O calvário do Náutico permanece na Série B, isolado na última posição. De 21 pontos disputados, o time somou apenas dois, em empates como mandante. A vitória vem passando longo do alvirrubro, que parece não evoluir em termos de organização. De volta à Arena Pernambuco, contra o Paraná Clube, equipe até teve mais volume de jogo, mas foi afobada do início ao fim.
Embora tenha aberto o placar logo aos cinco minutos, a vantagem durou pouco, repetindo o cenário contra o Oeste. A dificuldade para marcar gols é imensa. Tanto que o tento pernambucano saiu numa trapalhada do goleiro Richard, que chutou mal, com a bola nos pés de Vinícius. Após a estreia no Beira-Rio, quando balançou as redes, o atacante voltou a marcar. Esse faro de gol talvez seja o único saldo positivo da noite – sobretudo numa comparação com os demais nomes à frente, como Esquerdinha, penteando demais a bola, e Alison, sem intimidade com o gol. De resto, um time que não troca três passes em direção ao gol adversário, abusando basicamente uma jogada: bola para Erick, de fato bem acima da média no elenco.
E mesmo Erick abusou, desperdiçando a melhor chance de desempatar no segundo tempo, já aos 42. Pior. Pouco depois, aos 46, saiu o segundo gol dos visitantes num contragolpe, 1 x 2. Aqui, vale a ressalva sobre Erick, que vive a sua primeira temporada profissional, já carregada de uma responsabilidade causada pelo colapso financeiro (e administrativo) do clube, com limitação em reforços. Uma consequência disso é de Waldemar Lemos. O técnico, que assumiu o time há pouco mais de um mês, não tem um bom histórico de organização tática. Seu papel parece mais associado ao de um bombeiro, trabalhando o psicológico do grupo. Até aqui, insuficiente. Envolto numa eleição antecipada, o Náutico precisa seguir olhando para 2017. Para o time e para o comando técnico. A péssima largada já compromete, desde já, 2018…