes podem ver o Nordestão.

Audiência da Copa do Nordeste*
2015
Audiência média: 1,65 milhão
Pessoas sintonizadas por minuto: 323.576

2014
Audiência média: 1,60 milhão
Pessoas sintonizadas por minuto: 315.987

* Dados do Ibope Parabólicas sobre o Esporte Interativo, na tevê paga e nas parabólicas. As plataformas digitais não foram computadas na audiência.