Os recordes de público no Arruda, na Ilha, nos Aflitos e na Arena Pernambuco

Arruda, Ilha do Retiro, Aflitos e Arena Pernambuco. Fotos: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press (Arruda, Ilha e Aflitos) e Arena Pernambuco/divulgação

O único recorde de público em um grande estádio da Região Metropolitana do Recife que não deve ultrapassar o número de assentos à disposição é o da Arena Pernambuco, cuja partida entre Sport e São Paulo, pela Série A de 2015, superou Alemanha x Estados Unidos, na Copa do Mundo. O borderô de 41.876 pessoas, numa chuvosa manhã com vitória germânica, agora é passado, com os 41.994 espectadores estabelecendo a maior marca em São Lourenço.

Ainda assim, trata-se de um dado menor em relação à capacidade máxima, devido à limitação de ingressos à venda – 40 mil, com as cadeiras restantes reservadas às gratuidades e à separação das torcidas. Tanto que a nova marca chegou a 90% de ocupação. Nos outros três tradicionais palcos do Recife, entretanto, todos os recordes vão bem além das capacidades atuais, estipuladas pela Fifa com 50 centímetros por assento (mesmo no cimento), em vez dos 30 cm do passado. Nos quatro estádios, considerando os dados oficiais nos jogos entre clubes, o Sport se faz presente.

Em relação ao maior público já visto em uma partida de futebol no estado, no Mundão, o número jamais será batido. Não nas atuais estruturas de concreto.

Confira os recordes de público na capital pernambucana…

Arruda
Recorde: 96.990 pessoas, em 29/08/1993. Brasil 6 x 0 Bolívia*
Capacidade atual: 60.044
% do recorde sobre a capacidade: 161%
* Considerando uma partida entre clubes, a marca é de 80.203 pessoas, no jogo Náutico 0 x 2 Sport, em 15/03/1998

Arena Pernambuco
Recorde: 41.994 pessoas, em 19/07/2015. Sport 2 x 0 São Paulo
Capacidade atual: 46.214
% do recorde sobre a capacidade: 90%

Ilha do Retiro
Recorde: 56.875 pessoas, em 07/06/1998. Sport 2 x 0 Porto
Capacidade atual: 32.983
% do recorde sobre a capacidade: 172%

Aflitos
Recorde: 31.061 pessoas, em 21/07/1968. Náutico 1 x 0 Sport
Capacidade atual: 22.856
% do recorde sobre a capacidade: 135%

Sobre a polêmica em relação a outros recordes de público do Arruda, com invasões e borderôs não contabilizados, clique aqui.

Sport quebra recorde de público da Arena, vence o São Paulo e volta ao G4

Série A 2015, 14ª rodada: Sport 2x0 São Paulo. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A partida entre Sport e São Paulo estava cercada de expectativa, ainda maior após a derrota do Grêmio no sábado. Assim, o vencedor voltaria ao G4 do Brasileirão. A torcida chegou junto, com 41.994 pessoas, o novo recorde da Arena Pernambuco, e a pressão deu resultado, com o Leão vencendo por 2 x 0 e mantendo a sua sólida campanha, com apenas uma derrota em 14 jogos.

Quando a fase é boa, tudo parece ajudar, mesmo quando não há indicativos aparentes. Um exemplo? Em grande fase, Maikon Leite se machucou, desfalcando o time por seis semanas. Coincidiu com a volta de Elber, vindo de cirurgia. E coube ao atacante escorar um cruzamento primeiro tempo, marcando o primeiro gol. Ainda sem ritmo, ele acabou preservado por Eduardo Batista, saindo no intervalo. Entrou Ferrugem, estreante. Lateral, meia, atacante de beirada. Foi contratado para ser polivalente, para suprir lacunas durante os jogos. Pois fez bem demais seu papel. Não comprometeu defensivamente e apareceu bastante à frente, finalizando três vezes. A última delas certeira, nos descontos, fechando o placar de um jogo onde o Sport foi bem superior.

O time pernambucano finalizou na barra sete vezes e ainda teve um pênalti não marcado em André – o árbitro assinalou falta fora da área. E o São Paulo? Nenhum chute efetivo. O Tricolor Paulista, que vinha numa curva ascendente, ainda terminou o jogo com dois expulsos, Ganso e Luís Fabiano, ambos com dois amarelos, nervosos em campo e num impasse contratual no Morumbi. A verdade é que Osório pouco fez, sobretudo diante de um adversário competitivo, marcando forte e com bom passe, ligado no jogo desde o primeiro minuto da primeira rodada. Em casa, com apoio maciço, o Leão segue forte, com 7 vitórias e 1 empate. Agora, voltará a deixar Pernambuco. Embarca com a confiança para enfim render em alto nível como visitante.

Série A 2015, 14ª rodada: Sport 2x0 São Paulo. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A 13ª classificação da Segundona 2015

Classificação da Série B 2015 após 13 rodadas. Imagem: Superesportes

Mais uma rodada de altos e baixos para os pernambucanos na Série B, com uma vitória do Santa Cruz sobre o Atlético-GO e uma derrota do Náutico diante do Botafogo, no Rio. No caso tricolor, a reabilitação após o Clássico das Emoções foi imediata, goleando o vice-lanterna nesta 13ª rodada do campeonato brasileiro. Em 9º lugar, a Cobra Coral agora está a seis pontos do G4, já com Tiago Cardoso de volta e Grafite cada vez mais perto. Num jogo duro no Engenhão, o Timbu acabou saindo novamente da zona de classificação à elite nacional, ocupando a 5ª posição (com a mesma pontuação do 3º lugar, 24). Por pouco não permaneceu. Dependia de uma vitória do Oeste sobre o América-MG por três gols de diferença. Acabou 3 x 1…

No G4, dois baianos, um carioca e um mineiro.

A 14ª rodada dos representantes pernambucanos
25/07 (16h30) – Náutico x Vitória (Arena Pernambuco)
25/07 (16h30) – Criciúma x Santa Cruz (Heriberto Hulse)

Náutico perde no Engenhão, saindo do G4 e com o Botafogo mantendo a liderança

Série B 2015, 13ª rodada: Botafogo 1x0 Náutico. Foto: Vitor Silva/SS Press/BFR

Num confronto direto pelo G4, o Náutico teve bastante trabalho para conter as investidas do Botafogo. No primeiro tempo, três bolas rasparam a trave de Júlio César, sem contar as jogadas mano a mano. Longe da área técnica, Lisca se esgoelava em um camarote do Engenhão. Em contrapartida, alguns chutes de Josimar, sem muita convicção. Os alvirrubros foram para o intervalo conscientes de que era preciso ter um reposicionamento para acalmar a partida.

Infelizmente, a postura não mudou muito. Nem no ataque nem defesa. Insistindo, em busca da liderança, o Botafogo parecia jogar no erro alvirrubros – e neste sábado foram vários, no passe e no posicionamento. Interino e previamente instruído, Levi Gomes fez a primeira mudança aos 27 minutos da etapa complementar, com Renato no lugar de Josimar. Era uma alternativa para dar mobilidade. Deu nem para testar o time assim pois não demorou a sair o único gol da tarde, com Lulinha marcando num rebote para o Fogão.

No gol, eram seis botafoguenses na área e apenas três alvirrubros. Ousadia carioca e falha na recomposição pernambucana, 1 x 0. Não houve tempo de reação, com o Náutico saindo do G4. No duelo de seis pontos, contra o time de maior orçamento na Série B – onde também caberia a faixa de protesto pelas cotas de TV,exposta contra o Fla -, o Alvirrubro levou a pior e se vê pressionado. Dentro de uma semana, na Arena Pernambuco, terá o Vitória pela frente. Justamente o time que hoje ocupa o seu lugar no grupo de acesso à elite.

Série B 2015, 13ª rodada: Botafogo 1x0 Náutico. Foto: Vitor Silva/SS Press/BFR

Sem Grafite, mas com Tiago Cardoso, o Santa Cruz goleia o Atlético-GO

Série B 2015, 13ª rodada: Santa Cruz x Atlético-GO. Foto: Anderson Stevens/Santa Cruz/Assessoria

Sem sustos, o Santa Cruz voltou a vencer na Série B. A semana livre serviu para esfriar a cabeça após o Clássico das Emoções. Deixando a rivalidade local de lado e focando no decorrer do campeonato, longo, o Tricolor se impôs diante do Atlético Goianiense, o vice-lanterna. O 3 x 0 reaproximou os corais do G4.

É inegável que a equipe vem se esforçando para entregar uma situação mais cômoda a Grafite, que já deve começar a treinar segunda-feira. A principal contratação do clube precisa de lastro para sonhar com o acesso. Sob o comando de Marcelo Martelotte, a reação vem acontecendo. No Arruda, ainda sem o devido apoio do torcedor e com desfalques, o Tricolor goleou com dois gols de Lelê, um ao receber um primoroso lançamento de Renatinho (corretamente reposicionado em campo) no primeiro tempo e outro aproveitando um rebote nos descontos do jogo. Antes, para brecar o ímpeto adversário, Daniel Costa cobrara uma falta a la Ronaldinho Gaúcho, por baixo da barreira.

A vitória limpa, sem ser vazado, também acabou sendo um prêmio para o ídolo Tiago Cardoso, de volta aos gramados após oito meses de recuperação – e já com a braçadeira de capitão. Naturalmente, ele precisa de ritmo e a partida tranquila neste sábado ajudou. Sem contar que o goleiro pode ser, ao lado de Grafite, o grande diferencial para buscar algo mais na Segundona. Com as vitórias enfim aparecendo (4 nos últimos 5 jogos), quem sabe…

Série B 2015, 13ª rodada: Santa Cruz x Atlético-GO. Foto: Anderson Stevens/Santa Cruz/Assessoria

Terceiro uniforme do Santa Cruz faz homenagem ao tri-supercampeonato

O 3º uniforme do Santa Cruz para a temporada 2015. Crédito: Santa Cruz/site oficial

Além dos tradicionais uniformes tricolores, nos modelos horizontal, vertical e branco com a faixa no peito, o Santa Cruz vem lançando padrões especiais homenageando episódios marcantes do clube.

Para o terceiro uniforme da linha 2015, a direção de marketing escolheu o tri-supercampeonato pernambucano (1957, 1976 e 1983). A camisa é azul com uma faixa diagonal (tricolor), estilo Vasco e River Plate. Sem dúvida, um design bem diferente das camisas já utilizadas pelo clube. Produzida pela Penalty, como ocorre desde 2009, a peça chega ao mercado por R$ 169 e um desconto legal para os sócios em dia, que vão pagar R$ 129 (400 unidades promocionais).

Essa ideia de camisas alternativas no Arruda começou justamente em 2009, com o modelo relembrando a vitoriosa excursão ao Oriente Médio e à Europa, em 1979. A invencibilidade de 12 jogos rendeu ao Santa, através da CBD, a Fita Azul. A camisa azul teve três versões foi lançada durante três temporadas. Em 2014, o Santa lançou uma camisa alvinegra para celebrar o seu centenário, focando o seu primeiro ano, ainda sem a tradicional camisa coral.

Agora, com os títulos do Super (triangulares contra Náutico e Sport), o time irá estrear a nova camisa em 28 de julho, no Arruda, no clássico nordestino contra o Bahia. Torcedor, qual feito você gostaria de ver futuramente na camisa?

Da recomendação de táxi ao plano de mobilidade pontual, o calo da Arena Pernambuco via governo do estado

Plano de mobilidade para o jogo Sport x São Paulo, pela Série A de 2015. Crédito: governo do estado

A mobilidade falha é o grande calo na Arena Pernambuco em relação ao torcedor. Não bastasse a distância de 19 quilômetros do Marco Zero, os meios para chegar até o estádio apresentam várias barreiras. Proporcionadas pelo próprio estado, que não entregou o projeto conforme a demanda original. Em vez de 700 metros, a estação de metrô ficou a quase três quilômetros, a linha BRT só foi implantada durante a Copa do Mundo e a BR-232, o acesso mais comum, segue defasada, sem a triplicação até o entrocamento com a BR-408. A soma disso tudo nós enxergamos jogo a jogo por lá. Para completar, a falta de bom senso político ainda acaba desagradando as torcidas.

Em uma mesma semana, dois jogos de peso foram agendados no empreendimento. Na quarta, Náutico x Flamengo pela Copa do Brasil. No domingo, Sport x São Paulo pela Série A. Havia expectativa de bons públicos, numa intensidade maior para o segundo. Ambos ocorreriam após Sport 2 x 2 Palmeiras, com 35 mil pessoas e uma infinidade de problemas, como a falta de metrô, estacionamento superlotado e vias congestionadas.

O que fez o governo do estado para os alvirrubros? Recomendou o uso de veículos particulares e até táxis. A chiadeira foi justa. Um descaso ao jogo, que, apesar do horário (22h) e das chuvas, teve 16 mil espectadores. No jogo seguinte, um plano pontual foi apresentado para os rubro-negros, com linha de ônibus semi-expressa, estacionamento extra e segurança reforçada nas estações de metrô. Foi feito o mínimo do que se cobra desde junho de 2013, data da inauguração da arena. Longe do ideal, mas ao menos o mínimo!

O que chamou mais a atenção foi a apresentação do plano após a pressão do presidente do Sport, ameaçando deixar de jogar por lá. Aí, vale um adendo. Agora, não há mais o Todos com a Nota prendendo os clubes ao novo estádio. Nos casos de Sport e Santa Cruz, qualquer mando por lá ocorrerá em caso de uma proposta rentável, e não por causa de uma esdrúxula lei estadual – condicionando os ingressos subsidiados à presença na arena.

Ao Náutico, com contrato por 30 anos, as soluções parecem ficar em segundo plano. Ao menos em uma semana estratégica como essa. Nunca houve pressão da direção timbu? É claro que houve. E o governo do estado que se justifique porque nunca deu ouvidos. Portanto, que o novo plano de mobilidade – na verdade, um Plano C em relação ao projeto original, de 15 de janeiro de 2009 – não seja voltado para a apenas uma partida, com público estimado em 40 mil pessoas. A Arena Pernambuco precisa da mesma atenção em todo o seu calendário. E isso, francamente, é de uma obviedade irritante…

Plano de mobilidade para o jogo Sport x São Paulo, pela Série A de 2015. Crédito: governo do estado

Podcast 45 (152º) – Náutico fora da Copa do Brasil, cotas de TV, Santa, Sport e Sula

Esta edição do 45 minutos foi gravada na madrugada logo após o confronto entre Náutico e Flamengo, pela Copa do Brasil. Antes de debater sobre o resultado, com a classificação carioca, debatemos a faixa levada pela torcida timbu, protestando contra o atual sistema de divisão de cotas de transmissão (opinião, dados, futuro). Sobre o jogo, o reflexo da eliminação no decorrer da Série B. Na sequência, a pauta foi o Santa Cruz, bem desfalcado para o seu próximo compromisso na segundona. Finalizando, o Sport. Com a projeção de confrontos na Copa Sul-Americana – caso o Leão caia na Copa do Brasil, na próxima quarta – e o jogo contra o São Paulo, já com a pressão por uma vitória na Série A.

Confira o infográfico com as principais atrações do programa aqui.

Neste podcast de 1h25m, estou ao lado de Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Flamengo de Guerrero elimina o Náutico e mantém escrita contra pernambucanos

Copa do Brasil 2015, 3ª fase: Náutico x Flamengo. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O Flamengo manteve a escrita em mata-matas contra clubes pernambucanos. Ao vencer o Náutico por 2 x 0, na Arena Pernambuco, o time carioca chegou a 6 classificações em 6 disputas eliminatórias em torneios nacionais. O próprio Timbu já hava caído uma vez, na semifinal da Copa do Brasil de 1990. Naquela ocasião, foi goleado na ida, atuando quase sem chances nos Aflitos. Desta vez, não. Com o 1 x 1 arrancado no Maracanã, bastava não sofrer gols como mandante para chegar às oitavas de final, onde esteve pela última vez em 2011.

Além do contexto histórico (ainda inédito), valia representaria uma cota de R$ 690 mil, essencial para acalmar as finanças alvirrubras na Série B, a sua prioridade esportiva. Por tudo isso, mesmo com chuva, horário ingrato (22h) e falta de transporte público, com o governo do estado recomendando a utilização de táxis, a torcida compareceu. Foram 16 mil pessoas, no maior público do Náutico este ano. Mas o time decepcionou, com a grande diferença, claro, em campo. No Rio, o Fla contou com um ataque mambembe – em parte responsável pela fraca campanha no Brasileirão. De lá para cá, se reforçou à vera, com Emerson Sheik e Paolo Guerrero. O primeiro impôs o seu ritmo veloz, mas foi o peruano que se destacou no posicionamento e nas finalizações.

Após um primeiro tempo controlado, apesar da posse inferior (47%), o Náutico voltou sem ímpeto ofensivo. Também sem “fome” até então, o Mengo passou a trocar mais passes. O suficiente para envolver a desfalcada defesa alvirrubra. Aos 5, Jorge marcou o seu primeiro gol como profissional, obrigando o Náutico a se mexer. As chances apareceram, várias vezes. Só não havia um Guerrero do lado de cá. No fim, a exposição gerou espaço para contragolpes, um deles mortal, com a bola indo para Guerrero decretar a vitória e a escrita.

Copa do Brasil 2015, 3ª fase: Náutico x Flamengo. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Contra o Fla, a torcida do Náutico abre faixa de protesto contra a espanholização

Copa do Brasil 2015, 3ª fase: Náutico x Flamengo. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

O confronto entre Náutico e Flamengo, pela Copa do Brasil de 2015, expôs uma diferença gigantesca em termos de finanças. Sendo didático, eis o comparativo entre as receitas operacionais divulgadas em 2014.

Timbu: R$ 15,9 milhões
Mengo: R$ 334,3 milhões

O rubro-negro carioca tem uma torcida nacional, apontada como a maior do país, e uma marca rentável no mercado, inclusive no exterior. Há, sim, uma clara diferença em relação ao Alvirrubro. A projeção de torcidas, de acordo com a mais recente pesquisa do Ibope, de 2014, seria de 488 mil x 32 milhões. Pesa.

Entretanto, no faturamento há uma considerável parte reservada à cota de transmissão. Ao Fla, anualmente, a cota mais alta da Série A, ao lado do Corinthians, de R$ 110 milhões. Corresponde a 32% de sua receita. O Timbu, na Série B, precisa se contentar com R$ 3 milhões da televisão. Para o time pernambucano, isso representa 18%. Talvez esteja aí a base do protesto da torcida timbu no jogo na Arena Pernambuco, exibido para quase todo o país.

No anel inferior, torcedores levaram faixas com as seguintes mensagens: “Cotas de TV: R$ 150 milhões x R$ 3 milhões”, com o primeiro valor ‘majorado’, e “Onde está o Bom Senso?”, numa referência ao movimento criado pelos atletas para moralizar o futebol, criando boas condições de trabalho.

No blog, vale algumas observações:

1) Muitas pessoas atribuem como um processo de “espanholização” do futebol brasileiro a verba recebida pelo Flamengo através da tevê. Num contrato privado, entre duas partes (emissora e clube), o valor acordado pode ser, sim, diferenciado (para mais). O que se discute é um processo mais equânime em relação aos outros clubes de tradição no cenário peculiar que é o do nosso país, com pelo menos 18 times com mais de 1 milhão de torcedores. O modelo de distribuição da Premier League é o maior exemplo.

2) Enxergando mais especificamente o cenário de 2015, é possível mirar no rival do Fla, o Botafogo. Na Série B, o alvinegro recebeu R$ 45 milhões, com os 19 concorrentes, juntos, ganhando R$ 57 mi. É difícil concorrer de fato.

3) Sobre o Bom Senso F.C., o movimento é um viés positivo no futebol, criado em 2013. Contudo, a sua relação com o Náutico (e sua torcida, claro) ficou marcada pela greve durante o Brasileirão daquele ano, com Martinez à frente do processo. Os salários estavam atrasados, de fato, mas até hoje aquele foi o único caso articulado pelo grupo. Seria interessante a mesma pressão (necessária, diga-se) nos maiores clubes.

Copa do Brasil 2015, 3ª fase: Náutico x Flamengo. Imagem: Rede Globo/reprodução