Os clássicos mais antigos do país, com Náutico, Sport e Santa Cruz desde 1917

Os primeiros registros fotográficos do Náutico (1910), Sport (1905) e Santa Cruz (1917)

Os três clássicos pernambucanos estão entre os quinze mais antigos do país, iniciados ainda nos primórdios da era amadora. Considerando a lista com os confrontos estaduais mais tradicionais, Náutico x Sport só não figurou em segundo lugar por causa de uma semana, perdendo o posto para o Grenal. Fundado como alvinegro, o Santa Cruz mudou para o padrão “cobra-coral” dois meses antes do primeiro embate contra o Sport, no antigo campo do British Club, que já havia sido o palco do pioneiro Clássico dos Clássicos. Já o primeiro capítulo do Clássico das Emoções, válido por um torneio beneficente em 1917, aconteceu nos Aflitos, na época ainda pertencente à Liga Sportiva Pernambucana – somente no ano seguinte passaria para o clube alvirrubro.

Relembre os primeiros times de Náutico, Sport e Santa Cruz clicando aqui.

O primeiro jogo
1º) Fluminense 6 x 0 Botafogo (Clássico Vovô), 22/10/1905
2º) Grêmio 10 x 0 Internacional (Gre-Nal), 18/07/1909
3º) Náutico 3 x 1 Sport (Clássico dos Clássicos), 25/07/1909
4º) Ponte Preta x Guarani* (Dérbi Campineiro), 24/03/1912
5º) Fluminense 3 x 2 Flamengo (Fla-Flu), 07/07/1912
6º) Botafogo 1 x 0 Flamengo (Clássico da Rivalidade), 13/03/1913
7º) Santos 6 x 3 Corinthians (Clássico Alvinegro), 22/06/1913
8º) Atlético-MG 1 x 1 América-MG (Galo x Coelho), 15/11/1913
9º) Remo 2 x 1 Paysandu (Re-Pa), 10/06/1914
10º) ABC 4 x 0 América-RN (Clássico Rei), 26/09/1915

11º) Santos 7 x 0 Palmeiras (Clássico da Saudade), 03/10/1915
12º) Sport 2 x 0 Santa Cruz (Clássico das Multidões), 06/05/1916
13º) CSA 1 x 0 CRB (Clássico das Multidões), 07/09/1916

14º) Palmeiras 3 x 0 Corinthians (Derby Paulista), 06/05/1917
15º) Santa Cruz 3 x 0 Náutico (Clássico das Emoções), 29/06/1917
16º) Ceará 2 x 0 Fortaleza (Clássico Rei), 17/12/1918
17º) Cruzeiro 3 x 0 Atlético-MG (Raposa x Galo), 17/04/1921
18º) América-MG 2 x 0 Cruzeiro (Coelho x Raposa), 10/07/1921

19º) Vasco 3 x 2 Fluminense (Clássico dos Gigantes), 11/03/1923
20º) Vasco 3 x 1 Botafogo (Clássico da Amizade), 22/04/1923
21º) Vasco 3 x 1 Flamengo (Clássico dos Milhões), 29/04/1923
22º) Figueirense 4 x 3 Avaí (Clássico da Capital), 13/04/1924
23º) Coritiba 6 x 3 Atlético-PR (Atletiba), 08/06/1924
24º) São Paulo 2 x 2 Palmeiras (Choque-Rei), 30/03/1930
25º) Santos 2 x 2 São Paulo (San-São), 11/05/1930
26º) Corinthians 2 x 1 São Paulo (Majestoso), 25/05/1930
27º) Bahia 3 x 0 Vitória (Ba-Vi), 18/09/1932
* Resultado desconhecido.

O recorde de público
A partir da lista dos clássicos mais antigos, confira os maiores públicos de cada um, com o blog atualizando os dados do site RSSSF, focado em história do futebol. Todos os seis clássicos cariocas ocorreram no Maracanã, enquanto o seis confrontos paulistas foram realizados no Morumbi. No Recife, o mesmo cenário, com o Arruda. Dos três recordes, o mais recente é justamente o Clássico da Multidões, no histórico embate entre Leonardo e Mancuso.

1º) Flamengo 0 x 0 Fluminense, 194.603 (15/12/1963)
2º) Vasco 1 x 1 Flamengo, 174.770 (04/04/1976)
3º) Botafogo 3 x 0 Flamengo, 158.994 (15/12/1962)
4º) Vasco 2 x 0 Botafogo, 149.005 (28/04/1968)
5º) Fluminense 1 x 0 Botafogo, 142.339 (27/06/1971)
6º) Cruzeiro 1 x 0 Atlético-MG, 129.296 (04/05/1969)
7º) Fluminense 0 x 0 Vasco, 128.781 (27/05/1984)
8º) Palmeiras 2 x 0 Santos, 127.723 (15/08/1978)
9º) São Paulo 1 x 0 Santos, 122.535 (16/11/1980)
10º) Palmeiras 1 x 0 Corinthians, 120.902 (22/12/1974)
11º) Corinthians 1 x 1 Santos, 120.782 (20/03/1977)
12º) São Paulo 3 x 2 Corinthians, 119.858 (05/12/1982)
13º) São Paulo 0 x 0 Palmeiras, 119.113 (17/06/1979)
14º) Bahia 1 x 1 Vitória, 97.240 (07/08/1994)
15º) Inter 1 x 1 Grêmio, 85.072 (30/05/1971)
16º) Atlético-MG 2 x 0 América-MG, 82.960 (16/03/1969)

17º) Náutico 0 x 2 Sport, 80.203 (15/03/1998)
18º) Santa Cruz 1 x 1 Sport, 78.391 (21/02/1999)
19º) Santa Cruz 1 x 1 Náutico, 76.636 (18/12/1983)
20º) Remo 1 x 0 Paysandu, 65.000 (11/07/1999)
21º) Cruzeiro 2 x 0 América, 62.589 (20/12/1992)

22º) Ceará 0 x 0 Fortaleza, 60.363 (06/10/1991)
23º) Coritiba 0 x 0 Atlético-PR, 55.164 (17/12/1978)
24º) América-RN 2 x 1 ABC, 50.486 (04/07/1976)

25º) Guarani 2 x 0 Ponte Preta, 38.948 (03/06/1979)
26º) CSA 1 x 1 CRB, 26.435 (02/09/1981)

27º) Figueirense 2 x 1 Avaí, 23.375 (25/07/1999) 

As melhores campanhas do Nordeste na Copa São Paulo de Juniores desde 1972

Copa São Paulo de Futebol Júnior. Crédito: federação paulista (FPF)/site oficial

A Copa São Paulo de Futebol Júnior, o mais tradicional torneio de base do país, foi disputada pela primeira vez em 1969. As duas primeiras edições contaram com apenas quatro participantes, todos paulistas, tendo o mesmo campeão, o Corinthians. A abertura da competição começou em 1971, mas apenas para cariocas, mineiros, gaúchos e paranaenses. O primeiro nordestino convidado foi o Bahia, em 1972, caindo logo na primeira fase – o clube, aliás, é o recordista de participações da região, com 32. A história de Pernambuco na Copinha só começou em 1974, com o Sport, também eliminado de forma precoce.

Na região, a primeira campanha de destaque foi do Tricolor da Boa Terra, chegando às quartas de final de 1981. Parou no São Paulo, pelo placar mínimo. Até 1989, com apenas 16 times, só foram 13 participações. O Náutico, por exemplo, só estrearia no ano seguinte, na ampliação para 36 clubes, tornando a presença mais comum – o número de inscritos chegaria a 112! Durante uma crise organizacional, com denúncias de aliciamento de atletas, com direito ao apelido “Copa de Empresários”, o Trio de Ferro deixou de enviar a garotada entre 2007 e 2011. No período, o principal representante pernambucano foi o Porto de Caruaru, que alcançou as oitavas de final em 2007.

A classificação de Sport e Bahia às quartas de 2016 repetiu o feito de 2006, com dois nordestinos entre os oito melhores, Bahia e Moto Club. Nas 14 participações nesta fase até 2015, a região só conseguiu avançar em três oportunidades, sendo a melhor campanha pertencente ao Baêa, vice em 2011.

Nordeste entre os 8 melhores:
1981 – Bahia (quartas)
1992 – Santa Cruz (quartas)
1993 – Vitória (semifinal)
1994 – Vitória (quartas)
1997 – Sport (quartas)
2003 – Vitória (quartas)
2006 – Moto Club (quartas)
2006 – Bahia (quartas)
2007 – Bahia (quartas)
2008 – Fortaleza (quartas)
2011 – Bahia (vice)
2012 – Vitória (quartas)
2013 – Bahia (semifinal)
2015 – Vitória (quartas)

Quartas de final em 2016:
Sport x Cruzeiro (19/01, 15h)
Bahia x América-MG (20/01, 16h)

Participações (1969-2016):
32 – Bahia (primeira em 1972)
26 – Vitória (1983)
21 – Santa Cruz (1981)
14 – Sport (1974)
13 – Fortaleza (1998)
11 – Porto (2005)
10 – Náutico (1990)
9 – Ceará (1985)

Agap, o adversário onipresente na pré-temporada do Trio de Ferro

Time da Agap-PE em 2016. Foto: Agap/facebook

Atualizado em 21/03/2018

Possivelmente, você já ouviu falar da Agap. Afinal, poucos times enfrentaram tanto o Trio de Ferro nos últimos anos. Foram 30 confrontos entre janeiro de 2014 e março de 2018. O retrospecto é péssimo, com 29 derrotas, sendo 19 goleadas, e um mísero empate, sempre na condição de visitante. Para fins estatísticos, essas partidas não são contabilizadas como “amistosos” de Náutico, Santa Cruz e Sport, mas como “jogos-treinos”, pois os clubes da capital não utilizaram os uniformes. Apesar do desempenho em campo, o objetivo do alviazulino é nobre.

Onipresente nas pré-temporadas, a Associação de Garantia ao Atleta Profissional de Pernambuco não é um clube profissional, federado, mas uma entidade sem fins lucrativos criada em 15 de janeiro de 1998 e sediada na Boa Vista, com o objetivo de ajudar atletas e ex-atletas de futebol do estado. Com cursos de adequação a outras profissões, auxílios de saúde e alimentação, e, claro, o princípio básico de movimentar jogadores sem clubes, em busca de um contrato. De jovens sem espaço na base a veteranos desempregados.

A Agap já contou com vários jogadores rodados no futebol pernambucano, como, por exemplo, o atacante Carlinhos Bala e o lateral-esquerdo Lúcio, então com 35 anos. Apesar da disciplina, a cada jogo-treino é uma nova formação, dificultando a coletividade da equipe, que tem a bandeira de Pernambuco no distintivo e também joga com outros dois padrões, branco e laranja. Sem um calendário oficial, a agremiação presidida por Fernando Silva, ex-volante timbu, fica à espera de convites, não só da capital. Outra curiosidade é que a premissa também vale para a comissão técnica, com oportunidades para técnicos fora do mercado e ex-jogadores na transição para a nova função. Em 2016, Neco, que já comandou Salgueiro e Sport, aceitou treinar o time contra Náutico e Santa. Foi auxiliado pelo ex-zagueiro Lima e pelo ex-lateral-direito Russo.

Jogos da Agap contra o Trio de Ferro
16/03/2018 – Agap 0 x 2 Sport (CT José de Andrade)*
25/01/2018 – Agap 1 x 3 Sport (CT José de Andrade)*
07/01/2018 – Agap 0 x 6 Santa Cruz (Espaço Lazer do Hospital Português)
11/09/2017 – Agap 0 x 9 Sport (CT José de Andrade)*
07/04/2017 – Agap 0 x 4 Náutico (CT Wilson Campos)*
16/03/2017 – Agap 0 x 2 Sport (CT José de Andrade)*
14/03/2017 – Agap 1 x 1 Santa Cruz (Arruda)*
09/03/2017 – Agap 0 x 6 Náutico (CT Wilson Campos)*
06/03/2017 – Agap 0 x 3 Sport (CT José de Andrade)*
02/03/2017 – Agap 0 x 4 Náutico (CT Wilson Campos)*
27/02/2017 – Agap 0 x 2 Santa Cruz (Arruda)*
22/02/2017 – Agap 0 x 6 Sport (CT José de Andrade)*
20/01/2017 – Agap 1 x 5 Náutico (Arena Pernambuco)
10/01/2017 – Agap 0 x 3 Santa Cruz (Grito da República)
04/04/2016 – Agap 0 x 6 Náutico (CT Wilson Campos)*
02/02/2016 – Agap 3 x 4 Náutico (CT Wilson Campos)*
20/01/2016 – Agap 2 x 5 Náutico (CT Wilson Campos)
17/01/2016 – Agap 0 x 6 Santa Cruz (Chã Grande)
13/01/2016 – Agap 0 x 2 Náutico (CT Wilson Campos)
29/07/2015 – Agap 0 x 2 Sport (CT José de Andrade)
20/02/2015 – Agap 0 x 3 Sport (CT José de Andrade)*
14/02/2015 – Agap 1 x 3 Santa Cruz (Arruda)
06/02/2015 – Agap 1 x 3 Sport (CT José de Andrade)*
26/01/2015 – Agap 1 x 4 Sport (CT José de Andrade)
19/01/2015 – Agap 0 x 4 Santa Cruz (Chã Grande)
15/01/2015 – Agap 0 x 8 Sport (CT José de Andrade)
29/09/2014 – Agap 1 x 2 Náutico (CT Wilson Campos)*
17/07/2014 – Agap 0 x 4 Sport (CT José de Andrade)
10/07/2014 – Agap 0 x 7 Sport (CT José de Andrade)
12/01/2014 – Agap 0 x 4 Náutico (CT Wilson Campos)
* Times reservas x Agap. 

Agap vs trio: 30 jogos, 1 empate e 29 derrotas, 12 GP, 123 GC (-111)

Jogos da Agap com outros clubes do estado
16/01/2017 – Agap 0 x 1 América (Ademir Cunha)*
11/04/2015 – Agap 0 x 5 Central (Lacerdão)
02/02/2015 – Agap 0 x 8 Salgueiro (CT José de Andrade)*
30/12/2010 – Agap 0 x 4 América (Olindão)

Geral (2010-2018): 34 jogos, 1 empate e 33 derrotas, 12 GP, 141 GC (-129)

Confira as maiores goleadas do Trio de Ferro sobre a Agap…

Santa Cruz 6 x 0 Agap, 2016 (foto) e 2018

Jogo-treino 2016, Santa Cruz 6x0 Agap. Foto: Antônio Melcop (Santa)

Sport 9 x 0 Agap, 2017

Jogo-treino em 2017: Sport 9 x 0 Agap. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Náutico 6 x 0 Agap, 2016 (foto) e 2017

Jogo-treino 2015, Náutico 8x0 Agap. Foto: Milton Neto/divulgação

Sport chega às quartas da Copa São Paulo e iguala marca de Pernambuco

Time do Sport na Copa São Paulo de Futebol Júnior 2016. Foto: Sport/instagram

Ao virar o jogo contra o Mirassol, em São José do Rio Preto, a ascendente garotada do Sport alcançou as quartas de final da Copa São Paulo de Futebol Júnior, igualando as melhores campanhas de base da história do futebol pernambucano, com o Santa Cruz em 1992 e o próprio Rubro-negro em 1997.

Agora há uma clara diferença. O número de jogos e o rendimento. São seis vitórias em seis jogos. Nas outras campanhas de destaque foram cinco jogos dos tricolores, com a ascensão de Rivaldo e Válber, posteriormente convocados à Seleção, e quatro do Leão, com os atacantes Didi e Irani, de brilho enxuto.

No embalo de 2016, o senso de coletividade da equipe treinada pelo português Daniel Neri, e, acima de tudo, a consolidação de novos valores, como o goleiro Maílson, o zagueiro Adryelson, o meia Fábio e o atacante Wallace. Não por acaso, os últimos três jogos foram transmitidos na tevê, pela Rede Vida, Sportv e ESPN. Não seria diferente contra o Cruzeiro no dia 19, na capital paulista.

No estádio Nicolau Alayon, Pernambuco terá a terceira chance para chegar à semifinal. Em 1992, Santa 1 x 2 São Paulo. Em 1997, Sport 2 x 5 Santos.

Campanha leonina na Copinha 2016:
Sport 2 x 1 Atlético-PR
Sport 2 x 0 Rio Preto-SP
Sport 6 x 0 União-MS
Sport 1 x 0 Tanabi-SP
Sport 1 x 0 Juventude-RS
Sport 2 x 1 Mirassol-SP

Quartas de final
Sport x Cruzeiro

Sport na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2016. Foto: Mirassol/facebook (facebook.com/MiraFC)

No primeiro teste do Náutico em 2016, um empate sem gols na Paraíba e uma taça

Amistoso 2016: Botafogo-PB 0x0 Náutico. Foto: Náutico/Instagram

Em João Pessoa, o Náutico fez a primeira apresentação de um grande clube pernambucano em 2016, empatando em 0 x 0 com o Botafogo, que se prepara para o Nordestão. Foi um amistoso sem grandes emoções, mas com domínio alvirrubro e a torcida matando a saudade no Almeidão. O principal objetivo do técnico Gilmar Dal Pozzo era movimentar o time. Dito e feito. Usou 22 atletas!

Fora do regional, o time dos Aflitos foca só o Estadual. Embora o investimento seja bem menor em relação aos rivais, na Série A, há a pressão pelo jejum de títulos, desde 2004. Falando nisso, no fim da partida o veterano Fabiano Eller recebeu um troféu dos organizadores. A partir de uma antiga gentileza para os visitantes, com o empate, o Náutico levou o Troféu Clássico da Paz, oferecido pela Rádio Tabajara, da capital paraibana, em parceria com um laboratório local. No próximo sábado, no segundo jogo agendado entre os clubes nesta pré-temporada, será a vez da Arena Pernambuco. Novamente com taça?

Primeira formação do Náutico:
Rodolpho (Júlio César); Rafael Pereira (Guilherme), Ronaldo Alves (Fernando Pires), Fabiano Eller (Rafael) e Gastón (Gil Mineiro); Elicarlos (Niel), Eduardinho (João Paulo), Caíque (Rafael Ratão), Roni (Kau) e Bergson (Jefferson Nem); Thiago Santana (Daniel Morais)

Amistoso 2016: Botafogo-PB 0x0 Náutico. Foto: Náutico/Instagram

De R$ 844 a R$ 3.888, as taxas de árbitros no Pernambucano 2016. O mandante paga

Taxa de arbitragem do Campeonato Pernambucano de 2016, segundo a FPF

Além da taxa de 8% sobre a renda bruta dos jogos, a FPF ainda cobra outros encargos aos clubes no Campeonato Pernambucano. Em 2016, os mandantes precisam pagar, a cada apresentação, por inúmeros serviços para a realização da peleja, incluindo árbitro, dois assistentes, delegado especial de arbitragem, assessor de arbitragem, delegado do jogo, supervisor de protocolo, assessor de protocolo e fiscal da FPF. As nove funções precisam ser preenchidas.

Cada partida é quantificada de uma forma. Logo, os valores da final são bem maiores do que uma partida no hexagonal entre dois intermediários. Somando essas taxas de funções, o gasto vai de R$ 3.109 a R$ 7.138. Fora a despesa com diárias para os árbitros. Quanto mais longe o estádio, partindo da capital, mais caro. A partir de Salgueiro, a 500 quilômetros, uma cota de R$ 240.

A responsabilidade de pagamento do mandante não é regra. Num viés local, basta dizer que na Copa do Nordeste as taxas de arbitragem são pagas pela CBF. No estado, os valores foram estipulados pela diretoria de competições da federação e pela comissão de arbitragem. No documento de 4 de janeiro, as assinaturas dos respectivos diretores, Murilo Falcão e Salmo Valentim.

Abaixo, os valores cobrados dependendo do nível do árbitro escalado. Confira todas as taxas de arbitragem do campeonato estadual clicando aqui.

Árbitro Fifa
R$ 3.888 – Mata-mata
R$ 3.110 – Clássico
R$ 1.430 – Grandes*
R$ 1.010 – Demais jogos

Árbitro CBF
R$ 3.564 – Mata-mata
R$ 2.852 – Clássico
R$ 1.310 – Grandes*
R$ 928 – Demais jogos

Árbitro FPF
R$ 3.240 – Mata-mata
R$ 2.592 – Clássico
R$ 1.200 – Grandes*
R$ 844 – Demais jogos
*Além do mando de campo do Trio de Ferro, a categoria inclui o Salgueiro

A capacidade máxima dos 12 estádios do Campeonato Pernambucano de 2016

Estádios do Pernambucano 2016. 1) Arruda, Arena Pernambuco, Ilha do Retiro e Lacerdão; 2) Ademir Cunha, Cornélio de Barros, Carneirão e Antônio Inácio; 3) Mendonção, Pereirão, Paulo Petribú e Joaquim de Britto

Os doze estádios inscritos no Campeonato Pernambucano de 2016 foram liberados após a atualização dos quatro laudos técnicos exigidos pela FPF, de engenharia, segurança, bombeiros e vigilância sanitária. Os documentos publicados no site da federação apontam as capacidades de público de cada um, com números distintos em relação às medidas oficiais das estruturas.

No Recife, por exemplo, a pedido do Ministério Público em novembro, Arruda e Ilha do Retiro perderam 9.462 e 5.548 lugares, respectivamente. Ou seja, no máximo 50 mil torcedores no Mundão, que já recebeu 96 mil, e 27 mil na casa leonina, cujo recorde é superior ao dobro da atual capacidade. A própria Arena Pernambuco está “menor”. No laudo de 69 páginas, disparado o mais detalhado, o conhecido dado de 46.214 assentos sofreu uma redução de 369. Assim, estão à disposição 37.852 lugares para o público geral na arena, descontando camarotes, cadeiras vips e área de imprensa, o que corresponde a 83% do total. Entre as avaliações para o Estadual surpreende o número autorizado para o Antônio Inácio, cuja lotação histórica é de seis mil espectadores. 

Ainda em Caruaru, o Lacerdão ganhou 518 lugares em relação ao último cadastro nacional de estádios, da CBF. Já o palco de Pesqueira só tem 2.761 assentos nos dois lances de concreto, mas recebeu arquibancadas móveis, com 700 lugares, o suficiente para alcançar a capacidade mínima estipulada pela FPF, de três mil lugares na primeira fase e nos hexagonais. Somente na semifinal e na decisão a exigência aumenta, chegando a dez mil. Dos doze, apenas o Ademir Cunha foi vetado na primeira rodada pela falta de documentos. 

A capacidade máxima no Estadual 2016:
50.582 – Arruda (Recife)
45.845 – Arena Pernambuco (São Lourenço)
27.435 – Ilha do Retiro (Recife)
19.996 – Lacerdão (Caruaru)
12.500 – Ademir Cunha (Paulista)
12.070 – Cornélio de Barros (Salgueiro)

10.000 – Carneirão (Vitória)
7.307 – Antônio Inácio (Caruaru)
7.050 – Mendonção (Belo Jardim)
5.000 – Nildo Pereira (Serra Talhada)
3.600 – Paulo Petribú (Carpina)
3.461 – Joaquim de Britto (Pesqueira) 

Confira os detalhes sobre a capacidade mínima nos torneios do país aqui.

Relatório da CBF sobre impedimentos aponta 151 erros na Série A de 2015

Relatório da CBF sobre os impedimentos na Série A 2015

A análise desta notícia é como enxergar o copo metade cheio ou metade vazio. Pois bem, a CBF divulgou o seu relatório sobre o rendimento da arbitragem no Brasileirão de 2015, alvo de inúmeras reclamações dos clubes. Com o recurso de vídeos, instrutores da entidades consideraram 1.390 acertos entre os 1.541 impedimentos assinalados em um dos principais fundamentos dos juízes, em lances cada vez mais rápidos. No site da confederação brasileira há o destaque: “Árbitros acertaram 90% dos impedimentos em 2015”.

Impedimentos mal marcados:
2015 – 9,8%
2014 – 16%
2013 – 19%

O índice até melhorou, considerando os últimos três anos, mas o blog ainda enxerga o dado do lado oposto, com 151 impedimentos equivocados, ou por parar a jogada com ninguém irregular ou por deixá-la seguir apesar do posicionamento adiantado. Dessas decisões tomadas, a comissão de arbitragem considerou 52 erros “fáceis” e 99 “difíceis”. Erro é erro. A média a cada rodada foi 4 marcações erradas. Analisando cada uma das 38 rodadas, somente a abertura do campeonato passou ilesa. O levantamento não aponta a quantidade de resultados modificados devido aos erros. Daí, a imprecisão sobre os “10%” de equívocos. Quanto isso representou na classificação?

A CBF busca a autorização da Fifa para usar a tecnologia em lances polêmicos na Série A já em 2016. A norma teria seis pontos. Na letra E: “Impedimentos por interferência no jogo, caso na jogada haja gol ou pênalti.” O artigo 71A do regulamento geral de 2016 prevê a implantação da regra no futebol nacional.

Legenda do quadro de impedimentos:
RD: rodada
AF: acertos fáceis
AD: acertos difíceis
TT AC: total de acertos
EF: erros fáceis
ED: erros difíceis
TT EQ: total de erros

O relatório também traz dados sobre faltas e cartões. Confira o documento aqui.

Relatório da CBF sobre faltas e cartões na Série A 2015

A ascensão do Santa Cruz da Série D até a Série A vai virar filme oficial

João Paulo no filme oficial do Santa Cruz sobre o retorno à elite. Crédito: TV Coral/reprodução

A saga coral de uma década indo ao fundo do poço e ressurgindo para o futebol, com o retorno à elite, é mesmo digna de filme. Nenhum clube do país superou tamanho calvário. E essa história será contada em um filme oficial do Santa.

Produzido pela TV Coral, com entrevistas com jogadores (Grafite com relatos da estreia, João Paulo emocionado, Lelê, Aquino, Daniel Costa…), integrantes da comissão técnica e outros personagens decisivos para o acesso, o vídeo tem a premissa de contar a história a partir dos bastidores do clube. Conversas de vestiário. Por enquanto, um vídeo de seis minutos com alguns trechos. Segundo o clube, o torcedor deve “aguardar fortes emoções para o seu coração tricolor”

O filme deve ser lançado ainda em 2016, em DVD, como produto oficial.

Sobre o acesso coral, o post O povão jamais irá largar o Santa Cruz.

Relembre outros filmes oficiais dos clubes pernambucanos aqui.

Os patrocínios da Caixa no futebol em 2016, incluindo Sport e Santa Cruz

Valores das cotas de patrocínio da Caixa Econômica Federal em 2016, segundo reportagem da globo.com

Em 2014, quando entrou no futebol, a Caixa Econômica Federal patrocinou nada menos que 15 times das Séries A, B e C, sendo seis do Nordeste, incluindo o Sport. Um investimento de R$ 111,9 milhões. Em 2015, o momento econômico instável do país parecia indicar um freio neste gasto da Caixa, mas o noticiário em janeiro de 2016 aponta uma injeção R$ 188 milhões em 16 clubes. Uma ampla reportagem do globo.com projetou os valores de cada clube.

Após dois anos recebendo R$ 6 milhões, o Leão negocia um aumento para R$ 7,5 milhões no ano. A novidade é a inclusão do Santa, que enfim conseguiu as certidões negativas de débito, uma exigência no processo com o banco estatal – os documentos de órgãos públicos declaram que não existem pendências. Os corais receberiam R$ 3,5 milhões, o menor valor entre os integrantes da Série A, junto ao América. Porém, as duas receitas podem ser maiores.

O blog apurou que a cota do Rubro-negro pode chegar a R$ 8 mi, com o Tricolor recebendo até R$  6 mi – ambos, até janeiro, sem assinatura. Pelo quadro, o valor faria mais sentido, ficando no patamar entre Coxa, Furacão, Vitória e Chape. Talvez o fato de ser o primeiro contrato puxe para baixo. Dos times listados, só um está na B, o Vasco. Entretanto, as negociações para mais times na Segundona não estão descartadas. Desde fevereiro de 2014 se articula a entrada do Trio de Ferro, inclusive politicamente. O Náutico também pode pintar em 2016 – receberia no máximo R$ 2 milhões. Ainda na região, o Bahia divulgou que conseguiu todas as certidões, num claro indício para este negócio.

Sobre o quadro divulgado, causa surpresa, sem dúvida, os R$ 17 milhões ao Botafogo, bem acima de Cruzeiro e Atlético-MG, que ganharam tudo nos últimos anos (Libertadores, Brasileiro e Copa do Brasil) e contam com públicos bem maiores, em projeção de torcida, consumo de pay-per-view e número de sócios, por exemplo. O endereço carioca certamente deve ter influenciado nisso.