Sport chega a 40 mil sócios em dia. Recorde?

Ranking do Futebol melhor em 4 de setembro de 2015.

O Sport chegou a uma expressiva marca em sua história, com o maior número de sócios ativos, entre titulares e dependentes, 40 mil. Considerando só os titulares, o número também é recorde, com 25 mil adimplentes. É o ponto alto da campanha Sport de Verdade, que alavancou o quadro de sócios na Ilha. Com um departamento de marketing focado só neste trabalho, facilitando o cadastro online, captando sócios nos jogos, com divulgação massiva e, sobretudo, a prioridade na compra de ingresso, foram 24.700 adesões desde janeiro.

Segundo o Futebol Melhor, a campanha nacional de descontos para sócios-torcedores, o Leão se firma em 10º lugar. Já começa a fomentar a situação de outros grandes clubes, com boa parte da receita oriunda do quadro social. O Rubro-negro não divulgou a subdivisão de categorias entre os 40 mil, mas é possível projetar a receita “mínima”. Com cinco mil remidos (que já não pagam mais mensalidades), seriam 15 mil dependentes para 5 mil titulares com planos de R$ 40 (3 dependentes por sócio), e os demais (15.012) ficariam com o plano de R$ 25. Somando tudo, R$ 575 mil mensais. É o menor cenário, lembrando.

Não por acaso, o presidente João Humberto Martorelli disse o seguinte:
“O sócio será o nosso principal patrocinador”.

O próximo passo é regularizar sócios antigos (são 60 mil cadastrados) e interiorizar o alcance. Tanto que o Sport projeta 35 mil titulares até dezembro. Pelo ritmo, deve superar o recorde local, do Santa, com 27 mil em 1999.

Sócios titulares em 4 de setembro de 2015
25.000 – Sport
10.406 – Santa Cruz
3.291 – Náutico

Esse contexto é factível nos três grandes clubes do estado… É o caminho.

Náutico e Sampaio Corrêa empatam numa Arena com menos de 3 mil pessoas

Série B 2015, 23ª rodada: Náutico x Sampaio Corrêa. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Foi apenas a terceira vez que o Náutico não venceu como mandante na Série B. Não venceu, mas se manteve invicto na Arena. Ficou no 1 x 1 com o Sampaio, recalculando o seu aproveitamento em casa para 83%, ainda elevadíssimo. Talvez se encerre aí o “lado positivo” da apresentação na 23ª rodada.

Partindo do óbvio, ou seja, do princípio, o Alvirrubro entrou desatento como há muito não se via. A Bolívia Querida impôs um ritmo veloz, trocando passes. Criou bastante nos primeiros minutos, chegando duas vezes na cara do gol em cinco minutos, com uma boa dose de sorte aos pernambucanos para manter o zero. E acabou ali, pois no minuto seguinte, Diones fez de cabeça, deixando o Paio na liderança àquela altura, para deixar claro que não era uma partida simples. Lisca sabia disso. Não faz um ano foi que comandou o Sampaio.

À parte do gol timbu (três dedos de Hiltinho, assistência de cabeça de Douglas e categoria de Patrick Vieira ), o jogo foi mesmo complicado, com uma pressão maior na meta de Júlio César, irritado com a lenta recomposição. Somente na base do abafa o Timbu  travou o adversário, mas sem força para ganhar pela décima vez em casa. No fim, poucas vaias em São Lourenço. Havia a insatisfação com o empate, que afasta o time do G4, ainda mais com duas partidas fora do estado, onde o rendimento é pífio. Mas o motivo real das poucas vaias foi numérico mesmo. Eram apenas 2.954 torcedores.

Série B 2015, 23ª rodada: Náutico x Sampaio Corrêa. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Aquino perde pênalti aos 42 do segundo tempo e Santa empata com o ABC

Série B 2015, 23ª rodada: ABC 1x1 Santa Cruz. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Artilheiro da Série B, Anderson Aquino é o cobrador oficial de pênaltis do Santa. Mesmo com a chegada de Grafite, manteve o status, visto contra o Mogi Mirim. Assim, quando o camisa 23 caiu na área aos 42 minutos do segundo tempo (justamente o único dos três lances polêmicos da noite que não foi falta), não havia a dúvida sobre quem bateria, para definir a disputa partida contra o ABC.

Aquino havia entrado pouco antes e melhorado o rendimento. Estava confiante, tinha convertido contra Paysandu, Ceará, Náutico e Mogi, mas telegrafou em Natal, com Gilvan espalmando e evitando a vitória coral diante de um adversário que em doze jogos como mandante ainda não venceu uma vez sequer (recorde na competição). Se o Grafa se tornará agora o cobrador, é uma decisão exclusiva de Martelotte (e longe de ser o maior problema), mas o treinador tem mesmo é que administrar o momento da equipe, que não consegue deslanchar longe do Arruda. Uma condição vital para sonhar com o acesso.

Enquanto vencia no primeiro tempo, num rebote de Moradei, o Tricolor chegou a ultrapassar o Náutico e encostar no G4. Daí, a frustração no 1 x 1. Ainda assim, analisando o jogo inteiro, ficou até de bom tamanho, pois Tiago Cardoso cansou de fazer boas defesas, e num chute de Fábio Bahia só pôde rezar. Agora, o time terá uma sequência em casa, contra Paysandu e Luverdense. Se fora de casa os pontos não vêm em profusão, no Mundão basta manter a série de vitórias (são oito seguidas) para bater na porta do G4 novamente…

Série B 2015, 23ª rodada: ABC 1x1 Santa Cruz. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz/Facebook

Fim da inversão na Arena, mando de campo da FPF nos mata-matas e até 49% dos ingressos para os visitantes

Regulamento Geral de Competições da FPF - 2015

O novo Regulamento Geral de Competições da FPF entrou em vigor em 26 de maio de 2015. Ou seja, 22 dias após a decisão do Campeonato Pernambucano entre Santa e Salgueiro, no Arruda. Trata-se da regra para organizar todos os torneios locais, com disposições técnicas, financeiras etc. A última edição do RGC havia sido designada para 2013/2014. Agora, o documento de 45 páginas traz novidades relacionadas à Arena Pernambuco, por mais que o termo “Arena Pernambuco” não esteja lá. Nas entrelinhas, é mais claro que o sol.

Para começar, o item ‘a’ do terceiro parágrafo do artigo 12 dá à FPF o mando dos clássicos, semifinais e finais do certame, em um forte indicativo de jogos na Arena. No mesmo capítulo (“das disposições técnicas”), está escrito: “as tabelas das competições somente poderão ser modificadas se obedecidas as seguintes condições”, numa referência à inversão de campo de campo, a maior polêmica no Estadual de 2015. Para evitar novas discussões sobre o tema, a federação passa a não considerar inversão caso o jogo seja em um “estádio público sob concessão”. Só um palco do estado está neste contexto, em São Lourenço.

Finalizando, no sétimo capítulo (“das disposições financeiras”), o texto diz que um time visitante poderá reservar até 49% dos ingressos! A ressalva, além do acordo com o mandante (óbvio), é fazer o requerimento com cinco dias de antecedência e garantir a compra antecipada. Em que isso se refere à Arena? Simples, um mata-mata capital x interior, com o mando interiorano reagendado para o estádio da Copa. Em vez de 20% para os torcedores “visitantes” (do Recife), com 9.242 ingressos (renda insuficiente), uma cota de 22.644 bilhetes.

É a FPF colaborando para reduzir o prejuízo milionário no balanço da PPP...

Da sala de Mia Jawdat, em Zurique, todas as negociações internacionais do futebol

Sede do TMS, na Fifa. Crédito: Fifa/facebook

Em uma pequena sala na sede da Fifa, em Zurique, Mia Jawdat coordena a equipe de estatísticas das “janelas do futebol”, através do Transfer Matching System (TMS), o sistema eletrônico da entidade, criado em 2011, para registrar oficialmente todas as negociações internacionais. Contando com os demais departamentos, o quadro não chega a 50 funcionários. De lá da Suíça, todas as 13 mil transferências anuais (legais) do futebol são guardadas e analisadas.

Existem duas janelas (períodos) de negócios entre os países filiados a cada ano, entre dezembro e fevereiro e entre junho e agosto, com as devidas exceções provocadas pelo fuso horário. O calendário europeu, com o intervalo entre competições no meio do ano (2014/2015, 2015/2016 etc) faz com que a “janela de verão” (deles) seja a mais movimentada, sobretudo no Big 5, termo usado pelo próprio TMS para definir Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália.

Dados internacionais entre 1º de junho e 31 de agosto, antes do #deadlineday:

2015
5.816 jogadores negociados
US$ 2,7 bilhões em 936 vendas (16% dos atletas)

2014
6.013 jogadores negociados
US$ 2,8 bilhões em 945 vendas (15% dos atletas)

E olhe que o último dia da janela é o justamente o principal, com mais de 400 transferências internacionais, em acordos firmados no apagar das luzes. Uma a cada 3 minutos! Em 2014 isso correspondeu a 500 milhões de dólares movimentados em apenas 24 horas (ainda não saiu o quadro de 2015).

Balanço do Fifa TMS sobre a janela brasileira em 2015. Crédito: Fifa TMS/twitter

No Brasil, o saldo histórico é o de cash recebido. Este ano, por exemplo, a diferença entre gasto e receita foi de US$ 85 milhões! Em relação à chegada de jogadores (527, ou 148 a mais que a saída), a explicação se deve ao formato dos acordos, com 63% sem contrato com outros clubes (logo, mais baratos).

No momento em que se “paga” pelo empréstimo ou se formaliza a compra dos direitos econômicos, os atletas brasileiros seguem imbatíveis. No cenário mundial, foram 622 transferências internacionais, 286 a mais que a segunda nacionalidade mais procurada, a francesa. São alguns dos números guardados lá no escritório de vendas e marketing do TMS, comandado por Mia.

Número de jogadores transferidos internacionalmente (01/06 a 31/08 de 2015), divididos pelas nacionalidades. Crédito: Fifa/TMS

O custo de um árbitro a cada jogo nas principais ligas nacionais de 2015

Escudo da arbitragem brasileira. Crédito: CBF

As seguidas (e justas) críticas ao trabalho dos árbitros no Brasileirão de 2015 levantou mais uma vez sobre a estrutura atual de arbitragem, bastante falha. Tanto na preparação quanto no controle. Um caso local, o árbitro Emerson Sobral, serve como exemplo, sendo ao mesmo tempo o recordista de jogos decisivos no Estadual e também de punições desde 2010. Em defesa dos árbitros e assistentes, há de se ressaltar o amadorismo da categoria em um meio marcado por receitas cada vez maiores aos demais atores.

Um quadro produzido pela Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf) e divulgado no programa Seleção Sportv comparou a situação dos árbitros brazucas a outras ligas tradicionais, com as cotas cada um nos campeonatos nacionais da primeira divisão em 2015 (entre as principais, falou a Bundesliga). Além de o valor por jogo ser o mais baixo, o Brasil ainda tem a particularidade de não ter receita mensal. Só em outro lugar acontecer isso, na Premier League. Entretanto, cada juiz inglês receber R$ 100 mil por jogo, podendo chegar a renda mensal de até 400 mil reais (ou 68 mil libras esterlinas, a moeda inglesa).

Na prática, apenas os dez árbitros brasileiros com a insígnia da Fifa têm uma condição financeira mais favorável, devido ao maior repasse.

Cota do árbitro por jogo (R$)
100 mil – Inglaterra
17,0 mil – Itália
15,5 mil – Espanha
10,0 mil – França
2,6 mil – Argentina
2,6 mil – Brasil

Salário do árbitro (R$)*
46,2 mil – Espanha
33,6 mil – Itália
11,5 mil – França
18,0 mil – Argentina
*Na Inglaterra e no Brasil não há remuneração fixa. 

No Brasil, até a década de 1990, o pagamento ao trio de arbitragem era atrelado às bilheterias das partidas. O trio ganhava 1% da renda bruta, sendo 0,5% para o árbitro e 0,25% para cada assistente. Voltando ao presente, o contraponto sobre o amadorismo. Que a arbitragem seja profissionalizada pela CBF (Por que a resistência?), acabando os “bicos” e criando uma tendência de melhora técnica, para resultados mais justos. Paralelamente a isso, aumentará a cobrança por bons trabalhos, sem espaço para desculpas esfarrapadas.