O ranking histórico da Copa do Nordeste, com 51 clubes entre 1994 e 2016

Todas as campanhas no G4 na Copa do Nordeste (1994-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

Em duas décadas de história intermitente, com 13 edições oficiais, a Copa do Nordeste já teve a participação de 51 clubes. Indo além da lista de campeões, que tem o Vitória como maior vencedor, tetra, e o Santa Cruz como sétimo campeão, o blog compilou todas as campanhas, literalmente. De 1994, quando ocorreu em Alagoas a pioneira edição com o nome conhecido, até 2016, foram realizadas 905 partidas, com 2.520 gols marcados, proporcionando uma média de 2,78. Em relação à pontuação absoluta, a dupla Ba-Vi está empatada com 239 pontos, com o rubro-negro à frente no número de vitórias (70 x 68). Curiosamente, o aproveitamento do rival é melhor, pois tem dois jogos a menos.

Em seguida vem o Sport, cuja ausência em 2010 pesa bastante no histórico geral, pois naquele ano houve um turno com 14 rodadas – em disputa marcada pela imposição da Liga do Nordeste frente à CBF, numa batalha judicial. Atual campeão, o Santa somou 24 pontos até sua orelhuda dourada, ficando a um triz do América, ainda em vantagem devido aos doze jogos a mais. Enquanto isso, o Náutico é o time com menos participações na Lampions entre os mais tradicionais da região. Ficou de fora em cinco edições, custando o top ten.

Outra curiosidade está lá no fim da tabela, com os genéricos Flamengo (Teresina), Corinthians (Maceió) e Palmeiras (Feira de Santana). Outras agremiações genéricas têm história no Nordestão, como Botafogo (João Pessoa), Coritiba (Itabaiana), Cruzeiro (Arapiraca) e Fluminense (Feira de Santana), que detém o melhor resultado entre esses times, com o vice em 2003.

Observações do blog sobre a composição dos dois quadros expostos (ranking de pontos, abaixo; ranking de colocações no G4, acima):

1) Vitória, 3 pontos. Empate, 1 ponto. Resultados da fase preliminar à final.

2) A ordem dos times no ranking de pontos foi estabelecida da seguinte forma: pontos, vitórias, saldo de gols, gols marcados. O índice de aproveitamento aparece como adendo ao rendimento de cada clube

3) A ordem no ranking de colocações foi estabelecida da seguinte forma: títulos, vice-campeonatos e semifinais (em 1998, com a fase semifinal em dois quadrangulares, foi considerada a pontuação total). O número de vezes no G4 (última coluna) aparece como adendo ao desempenho de cada clube.

4) O Torneio José América de Almeida Filho, realizado em 1976, é considerado pelo Vitória como um título nordestino. O blog entende como título de porte regional, mas não referente à mesma competição. Por sinal, em 2016 a Liga do Nordeste, através de Alex Portela (também ex-presidente do Vitória), teria enviado um ofício à CBF pedindo a oficialização do torneio, o que incluiria até a primeira edição, de 1975, que teve o CRB como vencedor. Como segue sem uma resposta oficial (e pública), o blog manteve a disputa à parte. 

5) Os asteriscos em Botafogo e Sampaio se referem às punições do STJD, perdendo 4 (2014) e 6 (2015) pontos, respectivamente. A pena se mantém.

Confira o ranking de pontos do Pernambucano (1915-2016) clicando aqui.

O ranking de pontos da Copa do Nordeste (1994-2016). Crédito: Cassio Zirpoli/DP

As melhores campanhas do Nordeste no Campeonato Brasileiro, de 1959 a 2016

De 1959 a 2016 foram realizadas 60 edições do Campeonato Brasileiro, considerando a unificação oficializada pela CBF. Na conta, a Série A (1971-2016), a Taça Brasil (1959-1968) e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970), com formatos bem distintos. Em termos de competitividade, a participação nordestina variou bastante, com números consistentes na primeira década. Ao todo, 15 clubes da região já terminaram ao menos uma vez entre os 10 primeiros colocados – apenas o Rio Grande Norte não emplacou uma classificação do tipo. Foram 68 campanhas neste contexto, sendo que em 19 delas os times chegaram à semifinal. No auge, três títulos e seis vices.

Abaixo, o blog fez uma compilação dos 20 melhores nordestinos (quando possível) em cada recorte do Brasileirão, tanto em campanhas finais quanto em pontos acumulados. Neste caso, para uniformizar o ranking histórico, a vitória valeu três pontos em todos os jogos (oficialmente, no país, começou em 1995).

Os clubes do Nordeste com as melhores pontuações no Campeonato Brasileiro na era unificada (1959-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

A unificação ocorreu em 2010, com o Bahia tornando-se, de fato e de direito, bicampeão brasileiro. O tricolor soteropolitano ainda foi vice outras duas vezes (diante do Santos), com os melhores resultados da região. Entretanto, somando todas as campanhas Top Ten, segue com uma campanha a menos que o Sport, que emplacou a 14ª em 2015, ao terminar a Série A em 6º lugar. Dominando o cenário pernambucano na década de 1960, o Náutico somou mais seis campanhas (incluindo cinco no G4!), subindo para o 4º lugar geral. Justamente por ter disputar apenas uma vez a Taça Brasil, o Santa acabou figurando em 6º, mesmo tendo resultados melhores que os cearenses na Série A.

As 68 campanhas entre os 10 primeiros colocados (era unidicada):
1º) Sport (14) – 1º (87), 4º (62), 5º (59/63/85/00), 6º (15), 7º (88/98), 8º (78/83), 9º (82) e 10º (81/96)
2º) Bahia (13) – 1º (59/88), 2º (61/63), 4º (90), 5º (60/68/86), 7º (78/94), 8º (76/01) e 10º (62)
3º) Vitória (11) – 2º (93), 3º (99), 5º (13) 7º (66), 8º (65/74/79), 9º (97) e 10º (73/02/08)
4º) Náutico (7) – 2º (67), 3º (65/66), 4º (61/68), 6º (84) e 7º (64)
5º) Ceará (5) – 3º (64), 7º (59/62/85) e 8º (63)
6º) Fortaleza (4) – 2º (60/68), 6º (61/65)
6º) Santa Cruz (4) – 4º (60/75), 5º (78) e 10º (77)
8º) Campinense (2) – 5º (62), 10º (61)
8º) Moto Club (2) – 8º (68), 9º (60)
10º) Fluminense de Feira (1) – 6º (64)
10º) América-CE (1) – 7º (67)
10º) Treze (1) – 8º (67)
10º) Confiança (1) – 9º (64)
10º) Capelense (1) – 10º (60)
10º) Piauí (1) – 10º (68)

Os clubes do Nordeste com as melhores pontuações no Campeonato Brasileiro (1971-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

O Campeonato Brasileiro, com esta alcunha, foi iniciado em 1971, com 20 clubes, incluindo Sport e Santa. Foram 32 regulamentos diferentes até 2003, quando foi implantado o sistema de pontos corridos. No fim dos anos 1980, Recife e Salvador levaram a “taça das bolinhas”, o troféu mais conhecido, com o Sport em 1987 e o Bahia em 1988. Vitória, vice em 1993, e Santa, semifinalista em 1975, também conseguiram grandes resultados. Desde 1988 há acesso e descenso, período no qual apenas oito times conseguiram disputar a elite (Náutico, Santa, Sport, Bahia, Vitória, Ceará, Fortaleza e América de Natal).

As 32 campanhas entre os 10 primeiros colocados (Série A):
1º) Sport (11) – 1º (87), 5º (85/00), 6º (15), 7º (88/98), 8º (78/83), 9º (82) e 10º (81/96)
2º) Vitória (9) – 2º (93), 3º (99), 5º (13) 8º (74/79), 9º (97) e 10º (73/02/08)
3º) Bahia (7) – 1º (88), 4º (90), 5º (86), 7º (78/94) e 8º (76/01)
4º) Santa Cruz (3) – 4º (75), 5º (78) e 10º (77)
5º) Náutico (1) – 6º (84)
5º) Ceará (1) – 7º (85)

Os clubes do Nordeste com as melhores pontuações na Taça Brasil(1959-1968). Arte: Cassio Zirpoli/DP

A Taça Brasil foi a competição criada em 1959 pela CBD (precursora da CBF) para designar o campeão nacional e o representante do país na recém-criada Libertadores. O mata-mata, bem semelhante à Copa do Brasil,  contava com os campeões estaduais. A particularidade era a pré-classificação de estaduais bem conceituados. O campeão pernambucano, por exemplo, estreou na semifinal algumas vezes, a primeira delas em 1960, com o Santa. Por sinal, mesmo tendo apenas um ponto no ranking geral, o tricolor tem uma 4ª colocação no torneio. O melhor desempenho (pontos e campanhas) foi do Bahia, o pioneiro campeão. Fortaleza (2x) e Náutico (1x) também chegaram à final, com o vice. A Taça Brasil foi extinta em 1968, quando já era realizada paralelamente ao Robertão.

As 36 campanhas entre os 10 primeiros colocados (Taça Brasil):
1º) Bahia (6) – 1º (59), 2º (61/63), 5º (60/68), 10º (62)
1º) Náutico (6) – 2º (67), 3º (65/66), 4º (61/68), 7º (64)
3º) Fortaleza (4) – 2º (60/68), 6º (61/65)
3º) Ceará (4) – 3º (64), 7º (59/62), 8º (63)
5º) Sport (3) – 4º (62), 5º (59/63)
6º) Campinense (2) – 5º (62), 10º (61)
6º) Vitória (2) – 7º (66), 8º (65)
6º) Moto Club (2) – 8º (68), 9º (60)
9º) Santa Cruz (1) – 4º (60)
9º) Fluminense de Feira (1) – 6º (64)
9º) América-CE (1) – 7º (67)
9º) Treze (1) – 8º (67)
9º) Confiança (1) – 9º (64)
9º) Capelense (1) – 10º (60)
9º) Piauí (1) – 10º (68)

Os clubes do Nordeste com as melhores pontuações no Robertão (1967-1970). Arte: Cassio Zirpoli/DP

Apelidado de Robertão, o Torneio Roberto Gomes Pedrosa foi uma ampliação do Rio-São Paulo. Inicialmente, em 1967, foram convidados clubes do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais. Pernambucanos e baianos foram chamados na 2ª edição. O Bahia representou o seu estado três vezes, com o Náutico presente em 1968, no ano do hexa, e o Santa em 1969 e 1970, no início de sua fase áurea. Foi o único Nacional sem campanhas de destaque do Nordeste.

A melhor colocação nordestina (Robertão):
Bahia (2) – 11º (69/70)

Os clubes do Nordeste com as melhores pontuações na era dos pontos corridos no Campeonato Brasileiro (2003-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

A era dos pontos corridos no Brasileiro foi iniciada em 2003. Não se trata de um campeonato à parte, mas de um formato mais duradouro na Série A, justamente com os piores desempenhos da região, com apenas oito representantes no período – todos com rebaixamentos. Em 14 edições, até 2016, a melhor campanha foi do Vitória, 5º lugar. Nenhuma vaga na Libertadores foi alcançada.

As 3 campanhas entre os 10 primeiros colocados (pontos corridos):
1º) Vitória (2) – 5º (13) e 10º (08)
2º) Sport (1) – 6º (15)

Após 30 anos, CBF se refere ao Central como campeão brasileiro da Série B

Texto da CBF sobre o aniversário do Central em 15 de junho de 2016

Em homenagem aos 97 anos do Central, neste 15 de junho de 2016, o site oficial da CBF publicou um texto sobre o clube pernambucano. No resumo histórico, de praxe nos textos sobre os aniversários dos times, a entidade listou pela primeira vez a conquista do Campeonato Brasileiro da Série B, uma polêmica bem antiga, que completa três décadas nesta temporada.

De 1980 a 1985, a segunda divisão nacional foi chamada de Taça de Prata. Em 1986, foi rebatizada como “Torneio Paralelo”, paralelo ao Brasileirão de fato. Eram quatro grupos, vencidos por Central, Treze, Criciúma e Internacional de Limeira. Não houve um cruzamento entre os melhores e o quarteto subiu para a elite do mesmo ano –  fato comum naqueles tempos. Desde então, os próprios clubes passaram a considerar a conquista, sem disputa pela exclusividade.

Posteriormente, os alvinegros de Caruaru e Campina Grande foram incisivos na busca pelo reconhecimento. Em 2013, além de ofícios, pediram autorização às respectivas federações (e foram atendidos) para pintar em seus estádios o “título brasileiro” – Lacerdão abaixo. Ainda assim, faltava a chancela. A própria confederação brasileira dificulta o conhecimento, pois não divulga em seu canal a lista de campeões – das Séries A, B, C e D, Copa do Brasil, torneios de base, femininos etc. Por isso, chamou a atenção a menção, a primeira.

Registros do título nos sites oficiais: CentralTrezeInter de Limeira e Criciúma.

Estádio Lacerdão, em Caruaru. Foto: centralsc.com.br

As placas estáticas dos campeonatos de 2015, com ou sem publicidade

Em 2015, os principais campeonatos de futebol ao alcance dos brasileiros contaram com placas estáticas com os nomes dos torneios bem no centro do campo. Ladeadas pelos prismas publicitários, naturalmente. Em Pernambuco, sem contrato de naming rights nesta temporada, os painéis de LED na lateral do gramado, de frente para as cabines de televisão, focaram marcas exclusivas com revezamento de 30 segundos.

Apenas dois torneios não têm uma empresa atrelada à denominação oficial: Série D e Sul-Americana. No caso da Sula, não houve a renovação com a Total, companhia francesa de petróleo. As parcerias atuais, através de agências de marketing esportivo, são as seguintes: Libertadores/Bridgestone, Série A/Chevrolet, Copa do Brasil/Sadia, Série B/Chevrolet e Série C/Caixa.

As reproduções abaixo contemplam emissoras em sinal aberto, sinal fechado e digital, com Globo, Band, Rede TV, Sportv, Esporte Interativo e TV Criativa. Com a transmissão e a reprodução dos jogos, com compartilhamento voluntário do público, a marca de um campeonato demanda a autopromoção…

Taça Libertadores da América (Cruzeiro 0 x 3 River Plate, Sportv)

Placa de divulgação da Libertadores de 2015 (Cruzeiro 0 x 3 River Plate). Crédito: Sportv/reprodução

Copa Sul-Americana (Sport 4 x 1 Bahia, Fox Sports)

Placa de divulgação da Copa Sul-Americana de 2015 (Sport 4 x 1 Bahia). Crédito: Fox/reprodução

Série A (Sport 2 x 0 São Paulo, Band)

Placa de divulgação do Campeonato Brasileiro da Série A de 2015 (Sport 2 x 0 São Paulo). Crédito: Band/reprodução

Copa do Brasil (Flamengo 0 x 1 Vasco, Globo)

Placa de divulgação da Copa do Brasil de 2015 (Flamengo 0 x 1 Vasco). Crédito: Globo/reprodução

Série B (Náutico 2 x 1 Santa Cruz, Rede TV)

Placa de divulgação do Campeonato Brasileiro da Série D de 2015 (Náutico 2 x 1 Santa Cruz). Crédito: Rede TV/reprodução

Série C (Botafogo-PB 2 x 2 Fortaleza, Esporte Interativo)

Placa de divulgação do Campeonato Brasileiro da Série C de 2015 (Botafogo-PB 2 x 2 Fortaleza). Crédito: Esporte Interativo/reprodução

Série D (Central 0 x 1 Treze, TV Criativa)

Placa de divulgação do Campeonato Brasileiro da Série D de 2015 (Central 0 x 1 Treze). Crédito: TV Criativa/reprodução

Central viaja 2.889 quilômetros até o interior gaúcho, em busca da Série C

Série D 2015, Central 3x0 Serrano-BA. Foto: Raniere Marcelo/divulgação (twitter.com/RaniereMarcelo)

A Série D foi criada em 2009. Lá, o Central sofre há tempos. Já está na quinta participação, sempre sonhando com um calendário mais digno, a partir da terceira divisão do futebol nacional, com ao menos 18 jogos no segundo semestre. Em 2015, chega ao mata-mata pela quarta vez. Para conquistar o acesso, será preciso superar mais duas fases, alcançando a semifinal. No drama da Patativa, a história sempre terminou nas oitavas de final.

O drama da Patativa nas oitavas de final
2009 – Alecrim (0 x 2 e 1 x 0)
2013 – Botafogo-PB (3 x 1 e 1 x 3, saindo nos pênaltis)
2014 – Confiança (0 x 1 e 1 x 1)
2015 – Lajeadense (?)  

A viagem até Lajeado, no interior gaúcho, terá 2.889 km, uma das mais longas da história alvinegra, sem dúvida. Lá, o confronto começará em 27 de setembro, com o jogo em Caruaru no domingo seguinte. O Central passou de fase como líder do grupo A4, com a quinta melhor campanha geral: cinco vitórias, um empate e duas derrotas. Na última rodada, goleou o já eliminado Serrano por 3 x 0, no Lacerdão, com gols de Candinho e Viola (2), e se beneficiou da derrota do Estanciano para o Treze, com a liderança caindo no colo.

Caso passe da Lajeadense, irá pela primeira vez ao “mata-mata do acesso”. E nas quartas não há chaveamento prévio. Os oito classificados serão encaixados pelas campanhas gerais (1º x 8º, 2º x 7º etc). Até hoje, o único acesso do Central foi em 1986, quando venceu seu grupo no Torneio Paralelo e disputou a Série A do mesmo ano. Está na hora de a Patativa voar de novo, para longe…

Série D 2015, Central 3x0 Serrano-BA. Foto: Raniere Marcelo/divulgação (twitter.com/RaniereMarcelo)

Exportando a tecnologia do Todos com a Nota para onze estados

Cartão magnético do Todos com a Nota. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O Campeonato Pernambucano já foi subsidiado pelo programa Todos com a Nota, do governo do estado, em oito edições: 1998 e 2008/2014.

A troca de notas fiscais por ingressos foi copiada na Paraíba em 1998, com o Vale Legal, e nesta temporada, com o Gol de Placa, com previsão de investimento de R$ 3 milhões. Em Pernambuco, com uma estrutura estendida a oito torneios junto à FPF, só no ano passado o total injetado foi de R$ 13 milhões.

Em 2015, segundo o presidente da federação pernambucana de futebol, Evandro Carvalho, o programa estatal poderá ser implantado em até onze estados. Apenas o Piauí teve o nome revelado. Todos teriam solicitado junto à secretaria da fazenda do estado uma transferência tecnológica do programa.

Nos últimos quinze anos a aplicação do TCN foi modernizada, mas basicamente no Recife. Da troca física de notas fiscais por um vale lazer ao cartão magnético acumulando pontos, com reservas por telefone ou internet, aplicativos e cadastro biométrico. Só na capital são 370 mil usuários.

De fato, a implantação do projeto em 1998 fez a média de público saltar de 2.080 para 10.895. Nas últimas edições, contudo, a torcida não foi tanto a campo no interior, apesar das médias oficiais de 5.548 e 6.318.

Caso confirmada a exportação de “know-how”, os demais campeonatos estaduais da região deverão registrar um aumento imediato nas médias de público.

Mas que o cenário seja o de 1998, com arrecadação e estádios realmente cheios.

Um troféu para o caos jurídico no futebol brasileiro, até a primeira liminar

Troféu da Justiça

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva enfrenta o seu pior momento.

O órgão normativo da Confederação Brasileira de Futebol, o mais alto na esfera jurídica no futebol nacional, vem sendo ignorado por inúmeras decisões contrárias na justiça comum, a tal justiça cega.

O STJD retira pontos no Brasileirão 2013, a Justiça Comum manda devolver.

O STJD muda o local da partida no Nordestão 2014, a Justiça Comum mantém o local.

De mãos atadas nesse imbróglio, a mesa do tribunal sediado no Rio de Janeiro vem apelando para que as decisões fiquem só na esfera esportiva. É um discurso válido, necessário. Porém, ao mesmo tempo mostra que as resoluções esportivas precisam ser reformadas de uma vez por todas.

O modelo atual no Brasil é ultrapassado e de pouquíssimo poder na prática.

Se antes havia o temor de uma punição da Fifa em caso de ação na justiça comum – com o clássico “desfiliação por pelo menos dois anos”, atualmente não há qualquer pudor.

Sobretudo porque nenhum time foi punido de fato pela Fifa. E caso fosse, apareceria em dois segundos uma liminar mantendo o direito da agremiação…

Nos últimos anos, o futebol paraibano vem usando bastante o artifício.

O Treze conseguiu a sua vaga na Série C de 2012 baseado numa brecha do regulamento. O rival Botafogo foi pelo mesmo caminho, com o objetivo de atuar de forma irresponsável em um estádio sem condições de jogo, cuja decisão pode até paralisar a Copa do Nordeste de 2014.

Isso quando as decisões não são de cunho político…

E assim os regulamentos vão sendo ignorados, na base das liminares, com julgamentos arrastados. O STJD precisa ser reconduzido, mas as pessoas também precisam ser mais responsáveis nas ações e decisões.

Até lá, o troféu do futebol do brasileiro bem que poderia ser refeito.

Esse caos no futebol talvez seja só mais um retrato de todo o sistema judiciário do país…

As garantias de Evandro Carvalho

Evandro Carvalho, presidente da FPF. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

O presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, constuma ser bastante convicto em suas declarações.

No entanto, o dirigente escorrega algumas vezes ao depositar uma confiança bem maior do que o fato. Aqui, quatro episódios nos quais as suas certezas não se tornaram realidade. Longe disso.

Treze fora da Série C (18/06/2012)

“Acredito que vamos conseguir anular a competência do Treze, assim como foi feito com o Brasil de Pelotas. Agora nos resta esperar e torcer pela resolução do caso, para sabermos quando a Série C terá início.”

O Treze continuou ganhando todas as disputas na justiça comum e acabou articulando um acordo com a CBF. Permaneceu na Série C e retirou a ação.

Finalíssima do Pernambucano na Arena Pernambuco (22/02/2013)

“O interesse e desejo da Federação Pernambucana era que todas as partidas da final, sejam duas ou três, fossem todas realizadas na Arena Pernambuco. Mas a FPF não pode exigir dos clubes, tal compromisso, porque as equipes tem o direito referente a primeira e segunda partida. Desse modo, o regulamento da competição prevê que se por acaso houver a terceira partida, o playoff, que é muito provável, esta partida será disputada na Arena Pernambuco.”

A declaração de Evandro aconteceu sem uma consulta ao secretário extraordinário na Copa no estado, Ricardo Leitão. No fim, nem houve o terceiro jogo. Porém, àquela altura, a arena já havia sido vetada pelo governo.

Sem Clássico dos Clássicos na Copa Sul-americana (16/07/2013)

“Mudar esse jogo é mais fácil do que alterar o horário do jogo de domingo do Santa Cruz na Série C (das 19h para as 16h). O que a Comnebol divulgou foi apenas um estudo, que vai ser submetido à CBF.”

Apesar do desejo do mandatário, cuja explicação jamais foi dita publicamente com segurança, o inédito clássico internacional foi mantido pela Conmebol.

Liminar do Betim cassada (21/10/2013)

“A partida vai acontecer normalmente, porque a liminar vai ser cassada. Isso não aconteceu antes devido ao expediente da CBF, que só começa a partir das 12h. Acredito que até as 14h ou até antes tudo isto esteja resolvido”

O dirigente garantiu a disputa entre Mogi Mirim e Santa Cruz , pelas quartas de final da terceirona. Entretanto, a liminar não foi cassada e o jogo no interior paulista foi cancelado. E o Betim voltou ao campeonato.

Mais uma prova de força da Justiça Comum, agora respingando no Santa

Série C, quartas de final (cancelado): Mogim Mirim x Santa Cruz. Crédito: Jamil Gomes/Assessoria/Santa Cruz

Inicialmente, o Santa Cruz jogaria a primeira partida das quartas de final da Série C na tarde do último sábado, em Minas Gerais.

Na Arena do Jacaré, enfrentaria o Betim, no duelo 1º do A x 4º do B.

No entanto, voltou à tona a confusão sobre a punição ao Betim, com a perda de seis pontos por causa da falta de pagamento numa transferência internacional, dando início a uma batalha judicial.

Não na esfera desportiva, mas na Justiça Comum, fato que costuma travar os campeonatos no país, ao se sobrepor sempre ao STJD, como o Gama em 2000 e o Treze em 2012 (relembre aqui).

Nesse buruçu, a CBF acabou remarcando o jogo de ida para o interior de São Paulo, contra o Mogi Mirim, que de 5º colocado foi alçado ao G4 do grupo B.

O Santa Cruz, então, resolveu seguir a agenda da CBF, claro.

Viajou no sábado para São Paulo, treinou no domingo em Mogi Guaçu, a oito quilômetros do palco da partida, e nesta segunda-feira se dirigiu ao estádio.

Com tanta indefinição, era de se esperar as arquibancadas vazias em Mogi.

Todo o planejamento havia sido seguido à risca, com os times presentes, além de arbitragem e policiamento. Até mesmo uma equipe de tevê para a transmissão ao vivo para todo o país.

O contragolpe jurídico do Betim, exigindo o cancelamento da partida, saiu à tarde, com uma multia diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

Ciente de que essa confusão vai longe, a direção de competições da CBF se reuniu no Rio. Bancaria a multa para viabilizar a realização do jogo?

A resposta saiu às 17h10… Faltando apenas 50 minutos para o apito inicial!

Partida cancelada, confirmada num ofício da CBF.

Apesar da melhor campanha, o Santa Cruz segue comendo o pão que o diabo amassou no porão do futebol nacional, cuja organização há tempos é precária.

Independentemente de quem esteja com a razão neste imbróglio, Betim ou Mogi, o Tricolor precisa urgentemente deixar essa divisão e se integrar ao futebol com a estrutura mais organizada e menos suscetível à bagunça nos tribunais, a partir da Série B. Sem jogos fantasmas…

Todas as (duras) lições já foram compreendidas.

Aplicativo relata "jogo" entre Mogi Mirim e Santa Cruz, pelas quartas de final da Série C 2013. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Turno e returno na Terceirona, pré-acesso

De forma incomum, o Campeonato Brasileiro da Série C desta temporada contou dois grupos com números distintos sobre os participantes, sendo 11 no A e 10 no B. Apesar disso, quatro vagas para cada chave nas quartas de final.

No grupo A, liderado pelo Santa Cruz, um equilíbrio surreal. Do Tricolor, no topo, ao primeiro rebaixado, o Brasiliense, em 9º lugar, apenas quatro pontos de diferença. Não por acaso, rodada final, no domingo, foi de perder o fôlego…

Classificação do grupo A da Série C 2013, na 20ª rodada. Crédito: Superesportes

No grupo B, definido ainda no sábado. Único campeão brasileiro da primeira divisão presente nesta Terceirona, o Guarani acabou de fora. Dois clubes sem apelo nas arquibancadas avançaram, o Macaé e o Betim.

Classificação do grupo B da Série C 2013, na 18ª rodada. Crédito: Superesportes