Maria Esther Bueno, nossa rainha das quadras

Por Tatiana Nascimento*

Federer é o maior de todos os tempos no tênis. Mas nós não podemos nos esquecer daquela que foi a nossa maior tenista. E que até hoje é reverenciada em Wimbledon (e não só lá). Há 50 anos, num 4 de julho, Maria Esther Bueno ganhava seu primeiro título de simples na grama sagrada do All England Club.

Pela primeira vez, uma tenista que não era européia ou norte-americana erguia a taça de campeã de simples de Wimbledon. O título de 1959 foi a primeira de uma série de conquistas da única brasileira a ter o nome no Internacional Tennis Hall of Fame.  Estherzinha ganhou outras duas competições de simples em Wimbledon (60 e 64) e quatro no Aberto dos Estados Unidos (59, 63, 64, 66).

Maria Ester BuenoContabilizando os títulos nas disputas de duplas e duplas mistas, Maria Esther Bueno somou 20 títulos de Grand Slam ao longo da carreira, encerrada em 1977.

Na campanha vitoriosa de 50 anos atrás, Maria Esther cedeu apenas dois sets nos sete jogos disputados. Ao vencer a norte-americana Darlene Hard na final por 6/3 e 6/4, a brasileira acabou com um domínio de 21 anos de tenistas dos EUA. De volta ao Brasil, ela foi recebida pelo presidente Juscelino Kubstichek no Rio e desfilou em carro aberto em São Paulo.

Estherzinha ganhou o primeiro título em Wimbledon (nas duplas) um ano antes, em 1958. Até chegar a Londres, nunca tinha pisado em uma quadra de grama. Em 1960, Maria Esther foi a primeira mulher a vencer o torneio de duplas nos quatro torneios do Grand Slam (Austrália, Roland Garros, Wimbledon e Estados Unidos) num mesmo ano.

A admiração por Maria Esther é tamanha lá fora, que a tcheca naturalizada norte-americana Martina Navratilova ­– considerada por muitos a melhor tenista de todos os tempos – disse o seguinte quando ganhou seu nono título em Wimbledon:  “Ainda preciso fazer muito para me igualar a Billie-Jean King ou Maria Bueno”. Se Navratilova falou isso, quem somos nós para discordar, não é?

Salve Maria Esther Bueno, a nossa rainha do tênis.

*Tatiana Nascimento é blogueira, repórter do Diario e colaboradora do blog

3 Replies to “Maria Esther Bueno, nossa rainha das quadras”

  1. No Brasil não se incentiva o esporte (exceto o futebol), e se quer conquistas. Contraditório.

  2. Pena que muitos Brasileiros não tenham memória. Outro que merece aplausos é o GUGA, que fez algo que taçvez demore uns 200 anos para alguém fazer visto que não há incentivo ao esporte no Brasil. Agora quando alguém ganha os políticos são os primeiros a aparecerem. Por isso estou com Nelson Piquet. Uma vez perguntaram a ele a quem ele dedicaria o título, protamente ele respondeu :” Eu dedico a mim pô, fui eu quem ganhei.”
    Um absurdo o Cielo ter de se mudar do país para se tornar um campeão. E é por essa ótica que devemos valorizar ainda mais os feitos de MARIA ESTER BUENO.

  3. Sem sombra de dúvidas esse foi um dos melhores posts que já li por aqui, amigo Cássio…

    Palmas intermináveis a Maria Esther Bueno.

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