Cansando de perder gols, Sport empata com o Atlético-PR numa Ilha fechada

Série A 2015, 36ª rodada: Sport x Atlético-PR. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Em uma Ilha do Retiro silenciada pelo STJD, punindo o clube pelo vandalismo da Torcida Jovem, uma organizada proibida pela direção rubro-negra, o Sport ficou no 0 x 0 com o Atlético-PR. O time pernambucano sentiu a falta da pressão exercida no estádio, onde somou a maioria dos seus 53 pontos no Brasileirão. Ainda assim, lutou bastante, o suficiente para lamentar bastante o empate.

Após um primeiro tempo equilibrado, com o Leão reclamando um pênalti em Marlone, o time sufocou o Furacão na retomada do jogo. Foram inúmeras oportunidades. Brocador (no lugar do suspenso André, um baita desfalque), Régis, Diego Souza… Quase sempre parando no goleiro Weverton, fazendo por merecer os 200 jogos com a camisa paranaense. Quando a bola passou por ele, a trave também ajudou o visitante. A partida tensa, mesmo numa noite vazia, se estendeu até os 49 minutos, com o Sport todo no ataque.

No último lance, Durval recebeu na ponta da área e chutou, com a bola batendo no braço do defensor atleticano, que visivelmente tentou proteger o rosto. Em situações normais, sem polêmica. Bola na mão. Porém, nessa orientação da CBF aos árbitros desta Série A, vários lances bem parecidos foram marcados. Na última rodada, por exemplo, a favor do Cruzeiro contra o Sport. De nada adiantou reclamar. Apesar de alguns torcedores terem assistido ao jogo num telão do lado de fora, o clima de fim de feira imperou na Ilha. O time está a três pontos do G4 a duas rodadas do fim. Matematicamente, possível. Na prática, o que já era bem difícil pode ter ficado para uma próxima…

Série A 2015, 36ª rodada: Sport x Atlético-PR. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A carreata do Santa Cruz rumo à Série A

A triunfal chegada do Santa Cruz no Recife. Do desembarque no Aeroporto Internacional dos Guararapes, o time seguiu numa carreata até o Arruda, com buzinaço, festa, fogos e uma alegria sem igual. Confira um álbum com 25 fotos, produzidas pela assessoria coral e pelo Superesportes.

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Podcast 45 (190º) – Raio x sobre o acesso do Santa Cruz, com projeção sobre 2016

Série B 2015, 37ª rodada: Mogi Mirim 0x3 Santa Cruz. Foto: Luciano Claudino/Estadão conteúdo

A saga do Santa Cruz nesta volta à primeira divisão, numa caminhada iniciada em 2011, ainda na Série D, pautou a edição especial do 45 minutos. Foi um verdadeiro “SantaCast”, com 1h36. Analisamos a campanha, a importância de Marcelo Martelotte e Grafite, a gestão de Alírio Moraes, com Constantino Júnior à frente do futebol (esse esteve presente nos três acessos), a possível reformulação do elenco coral para a Série A em 2016, a possibilidade de jogar a Copa Sul-Americana já na próxima temporada (ganhar do Vitória e terminar como vice-campeão da Série B ajudaria muito) e as mudanças na receita do clube com a possível cota de R$ 25 milhões da televisão. Um raio x tricolor.

Confira um infográfico com as principais atrações do programa aqui.

Nesta 190ª edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto. Ouça agora ou quando quiser!

A cada letra, um novo passo na história do Santa Cruz no futebol nacional

Os acessos do Santa Cruz em 2011 (Série C), 2013 (Série B) e 2015 (Série A). Fotos: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A última letra foi alcançada…

Em dez anos, o Santa Cruz foi da primeira para a quarta divisão e de lá retornou à elite do Campeonato Brasileiro. Trata-se de uma derrocada sem precedentes e uma volta por cima como nunca se viu no país. Em 2011, 2013 e 2015 o Tricolor deu os maiores passos para a sua reconstrução.

Os quatro títulos estaduais nos últimos cinco anos sacudiram a autoestima, mas sair do limbo nacional era questão de honra para um clube tão grande, tão tradicional, tão querido. A cada acesso conquistado no campo, legitimamente, uma letra erguida pelo povão simbolizando novos ares no futebol.

Treze, Betim e Mogi entraram às avessas na vida do Santa. Do nervosismo diante de 59 mil pessoas contra os paraibanos, quando o calvário começou a acabar. No gol de Caça-Rato, ao vivo para todo o Brasil, dando ao clube a decência de um calendário completo. Por fim, a goleada em Itu, com 1.400 tricolores presentes e outros tantos torcendo de longe. Juntas, as três letras têm um significado único.

Da Série D para a C
16/10/2011 – Santa Cruz 0 x 0 Treze (quartas de final)

Da Série C para a B
03/11/2013 – Santa Cruz 2 x 1 Betim (quartas de final)

Da Série B para a A
21/11/2015 – Mogi Mirim 0 x 3 Santa Cruz (37ª rodada)

A “última letra” é na verdadeira a primeira… para uma nova e merecida história.

Antes da rivalidade no Brasileirão, a cordialidade virtual entre Sport e Santa

Os dois clubes mais populares de Pernambuco estão na Série A de 2016. A volta do Santa Cruz após uma década oscilando nas divisões nacionais recebeu os parabéns do futuro adversário na elite, o Sport. Através da conta oficial no Twitter, os leoninos levantaram a bandeira do futebol nordestino. Os tricolores agradeceram a gentileza virtual e também enalteceram o crescimento regional.

Rivais, sim. Inimigos, jamais.

Relembre as 13 edições do Clássico das Multidões no Brasileirão aqui.

Obs. Corinthians e Botafogo, campeões das Séries A e B, e a CBF também deram os parabéns aos corais via rede social.

 

Clássico das Multidões na Série A

O Clássico das Multidões está de volta ao Brasileirão. Santa Cruz e Sport vão se enfrentar na primeira divisão após 15 anos, com dois confrontos agendados em 2016. Com 13 partidas disputadas, o retrospecto aponta equilibrado, com uma leve vantagem para os rubro-negros no número de vitórias (5 x 4). Em relação ao público, fazendo valer o apelido, até hoje foram 333.559 torcedores contabilizados no borderô, com uma média de 25.658 espectadores.

O clássico mais popular do estado tem uma história formada basicamente pela década de 1970, com dez partidas no período. Nos últimos 35 anos foram apenas três partidas na Série A, sendo o hiato atual o maior já visto. Estava mais que na hora de voltar. Abaixo, registros fotográficos do Diario de Pernambuco de todos os confrontos.

5 vitórias do Sport (17 gols)
4 vitórias do Santa (15 gols)
4 empates

Curiosidade: o jogo com mais gols ocorreu em 1975, no Arruda, num empate pela primeira fase do campeonato. Foram seis gols, todos marcados no primeiro tempo! E cada time ainda teve um jogador expulso…

21/10/2001 – Sport 1 x 2 Santa Cruz
Gols: Fabinho (S); Luizinho Vieira e Grafite (SC)
Público: 22.082

Série A 2001: Sport 1x2 Santa Cruz. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

04/10/2000 – Santa Cruz 0 x 3 Sport
Gols: Adriano e Leonardo (2) (S)
Público: 47.924

Série A 2000: Santa Cruz 0x3 Sport. Foto: Heitor Cunha/DP/D.A Press

04/09/1988 – Santa Cruz 0 x 1 Sport
Gols: Baiano (S)
Público: 18.014

Série A 1988: Santa Cruz 0x1 Sport. Foto: Francisco Silva/DP/D.A Press

21/10/1979 – Santa Cruz 0 x 1 Sport
Gols: Denô (S)
Público: 14.942

Série A 1979: Santa Cruz 0x1 Sport. Foto: Arquivo/DP

02/07/1978 – Santa Cruz 3 x 0 Sport
Gols: Joãozinho, Fumanchu e Nunes (SC)
Público: 39.678

Série A 1978: Santa Cruz 3x0 Sport. Foto: Arquivo/DP

23/04/1978 – Santa Cruz 1 x 0 Sport
Gols: Betinho (SC)
Público: 25.761

Série A 1978: Santa Cruz 1x0 Sport. Foto: Arquivo/DP

06/11/1977 – Santa Cruz 1 x 1 Sport
Gols: Fumanchu (SC); Mauro Madureira (S)
Público: 25.723

Série A 1977: Santa Cruz 1x1 Sport. Foto: Arquivo/DP

04/09/1976 – Sport 1 x 0 Santa Cruz
Gols: Assis Paraíba (S)
Público: 22.775

Série A 1976: Sport 1x0 Santa Cruz. Foto: Arquivo/DP

23/11/1975 – Sport 1 x 3 Santa Cruz
Gols: Luciano (S); Carlos Alberto e Fumanchu (2) (SC)
Público: 27.020

Série A 1975: Sport 1x3 Santa Cruz. Foto: Arquivo/DP

28/09/1975 – Santa Cruz 3 x 3 Sport
Gols: Pedrinho, Fumanchu e Ramon (SC); Dadá Maravilha (2) e Perez (S)
Público: 30.653

Série A 1975: Santa Cruz 3x3 Sport. Foto: Arquivo/DP

05/06/1974 – Santa Cruz 0 x 3 Sport
Gols: Ditinho, Fumanchu e Rubem Salim (S)
Público: 19.406

Série A 1974: Santa Cruz 0x3 Sport. Foto: Arquivo/DP

25/11/1973 – Santa Cruz 1 x 1 Sport
Gols: Luciano (SC); Odilon (S)
Público: 29.948

Série A 1973: Santa Cruz 1x1 Sport. Foto: Arquivo/DP

24/10/1971 – Sport 1 x 1 Santa Cruz
Gols: Vanderlei (S), Ramon (SC)
Público: 9.723

Série A 1971: Sport 1x1 Santa Cruz. Foto: Arquivo/DP

O povão jamais irá largar o Santa Cruz

Série C 2013, Santa Cruz x Betim. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press

A história do Santa Cruz é fundamentada na inclusão social. Popular desde 1914, o Tricolor já ostentou diante do seu povo um dos grandes times de futebol do país, pentacampeão pernambucano e com craques brigando pelo título brasileiro até o fim. Há quatro décadas tem no Arruda o seu sinônimo de gigantismo, erguido para abrigar a todos, nas boas e nas más.

As grandes vitórias e multidões vistas no Mundão, sem distinção, estão num lugar de honra nos verbetes sobre o clube. Mas há de se considerar que os últimos anos reescreveram o significado do Santa Cruz Futebol Clube. Da primeira divisão até o porão, numa derrocada testemunhada pela incredulidade, o clube sobreviveu à margem das migalhas de quem banca o esporte. Se manteve acordado por sua torcida. Exclusivamente por sua fiel torcida. Uma prova de amor de quem incluiu o Santinha em sua vida muito além do futebol.

Dos anéis de concreto abarrotados na Série D, sem paralelo com os representantes em campo, à já memorável invasão em Itu cercada de ansiedade pela volta à elite e com um time empolgante, vimos uma retomada sem precedentes no Brasil. Nem mesmo no exterior é fácil encontrar um time que caiu tanto e voltou ao topo no campo. Ainda mais num intervalo de dez anos, uma década de emoções que jamais sairão da aura do torcedor coral.

Ser tricolor, hoje, é saber que nenhum, literalmente nenhum outro torcedor no país passou por algo parecido em relação à entrega, devoção e renascimento.

Sabemos todos, o povão jamais irá largar o Santa Cruz.

Sobretudo porque o povão é o Santa Cruz…

Náutico vence o Bahia, mas não evita 2015 frustrante e incertezas sobre 2016

Série B 2015, 37ª rodada: Náutico x Bahia. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O público na Arena Pernambuco foi pequeno, mas ainda assim acima do que se imaginava. Com o Náutico quase sem chances de acesso, o borderô com 1.666 espectadores surpreendeu, mesmo sendo ínfimo. Era uma gente esperançosa, que teimou e, corretamente, não largou o Náutico. Uma torcida que, no sábado, ao menos teve a alegria de vencer o clássico nordestino contra o Bahia. E só.

Aos alvirrubros, infelizmente, o 1 x 0, com Fabiano Eller pegando um rebote aos 17 minutos, foi insuficiente. No intervalo a esperança até se mantinha, com o Santa passando em branco em Itu. Depois, a cada gol coral, com o público informado via rádio e tevês nos celulares, ficou o desapego a 2015. A lanterna no hexagonal pernambucano, a eliminação na primeira fase do Nordestão e a brusca queda de rendimento na Série B após cinco vitórias nas seis primeiras rodadas. Inegavelmente, um ano negativo, somando ao caos administrativo e com uma eleição presidencial em dezembro, com o MTA em xeque.

A reformulação no Náutico, num enfraquecimento ampliado com os dois rivais na elite, deve ser grande em 2016. A princípio, só terá Estadual e Série B, com uma boa chance de ir à Copa do Brasil via ranking da CBF. Somando tudo, com boa vontade, R$ 6 milhões em cotas. Pouco. O jejum desde 2004 só aumentará a pressão da torcida, que precisará se fazer mais presente para mudar o cenário.

Série B 2015, 37ª rodada: Náutico 1x0 Bahia. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Com arrancada empolgante, o Santa Cruz conclui a sua caminhada à Série A

Série A 2015, 37ª rodada: Mogi Mirim x Santa Cruz. Foto: Yuri de Lira/DP/D.A Press

Chegou o Dia A. Após uma década perambulando em todos os cantos do país em uma provação para toda a vida, o Santa Cruz chegou lá. Apoiado por 1.400 tricolores em Itu, literalmente toda a torcida presente, o Tricolor goleou o Mogi Mirim e confirmou a arrancada na Série B, com cinco vitórias seguidas. O futebol competitivo visto na Fonte Nova e no Engenhão apareceu no segundo tempo de um sábado tenso, natural em um jogo tão importante para uma geração de corais. Uma história que passou a ser acompanhada por quem gosta de futebol no país, que, aliás, assistiu ao vivo na tevê aberta.

Lá no Novelli Júnior, ainda pela manhã começara a ocupação do povão, que viajou do Recife, pousou em São Paulo e encarou 102 quilômetros de ônibus. Tudo para ver in loco ao renascimento do clube das multidões. Essa ansiedade era geral, se estendendo aos jogadores. Bastava uma vitória simples diante de um adversário rebaixado, sem vitória há doze rodadas. Na teoria, ok. Em campo, era preciso a seriedade que se tornou uma marca do time comandado por Marcelo Martelotte, mas a ansiedade atrapalhou.

Série A 2015, 37ª rodada: Mogi Mirim x Santa Cruz. Foto: LUCIANO CLAUDINO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

Mais do que orientação tática, o técnico gastou a voz pedindo calma ao time, visivelmente tenso com a possibilidade tão real de obter o acesso. Apesar da lanterna, o Mogi Mirim correu mais que de costume. Parecia animado com incentivo financeiro dos adversários do Tricolor. A irritação do treinador coral foi assimilada pelo time, que desceu unido para o vestiário, consciente da situação. O time voltou muito bem, dominando as ações, investindo bem pelo lado esquerdo e deixando o Mogi sem reação.

Lembrou a atuação diante do Botafogo, até porque foram três gols na segunda etapa, cravando o 3 x 0. De pênalti com Daniel Costa e outros dois de rebote com Bruno Moraes (no lugar do suspenso Grafite, símbolo-mor dessa campanha) e Bileu. Festa em São Paulo, festa em Pernambuco, festa do povão. O Santa Cruz está no Brasileirão de 2016. Da D pra A, no campo. Com todos os méritos. Parabéns aos tricolores!

Série A 2015, 37ª rodada: Mogi Mirim x Santa Cruz. Foto: LUCIANO CLAUDINO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

O aperto financeiro via TV, em 2016, já começa no Campeonato Pernambucano

Infográfico do Podcast 45 Minutos, edição 189. Arte: Fred Figueiroa/DP/D.A Press

O quadro acima escancara o abismo financeiro já nos primeiros quatro meses da temporada 2016, durante os estaduais. Com contrato de transmissão firmado até 2018, o Campeonato Pernambucano custa R$ 3,84 milhões por ano à Globo Nordeste. É um dos orçamentos mais altos na região, ao lado da Bahia. Náutico, Santa Cruz e Sport recebem, cada um, R$ 950 mil. Juntos, os grandes clubes da capital representam 74% da cota, articulada a partir da rivalidade.

Contudo, a verba se torna ínfima se comparada ao maior estadual do país, o Paulistão. E nem se trata apenas de Corinthians, São Paulo, Palmeiras ou Santos, com mercados bem maiores (audiência e renda per capita). Cada um receberá R$ 17 milhões, via Globo SP, segundo a coluna Painel FC, da Folha de S. Paulo. O verdadeiro contraponto é a Ponte Preta, na zona intermediária.

Pelo novo acordo, a Macaca receberá R$ 5 milhões por 15 jogos na primeira fase. Em Pernambuco, a participação no hexagonal significa dez partidas. Ou seja, enquanto a Ponte receberá R$ 333 mil por apresentação, alvirrubros, tricolores e rubro-negros ganharão R$ 95 mil. Nem somando o Nordestão (R$ 505 mil na fase de grupos) a situação muda. E olhe que até os pequenos de São Paulo, como Ituano e Mogi Mirim, receberão mais, com R$ 3 milhões…

Paulistão (por 15 jogos na primeira fase)
R$ 17 milhões – Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos
R$ 5 milhões – Ponte Preta
R$ 3 milhões – Os outros 15 participantes

Por jogo: R$ 1,13 milhão (grandes), R$ 333 mil (Ponte) e R$ 200 mil (pequenos)

Pernambucano (por 10 jogos no hexagonal)
R$ 950 mil – Náutico, Santa Cruz e Sport
R$ 110 mil – Os outros 9 participantes

Por jogo: R$ 95 mil (grandes) e R$ 11 mil (pequenos)

Após os quatro meses de aperto, vem o Brasileirão. E o buraco aumenta…