O confronto entre Sport e Danubio do Uruguai, pela Sula, reúne também a idolatria por um mesmo jogador, Raúl Bentancor. O meia uruguaio jogou onze temporadas na Franja e cinco no Leão, entre 1947 e 1963. Marcado em ambos.
No site do Danubio, o jogador é descrito da seguinte forma: “Está entre los más grandes goleadores danubianos de la historia” Começou no juvenil, ganhando a titularidade no segundo ano e ficando até 1957. Segundo o clube, marcou uma “infinidad de goles”, numa estatística não contabilizada. Chegou a ser vice-campeão nacional em 1954, época na qual já defendia a seleção celeste.
Bentancor no Danubio 11 temporadas (1947-1957) 280 jogos Vice-campeão uruguaio em 1954
Em 1959, o Sport procurava um reforço internacional com a raça característica de argentinos e uruguaios. Indicado pelo conterrâneo Morel, campeão estadual um ano antes, Bentancor se encaixava no perfil. Na Ilha, vindo do Montevideo Wanderers, ele foi além, virando referência técnica e apelidado de “O Bigode que Joga”. Em 2011 foi eleito para a seleção histórica do Leão, quase unânime. Segundo dados de Carlos Celso Cordeiro, foi titular em quase toda a passagem, ou 250 jogos (98%), sendo um dos principais meias goleadores do clube.
Bentancor no Sport 5 temporadas (1959-1963) 254 jogos 91 gols Campeão pernambucano em 1961 e 1962
Após pendurar as chuteiras, Bentancor seguiu no futebol. Tornou-se treinador, comandando, também, Sport e Danubio. O ex-craque faleceu em 4 de maio de 2012, aos 82 anos. Em 2017, espera-se uma (justa) homenagem dupla…
A Copa Sul-Americana de 2017 marca o primeiro confronto oficial entre clubes pernambucanos e uruguaios. O Sport foi sorteado na 18ª chave, junto ao Danubio Fútbol Club, de Montevidéu, que curiosamente divide um ídolo com o rubro-negro, Raúl Bentancor, meia uruguaio de sucesso nas décadas de 1950 e 1960. Com quatro títulos nacionais, La Franja terminou a última liga uruguaia em 3º lugar. Vai para a sua 9ª participação na Sula, enquanto o Leão encara a 5ª campanha internacional, tendo chegado no máximo às oitavas de final.
Considerando o calendário oficial, os jogos devem acontecer em 6 de abril, na Ilha do Retiro, e 10 de maio, na capital uruguaia. No mítico Centenário ou na casa do rival Defensor, o Luiz Franzini, com capacidade para 18 mil hinchas.
O sorteio da Sula aconteceu na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai. Os 44 participantes (ignorando Santa e Paysandu, limados numa canetada da entidade) foram divididos em 22 chaves (abaixo), sem distinção de país. Esta etapa vai até 1º de junho, com os classificados se juntando a dez clubes eliminados até a fase de grupos da Libertadores. Com 32 clubes na segunda fase, será feito um novo sorteio, com o chaveamento definitivo do torneio.
Os confrontos dos representantes brasileiros G10 – Universidad de Chile (Chile) x Corinthians (define fora) G12 – Gimnasia y Esgrima (Argentina) x Ponte Preta (fora) G18 – Danubio (Uruguai) x Sport (fora) G20 – Nacional (Paraguai) x Cruzeiro (fora) G21 – Defensa y Justicia (Argentina) x São Paulo (casa) G22 – Liverpool (Uruguai) x Fluminense (fora)
Agenda da Sula para os brasileiros (12 datas) 1ª fase – 06/04 e 10/05 2ª fase – 05/07 e 26/07 Oitavas – 13/09 e 20/09 Quartas – 25/10 e 01/11 Semifinal – 22/11 e 30/11 Final – 06/12 e 13/12
A Conmebol não divulgou uma atualização nas premiações. Portanto, repetindo os valores de 2016, eis as cotas de cada fase da Sula nesta temporada.
(US$ 1 = R$ 3,15, a cotação de 31/01/2017) 1ª fase: US$ 250 mil (R$ 787 mil) 2ª fase: US$ 300 mil (R$ 945 mil) Oitavas: US$ 375 mil (R$ 1,18 milhão) Quartas: US$ 450 mil (R$ 1,41 milhão Semifinal: US$ 550 mil (R$ 1,73 milhão) Vice: US$ 1 milhão (R$ 3,15 milhões) Campeão: US$ 2 milhões (R$ 6,30 milhões)
Campeão (soma de todas as cotas): US$ 3,925 milhões (R$ 12,36 milhões)
Em 6 de dezembro de 2009, num Maracanã repleto, o Flamengo venceu o Grêmio por 2 x 1, com um gol de cabeça de Ronaldo Angelim, e conquistou o pentacampeonato brasileiro. O time, que contava com Adriano e Petkovic em grande fase, era comandado por Andrade, ex-jogador do rubro-clube e campeoníssimo na década de 1980. Iniciou a carreira já com um título de Série A. Porém, sete anos depois, segue sem se firmar na primeira divisão.
Passados 2.612 dias, mais um passo surpreendente (não necessariamente positivo) na carreira de Andrade. O treinador, hoje com 59 anos, foi anunciado pelo Petrolina. Não adianta puxar pela memória, pois a Fera Sertaneja não está na primeira divisão pernambucana. Em 2016 não disputou sequer a segundona, pois alegou problemas financeiros para se licenciar na ocasião. Volta à Série A2 no segundo semestre de 2017, com um treinador improvável.
Após o titulo no Fla, Andrade trabalhou em apenas cinco clubes, sempre com passagens curtas: Brasiliense (2010), Paysandu (2011), Boavista-RJ (2012), São João da Barra-RJ (2014) e Jacobina-BA (2015). No Petrolina, tentará colocar clube na elite após cinco anos. Em termos de torcida na Associação Rural, talvez se apoie na presença flamenguista no Sertão do São Francisco. Na última pesquisa na região, via instituto Opine, em 2008, o Trio de Ferro só tinha 6,8%, com forte influência do clube carioca. Agora personificada em Andrade.
O empate entre Náutico e Santa Cruz, válido pela 1ª rodada do hexagonal do título do Campeonato Pernambucano de 2017, registrou o pior público em 17 clássicos realizados na Arena Pernambuco desde a abertura, há quatro anos. Foram apenas 4.622 espectadores. Para completar, o borderô oficial, divulgado somente no dia seguinte, apresenta o número intrigante de pagantes. Apenas 2.764, sendo 1.888 alvirrubros e 876 tricolores. Faltou algo? Sim, o número de gratuidades, com 1.858 pessoas girando as catracas!
Nos últimos quatro Clássicos das Emoções com borderôs à disposição na web, o jogo desta temporada foi o que contou com mais não pagantes, que corresponderam a 40% do total. Justamente no jogo de menor público.
Claro, havia muita gente trabalhando durante a partida (seguranças, jornalistas, organizadores etc), além de 400 ingressos autorizados para o clube mandante, mas o dado geral ficou bem acima da média. No fim, uma bilheteria de R$ 75,6 mil, resultando numa renda líquida de R$ 44.695. Dado irrisório num clássico quase centenário e quase sem pagantes…
Gratuidades no Clássico das Emoções na Arena: 11/07/2015 – Náutico 2 x 0 Santa Cruz – 1.658 (13,7% de 12.085) 01/02/2016 – Náutico 2 x 0 Santa Cruz – 1.043 (11,2% de 9.296) 24/04/2016 – Náutico 1 x 2 Santa Cruz – 1.506 (9,6% de 15.596) 29/01/2017 – Náutico 1 x 1 Santa Cruz – 1.858 (40,1% de 4.622)
O público pífio na abertura do Estadual, o menor neste formato com hexagonal do título, mostrou uma faceta inacreditável do presidente da FPF, que parece se negar a enxergar os problemas da competição que organiza.
Em entrevista ao repórter Alexandre Arditti, do Jornal do Commercio, Evandro Carvalho não só ameaçou a continuidade do torneio regional como inverteu a ordem que mantém a estrutura atual do futebol brasileiro. A seguir, as cinco aspas publicadas (em negrito) e as observações do blog.
“Do modo que está (a Copa do Nordeste), com 20 clubes e quatro meses de disputa, não dá. Ou o Nordestão volta a ser uma copa, iniciando e terminando antes dos Estaduais ou tem que ser extinto” Mesmo ampliado, de 16 para 20 clubes, em 2015, o torneio manteve a mesma estrutura de 12 datas (6 na fase de grupos e quartas, semi e final em ida e volta). Desde a volta ao calendário oficial, em 2013, o regional foi realizado paralelamente ao Pernambucano, cuja média de público variou de 4,5 mil a 6,3 mil nos anos com TCN. Mais: enquanto presidente, Evandro não viu este cenário sugerido por ele. O que não dá, mesmo, é a autorização de gramados, mesmo na primeira fase, como ocorreu no Estadual 2017. Era única opção para iniciar o campeonato? Então nota-se que é preciso repensar o Campeonato Pernambucano, e não a Copa do Nordeste, ascendente financeiramente há 5 anos (de R$ 5,6 mi para R$ 18,5 milhões em premiações).
“A Copa do Nordeste está desvirtuada. A CBF misturou futebol e política e estrangulou os Estaduais. Não temos mais datas. Os Estaduais na região passam por dificuldades, mas estamos num momento de reviravolta. Temos que resolver isso de uma vez por todas. Não podemos esperar” A segunda sentença beira o surrealismo, pois foi justamente a política, das federações junto à CBF, que tirou o Nordestão do calendário nacional, em 2003. Em 2001/2002, quando o regional foi disputado com turno (15 rodadas) e mata-mata, no auge econômico-esportivo, as federações da região enfraqueceram a disputa ao condicionar a mudança do Campeonato Brasileiro, que passou a ser de pontos corridos (46 rodadas na época) durante oito meses, à retirada das copas regionais. Porém, a briga foi parar na justiça, com a Liga do Nordeste (que possuía contratos assinados de patrocínio e tevê) exigindo mais de R$ 25 milhões de indenização. Acuada quase uma década depois, a CBF cedeu e incorporou a Lampions até 2022, via acordo judicial. E hoje já paga mais que o Estadual: R$ 600 mil por 4 jogos (podendo chegar a R$ 2,8 milhões por 12) x R$ 950 mil por 10 jogos. Lembrando que o calendário oficial de 2017, apresentado pela CBF em julho de 2016, reduziu a Copa do Nordeste de 12 para 8 datas. O formato atual só foi “autorizado” porque as federações dos estados nordestinos, que ganharam 4 datas, pulando de 14 para 18, “cederam” 4. Não há justificativa no regulamento, restando a constatação óbvia, de dar poder, outra vez, às federações. Logo, o discurso reducionista de Evandro pode, sim, ser aplicado, justamente por um regulamento geral desvirtuado, para usar a mesma palavra.
“Se os Estaduais acabarem, estaremos contribuindo ainda mais para a crise que afeta o país” Para começar, não defendo o fim dos estaduais, mas uma reformulação. De acordo com a diretoria de registro de transferências da CBF, cerca de 80% de todos os 21 mil atletas profissionais do país ganham até R$ 1 mil e só trabalham durante 4 meses. A realização do Estadual, da forma como é hoje, independentemente do Nordestão, não é determinante para essa crise, mas sim o desemprego gerado em 2/3 do ano, com uma estrutura de calendários regulares, no âmbito nacional, para apenas 60 clubes (nas Séries A, B e C). Hoje, existem 766 clubes no país. Somando as quatro divisões, chega-se a 128 times em atividade anual, o que corresponde a 16% do total. O Estadual torna-se quase irrelevante numa análise expandida. Indo além dos empregos, caberia à própria federação a articulação de um contrato de TV (mais recursos, mais condições de pagar folhas e jogadores mais qualificados) ao menos razoável. Hoje, para dar um exemplo, Sport, Náutico e Santa, somados, ganham quase o mesmo da TV que o América-MG no campeonato mineiro (2,85 mi x 2,80 mi).
“Em Pernambuco, sabemos que a extinção do programa Todos com a Nota teria um impacto grande no público. A crise financeira que abala o país é outro fator negativo. Tem também a questão da violência, que assusta os torcedores de bem. Além disso, é início de competição. O Náutico não teve o fim de Série B que se esperava, enquanto o Santa Cruz foi rebaixado” A violência é, sim, um problema crônico, com as (suspensas) uniformizadas. E a saída do Todos com a Nota foi um baque. Primeiro, porque, em alguns anos, o TCN turbinou o quadro geral com fantasmas. Denúncia feita várias vezes pelo Diario. Sem TCN, a competição local de 2016 teve uma média de 3.498, sendo a pior desde 2003, segundo dados da própria FPF. Afinal, foram 17 anos de ingressos subsidiados e o público precisa ser reacostumado a “pagar”, ingresso ou mensalidade de sócio (com acesso livre). Porém, o programa estatal também pode ser visto como uma muleta que impulsionou números num campeonato que há tempos necessitava de ajustes. E Evandro se sustenta em apenas dois pilares, ignorando o formato de uma competição na qual 4 dos 6 se classificam, com 2 dos 3 representantes do interior impedidos de receber os grandes clubes em suas cidades nesta edição. Qual o nível de competitividade disso? São jogos que pouco agregam a uma provável classificação do Trio de Fero, além da falha organizacional (da FPF) em fazer um torneio basicamente no Recife. E a federação que marcou Central (de Caruaru) x Náutico na Ilha do Retiro acha que o problema é o Nordestão?!
“Mas não temos dúvidas que, à medida que o campeonato aquecer, a média de público vai subir”
No mata-mata, a média deve subir, sem dúvida. Mas até lá, o que justifica uma média de 1.077 pessoas, contabilizando os 26 jogos com borderô na 1ª fase e no hexagonal, até o momento? A partir da semifinal, criada em 2010, os motivos são óbvios. Interesse numa disputa real (títulos e vagas nas copas) e a realização de clássicos com algum apelo. Contudo, o formato atual se restringe a quatro jogos à vera. Enquanto isso, liderar o hexagonal com 10 vitórias em 10 jogos não vale uma vantagem concreta, nem esportiva (o mando é único ponto) nem financeira. Exigir que os times atuem com forçam máxima em campanhas com classificações asseguradas em vez de decisivos confrontos no Nordestão e na Copa do Brasil é pensar em benefício próprio, o da FPF, cuja arrecadação caiu bastante em 2016, sem o TCN. Com 8% da renda bruta de todos os jogos, abocanhou R$ 379 mil, contra R$ 612 mil do último ano subsidiado.
Por fim, o posicionamento dos clubes, que não dão um pio. Acho mais grave que a visão do mandatário, porque beira covardia, pra não dizer outra coisa
O maestro carioca Eduardo Souto Neto foi o responsável por um dos jingles mais conhecidos do país, o “Tema da Vitória”. Hoje tocada nas (raras) vitórias brasileiras na Fórmula 1, a canção instrumental foi criada em 1983, a pedido da Rede Globo, para celebrar o vencedor do GP do Brasil, independentemente da nacionalidade. Acabou imortalizada nas 40 (das 41) vitórias de Ayrton Senna.
Pois bem, o mesmo maestro, hoje aos 65 anos, refez os arranjos da trilha oficial da Copa do Nordeste, visando a edição 2017. A gravação, desta vez solicitada pelo Esporte Interativo, foi feita em seu próprio estúdio, em sua casa no Rio de Janeiro. A música, liberada às emissoras de televisão e rádios que exibem o regional, costuma ser tocada na entrada dos times e nos gols.
“Eu gosto muito de futebol e eu procurei fazer uma coisa que fosse exatamente pra cima, porque o tema musical que já existe e que eu acho muito bonito, já tem essa característica toda nordestina naturalmente, já é melodioso e bonito. Faltava aquela coisa para levantar a torcida”.
Ouça à integra (1min15s) da nova versão instrumental da Lampions e opine…
Pelo 9º ano consecutivo, o blog contabiliza os pênaltis marcados e os cartões vermelhos aplicados no Campeonato Pernambucano. Em 2017, como ocorre desde 2009, o levantamento analisa somente o turno principal. Nesta caso, as dez rodadas do hexagonal do título. Ou seja, só entram na conta os dados de Santa Cruz, Sport, Náutico, Salgueiro, Belo Jardim e Central.
Na primeira rodada do hexagonal, de cara, cinco marcações. Um pênalti na Ilha, convertido por Diego Souza, e quatro expulsões. Começou com o lateral centralino Luís Matheus, dando motivo à penalidade ao “espalmar” a bola em cima da linha. No Clássico das Emoções, confusão e um vermelho pra cada (Dudu e Jaime). No Antônio Inácio, Romário, do Calango, tomou dois amarelos.
Pênaltis a favor (1) 1 pênalti – Sport Sem penalidade – Náutico, Santa Cruz, Central, Salgueiro e Belo Jardim
Pênaltis cometidos (1) 1 pênalti – Central Sem penalidade – Náutico, Santa Cruz, Sport, Salgueiro e Belo Jardim
Cartões vermelhos (4) 1º) Sport e Salgueiro – 1 adversário expulso; nenhum vermelho
3º) Náutico e Santa – 1 adversário expulso; 1 vermelho
5º) Central e Belo Jardim – nenhum adversário expulso; 1 vermelho
Entre 2009 e 2011, com doze time e turno e returno, o ranking levou em conta 132 partidas em 22 rodadas. Com o torneio mais enxuto, num hexagonal a partir de 2014, o número de jogos analisados caiu para 30, em 10 rodadas.
Ano (jogos/pênaltis): 2009 (132/48), 2010 (132/70), 2011 (132/46), 2012 (132/57), 2013 (66/35), 2014 (30/6), 2015 (30/7) e 2016 (30/9)
Mais pênaltis a favor 2009 – Náutico (7) 2010 – Náutico (11) 2011 – Náutico e Araripina (7) 2012 – Santa Cruz (8) 2013 – Sport e Porto (6) 2014 – Santa Cruz (2) 2015 – Sport (3) 2016 – Náutico (4)
Mais pênaltis cometidos 2009 – Ypiranga (11) 2010 – Porto (12) 2011 – Petrolina e América (7) 2012 – Araripina (10) 2013 – Belo Jardim (5) 2014 – Porto (4) 2015 – Santa Cruz e Serra Talhada (2) 2016 – América (3)
A rodada de abertura da fase principal do Campeonato Pernambucano de 2017 foi a pior em termos de público e renda desde que a competição passou a ter este formato. Já são quatro temporadas com o hexagonal do título e esta edição foi a única a não reunir sequer dez mil espectadores nos três primeiros jogos. Com 4.622 na Arena (e tevê aberta na capital), 3.821 na Ilha do Retiro (e exibição no pay-per-view) e 228 no Antônio Inácio, em Caruaru, o público total chegou a 8.671 pessoas, um fiasco. Em todos os anos neste formato houve um clássico na abertura, inclusive em 2014, num confronto que acabou adiado – o Clássico dos Clássicos daquela 1ª rodada só ocorreu em fevereiro.
Clássicos na abertura do Estadual: 2014 – 8.784 pessoas (Náutico 2 x 1 Sport) 2015 – 24.143 pessoas (Santa Cruz 0 x 3 Sport) 2016 – 9.296 pessoas (Náutico 2 x 0 Santa Cruz) 2017 – 4.622 pessoas (Náutico 1 x 1 Santa Cruz)
Abaixo, o comparativo nos anos com hexagonal do título. Nos dois primeiros anos os ingressos foram subsidiados pelo governo do estado, via Todos com a Nota. De qualquer forma, caso a comparação seja apenas com 2016, a queda foi de 31% no público e 48% na arrecadação, mesmo com dois jogos no Recife.
Sobre a corrida das multidões (por enquanto, longe disso), o Náutico começou liderando. Dos seis times no hexagonal, apenas o Santa ainda não atuou como mandante, somando todas as fases. Por sinal, considerando toda o torneio, a FPF, mesmo com o quadro pífio, já arrecadou R$ 24.678, ou 8% da renda bruta.
1º) Náutico (1 jogo como mandante, na Arena Pernambuco) Público: 4.622 Taxa de ocupação: 10,0% Renda: R$ 75.615
2º) Sport (1 jogo como mandante, na Ilha do Retiro) Público: 3.821 Taxa de ocupação: 13,9% Renda: R$ 60.780
3º) Salgueiro (3 jogos como mandante, no Cornélio de Barros Público: 6.449 torcedores Média de 2.149 Taxa de ocupação: 17,8% Renda: R$ 26.729 Média de R$ 8.909
4º) Central (3 jogos como mandante; 2 no Lacerdão e 1 no Antônio Inácio) Público: 3.856 torcedores Média de 1.285 Taxa de ocupação: 8,1% Renda: R$ 51.730 Média de R$ 17.243
5º) Belo Jardim (4 jogos como mandante, no Antônio Inácio) Público: 818 torcedores Média de 204 Taxa de ocupação: 2,7% Renda: R$ 6.872 Média de R$ 1.718
Geral – 26* jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência) Público total: 28.009 Média: 1.077 pessoas Arrecadação: R$ 308.486 Média: R$ 11.864 * Mais 4 jogos ocorreram de portões fechados
Fase principal – 3 jogos (hexagonal do título e mata-mata) Público total: 8.671 Média: 2.890 pessoas Arrecadação total: R$ 138.385 Média: R$ 46.131
Começou, de fato, o Campeonato Pernambucano de 2017. Ou seja, o hexagonal do título. No sábado, o Leão passeou diante do Central. Usou o time principal, ignorando o discurso de “Sub 20”. No domingo, um clássico esvaziado. Abrindo o centenário do duelo, alvirrubros e tricolores ficaram num empate. Foi o terceiro ano seguido que o atual campeão estreando num clássico e como visitante. Também no domingo, no Antônio Inácio, já que o gramado em Belo Jardim está vetado, o Calango foi derrotado pelo Salgueiro – que já larga bem outra vez. Nas arquibancadas, apenas 8.671 pessoas, com média de 2.890. Pois é. Lembrando que o torneio será intercalado com o Nordestão. No caso, haverá uma rodada no meio de semana antes da pausa para o regional e para a Copa do Brasil.
Nos três jogos realizados nesta fase do #PE2017 saíram 7 gols, com média de 2,3. Em relação à artilharia, que a FPF oficialmente considera apenas os dados do hexagonal e o mata-mata, Rogério, Diego Souza e Lenis (Sport), Anselmo (Náutico), Léo Costa (Santa), Daniel e Dadá (Salgueiro) começaram liderando econômica lista, com 1 gol cada.
Sport 3 x 0 Central – Em ritmo de treino o Leão fez uma apresentação melhor, técnica e fisicamente, do que na estreia no Nordestão – sem DS na ocasião.
Náutico 1 x 1 Santa Cruz – Os rivais decepcionaram no primeiro confronto, com poucas chances. Ao menos, houve emoção a partir dos 44 do 2º tempo.
Belo Jardim 0 x 2 Salgueiro – Favorito entre os interioranos, o Carcará largou bem já como visitante. Deve ser o único a receber os grandes em seu campo.
Destaque: Diego Souza. O camisa 87 comandou o Sport no sábado, tanto na armação quanto na finalização. E não foi poupado, atuando os 90 minutos.
Carcaça: Péricles Bassols. O árbitro do clássico falhou tanto na questão disciplinar (um vermelho a menos) quanto na técnica (pênalti não marcado)
Próxima rodada 01/02 (20h30) – Central x Náutico, Antônio Inácio (Premiere) 01/02 (21h30) – Santa Cruz x Belo Jardim, Arruda (Globo NE) 02/02 (20h30) – Salgueiro x Sport, Cornélio de Barros (Premiere)
A classificação atualizada do hexagonal do título após a 1ª rodada.
O primeiro dos vários clássicos entre alvirrubros e tricolores em 2017 guardou as emoções para os minutos finais, após uma tarde de muitos erros, dos dois times e do árbitro Péricles Bassols, que escapou de ser o principal personagem do jogo. Até os 44 minutos do segundo tempo, o empate seguia em branco, com pouquíssimas oportunidades efetivas – até então, uma para cada lado, ainda na primeira etapa, com o agora alvirrubro Tiago Cardoso espalmando um belo chute de Léo Costa e o agora tricolor Júlio César evitando um gol contra. Então, surgiu um lançamento preciso para Anselmo, com o centroavante dominando rápido, ganhando do marcador e batendo rasteiro para abrir o placar para o Náutico.
Seria o gol da vitória, com o ritmo do confronto àquele altura. Nos descontos, com o cronômetro já passando de 48, numa falta na entrada da área, Léo Costa mandou para as redes – o camisa 10 marcou os três gols corais na temporada, somando Asa Branca, Nordestão e Estadual. Empate em 1 x 1 e apito final. Quase um “alívio” para Bassols, o árbitro importado pela FPF nesta edição.
Durante o jogo, o carioca falhou bastante na questão disciplinar, sobretudo aos 39 minutos, quando expulsou Dudu e Jaime. Dudu, correto. Para Jaime, cabia um amarelo. Na confusão, Rodrigo Souza também poderia ter sido advertido. E o causador de tudo, André Luís, com uma cotovelada em Dudu, passou ileso. Aos 20 da etapa complementar, outra polêmica, com um pênalti não assinalado em André Luís, claramente puxado (e desequilibrado) por Páscoa. Sim, o mesmo atacante tricolor que sequer deveria estar em campo.
Sem objetividade ofensiva, a partida foi ganhando contornos violentos, com faltas duras e pouca repreensão. Muita conversa e um amarelo aqui, outro ali. De certa forma, justificou o baixíssimo público presente, com apenas 4.622 torcedores, o menor em 17 clássicos realizados na Arena Pernambuco – quatro pessoas a menos que o “recorde” anterior, um Clássico das Emoções em 2015. Neste ponta-pé inicial do Pernambucano do Santa, em busca do tri, e do Náutico, querendo encerrar o jejum desde 2004, ficou o desejo por um pouco mais emoção nos próximos duelos, não só no apagar das luzes.