Com atitude, Santa goleia o Botafogo no Rio e fica a uma vitória da Série A

Série B 2015, 36ª rodada: Botafogo 0x3 Santa Cruz. Foto: Vitor Silva/Botafogo

O Botafogo entrou em campo para ser campeão da Série B. Com o acesso garantido, parecia tranquilo para buscar a vitória, o resultado que anteciparia a conquista. A bronca foi encontrar do outro lado um time faminto por resultados, pisando no gramado para retornar à primeira divisão depois de dez anos. Com mais vontade e futebol, o Santa se impôs no Rio, goleando por 3 x 0 e dando um passo do tamanho do Arruda para terminar o ano no G4. Além da belíssima vitória, o campeão pernambucano chegou a 61 pontos e foi beneficiado pelos tropeços de Sampaio e Náutico. Com isso, abriu quatro pontos de vantagem e pode subir já no próximo sábado, em Itu, contra o lanterna Mogi.

O time de Martelotte encaixou. Com padrão de jogo e fisicamente bem, com intensidade durante 90 minutos. Numa reta final, essa condição é primordial. No primeiro tempo contra o Fogão, é verdade, o time foi mais precavido, forçado pelo mandante, com 57% de posse e duas ótimas chances – uma delas evitada por Danny Morais. No segundo tempo, o Tricolor manteve a formação com três atacantes, com Grafite centralizado. Usando bem as laterais, sobretudo a esquerda, a Cobra Coral aos poucos foi dominando, criando chances. 

Série B 2015, 36ª rodada: Botafogo 0x3 Santa Cruz. Foto: Ernesto Carriço/O Dia/Estadão

A torcida até lamentou a defesa de Helton Leite no primeiro minuto, com Grafa na pequena área. Depois disso, deitou e rolou. Aos 5, Luisinho acionou Grafite, em clara posição irregular, e o atacante, de forma inteligente, foi até a linha de fundo e rolou para Lelê, desmarcado, marcar o seu 5º gol. Doze minutos depois, o mesmo Lelê foi substituído por Bileu. O objetivo era congestionar o meio, já com dois marcadores, para impedir as investidas do Botafogo, com clara dificuldade na saída de bola.

E a Estrela Solitária nem atacou nem se defendeu. Aos 23, sem polêmica alguma, num contragolpe bem armado, Luisinho avançou live e, consciente, tocou para Grafite ampliar. O lance deixou a vantagem incontestável no Engenhão, pela superioridade demonstrada pelos pernambucanos. E Bruno Moraes, que entrara no lugar do camisa 23, ainda deixou o seu, frustrando de vez os 23 mil alvinegros presentes. Em compensação, a quantidade de gente que celebrou no Recife não foi brincadeira…

Série B 2015, 36ª rodada: Botafogo 0x3 Santa Cruz. Foto: Vitor Silva/Botafogo

Podcast 45 (187º) – Ruptura entre Náutico e Arena e decisões de Santa Cruz e Sport

A ideia era comentar Brasil x Argentina (adiado), pelas Eliminatórias, e o amistoso da Seleção Olímpica na Ilha do Retiro, com os jogos decisivos do Trio de Ferro na sequência. Porém, a surpreendente decisão do Náutico de mudar o local do jogo contra o Bahia da Arena para o Arruda acabou virando a pauta do 45 minutos. Foi o primeiro assunto do programa, com as consequências e o que isso pode implicar ao Tricolor, concorrente direto em busca do acesso. Por sinal, Náutico x CRB e Botafoto x Santa são jogos com misto de técnica e matemática. Por fim, a missão do Sport no Mineirão, onde não vence desde 1978. Para retornar à Libertadores, somar ao menos um pontinho é vital.

Nesta 187ª edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto. Ouça agora ou quando quiser!

Podcast 45 (186º) – Santa firme no G4, Náutico no limite e declaração de Trajano

O Santa Cruz se isolou na 4ª colocação a três rodadas do fim da Série B. A situação do campeão pernambucano foi o primeiro assunto no 45 minutos, abordando a atuação do time coral e as contas necessárias para conquistar o acesso. Na sequência, o empate do Náutico e as consequências, obrigando, na prática, o time a vencer os três jogos restantes para seguir com chances. E se somar sete pontos, há chance? Pequena, mas esmiuçamos. Por fim, a polêmica em torno do Sport, chamado pelo experiente comentarista José Trajano de “time pequeno” durante o programa Linha de Passe, da ESPN Brasil. O contexto se referia ao goleiro Danilo Fernandes, que só poderia ser convocado atuando em um clube maior. Rendeu um bom debate no podcast.

Confira um infográfico com as principais atrações do programa aqui.

Nesta 186ª edição, estive ao lado de Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

A 35ª classificação da Segundona 2015

A classificação da Série B 2015 após 35 rodadas. Crédito: Superesportes

Foi a última “terça-feira cheia” da Série B em 2015. Uma noite repleta de emoção. No topo da tabela, o Botafogo ganhou mais uma e sacramentou a volta à primeira divisão. Vai agora pelo título, que escapou em 2003, quando também disputou a segundona (subiu como vice). Em relação aos pernambucanos, melhor para o Tricolor. O Santa Cruz venceu o Oeste e se consolidou na 4ª colocação, agora de forma isolada, com 58 pontos. O Timbu segue na briga, mas com mais pressão. O Náutico empatou com o Macaé, fora de casa, e caiu para a 6ª colocação, ainda pertinho do G4 – está a dois pontos.

Mais. Três concorrentes diretos se deram mal. O Bahia empatou em casa com o ABC (rebaixado) e o Paysandu ficou no 1 x 1 com o lanterna Mogi Mirim. Já o Bragantino foi arrasado pelo Ceará (3 x 0), que vai ensaiando uma permanência incrível. São cinco vitórias seguidas, todas sob o comando de Lisca.

No G4, um carioca (classificado), um mineiro, um baiano e um pernambucano.

A 36ª rodada dos representantes pernambucanos
14/11 (16h30) – Náutico x CRB (Arena Pernambuco)
14/11 (16h30) – Botafogo x Santa Cruz (Nilton Santos, Rio de Janeiro)

Santa Cruz cumpre o seu papel no Arruda, vence bem o Oeste e se mantém no G4

Série B 2015, 35ª rodada: Santa Cruz x Oeste. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A press

Uma vitória categórica do Santa Cruz, confirmando a arrancada na Série B para um objetivo há muito tempo esperado. Dez anos depois de seu último acesso à Série A, o Tricolor está a apenas três rodadas de repetir o feito. Contra o Oeste e apoiado por 26 mil torcedores, o time manteve a pegada vista na heroica virada contra o Bahia e venceu o Oeste, com todos os setores do time trabalhando muito bem, mantendo o clube no G4.

Os corais até levaram um susto no Arruda, no primeiro minuto, num contragolpe com três jogadores contra um defensor. A má execução dos paulistas findou a chance de pontuação. A partir disso, o campeão pernambucano voltou a mostrar conjunto em campo. Vetado pelo departamento médico, Grafite acabou não sendo um grande desfalque. Isso porque o time dirigido por Marcelo Martelotte vem ganhando confiança e se impondo em campo. Na bola parada, aos 20, Daniel Costa abriu o placar. Foi o seu quatro gol de falta na Série B.

Ainda no primeiro tempo, um gol de oportunismo, através de Danny Morais, que no sábado já havia deixado o seu na Fonte Nova. No segundo tempo, outro lance bem distinto, numa jogadaça do lateral-esquerdo Allan Vieira, que avançou do campo de defesa. Em velocidade, foram quase 70 metros até o cruzamento para Luisinho empurrar para as redes. O Oeste ainda diminuiu no fim, 3 x 1. Adiantou de nada, pois a vitória já estava consolidada, deixando o Santa isolado em 4º lugar, com 58 pontos. Perto do sonho.

Série B 2015, 35ª rodada: Santa Cruz x Oeste. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A press

Jogando mal, Náutico empata em Macaé e fica no limite na disputa pelo acesso

Série B 2015, 35ª rodada: Macaé  1x1 Náutico. Crédito: macaeesporte.com.br

Aos 48 minutos do segundo tempo, o Macaé cobrou um escanteio pela esquerda e Marino desviou mal. O volante mandou a bola para a própria barra, mas a trave evitou o pior, no susto final dos alvirrubros no Rio de Janeiro, no empate em 1 x 1. O Náutico teve que se contentar com um pontinho, mesmo pressionando ainda mais as últimas três partidas. Tudo por causa do inoperante segundo tempo, onde não conseguiu criar e viu uma blitz do desesperado adversário, com Júlio César irritado com a defesa.

Não faltou raça, mas parecia claro que o time sentiu a ausência de João Ananias, que rompeu os ligamentos do joelho esquerdo. Além disso, o técnico Gilmar Dal Pozzo também não viveu a sua melhor noite nas mexidas. A própria escolha de Marino foi equivocada, com o volante – há muito sem jogar bem – cansando de dar espaço ao time alviazulino. No ataque, Douglas foi acionando no segundo tempo no lugar de Daniel Morais. A mudança não surtiu efeito. Na primeira etapa, Daniel se movimentou bem, mandou uma na trave, aos 8, e ainda teve um gol (bem) anulado aos 46, que seria o da virada (Ronaldo Alves empatara de cabeça). Já Douglas teve dificuldades até para dominar a bola.

No Moacyrzão, com apenas 1.915 espectadores nesta noite, os pernambucanos saíram do campo procurando saber junto à imprensa os resultados das demais partidas da rodada. O Timbu, agora com 56 pontos e com dois jogos na Arena Pernambuco na sequência, segue na disputa. No limite.

Série B 2015, 35ª rodada: Macaé  1x1 Náutico. Crédito: macaeesporte.com.br

A diminuição da capacidade de público do Arruda e da Ilha do Retiro a cada laudo

A diminuição na capacidade de público do Arruda e da Ilha do Retiro. Arte: Fred Figueiroa/DP/D.A Press

No auge da capacidade de público, descontando as superlotações, obviamente, o Arruda e a Ilha do Retiro já tiveram 160 mil lugares à disposição. Haja diferença para o cenário atual, de 2015, após a recomendação do Ministério Público de Pernambuco. Por questão de segurança, como a capacidade de evacuação de torcedores, o órgão solicitou (e foi atendido) a redução dos dois estádios, que hoje têm 78.017 lugares somados, menos da metade do máximo já liberado. São 50 mil na casa coral e 27 mil no reduto rubro-negro. A partir disso, o blog recuperou as capacidades oficiais ao longo dos anos. As aferições foram feitas várias vezes, a pedido dos clubes, da FPF e até da CBF, com dados distintos a cada laudo de engenharia. Da época com todos em pé aos assentos marcados.

Nesse tempo todo, entre outros motivos, como exigências dos Bombeiros e Polícia Militar, a mudança também está relacionada ao cálculo de cada assento, que até a década de 1990 era 30 centímetros por espectador. Hoje, 50 cm.

E olhe que Arruda e Ilha receberam, não faz muito tempo, públicos superiores às novas capacidades: 60.040 em 2013 e 28.766 em 2014, respectivamente.

Ilha do Retiro (após as obras para a Copa do Mundo de 1950)
1950 – 20.000 lugares
1960 – 36.000 (+16.000) *ampliação da cadeira central e da arquibancada
1984 – 45.000 (+9.000) *construção das gerais e a ampliação da cadeira central
1998 – 50.000 (+5.000) *construção da ‘curva especial’ (obra de 1997)
2001 – 45.000 (-5.000)
2005 – 32.500 (-12.500)
2006 – 30.520 (-1.980)
2007 – 34.500 (+3.980) *construção da ‘curva da ampliação’
2012 – 34.200 (-300)
2013 – 32.983 (-1.217)
2015 – 27.435 (-5.548)

Recorde: 56.875 (Sport 2 x 0 Porto, em 07/06/1998)

Arruda (após a conclusão do anel inferior, para a Copa da Independência)
1972 – 64.000 lugares
1982 – 110.000 (+53.000) *construção do anel superior
1993 – 85.000 (-25.000)
2001 – 75.000 (-10.000)
2005 – 65.000 (-10.000)
2012 – 60.044 (-4.956)
2015 – 50.582 (-9.462)

Recorde: 96.990 (Brasil 6 x 0 Bolívia, em 29/08/1993)

O frevo do Santa Cruz tomou conta da Fonte Nova

A torcida do Santa Cruz compareceu em peso na Fonte Nova, ocupando um setor no anel superior do moderno estádio baiano. E a heroica vitória sobre o Bahia, de virada, colocando o time no G4 da Série B, mereceu mesmo uma festa daquelas. Basta conferir o vídeo gravado pelo torcedor Manoel Ferreira, com o frevo rasgando no povão, logo após a marcha-exaltação de Capiba.

“Voltei, Recife”… com os três pontos.

A 34ª classificação da Segundona 2015

A classificação da Série B 2015 após 34 rodadas. Crédito: Superesportes

Um sábado de vitórias pernambucanas, com os dois tradicionais rivais chegando a 55 pontos. Na Fonte Nova, o Santa Cruz venceu o Bahia, de virada. Um resultado para levar o povão ao Arruda na próxima rodada. Na Arena Pernambuco, o Náutico ganhou do Paraná, com ampla superioridade. O atual campeão só está na frente por causa do saldo de gols (10 x 4).

Faltava apenas o complemento da rodada, no importantíssimo jogo entre Sampaio Corrêa e Oeste, no Castelão. Os pernambucanos (sobretudo o Santa, com o G4 à frente) torciam um por um tropeço da Bolívia Querida. O Paio até abriu o placar, mas numa trapalhada do goleiro, cedeu o empate no segundo tempo, ficando no 1 x 1. Com isso, o Santa voltou à zona de classificação à elite (em 4º lugar), com o Timbu na cola (em 5º). A briga pelo acesso promete!

No G4, um carioca (líder), um mineiro, um baiano e um pernambucano.

A 35ª rodada dos representantes pernambucanos
10/11 (18h00) – Macaé x Náutico (Cláudio Moacyr, em Macaé)
10/11 (20h30) – Santa Cruz x Oeste (Arruda)

Sem sustos, o Náutico vence o Paraná na Arena Pernambuco e encosta no G4

Série B 2015, 34ª rodada: Náutico 2x0 Paraná Clube. Foto: Hesíodo Góes/Esp. DP/D.A Press

O Náutico fez a sua parte na Arena Pernambuco. Venceu o Paraná sem dificuldades e se manteve firme na briga pelo acesso. Soma os mesmos 55 pontos do rival do Arruda, atrás somente no saldo de gols (10 x 4). Com outros concorrentes pelo caminho (Sampaio Corrêa, Bahia, Bragantino…), a briga será ponto a ponto até 28 de novembro. A quatro rodadas do fim, quem oscilar menos, leva. Para isso, é preciso jogar de forma compacta.

No 2 x 0 sobre o tricolor de Curitiba, os alvirrubros decidiram antes da primeira meia hora de bola rolando, com dois gols de cabeça. Primeiro com o zagueiro Rafael Pereira, chegando a quatro na competição, mesmo tendo estreado somente na 15ª rodada, e com o atacante Daniel Morais, com cinco tentos. A partir dali, com um adversário sem tantas pretensões, o 8.818 torcedores presentes só tiveram uma preocupação em campo, a lesão do volante João Ananias, vetado desde já para a próxima rodada, terça-feira.

Preocupa, sobretudo por ser um dos mais regulares jogadores da equipe, pilar na estrutura defensiva. E para não oscilar, o Timbu precisará contar com o volante na sequência. A tarde de sábado terminou com a informação via rádio do gol do Santa, desempatando o clássico nordestino em Salvador. Até ali, o Alvirrubro ultrapassava os dois. Ao menos o Bahia ficou para trás. Conforme dito, será ponto a ponto, numa disputa imprevisível.

Série B 2015, 34ª rodada: Náutico 2x0 Paraná Clube. Foto: Hesíodo Góes/Esp. DP/D.A Press