O racha entre os 16 fundadores da Liga do Nordeste, exposto via notas oficiais

O racha entre os fundadores da Luga do Nordeste. Arte: Cassio Zirpoli/DP

No dia seguinte à desfiliação de Sport e Náutico da Liga do Nordeste, 11 fundadores se manifestaram a favor da associação, mantendo o formato deliberado para a Copa do Nordeste de 2018, com fase preliminar, 16 clubes na fase principal e os recursos originais de participação. Anúncios feitos através das notas oficiais de Bahia, que divulgou o entendimento de outros nove times, e Vitória. Entretanto, três clubes não se manifestaram. Dois deles, Sergipe e Fortaleza, sequer se classificaram à próxima edição do regional, num indício de agendas livres, sujeitas a convites. Já o terceiro clube pode ser o personagem realmente decisivo neste imbróglio, na visão do blog.

Assegurado na pré, o Santa pode herdar a vaga na fase de grupos com a desistência leonina. Por outro lado, caso também saia da liga – e a decisão coral será tomada no Conselho Deliberativo – , o Nordestão perderia o mercado pernambucano, concentrado no Grande Recife, cenário das maiores audiências na tevê aberta. Em 2017, três jogos passaram de 1 milhão de telespectadores, as duas finais e a volta do Clássico das Multidões pela semi.

Obviamente, nenhum patrocinador (nem detentor dos direitos de TV) relevaria a saída dos clubes mais populares do estado. E o exemplo vem de uma das maiores fontes de captação. No sinal aberto, os jogos são sublicenciados pelo Esporte Interativo à Rede Globo. Sem o Recife, essa verba ficaria em xeque – e parece claro o duelo entre os dos canais, cujos clubes à frente já têm contratos assinados no Brasileiro 2019, Sport (Globo) e Bahia (EI). Até que saia a escolha coral, o quebra-cabeças está formado na Associação dos Clubes de Futebol do Nordeste (ACFN), fundada em 30 de outubro de 2000. Com 16 fundadores, a liga mais tradicional do país vive o seu maior racha…

Atualização em 05/07: o Fortaleza também emitiu nota de apoio à liga.

Fundadores favoráveis à continuidade da Copa do Nordeste*
ABC, Bahia, Botafogo-PB, Ceará, Confiança, CRB, CSA, Fluminense de Feira, Treze e Vitória, América-RN e Fortaleza (este, dois dias depois)
* Seguindo a decisão da assembleia geral, ocorrida em 24 de março

Fundadores que se desfiliaram da Liga do Nordeste
Náutico e Sport

Fundadores que ainda não se posicionaram
Sergipe e Santa Cruz

Os demais clubes da região com histórico na Lampions, como Campinense (campeão em 2013), Sampaio Corrêa e Salgueiro (vice estadual e classificado para 2018), são considerados “ouvintes” nas reuniões da liga. Neste embate, devem virar alvos dos subgrupos. Tendo que optar entre a consolidação do Nordestão e a promessa de mais receita a curto prazo em outro torneio.

Qual deveria ser a posição do seu clube? Opine.

Cota absoluta de participação no Nordestão
2013 – R$ 5,6 milhões
2014 – R$ 10,0 milhões (+78%)
2015 – R$ 11,1 milhões (+11%)
2016 – R$ 14,8 milhões (+33%)
2017 – R$ 18,5 milhões (+25%)
2018 – R$ 23,0 milhões* (+24%)
* Previsão

Sport e Náutico se desfiliam da Liga NE. Pressão ou articulação por novo torneio?

G7 do Nordeste

“O Sport formalizou a sua desfiliação da Liga do Nordeste, que é responsável pela organização da Copa do Nordeste, na tarde da última sexta-feira (30/6). O documento é assinado também pelo Náutico.”

A nota oficial do Sport sobre a decisão tomada pelo presidente Arnaldo Barros, já informada ao conselho deliberativo, escancarou uma batalha política acerca da organização do Nordestão. O ponto é claro: dinheiro. O clube rubro-negro entende que a divisão de cotas na primeira fase tem que ser revista. Em 2017, cada um dos 20 clubes recebeu recebeu R$ 600 mil. De Sport, Santa e Náutico a Uniclinic, Altos e Juazeirense. Somando todas as fases foram R$ 18,5 milhões em cotas, com previsão de R$ 23 milhões em 2018.

E aí entra uma discussão sobre a equidade disso. Ao reclamar da disparidade de cotas no Campeonato Brasileiro, como querer o mesmo no cenário regional? Por outro lado, o blog entende que, através da elaboração de um critério técnico (ranking?), seria possível, sim. Como já ocorre na Copa do Brasil, com três grupos de cotas distintas nas duas primeiras fases.

Entretanto, neste embate político, Sport e Náutico tomaram uma atitude capital, deixando a liga fundada por eles mesmos há 17 anos. A Associação dos Clubes de Futebol do Nordeste (ACFN), hoje “Liga do Nordeste”, foi criada em 30 de outubro de 2000 por 16 clubes, os principais da região, excetuando Maranhão e Piauí, na época integrados à extinta Copa Norte. O objetivo foi organizar a (bem sucedida) edição de 2001. Eis os fundadores: Bahia, Vitória, Fluminense de Feira, Náutico, Santa Cruz, Sport, Ceará, Fortaleza, ABC, América-RN, CRB, CSA, Botafogo-PB, Treze, Confiança e Sergipe.

Na época, indo de encontro às federações estaduais – e na nota atual, o Sport teve o apoio da FPF -, a liga foi idealizada pelos presidentes de Sport e Vitória, Luciano Bivar e Paulo Carneiro, respectivamente. Por sinal, os primeiros presidente e vice-presidente da associação, hoje comandada por Alexi Portela, também ligado ao rubro-negro baiano.

A princípio, ao menos até a coletiva agendada pelo leão, a desfiliação não é sinônimo de ausência do Nordestão 2018, cuja organização passa pela liga e pelo canal Esporte Interativo, detentor dos direitos na TV até 2022. Até porque mexeria em toda a composição – o Santa, por exemplo, seria alçado da fase pré para a fase de grupos. Contudo, considerando a visão mais radical, uma articulação por um torneio paralelo enxuto, com outros clubes, pontuado por novas cotas e parceiros comerciais, soaria mais como uma “Copa União”. E justamente por quem disputou o módulo amarelo na época… A conferir.

Cotas* do Sport no Nordestão: R$ 6,625 milhões
2013 – R$ 300 mil (quartas)
2014 – R$ 1,9 milhão (campeão)
2015 – R$ 890 mil (semi)
2016 – R$ 1,385 milhão (semi)
2017 – R$ 2,15 milhões (vice) 

Cotas* do Santa Cruz no Nordestão: R$ 5,135 milhões
2013 – R$ 300 mil (quartas)
2014 – R$ 850 mil (semi)
2016 – R$ 2,385 milhões (campeão)
2017 – R$ 1,6 milhão (semi)

Cotas* do Salgueiro no Nordeste: R$ 1,850 milhão
2013 – R$ 300 mil (grupo)
2015 – R$ 615 mil (quartas)
2016 – R$ 935 mil (quartas)

Cotas* do Náutico no Nordestão: R$ 1,315 milhão
2014 – R$ 350 mil (grupo)
2015 – R$ 365 mil (grupo)
2017 – R$ 600 mil (grupo 
* Após o retorno oficial do torneio

Atualização: na coletiva, Arnaldo Barros confirmou a intenção de sair do torneio com o “modelo atual”, propondo, caso tenha outras adesões, a formatação de outra competição, com nova venda de direitos. Acha o Nordestão deficitário… Já o Santa vai submeter a ideia ao conselho.

Com média de 8 gols, Sport reconquista o título estadual feminino após 8 anos

Pernambucano Feminino 2017, final: Sport 1 x 1 Vitória. Foto: Anderson Freire/Sport Club do Recife

Entre 2010 e 2016, o time feminino da Acadêmica Vitória estabeleceu a maior sequência de títulos do futebol pernambucano, hepta. Em qualquer gênero, em qualquer categoria. Além da hegemonia local, dois vices na Copa do Brasil. Logo, tirar esse status da Zona da Mata não seria simples. Ainda mais para uma equipe recém-formada, após dois anos de inatividade. Caso do Sport. Forçado pelas novas diretrizes da CBF e da Conmebol, que passam a exigir em 2018 e 2019, respectivamente, times femininos para firmar a “Licença de Clubes”, o leão montou um time, com salários e calendário.

O Sport disputou o Brasileiro, ficando em 9º entre 16 participantes, e focou no Estadual, onde havia sido o último campeão antes do tricolor das tabocas. Com o mínimo de investimento e organização, numa modalidade que precisa mesmo de atenção, o rubro-negro faturou o título. De forma invicta, com média de 8,12 gols por jogo. Só Juliana, a camisa 7, marcou 10. Na decisão na Ilha, naturalmente contra o Vitória, a torcida prestigiou. Mais que a taça, quase assegurada na ida, o público prestigiou as meninas. Campeãs tanto quanto os homens. Que o departamento se mantenha. Até porque tornou-se regra.

Os títulos estaduais femininos*
7 – Vitória (2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016)
6 – Sport (1999, 2000, 2007, 2008, 2009 e 2017)
2 – Náutico (2005 e 2006)
* Não houve disputa entre 2001 e 2004

A campanha do Sport em 2017
30/04 – Vitória 1 x 1 Sport
28/05 – Flamengo 1 x 11 Sport
04/06 – Sport 1 x 0 Vitória
11/06 – Sport 22 x 0 Flamengo
18/06 – Porto 0 x 10 Sport
25/06 – Sport 14 x 0 Porto
28/06 – Vitória 1 x 5 Sport
01/07 – Sport 1 x 1 Vitória 

8 jogos; 6 vitórias e 2 empates; 65 GP e 4 GC

Pernambucano Feminino 2017, final: Sport 1 x 1 Vitória. Foto: Anderson Freire/Sport Club do Recife

O ranking de pontos do Campeonato Pernambucano, de 1915 a 2017

O Campeonato Pernambucano de 2017 teve 95 partidas, com doze clubes envolvidos na disputa. Esses dados alimentaram o ranking histórico de pontos, num levantamento a partir da pesquisa de Carlos Celso Cordeiro. O seu legado se mantém e aqui o blog atualiza a tabela (abaixo), com o Sport na liderança absoluta, com 196 pontos a mais que o rival Santa. Em relação à edição de 2017, o destaque fica com o Salgueiro, apesar do vice. O carcará foi, disparado, o clube que mais pontuou no torneio, pois liderou tanto o hexagonal do título quanto a primeira fase, que não contou com os grandes clubes da capital. Ao todo, jogou 20 vezes, com 13 vitórias, 4 empates e apenas 3 derrotas. Pulou do 14º para o 12º lugar. Está a 28 pontos do top ten.

Sobre o ranking de títulos do futebol local, clique aqui.

O blog tomou a liberdade de padronizar a pontuação e estabelecer algumas ressalvas entre os 64 clubes que já disputaram ao menos um certame local – o Afogados foi estreante nesta temporada, já aparecendo em 53º na lista.

1) Três pontos por vitória. Oficialmente, o critério só foi introduzido no Estadual de 1995. Porém, para um levantamento geral, isso acabava resultando numa distorção (para baixo) nos clubes com triunfos obtidos antes desse período.

2) Um ponto por empate. O critério pode até parecer lógico – já era assim na pioneira competição de 1915 -, porém, em alguns anos, como 1998, o empate com gols valeu dois pontos e o empate sem gols, um.

3) Clubes que mudaram de nome/escudo/uniforme, mas, oficialmente, mantiveram o registro de fundação, são considerados pela FPF como a mesma agremiação. Idem na lista. No ranking, valeu o último nome utilizado (no fim, como curiosidade, as campanhas de cada denominação).

Ferroviário do Recife: Great Western e Ferroviário (R)
Atlético Caruaru: Esporte Caruaru e Atlético Caruaru
Manchete: Santo Amaro, Casa Caiada, Recife e Manchete 

4) No caso de clubes de um mesmo município com características bem semelhantes (padrão, nome e/ou escudo), mas que foram inscritos (legalmente) como agremiações distintas, valeram as campanhas separadas.

Do Cabo de Santo Agostinho:
Destilaria (1992-1995)
Cabense (1996-2011) 

De Vitória de Santo Antão:
Desportiva Pitu (1974)
Desportiva Vitória (1991-2006)
Acadêmica Vitória (2009-2016).

5) Em 1915, a Colligação SR jogaria 5 vezes, mas só foi a campo 2, levando o W.O. em três oportunidades. Em ação, perdeu de Santa (1 x 0) e Flamengo do Recife (3 x 0). Por isso, tem menos gols sofridos (4) que derrotas (5)!

6) As fase preliminares e hexagonais da permanência foram contabilizados com o mesmo peso das fases principais. 

O ranking de pontos do Campeonato Pernambucano, de 1915 a 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Definidos os 12 clubes da fase de grupos e os 8 da preliminar do Nordestão de 2018

A divisão dos 20 classificados à Copa do Nordeste de 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Com bastante atraso, a Copa do Nordeste de 2018 vai ganhando forma. Só agora, no fim de junho, a divisão dos 20 clubes inscritos foi definida, após o desfecho do campeonato maranhense, o último da região a acabar. Um imbróglio jurídico fez com que a competição conseguisse superar em um dia o torneio pernambucano. O Sampaio ficou com o título e garantiu a vaga na fase de grupos do regional, mandando o Cordino à recém-criada fase preliminar.

Esse “Pré-Nordestão” foi a solução encontrada pela liga para enxugar a fase principal, que agora passa a ter 16 clubes, dos quais 12 já estão assegurados – os nove campeões estaduais e os vices de BA, CE e PE. Portanto, os oito restantes disputam quatro vagas. Neste buruçu encontra-se o Santa, devido à terceira colocação local. O sorteio dos mata-matas será em 3 de julho, na sede da confederação brasileira, no Rio. Pelo regulamento, o Ranking da CBF determina os potes do sorteio, nas fases preliminar e principal.

Na preliminar, o tricolor é o melhor rankeado, 43 posições acima do Treze, o segundo melhor. Assim, a cobra coral poderá enfrentar Parnahyba, Itabaiana (adversário nas quartas da edição de 2017), Flu de Feira de Santana ou Cordino, este sem pontos no ranking nacional. Os jogos devem acontecer no segundo semestre, com o sorteio da fase principal em outubro, em São Luís. Neste, só o pote 1 já está definido. Caso se classifique, o Santa ficaria no 2.

Veja a situação de cada clube na próxima Lampions League…

Fase preliminar (8 clubes, passando 4):

Pote 1
Santa Cruz (3º em PE) – 26º no Ranking da CBF

Treze (vice na PB) – 69º
Globo (vice no RN) – 77º
CSA (vice em AL) – 90º 

Pote 2
Panahyba (vice no PI) – 100º

Itabaiana (vice em SE) – 117º
Fluminense de Feria (3º na BA) – 131º
Cordino (vice no MA) – sem ranking

Fase de grupos (16 clubes, com 4 grupos de 4):

Pote 1
Sport (campeão em PE) – 17º

Vitória (campeão na BA) – 20º
Bahia (vice na BA) – 21º
Ceará (campeão no CE) – 23º 

Demais potes a definir*
ABC (campeão no RN) – 31º
Sampaio Corrêa (campeão no MA) – 36º

CRB (campeão em AL) – 37º
Botafogo (campeão na PB) – 46º
Salgueiro (vice em PE) – 49º
Confiança (campeão em SE) – 56º
Altos (campeão no PI) – 136º
Ferroviário (vice no CE) – sem ranking
* Após a classificação dos 4 clubes na fase Pré

Classificação da Série A 2017 – 9ª rodada

A classificação da 9ª rodada da Série A de 2017. Crédito: Superesportes

Em seu 4º jogo como visitante neste Brasileirão, o rubro-negro pernambucano finalmente pontuou. Jogando no Independência, o Sport empatou com o Atlético Mineiro. Apesar do desempenho, o resultado foi insuficiente para tirar o clube do Z4, onde permanece pela segunda rodada seguida. Na próxima rodada, segue longe do Recife, diante de outra pedreira, o Peixe.

Na briga pela ponta, Corinthians e Grêmio ganharam, alimentando o jogão da 10ª rodada, em Porto Alegre, com 55 mil torcedores. Pontual atual, 23 x 22.

Resultados da 9ª rodada
Vitória 0 x 2 Santos
Botafogo 3 x 1 Vasco
Palmeiras 1 x 0 Atlético-GO
Avaí 0 x 3 Fluminense
Atlético-PR 1 x 0 São Paulo
Atlético-MG 2 x 2 Sport
Corinthians 3 x 0 Bahia
Ponte Preta 1 x 0 Cruzeiro
Grêmio 2 x 0 Coritiba
Flamengo 5 x 1 Chapecoense 

Balanço da 9ª rodada
7V dos mandantes (18 GP), 1E e 2V dos visitantes (9 GP)

Agenda da 10ª rodada
24/06 (19h00) – Santos x Sport (Vila Belmiro)
25/06 (11h00) – Vasco x Atlético-GO (São Januário)
25/06 (16h00) – Atlético-PR x Vitória (Arena da Baixada)
25/06 (16h00) – Cruzeiro x Coritiba (Mineirão)
25/06 (16h00) – Grêmio x Corinthians (Arena do Grêmio)
25/06 (16h00) – São Paulo x Fluminense (Morumbi)
25/06 (16h00) – Ponte Preta x Palmeiras (Moisés Lucarelli)
25/06 (18h30) – Bahia x Flamengo (Fonte Nova)
25/06 (19h00) – Chapecoense x Atlético-MG (Arena Condá)
26/06 (20h00) – Botafogo x Avaí (Nilton Santos) 

Histórico de Santos x Sport em São Paulo, pelo Brasileiro (16 jogos):
1 vitória leonina (em 1996), 5 empates e 10 derrotas

Ranking de dívidas dos clubes brasileiros

Ranking de dívidas dos 27 clubes principais brasileiros de 2012 a 2016. Crédito: Itaú BBA

Nos balanços oficiais dos clubes brasileiros, uma missão costumeiramente complicada é o detalhamento das dívidas. Além da falta de precisão nos dados, ainda sem um modelo de relatório (que a CBF passará a exigir em 2019), os clubes costumam apresentar dados brutos. Ainda assim, a equipe do banco Itaú BBA analisou os balanços financeiros de 27 clubes em 2016, incluindo o Trio de Ferro. Ao todo, uma dívida de 6,2 bilhões (!), com 54,9% concentrado em impostos (haja Profut). Completam a lista dívidas bancárias (24,9%), com juros pesados, e dívidas operacionais (20,1%).

Abaixo, os comentários da equipe do banco sobre os clubes nordestinos presentes. Na sequência, o ranking de dívidas (em milhões de reais), numa compilação do estudo “Análise Econômico-Financeira dos Clubes do Futebol Brasileiro de 2017”, com o dado geral e quadro e quadro. Em alguns casos, a soma (bancária, operacional e impostos) não bate com o passivo, uma vez que entraram em ação recursos numa categoria chamada “disponibilidades”, como foi o caso do Bahia, com a venda de um terreno no último ano.

Bahia
Todas essas movimentações teriam gerado impacto negativo (aumento) na dívida, mas houve entrada de R$ 12 milhões referentes à venda de um terreno e isso contribuu para que as dívidas fossem reduzidas. Desta forma, todas apresentaram queda, fato bastante positivo. 

Náutico
Vemos dívidas praticamente estáveis, o que foi positivo em mais um ano difícil.

Santa Cruz
Positivamente, as dívidas bancárias foram zeradas, mas no lugar entraram recursos de terceiros, que na prática são dívidas. Não há esclarecimentos sobre isto. Dívida operacional em queda foi uma boa notícia, mas as dívidas com impostos cresceram bem. É preciso atenção nessa gestão, dado a pouca geração de caixa para fazer frente a estas dívidas. 

Sport
As dívidas cresceram, mas a bancária foi positivamente reduzida. O maior ofensor dese crescimento foi com impostos, cuja parte importante veio da correção do Profut.

Vitória
Dívidas em forte queda, o que foi positivo. Bancárias e operacionais com queda expressiva e manutenção das dívidas com impostos. Além disso, manteve parte relevante das luvas em caixa, para uso em 2017.

O raio x do Banco Itaú sobre as finanças de 27 clubes brasileiros, com análise de Bahia, Náutico, Santa Cruz, Sport e Vitória

Divisão de receita dos 27 clubes brasileiros analisados pelo Itaú BBA em 2016

Uma equipe do Banco Itaú BBA produziu o estudo Análise Econômico-Financeira dos Clubes do Futebol Brasileiro de 2017, a nova versão do raio x atualizado há oito anos. O relatório conta com 27 times, incluindo o Trio de Ferro do Recife. Considerando faturamento absoluto em 2016, foram R$ 4,35 bilhões, num aumento de 20% sobre o ano anterior. Montante dividido em cotas de tevê (48,8%), bilheteria e sócios (13,9%), publicidade e patrocínio (12,6%), transações de atletas (11,9%), estádio (4,9%) e outras fontes (7,6%).

Todos os números foram colhidos nos balanços oficiais dos clubes, divulgados em abril deste ano. Além de “traduzir” as cifras, até porque os documentos não seguem um padrão (de informação), os especialistas deram o aval sobre a situação de cada um, projetando cenários em médio e longo prazo. Entre as equipes, cinco do Nordeste, Bahia, Náutico, Santa, Sport e Vitória. Abaixo, as conclusões sobre os times da região, além da íntegra do levantamento.

Bahia (da página 58 a 62)
Colocando a casa em ordem 

Operacionalmente conseguiu aumentar suas receitas, reduziu custos e despesas e assim gerou mais caixa, de forma consistente. Fez investimentos corretos, liquidou dívidas, aderiu ao Profut. O desafio agora é manter esta política de austeridade sem ter sucesso esportivo. Mas a persistência e paciência andam juntos com processos de ajuste, pois o resultado aparece apenas no longo prazo. Um clube saudável, equilibrado, tem mais chances de permanecer por mais tempo disputando a Série A. 

Náutico (da página 128 a 132)
Cuidado! 

Mais um ano complicado para o Náutico. Difícil se organizar quando não se aplica em mente a necessidade de manter custos compatíveis com as receitas. O clube vai além de suas possibilidades, mas ainda assim não obteve sucesso esportivo, conforme vemos no Índice de Eficiência. Ou seja, não está funcionando e não está ajudando o clube a ter um futuro mais tranquilo. Atenção aqui é fundamental. E cuidado também. 

Santa Cruz (da página 143 a 147)
Efeito bumerangue 

O bom desempenho em 2015, com o retorno à Série A gastando pouco, não foi mantido em 2016. O Santa Cruz gastou mais para tentar se manter, mas não obteve o resultado esportivo esperado. Clube regional tem desafios como este, e o ano da volta é sempre de alto risco. É preciso ter cuidado na gestão para se fortalecer e, quando voltar, estar mais firme. 

Sport (da página 158 a 162)
Olhando para o futuro 

Gestão bem organizada do Sport. Conseguiu controlar os custos mesmo num ano de investimentos vultosos. Infelizmente há pouco detalhamento para entrar mais a fundo nos números do Leão. Mas o que vemos é positivo, e coloca o clube numa condição de solidez que permitirá permanência na Série A, desde que a gestão esportiva seja bem feita. 

Vitória (da página 168 a 172)
Com a casa em ordem 

Contou muito com a ajuda das luvas para fechar o ano de 2016 em paz. No operacional trabalhou além das possibilidades, mas fez bom uso do recurso adicional, diferente de quase todos os outros clubes. Precisa agora fazer boa gestão esportiva e garantir sustentabilidade. O desempenho foi melhor em 2016, como mostra o Índice de Eficiência. Os sinais são positivos para o Vitória.

Confira o Índice de Eficiência do Futebol, criado pelo banco, clicando aqui.

Classificação da Série A 2017 – 8ª rodada

A classificação da 8ª rodada da Série A de 2017. Crédito: Superesportes

Fim de semana tenebroso para os mandantes no Brasileirão. Em dez jogos, apenas uma vitória. E os visitantes fizeram mesmo a festa. Pior para o leão pernambucano. O Sport perdeu do Vitória, em plena Ilha do Retiro, e entrou na zona de rebaixamento, de onde havia saído na 3ª rodada. Voltou justamente no momento em que a tabela mostra duas pedreiras pela frente, Atlético Mineiro e Santos, ambos os jogos como visitante. O leão erá que melhorar bastante para não afundar no Z4 nesta semana.

Resultados da 8ª rodada
Atlético-GO 0 x 1 Atlético-PR
Vasco 1 x 0 Avaí
Santos 0 x 0 Ponte Preta
Coritiba 0 x 0 Corinthians
Chapecoense 0 x 2 Botafogo
Bahia 2 x 4 Palmeiras
Fluminense 2 x 2 Flamengo
São Paulo 1 x 2 Atlético-MG
Sport 1 x 3 Vitória
Cruzeiro 3 x 3 Grêmio

Balanço da 8ª rodada
1V dos mandantes (10 GP), 4E e 5V dos visitantes (17 GP)

Agenda da 9ª rodada
21/06 (19h30) – Vitória x Santos (Barradão)
21/06 (21h00) – Botafogo x Vasco (Nilton Santos)
21/06 (21h00) – Palmeiras x Atlético-GO (Allianz Parque)
21/06 (21h45) – Avaí x Fluminense (Ressacada)
21/06 (21h45) – Atlético-PR x São Paulo (Arena da Baixada)
21/06 (21h45) – Atlético-MG x Sport (Independência)
22/06 (19h30) – Corinthians x Bahia (Arena Corinthians)
22/06 (19h30) – Ponte Preta x Cruzeiro (Moisés Lucarelli)
22/06 (21h00) – Grêmio x Coritiba (Arena do Grêmio)
22/06 (21h00) – Flamengo x Chapecoense (Luso Brasileiro)

Histórico de Galo x Sport em Belo Horizonte, pelo Brasileiro (18 jogos):
2 vitórias leoninas, 5 empates e 11 derrotas

Podcast – Análise do empate do Santa Cruz e das derrotas de Náutico e Sport

Na 8ª rodada das Séries A e B, nenhuma vitória do Trio de Ferro. No sábado, dois jogos pela segundona. Num gramado em péssimas condições no Arruda, tricolores e colorados encontraram dificuldades para jogar bola. No interior mineiro, o timbu deu sequência à péssima campanha, já com reversão complicada. No domingo, o clássico entre os leões nordestinos, com atuação lamentável do pernambucano, sofrendo o primeiro revés como mandante. O podcast 45 minutos analisou as três partidas em gravações exclusivas, tanto na questão técnica quanto tática, além de análises individuais. Ouça!

17/06 – Santa Cruz 0 x 0 Internacional (27 min)

17/06 – Boa 2 x 1 Náutico (30 min)

18/06 – Sport 1 x 3 Vitória (43 min)