Troféu Gena, a disputa no centenário do Clássico das Emoções em 2017, via FPF

Gena, no Náutico e no Santa Cruz

O lateral-direito Gena brilhou no hexa do Náutico e no penta do Santa Cruz. Ao todo, conquistou dez títulos entre 1963 a 1973. Só não levantou a taça em 1969, no início da arrancada tricolor, pois ainda estava vinculado ao alvirrubro. O ex-jogador, hoje com 73 anos, foi  escolhido pela FPF para dar nome ao troféu em homenagem ao centenário do Clássico das Emoções. Curiosamente, Gena foi sugerido por Givanildo Oliveira, seu companheiro no time tricolor na década de 1970 e homenageado no troféu do Clássico das Multidões.

O formato de disputa será o mesmo adotado para Sport x Santa, somando a pontuação de todos os clássicos oficiais na temporada. Quem somar mais pontos, leva. Em caso de empate, uma taça para cada. Hoje, a projeção dessa simbólica disputa vai de 2 a 12 jogos (possibilidades abaixo).

O clássico entre alvirrubros e tricolores será o 15º do país a completar um século de história no futebol. O primeiro duelo aconteceu em 29 de junho de 1917, no campo dos Aflitos, na época ainda pertencente à Liga Sportiva Pernambucana (atual federação) – somente no ano seguinte passaria para a posse timbu. O Santa fez 3 x 0, em jogo válido por um torneio beneficente.

Confira a lista dos 27 clássicos mais antigos do Brasil clicando aqui.

Os títulos pernambucanos de Gena:

Pelo Alvirrubro – 1963, 1964, 1965, 1966, 1967 e 1968
Pelo Tricolor – 1970, 1971, 1972 e 1973

A lista do Clássico das Emoções em 2017:

Estadual (de 2 a 4 jogos)
Além das duas partidas no hexagonal, os rivais podem se enfrentar no mata-mata. De 2010 a 2016, no formato atual, foram três confrontos decisivos, todos nas semifinais, com dois triunfos corais e um dos alvirrubros.

Copa do Nordeste (até 4 jogos)
Há 20% de o confronto sair já na fase de grupos, pois o Náutico está no pote 1 e o Santa no pote 2 – o sorteio será em 4 de outubro. À parte disso, o clássico também pode ocorrer no mata-mata. Logo, até quatro partidas.

Série A ou B (2 jogos)
Há a possibilidade de mais dois jogos no Brasileiro, em caso de reencontro na mesma divisão, tendo como possibilidade mais provável a Segundona.

Copa do Brasil (2 jogos)
Em 2016, o duelo só não aconteceu na segunda fase porque o Náutico foi eliminado pelo Vitória da Conquista. Ou seja, há chance, ainda que pequena.

Estádios de futebol com recordes de público de vôlei, futsal, mma, hóquei…

Campeã olímpica em 2016, a seleção brasileira masculina de vôlei agendou dois amistosos em estádios de futebol. As quadras foram montadas bem no meio dos gramados, com adesão massiva da torcida. As duas apresentações, em Curitiba e Brasília, foram vistas por 75 mil pessoas. Levaram um pouco do conceito multiuso à Arena da Baixada, está já com uma edição do UFC neste ano, e ao Mané Garrincha. Especificamente sobre o vôlei, não foi a primeira vez.

Em 1983, no velho Maracanã, quase cem mil pessoas encararam a chuva para assistir à vitória da seleção, então vice mundial, sobre os soviéticos, campeões mundiais e olímpicos. A curiosidade é que o “Grande Desafio” foi marcado para 17 de julho por ser um período sem chuvas no Rio. Porém, choveu tanto que o jogo foi adiado por nove dias. E teve água do mesmo jeito, com os jogadores enxugando a quadra em alguns momentos. Ainda assim, a melhor assistência da modalidade foi estabelecida. Idem com o futsal no Mané Garrincha.

Abaixo, relembre algumas adaptações em estádios brasileiros, todas em arenas pós-Copa 2014. No fim, o recorde nos Estados Unidos, com o hóquei sobre o gelo num estádio de futebol americano. Apesar do clima, com neve e termômetro na casa de -10ºC, o “Winter Classic” foi um sucesso absoluto.

No cenário local, a Arena Pernambuco ainda não recebeu seleções brasileiras de modalidades distintas. No máximo, abriu espaço ao futebol americano, com 7.056 espectadores em Recife Mariners 12 x 38 João Pessoa Espectros

Qual esporte, à parte do futebol, você gostaria de ver num estádio do Recife?

Vôlei

95.887 (Maracanã 1983, Brasil 3 x 1 União Soviética). Recorde mundial

Jogo da seleção masculina de vôlei no Maracanã, em 1983

40 mil (Mané Garrincha 2016, Brasil 3 x 1 Portugal)

Jogo da seleção masculina de vôlei no Mané Garrincha, em 2016. Foto: CBV/divulgação

35 mil (Arena da Baixada 2016, Brasil 3 x 0 Portugal)

Jogo da seleção masculina de vôlei na Arena da Baixada, em 2016. Foto: Inovafoto/CBV

Futsal

56.483 (Mané Garrincha 2014, Brasil 4 x 1 Argentina). Recorde mundial

Jogo da seleção masculina de futsal no Mané Garrincha, em 2014. Foto: Fifa/divulgação

11.444 (Castelão 2015, Brasil 2 x 1 Portugal)

Jogo da seleção masculina de futsal no Castelão, em 2015. Foto: divulgação

MMA

45.207 (Arena da Baixada 2016, UFC 198)

UFC na Arena da Baixada, em 2016. Foto: Robson de Lazzari/Rede Massa

Hóquei sobre o gelo

105.491 (Michigan, em 2014: Toronto Maple Leafs 3 x 2 Detroit Red Wings)

Jogo de hóquei em estádio de futebol americano, em Michigan, em 2014

Os 9 clubes na briga por duas vagas na primeira divisão pernambucana de 2017

Estádios da Série A2 de 2016: Vianão, Luiz de Brito, Gileno de Carli e José Vareda; Áureo Bradley, Paulo Petribu, Ferreira Lima e Carneirão

A segunda divisão do Campeonato Pernambucano de 2016 terá apenas 49 jogos, entre setembro e novembro. Valendo duas vagas para a elite local, o torneio terá a presença de nove clubes – seriam dez, mas o Ypiranga, sem a documentação necessária, desistiu. Entre os inscritos, apenas dois da Região Metropolitana do Recife, ambos do Cabo, com o restante espalhado no interior, incluindo o andarilho Íbis, outra vez em ação em Carpina. Quatro nunca jogaram na primeirona (Afogados, Barreiros, Ferrim e Timbaúba), enquanto o Vera Cruz (o maior campeão da segundona, tri) foi o último presente, em 2015.

Confira a tabela da segundona, a partir de 3 de setembro, clicando aqui.

A fórmula de disputa é simples, com turno único, avançando os oito melhores – ou seja, só o lanterna cai fora. Depois, quartas e semifinal com o critério da Copa do Brasil, qualificando o gol fora de casa. Já a decisão, com os dois times já assegurados, será em apenas uma partida. As melhores campanhas definem os mandos decisivos. Sobre a composição dos elencos, vale o estilo “olímpico”. Assim, a cada apresentação os times podem relacionar 22 atletas, com no máximo quatro acima de 23 anos. Entre os Sub 23, cinco podem ser amadores.

Em relação aos palcos, o regulamento determina uma capacidade mínima de 1.000 espectadores sentados. Entre os estádios liberados pela federação, dois não chegam a três mil lugares, a exigência mínima na elite. Portanto, em caso de acesso, os campos de Afogados e Barreiros precisariam de ampliações.

Clubes na Série A de 2016: Afogados, Barreiros, Cabense, Centro, Ferroviário, Flamengo, Íbis, Timbaúba e Vera Cruz

Algum favorito? Alguma preferência em relação ao acesso? Comente.

Lista de participantes, estádios e capacidade
Afogados Futebol Clube (Afogados) – Vianão, 1.735
Barreiros Futebol Clube (Barreiros) –  Luiz de Brito, 2.000
Associação Desportiva Cabense (Cabo) – Gileno de Carli, 5.459
Centro Limoeirense de Futebol (Limoeiro) – José Vareda, 5.000
Ferroviário Esporte Clube do Cabo (Cabo) – Gileno de Carli, 5.459
Flamengo Sport Club de Arcoverde (Arcoverde) –  Áureo Bradley, 3.000
Íbis Sport Club (Carpina) – Paulo Petribú, 3.600
Timbaúba Futebol Clube (Timbaúba) – Ferreira Lima, 3.750
Vera Cruz Futebol Clube (Vitória) – Carneirão, 10.911

Distâncias nas estradas a partir do Recife
35 km – Cabo de Santo Agostinho (Grande Recife)
53 km – Vitória de Santo Antão (Zona da Mata)
65 km – Carpina (Zona da Mata)
82 km – Limoeiro (Agreste)
102 km – Timbaúba (Zona da Mata)
111 km – Barreiros (Zona da Mata)
255 km – Arcoverde (Sertão)
378 km – Afogados da Ingazeira (Sertão) 

Eis os classificados à elite nas últimas dez edições da Série A2*…

Campeões e vices da segunda divisão do Campeonato Pernambucano de 2006 a 2015

* Em 2007, numa virada de mesa da FPF, Centro e Petrolina também subiram, ampliando a primeira divisão de dez para doze participantes, dado ainda vigente.

Santa elimina o Sport na Sula, garante viagem internacional e R$ 1,2 milhão

Sul-Americana, 2ª fase: Sport 0 x 1 Santa Cruz. Foto: Conmebol/site oficial

O confronto se aproximava para os pênaltis. Dos 180 minutos programados, tricolores e rubro-negros já tinham jogado 172, em branco. Um primeiro jogo fraco e uma segunda partida mais disputada, com chances de gol (Edmílson e Grafite) e alguma dose de emoção, o que se esperava para um clássico tão importante, o primeiro num torneio internacional. A marcação do Santa na saída de bola do Sport, num duelo repleto de erros, de ambos os lados, era uma tática inteligente. Sobretudo tendo do outro lado o volante Serginho, contumaz. Ao receber a bola, o camisa 8 foi desarmado, num contragolpe evoluindo com Keno e sua jogada característica pela esquerda. Entrou na área, cortou e bateu no cantinho. Magrão espalmou, mas a bola sobrou limpa para Bruno Moraes.

O centroavante não havia sido nem relacionado nos jogos anteriores. Na arena, entrara no lugar de Grafite, machucado. E aproveitou bem demais a chance, empurrando a bola para as redes e correndo para a torcida, presente na ala sul. Santa Cruz 1 x 0, “eliminando o Leão” mais uma vez, no bordão que o povão não para de cantar. Em sua primeira participação na Copa Sul-Americana, o campeão nordestino já avança às oitavas, garantindo a primeira viagem oficial ao exterior. Colômbia e Paraguai como destinos possíveis, com Medellín sendo o destino mais provável após o 3 x 0 do Independiente no jogo de ida contra o Sportivo Luqueño. A definição do confronto será apenas em 15 de setembro.

Sul-Americana, 2ª fase: Sport 0 x 1 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Até lá, a torcida coral tem mais é que curtir a já histórica classificação e o status de único nordestino ainda presente no torneio. Sem contar o contexto óbvio que uma vitória traz a qualquer time, sobretudo a quem estava em falta. Ou seja, o benefício pode se estender à própria campanha no Brasileiro, onde precisa (bastante) ter a mesma disposição do clássico, com jogadores se cobrando em campo o tempo todo. Por fim, no viés do vencedor, o lado financeiro da vaga obtida. Além da cota inicial de 300 mil dólares (R$ 967 mil), o clube assegurou mais uma cota, agora de US$ 375 mil (R$ 1,2 milhão). Nada mal.

No Sport, nem a presença de Diego Souza resultou num futebol realmente competitivo. A eliminação diante do rival é um duro golpe na programação do clube, pois o presidente leonino havia apontado a Sul-Americana como prioridade na temporada, a ponto de sair da Copa do Brasil ainda na primeira fase, diante do modestíssimo Aparecidense. Na copa nacional, abriu mão de R$ 1 milhão. Na internacional, perdeu ainda mais. E se no rubro-negro há quem ache, hoje, que a eliminação não possa influenciar no rendimento na Série A, que mude de canal quando o Santa aparecer novamente em ação na Sula…

Sul-Americana, 2ª fase: Sport 0 x 1 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Retificação na regra abre a possibilidade de divisão do Troféu Givanildo Oliveira

Troféu Givanildo Oliveira, em homenagem ao centenário do Clássico das Multidões. Crédito: FPF/divulgação

O Troféu Givanildo Oliveira, a simbólica disputa entre Sport e Santa Cruz em homenagem ao centenário do clássico, foi oficializado pela FPF em 19 de fevereiro. Na ocasião, o regulamento apontava a possibilidade de a própria entidade ficar com a taça, em caso de empate na pontuação somando todos os confrontos em 2016. Com a disputa já na reta final, a direção da federação resolveu fazer uma alteração, abrindo mão dessa possibilidade. Ou seja, a partir de agora, igualdade na tabela (não há saldo) resultará na divisão do troféu.

A retificação no “campeonato paralelo” lembra o centenário de Náutico x Sport, em 2009. Na época, o troféu, também ofertado pela FPF, foi disputado em apenas um jogo, no dia seguinte ao centésimo aniversário do Clássico dos Clássicos. Com o 3 x 3, pelo Brasileirão, cada clube ganhou uma peça, idêntica. Voltando ao presente, a entrega da taça ficou para o último Clássico das Multidões, no returno da Série A, na Ilha. E com a devida a presença de Givanildo Oliveira, o maior campeão pernambucano da história, com 16 faixas como jogador e técnico, sendo nove pela Cobra Coral e sete pelo Leão. 

Em 2017 será a vez do centenário do Clássico das Emoções, com a FPF já articulada para repetir a homenagem, nos moldes desta temporada.

Confira a situação do Troféu Givanildo Oliveira…

Jogos disputados em 2016
21/02 – Sport 2 x 1 Santa Cruz (Estadual, Ilha)
10/04 – Santa Cruz 1 x 1 Sport (Estadual, Arruda)
04/05 – Santa Cruz 1 x 0 Sport (Estadual, Arruda)
08/05 – Sport 0 x 0 Santa Cruz (Estadual, Ilha)
01/06 – Santa Cruz 0 x 1 Sport (Série A, Arruda)
24/08 – Santa Cruz 0 x 0 Sport (Sul-Americana, Arena)

Jogos a disputar
31/08 – Sport x Santa Cruz (Sul-Americana, Arena)
11/09 – Sport x Santa Cruz (Série A, Ilha)

Classificação após 6 clássicos
9 pontos – Sport
6 pontos – Santa Cruz

Para dar Sport
Em vantagem, com uma vitória a mais, o time rubro-negro precisa de uma vitória em dois jogos ou dois empates. Ambos os clássicos têm mando leonino.

Para dar Santa
O tricolor só tem uma alternativa para ter a taça de forma exclusiva: vencendo os dois jogos. Em seis clássicos na temporada, venceu apenas uma vez.

Para dividir o título
A pontuação final precisa ser, necessariamente, 10 x 10. Assim, precisa ocorrer um empate e uma vitória coral. Um segundo troféu seria confeccionado.

Copa do Nordeste 2017, a primeira edição com 100% de alcance na tv por assinatura

Comunicado da Sky sobre a inclusão do Esporte Interativo na grade

A Copa do Nordeste voltou ao calendário oficial da CBF em 2013, após um acordo judicial entre a Liga do Nordeste e a entidade. Entretanto, a exibição da competição sempre foi restrita na televisão por assinatura, um dos principais meios de consumo de futebol. Isso porque o canal detentor dos direitos de transmissão, o Esporte Interativo, não estava inserido nas principais operadoras, Net, Claro e Sky. Em 2017, enfim a cobertura será completa, com a Lampions à disposição na grade com três ou até quatro jogos ao vivo por rodada.

Inicialmente, o alcance do torneio era de 3.633.059 domicílios, ou 18,7% do mercado, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Pouco. A situação só começou a mudar quando o EI foi adquirido pelo grupo americano Turner Broadcasting System, comprando em seguida os direitos de exibição da Champions League, exclusiva por três temporadas. Net e Claro cederam em dezembro de 2015, com o aumento imediato de 10 milhões de lares. Não por acaso, a audiência do regional de 2016 foi 30% maior em relação a 2015, chegando a 16,8 milhões de pessoas. As finais entre Santa Cruz e Campinense, no Arruda e no Amigão, foram vistas por 4,2 milhões de telespectadores.

Isolada, em termos de transmissão da Liga dos Campeões da Uefa, a Sky ainda via a ascensão da Netflix, concorrente no conteúdo a la carte, e a retração de assinaturas em um ano, de 19,3 mi para 18,9 milhões. Assim, a empresa acabou chegando a um acordo com o Esporte Interativo, num comunicado silencioso, via e-mail aos assinantes. Em quatro linhas, o prazo para o início dos dois canais, 29 de setembro, e o incremento, com Champions e Nordestão. Em tempo: os direitos de transmissão do regional estão negociados até 2022.

Alcance do Nordestão na tevê paga
2013 – 18,7% (3,6 milhões de assinaturas)
2014 – 18,7% (3,6 milhões)
2015 – 18,7% (3,6 milhões)
2016 – 70,9% (13,7 milhões)
2017 – 100% (18,9 milhões*)

Assinantes de tevê paga (18.909.693*)
11.693.001 – Sudeste
2.857.939 – Sul
2.211.921 – Nordeste
1.348.080 – Centro-Oeste
798.752 – Norte
* Dado da Anatel sobre todas operadoras, de junho de 2016

Participações pernambucanas no Nordestão**
2013 – Santa (6º), Sport (7º) e Salgueiro (13º)
2014 – Sport (campeão), Santa (4º) e Náutico (11º)
2015 – Sport (4º), Salgueiro (7º) e Náutico (9º)
2016 – Santa (campeão), Sport (4º) e Salgueiro (6º)
2017 – Náutico, Santa e Sport
** Após a volta oficial do regional

As notícias esportivas que faltaram na capa do “Diário de Notícias”, de Justiça

Jornais no dia 29 de junho de 2009: Aqui PE, Diário de Notícias e Diario de Pernambuco

Ambientada no Recife, a minissérie Justiça, da Rede Globo, interliga quatro prisões ocorridas numa mesma noite. Histórias independentes nos mais diversos cantos da capital pernambucana. Todas acabaram estampadas na capa do Diário de Notícias, um fictício jornal local. A tal edição “circulou” em 29 de junho de 2009, com chamadas fictícias. Nacionalmente, à vera, ignorou a primeira morte por gripe suína. No viés do blog, esportivamente falando, uma rápida observação na capa verificou a falta de notícias de futebol.

Nos principais jornais da cidade* naquela segunda-feira, o grande destaque foi o título da Seleção Brasileira na Copa das Confederações, numa vitória de virada sobre os Estados Unidos, 3 x 2. Manchete substituída no “DN” pela queda da taxa básica de juros, que sequer ocorreu naquele fim de semana. Também no dia 28 (ou seja, um fato que deveria constar no jornal do dia seguinte) ocorreu uma partida do Brasileirão no Recife, com a vitória do Sport sobre o Grêmio por 3 x 1, na Ilha, além de um protesto da torcida timbu, insatisfeita com a má campanha. Naquela temporada, rubro-negros e alvirrubros seriam rebaixados.

Já o Santa sequer havia estreado na Série D, cuja primeira edição foi justamente em 2009. No sábado, o time disputara um amistoso com o Treze, mas a peleja nem terminou. Vencendo por 4 x 3, o time paraibano se retirou de campo depois de ter dois jogadores expulsos. Por sinal, a camisa tricolor apareceu no segundo episódio de Justiça, com o  motorista de ônibus Waldir, interpretado por Ângelo Antônio. A trama de Manuela Dias foi produzida em 20 capítulos.

As capas dos jornais em 29/06/2009*:

Diário de Notícias

Diario de Pernambuco

Jornal do Commercio

Aqui PE 

* O blog não conseguiu encontrar a edição da Folha de Pernambuco

A audiência do Flamengo na TV, com o Recife em 11º lugar entre 15 metrópoles

Levantamento do Ibope sobre a audiência televisiva do Flamengo em 2015. Crédito: José Colagrossi/Ibope, via twitter (@JColagrossiNeto)

O status de maior torcida rende ao Flamengo, consequentemente, a maior audiência televisiva, ainda mais pela quantidade de jogos exibidos, em detrimento de equipes locais de tradição. Pela segundo ano seguido, o Ibope apresenta dados sobre as transmissões do clube. O número acumulado de telespectadores em 2015 chegou a 126 milhões. O levantamento considera as quinze principais metrópoles brasileiras, que correspondem a 68 milhões de indivíduos. O escopo inclui três praças nordestinas: Recife, Salvador e Fortaleza. Com 3,9 milhões de habitantes, o Grande Recife aparece apenas em 11º lugar no balanço do Fla, embasando a preferência pelo Trio de Ferro. Abaixo, da capital pernambucana, metrópoles menos populosas como Curitiba (3,3 milhões), Goiânia (2,2 mi), Campinas (2,0 mi) e Florianópolis (1,1 mi).

O maior foco da audiência flamenguista ficou, naturalmente, no Rio de Janeiro, com 37,8% dos telespectadores nas partidas do clube, entre Carioca, Brasileirão e Copa do Brasil. Trata-se da soma de todas as emissoras, na tevê aberta e na tevê paga. O pico ocorreu em 2 de agosto, num Maracanã com 51.749 torcedores e sinal liberado todo o país, incluindo o Rio. Cerca de 6,2 milhões de pessoas assistiram ao empate em 2 x 2 com o Santos.

Voltando ao cenário local, a lista contrasta com a anterior, também divulgada pelo diretor-executivo do instituto, José Colagrossi. Em 2014, o número divulgado pelo Ibope foi o de partidas exibidas, com o Recife em 4º lugar, com 28 jogos, somando Globo e Band. Lembrando que em Pernambuco o maior índice de torcida já alcançado pelo Flamengo foi de 8%, segundo o Plural Pesquisa, em 2011, o que corresponderia a 703 mil pessoas na época.

Nº de telespectadores alcançados nos jogos do Flamengo
2015 – 126,9 milhões
2014 – 134,0 milhões

Audiência do Flamengo nas 15 principais praças
1º) 48,0 milhões – Rio de Janeiro
2º) 8,4 milhões – São Paulo
3º) 7,8 milhões – Brasília
4º) 6,8 milhões – Manaus
5º) 6,7 milhões – Vitória
6º) 5,3 milhões – Salvador
7º) 5,2 milhões – Belém
8º) 5,0 milhões – Fortaleza
9º) 4,4 milhões – Porto Alegre
10º) 3,5 milhões – Belo Horizonte
11º) 3,1 milhões – Recife
12º) 3,0 milhões – Goiânia
13º) 2,7 milhões – Curitiba
14º) 1,6 milhão – Florianópolis
15º) 0,9 milhão – Campinas

Levantamento do Ibope sobre a audiência televisiva do Flamengo em 2015. Crédito: José Colagrossi/Ibope, via twitter (@JColagrossiNeto)

E se o Recife cogitasse receber uma edição dos Jogos Pan-Americanos?

Ideias para centros pan-americanos no Recife. Arte: Cassio Zirpoli sobre imagem do Google Maps

No embalo dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, com pleno engajamento da torcida, vamos a um exercício de futurologia. E se o Recife cogitasse uma candidatura aos Jogos Pan-Americanos, emulando a infraestrutura olímpica numa escala menor? Trata-se de um evento com 42 países, com 5,6 mil atletas competindo durante duas semanas. Considerando as principais modalidades, a estrutura já existente e projetos já apresentados oficialmente (em execução ou não), o blog apontou 14 locais com eventos esportivos na região metropolitana.

Localização dos polos esportivos no Grande Recife
1 – Centro Santos Dumont (atletismo, natação, badminton e lutas)
2 – Geraldão (basquete)
3 – Praia de Boa Viagem (vôlei de praia)
4 – Orla do Pina (tênis)
5 – Marco Zero (chegada da maratona)
6 – Rio Capibaribe, na Rua da Aurora (remo e canoagem)
7 – Centro de Convenções (handebol, ginástica, judô, taekwondo e boxe)
8 – Memorial Arcoverde (basebol)
9 – Ilha do Retiro (futebol)
10 – Aflitos (rúgbi)
11 – Arruda (futebol)
12 – Cabanga Iate Clube Maria Farinha (vela)
13 – Caxangá Golf & Country Club (hipismo, golfe e tiro)
14 – Arena PE (futebol e cerimônias), Arena Indoor (vôlei) e vila dos atletas

Lima, a capital peruana, ganhou a eleição para o Pan de 2019, enquanto a sede de 2023 ainda será definida pela Organização Desportiva Pan-Americana, a Odepa. A cidade deve ser anunciada em 2017, mantendo a média de seis anos de preparação para cada cidade. Mesmo menor em relação aos Jogos Olímpicos, o gasto é alto. Em 2007, na última vez em que o Brasil recebeu o torneio intercontinental, o Rio gastou R$ 3,5 bilhões, sendo R$ 330 milhões no Engenhão, o Estádio Olímpico de 2016. O velódromo também saiu caríssimo – este, por não ter nada parecido em Pernambuco, precisaria ser erguido do zero.

Para 2023, sete cidades já demonstraram interesse. São Paulo (sede em 1963), San Juan-PUR (sede em 1979), Mar del Plata-ARG (sede em 1995), Rosário-ARG, Medelín-COL e Porto Alegre. Além do óbvio plano executivo com locais de competição, infraestrutura, centro de imprensa, mobilidade e segurança, cada cidade precisa pagar o custo de inscrição: US$ 50 mil. Encara?

No Recife, vamos às justificavas sobre cada local.

Obs. Com o claro problema no litoral, a maratona aquática precisa ser estudada.

1 – Santos Dumont: Atletismo
Apesar de não ter sido utilizado, o Centro Esportivo Santos Dumont chegou a ser inscrito no guia oficial de treinamento Pré-Jogos Olímpicos de 2016. A pista de atletismo, reformada, receberia uma arquibancada na ala leste. Para receber ao menos 15 mil espectadores, precisaria de uma arquibancada móvel. A medida foi adotada pela cidade canasense de Winnipeg, no Pan de 1999.

Projeto de reforma do Centro Santos Dumont. Crédito: divulgação

1 – Santos Dumont: Natação, polo aquático e saltos ornamentais
Pelo projeto lançado em 2012, o parque aquático do Santos Dumont receberia boa parte da verba de reforma de todo o complexo. O orçamento total foi calculado em R$ 84.994.736, considerando a requalificação física e estrutural, através do decreto 38.395 no Diário Oficial do Estado. Na divisão, 65,32% do governo do estado e 34,68% do Ministério do Esporte. Ainda não saiu do papel.

Projeto de reforma do Centro Santos Dumont. Crédito: divulgação

1 – Santos Dumont: Badminton, lutas greco-romana/livre e levant. de peso
Um enorme galpão com quadras poliesportivas seria construído no projeto de reforma – cujo prazo de conclusão datava no primeiro semestre de 2014. O amplo espaço seria suficiente para esportes de menor apelo popular no Brasil.

Projeto de reforma do Centro Santos Dumont. Crédito: divulgação

2 – Geraldão: Basquete
Inaugurado em 1970, o Geraldão passa por sua maior reforma, numa obra de R$ 45,7 milhões e que deveria ter sido concluída em 2014. O equipamento, que já recebeu 19 mil pessoas na Liga Mundial de Vôlei, em 2002, será liberado para 10 mil pessoas, em cadeiras. Entre as novidades, ambiente climatizado, piso com padrão internacional e um telão de última geração. Em caso de inversão com a Arena Indoor, o ginásio poderia receber o vôlei em vez do basquete.

Projeto de reforma do Geraldão. Crédito: divulgação

3 – Praia de Boa Viagem – Vôlei de praia
A famosa orla recifense recebe torneios nacionais de vôlei de praia há mais de uma década. Abaixo, um exemplo, o Circuito Banco do Brasil em 2013. A estrutura montada atenderia à exigência pan-americana, com quadra central, com mais de dois mil lugares, e três quadras menores, com arquibancadas.

Circuito de vôlei de praia Banco do Brasil, no Recife, em 2013. Foto: CBV/divulgação

4 – Orla do Pina: Tênis
As quatro quadras de tênis no Pina já receberam quatro torneios oficiais de nível “challenger”, em 1992, 1993, 1994 e 2011. O último aconteceu após uma reforma completa das quadras, de R$ 4,1 milhões, incluindo novo piso e troca no sistema de iluminação, com 48 refletores. Na quadra principal foi montada até uma arquibancada com 1.000 lugares e mais 150 no camarote vip. Na ocasião, a disputa contou com 32 tenistas na chave principal.

Quadras de tênis na orla do Pina, no Recife

5 – Marco Zero: Chegada da maratona e fan fest
Cartão postal do Recife, o local seria ponto obrigatório para imagens do evento, com a chegada da maratona, cujo trajeto poderia sair da Igreja de Nazaré, em Suape. Além disso, o local, com know-how, poderia abrigar o palco de eventos do Pan, engajando turistas e demais interessados.

Marco Zero do Recife. Foto: DP

6 – Rio Capibaribe: Remo e canoagem
Outro cartão postal. O rio é ponto de treino de remo em diversos pontos, como próximo à Ilha do Retiro (remadores do Sport) e na Rua da Aurora (remadores do Náutico). Ás águas calmas e o calçadão da Aurora poderiam harmonizar com a disputa. Outra opção seria levar as provas para o Marco Zero.

Rio Capibaribe, no Recife. Crédito: yoneericardo2.blogspot.com.b

7 – Centro de Convenções: Handebol, ginástica, judô, taekwondo e boxe
Assim como ocorreu no Pan de Toronto, em 2015, e na Olimpíada do Rio, em 2016, o Centro de Convenções, em Olinda, poderia ser adaptado para receber diversas modalidades com demanda menor de espaço. As alas sul e norte do pavilhão de feiras têm 18.870 metros quadrados e já contam com ar-condicionado. O Cecon ainda tem 5,3 mil m² de área livre, num espaço para praças de alimentação e confraternização. Em 2012, o governo do estado apresentou um projeto de ampliação de R$ 800 milhões, incluindo a construção de um complexo empresarial-hoteleiro. Ainda no papel.

Centro de Convenções, em Olinda. Crédito: governo do estado

8 – Parque Memorial Arcoverde: Basebol
O parque na divisa entre Olinda e Recife foi inaugurado em 1994. Inicialmente, contava com campos de futebol, quadras de tênis e de outras modalidades. Deteriorado, o espaço tem um projeto de repaginação parado. Paralelamente a isso, pode receber um campo de basebol, numa parceria entre a Major League Baseball (MLB), do Estados Unidos, e o governo estadual. A liga busca desenvolver o esporte no país. Resolveria a lacuna no Pan.

Projeto de requalificação do Memorial Arcoverde, em Olinda

9 – Ilha do Retiro: Futebol
Ainda que o futebol seja um evento com seleções Sub 20, a popularidade no país poderia causar um interesse acima da média na disputa. Três estádios na capital dariam conta, com a Ilha do Retiro aguardando uma reforma de R$ 750 milhões. Como o Sport não encontrou um parceiro na iniciativa privada, a arena acabou engavetada, mesmo liberada pela Prefeitura do Recife.

Projeto da Arena do Sport. Crédito: Sport/divulgação

10 – Aflitos: Rúgbi
Sem mandar jogos em seu estádio de forma regular desde 2013, o Náutico projeta a volta ao Eládio de Barros em 2017. Com dimensões menores e sem grandes perspectivas de modernização, o local poderia receber o torneio de rúgbi. Há algum tempo já vem sendo palco de jogos de futebol americano, num bom indicativo para os aficionados locais sobre uma modalidade semelhante.

Estádio dos Aflitos. Foto: Cassio Zirpoli/DP

11 – Arruda: Futebol
A Arena Coral foi lançada em 28 de junho de 2007. Na época, o Santa estipulou o investimento em R$ 190 milhões. Uma década depois, o montante aumentou, ainda sem uma quantia definida. O novo Mundão poderia receber a final ou ao menos a semifinal dos torneios de futebol, tendo a Arena Pernambuco como concorrente – dependendo do grau de reforma no estádio até o Pan.

Projeto da Arena Coral. Crédito: Santa Cruz/divulgação

12 – Maria Farinha: Vela
O litoral norte de Paulista, na altura de Maria Farinha, é um reduto tradicionalíssimo das regatas pernambucanas, na proximidade da segunda unidade do Cabanga Iate Clube. A descentralização do Pan-Americano também poderia pesar a favor da decisão de levar a disputa para lá.

Maria Farinha, no norte de Paulista

13 – Caxangá Golf: Golfe, hipismo e tiro
O clube no final da Avenida Caxangá tem 80 hectares, boa parte no campo de golfe, com 18 buracos, a quantidade exigida no torneio do Pan – a estreia da modalidade foi em 2015. Também há espaço para hipismo, em provas de saltos e equitação, além de espaço suficiente para para montar instalações para o tiro.

Caxangá Golf Club

14 – Cidade da Copa: Arena (futebol), Indoor (vôlei) e vila dos atletas
Como se sabe, apenas a arena tornou-se realidade. No entanto, pelo bilionário projeto original, em 2019 o local também já contaria com um ginásio (a “Arena Indoor” teria 15 mil lugares, sendo a maior da cidade, apta para o vôlei, de grande procura), centro de convenções (9,5 mil m²), centro comercial (79 mil m²), dois hotéis (300 e 250 quartos) e 1.510 unidades residenciais, entre prédios e casas. A área residencial, sendo concluída próxima ao evento, poderia formar a Vila dos Atletas. A distância dos demais polos de competições teria que ser resolvida com um ajuste no metrô e em linhas expressas. 

Projeto da Cidade da Copa em 2019. Crédito: Odebrecht/divulgação

O controverso incentivo do governo ao BRT na Arena, com a passagem mais cara

O trajeto do Expresso Arena, a partir do Derby. Crédito: governo do estado/google maps

Na concepção da Arena Pernambuco, em 2009, o metrô foi apontado como o modal mais importante para o transporte público, escoando até 35% da torcida. Como se sabe, a Estação Cosme e Damião, imaginada a 700 metros do estádio, ficou a 2,5 quilômetros, inviabilizando a ideia. O BRT (Bus Rapid Transit) era o complemento, que, com o andamento das obras, tornou-se o principal meio. A nova falha foi a falta de regularidade. Aos poucos, o governo do estado fez o óbvio, a circulação de uma linha expressa nos jogos, com até 15 veículos dando conta da demanda. Agora, falta uma política de precificação.

Com o BRT, partindo da praça do Derby, o discurso sobre o uso do transporte público voltou a ganhar força, curiosamente, após a gestão da arena voltar para as mãos do poder público. O objetivo, claro, é reduzir o tráfego de carros, com até cinco mil veículos em jogos acima de 25 mil pessoas. Entretanto, o trajeto de 40 minutos, além de eficiente, precisa caber no bolso do torcedor. Ao criar um esquema especial para Sport x Flamengo, abrindo o returno do Brasileirão de 2016, o preço da passagem (idea e volta) subiu, chegando a R$ 15. Ingressos para sócios leoninos, no leste superior, foram colocados à venda por R$ 10.

Mais. Considerando que o estacionamento na arena custa R$ 20, um carro com cinco pessoas continuará com esse valor. Se essas cinco pessoas decidirem ir no BRT, o gasto agregado será de R$ 75 – fora o deslocamento até o Derby. Como convencer o público desta forma? E não se trata de um padrão. Em 25 de março, foi registrado o recorde de público na arena, com 45.010 torcedores. Na ocasião, o BRT, nos mesmos moldes, custou R$ 12. E o estacionamento R$ 40. A diferença, ali, teve como explicação… o incentivo à mobilidade.

As linhas expressas para a Arena Pernambuco*:

Praça do Derby/Arena
Tempo: 40 minutos (cada trecho)

BRT
R$ 12 – Brasil x Uruguai, 25/03/2016 (estacionamento: R$ 40)
R$ 15 – Sport x Flamengo, 13/08/2016 (estacionamento: R$ 20)

Linha 058 (ônibus tradicional)
R$ 7 – Sport x São Paulo, 19/07/2015
R$ 7 – Náutico x Vitória, 25/07/2015 (13

Ônibus fretados (luxo)*:

Aflitos/Arena
R$ 20 – Náutico x Tupi, 29/07/2016

Ilha do Retiro/Arena
R$ 15 – Sport x São Paulo, 19/07/2015

* Em todos os casos, os valores contemplam as passagens de ida e volta.