Rodada dupla. Envolver quatro torcidas em um mesmo estádio, em um mesmo dia.
Para o público, uma proposta tentadora, com 180 minutos de bola rolando. Num passado já um pouco distante era algo até comum. Mais do que isso. Era rentável.
A insegurança nos jogos de futebol, potencializada nas duas últimas décadas, acabou travando ações do tipo, cada vez mais raras. Paralelamente a isso, a precária estrutura dos palcos foi diminuindo as possibilidades de acomodar públicos tão distintos.
O Engenhão no Rio, não por acaso um estádio relativamente novo, costuma abrigar rodadas duplas com os grandes clubes cariocas. Portanto, a reinauguração do Castelão, em 27 de janeiro, deve marcar esta retomada no Nordeste. Espera-se civilidade.
Estarão nas tribunas torcidas numerosas da região para o embates Fortaleza x Sport e Ceará x Bahia. Pernambucanos e baianos, em menos número, naturalmente.
Ao todo, 55 mil bilhetes para a tarde histórica. Para garantir a segurança, em um evento que será monitorado pela Fifa, serão mil policiais. Cada torcida terá seu caminho.
De fato, a acessibilidade do renovado estádio foi projetada para a entrada e saída de público nas mais variadas direções. De forma segura e rápida.
As próprias equipes contam com a infraestrutura para uma rodada dupla, pois as arenas da Copa do Mundo vêm sendo erguidas com pelo menos quatro vestiários cada.
Então, será possível aplicar na Arena Pernambuco a ideia adotada no Castelão?
Com uma grande demanda de público, do próprio consórcio responsável pela operação do empreendimento em São Lourenço da Mata, é pra lá de possível. Dividir os espaços entre os 46.214 lugares possíveis é a primeira tarefa para conseguir organizar uma rodada dupla de grande porte, seja em jogos festivos ou até oficiais.
Em Pernambuco vale relembrar a abertura do Estadual de 1996 com duas partidas na Ilha do Retiro. Na primeira, Santa Cruz 2 x 1 Central. Depois, Sport 2 x 2 Náutico.
O raio de influência no teste na capital alencarina é bem maior do que se imagina…