Miguel Arraes, o nome do troféu do Campeonato Pernambucano de 2016

Miguel Arraes, governador de Pernambuco

Miguel Arraes completaria 100 anos em 2016. Ex-governador de Pernambuco em três oportunidades, 1963-1964, 1987-1990 e 1995-1998, o político deverá ser homenageado mais uma vez no futebol pernambucano. Em 2014, Miguel Arraes havia sido designado como o nome do primeiro turno, vencido pelo Salgueiro. A ideia era uma nomenclatura permanente, mas acabou sendo deixada de lado já no ano seguinte. Agora, devido ao centenário, a FPF pretende dar o seu nome ao troféu do Campeonato Pernambucano de 2016.

A reverência a políticos não é novidade no esporte local. Outras taças já receberam nomes de governadores. A última vez foi em 2009, com o neto de Arraes, Eduardo Campos. Segundo o presidente da federação, Evandro Carvalho, a entidade já encaminhou o pedido formal à família do político, natural de Araripe, no Ceará, falecido em 2005. Em relação ao modelo da taça, que sempre desperta curiosidade devido às ideias pouco ortodoxas, a divulgação só deve acontecer em abril, na reta final da competição.

Você concorda com a homenagem?

Relembre os últimos dez troféus do Estadual clicando aqui.

2006 – Troféu Diario de Pernambuco (Sport)
2007 – Troféu 100 Anos do Frevo (Sport)
2008 – Troféu Radialista Luiz Cavalcante (Sport)
2009 – Troféu Governador Eduardo Campos (Sport)
2010 – Troféu Tribunal de Justiça de Pernambuco (Sport)
2011 – Troféu 185 anos da Polícia Militar de Pernambuco (Santa Cruz)
2012 – Troféu Rede Globo Nordeste (Santa Cruz)
2013 – Troféu FPF (Santa Cruz)
2014 – Troféu 100 anos do Campeonato Pernambucano (Sport)
2015 – Troféu Centenário da FPF (Santa Cruz)
2016 – Troféu Centenário de Miguel Arraes 

Obs. Também serão homenageados Hélio Macedo, que completou 50 anos de radialismo esportivo em 1º de janeiro de 2016, e o pesquisador Carlos Celso Cordeiro, que faleceu em 23 janeiro, aos 72 anos. A FPF ainda estuda a forma.

Os 71 maiores campeões estaduais de 1902 a 2015, entre 2.400 campeonatos

Clubes brasileiros

O primeiro campeonato estadual do Brasil aconteceu em 1902, organizado pela Liga Paulista de Foot-Ball, com apenas 21 partidas. O São Paulo Athletic, de Charles Miller, foi o primeiro campeão. O introdutor do esporte no país sagrou-se, também, o primeiro artilheiro, com 10 gols. Desde então, o mapa futebolístico mudou bastante no âmbito estadual, com a última mudança em 1988, na criação do estado do Tocantins. Portanto, em 114 anos de história de bola rolando, na base da rivalidade nacional, já foram realizados 2.400 campeonatos estaduais, considerando as 27 unidades da federação. 

O levantamento soma até o extinto campeonato fluminense, disputado até 1978, antes da fusão com o Estado da Guanabara, formado pela cidade do Rio de Janeiro. O blog contou os períodos amador e profissional de todos os estados. Na década de 1930, aliás, foram realizados torneios paralelos oficiais no Rio e em São Paulo. Se em Pernambuco a transição ocorreu de forma pacífica em 1937, em Roraima o torneio só foi profissionalizado em 1995, com três participantes, sendo o último segundo a CBF. Entretanto, a competição já era organizado pela federação roraimense desde 1960, com os mesmos filiados.

Entre os grandes campeões, 71 clubes ganharam ao menos dez títulos, incluindo Sport 40, Santa 28 e Náutico 21. O maior vencedor é o ABC de Natal, o único com mais de 50 taças em sua galeria. E olhe que já chegou a ser decacampeão (1932-1941), feito só igualado pelo América Mineiro (1916-1925).

Os 71 maiores campeões estaduais* (último título):
* A partir de 10 conquistas

+50 títulos estaduais
1º) ABC-RN – 52 títulos (2011)

De 40 a 49 títulos estaduais
2º) Bahia-BA – 46 títulos (2015)
3º) Paysandu-PA – 45 títulos (2013)
3º) Rio Branco-AC – 45 títulos (2015)
5º) Internacional-RS – 44 títulos (2015)
5º) Remo-PA – 44 títulos (2015)
7º) Ceará-CE – 43 títulos (2014)
7º) Atlético-MG – 43 títulos (2015)
7º) Nacional-AM – 43 títulos (2015)
10º) Sport-PE – 40 títulos (2014)
10º) Fortaleza-CE – 40 títulos (2015)

De 30 a 39 títulos estaduais
12º) CSA-AL – 37 títulos (2008)
12º) Coritiba-PR – 37 títulos (2013)
12º) Cruzeiro-MG – 37 títulos (2014)
12º) Rio Branco-ES – 37 títulos (2015)
16º) Grêmio-RS – 36 títulos (2010)
17º) América-RN – 35 títulos (2015)
18º) Sergipe-SE – 33 títulos (2013)
18º) Flamengo-RJ – 33 títulos (2014)
20º) Sampaio Corrêa-MA – 32 títulos (2014)
21º) Fluminense-RJ – 31 títulos (2012)

De 20 a 29 títulos estaduais
22º) River-PI – 29 títulos (2015)
23º) CRB-AL – 28 títulos (2015)
23º) Santa Cruz-PE – 28 títulos (2015)
25º) Corinthians-SP – 27 títulos (2013)
25º) Vitória-BA – 27 títulos (2013)
25º) Botafogo-PB – 27 títulos (2014)
28º) Goiás-GO – 25 títulos (2015)
29º) Mixto-MT – 24 títulos (2008)
29º) Moto Club-MA – 24 títulos (2008)
31º) Vasco-RJ – 23 títulos (2015)
32º) Palmeiras-SP – 22 títulos (2008)
32º) Atlético-PR – 22 títulos (2009)
34º) Náutico-PE – 21 títulos (2004)
34º) São Paulo-SP – 21 títulos (2005)
34º) Santos-SP – 21 títulos (2015)
37º) Atlético-RR – 20 títulos (2009)
37º) Botafogo-RJ – 20 títulos (2013)
37º) Campinense-PB – 20 títulos (2015)
37º) Confiança-SE – 20 títulos (2015)

De 10 a 19 títulos estaduais
41º) Baré-RR – 18 títulos (2010)
42º) Ferroviário-RO – 17 títulos (1989)
42º) Macapá-AP – 17 títulos (1991)
42º) Rio Negro-AM – 17 títulos (2001)
42º) Flamengo-PI – 17 títulos (2009)
42º) Desportiva-ES – 17 títulos (2013)
42º) Figueirense-SC – 17 títulos (2015)
48º) Avaí-SC – 16 títulos (2012)
49º) América-MG – 15 títulos (2001)
49º) Vila Nova-GO – 15 títulos (2005)
49º) Treze-PB – 15 títulos (2011)
49º) Maranhão-MA – 15 títulos (2013)
53º) Goiânia-GO – 14 títulos (1974)
53º) Operário-MT – 14 títulos (2006)
53º) Juventus-AC – 14 títulos (2009)
56º) Atlético-GO – 13 títulos (2014)
57º) Joinville-SC – 12 títulos (2001)
57º) Parnahyba-PI – 12 títulos (2013)
59º) Paulistano-SP – 11 títulos (1929)
59º) Botafogo-PI – 11 títulos (1957)
59º) Independência-AC – 11 títulos (1998)
59º) Gama-DF – 11 títulos (2015)
63º) Cabo Branco-PB – 10 títulos (1934)
63º) Ypiranga-BA – 10 títulos (1951)
63º) Moto Clube-RO – 10 títulos (1981)
63º) Flamengo-RO – 10 títulos (1985)
63º) Tuna Luso-PA – 10 títulos (1988)
63º) Amapá-AP – 10 títulos (1990)
63º) Operário-MS – 10 títulos (1997)
63º) Itabaiana-SE – 10 títulos (2012)
63º) Criciúma-SC – 10 títulos (2013)

Carlos Celso Cordeiro, uma vida dedicada à história do futebol pernambucano

Carlos Celso Cordeiro, historiador e pesquisador. Foto: Paulo Paiva/DP

Quem ganhou mais clássicos, Sport ou Santa Cruz?
Quem foi o maior artilheiro do Náutico?
Quando aconteceu o primeiro jogo da história de cada grande clube?
Quem venceu mais no Campeonato Pernambucano? E o maior público?
Quem treinou mais? Quem conquistou mais títulos? 

Se hoje a gente sabe qualquer estatística que alimente a rivalidade do Trio de Ferro, é possível afirmar que o mérito é todo de Carlos Celso Cordeiro.

Pernambucano de Tabira e radicado no Recife, um alvirrubro fanático, da época do hexa. Mas, sobretudo, um apaixonado pelo futebol pernambucano. Um abnegado em resgatar a nossa história, perdida nas páginas amareladas dos jornais da capital. Pesquisador nato, Carlos Celso começou a colecionar todos os dados possíveis sobre os resultados dos times do Recife em 1982. Ia diariamente ao Arquivo Público, na Rua do Imperador. Lia e revisava todas as edições à disposição, confrontando dados do Diario de Pernambuco, Jornal do Commercio, Diário da Noite, Jornal Pequeno , Folha de Pernambuco etc. Escalações, gols públicos, bilheterias, arbitragens e outras curiosidades. 

Primeiro, anotava tudo em cadernos empilhados em sua casa. Até 1992, quando adquiriu o seu primeiro computador, passando a armazenar os dados em disquetes. Com o avanço da tecnologia, com mais memória, revisou todo o acervo, tirando fotos das fichas, digitalizando todo o material em hd externos. Engenheiro aposentado na Chesf, viu no futebol uma nova dedicação e, mesmo sem apoio, passou a publicar livros em série sobre Náutico, Sport e Santa. O primeiro, em 1996, com um levantamento estatístico de todos os jogos do Timbu entre 1909 e 1969, o “Náutico – Retrospecto de todos os jogos”. Depois, mais três volumes, com a sua dedicação se estendendo aos rivais.

Sempre na base do esforço, com tiragens mínimas e sem o menor objetivo de enriquecer, pelo puro prazer de ver a sua paixão pela história compartilhada. Ao todo, o historiador publicou 21 livros, oriundos de seu incomparável acervo, com 20.200 partidas do futebol local desde a primeira peleja, em 1905. Mesmo com a saúde debilitada, se preparava para mais uma publicação, sobre o centenário do Clássico das Multidões em maio de 2016, repetindo a ideia de 2009, nos 100 anos de Náutico x Sport. Manter o foco era uma forma de seguir com forças.

Com muito orgulho, fui convidado por Carlos Celso para escrever uma apresentação do livro. Eu o conhecia desde 2004, quando entrei no Diario. No ano seguinte – ainda nem trabalhava em Esportes -, o convidei para participar da minha monografia da faculdade, ao lado de Fernando Menezes, Stênio José e Lenivaldo Aragão. Aceitou, claro, com a mesma educação mostrada nesse tempo todo de convivência. Sempre atencioso nas incontáveis matérias sobre história e estatística, no jornal ou no blog. Falo por mim, mas tendo a certeza que isso se aplica a todos os colegas.

Por isso, a enorme tristeza neste 24 de janeiro de 2016. Aos 72 anos, Carlos Celso não resistiu ao tratamento de câncer, falecendo na noite anterior, após uma infecção respiratória. Perdemos uma pessoa que reviveu a nossa história.

Perdi um amigo também. 

Em 2008, no início do blog, Carlos Celso Cordeiro escreveu sobre uma série sobre o início da prática do futebol no Recife, de 1905 a 1915.
Capítulos: parte 1parte 2parte 3parte 4parte 5 e parte 6.Livros de Carlos Celso Cordeiro

Catálogo da CBF com 790 estádios de futebol, incluindo 39 em Pernambuco

O cadastro nacional de estádios da CBF em 2016. Crédito: CBF/reprodução

A sexta atualização do Cadastro Nacional de Estádios foi divulgada pela CBF, desta vez com 790 palcos registrados, oito a mais que a última publicação oficial. De acordo com o documento de 97 páginas, 420 estádios têm lotação máxima de 5 mil espectadores, enquanto 11 podem receber mais de 50 mil. Considerando as praças esportivas listadas nas 27 unidades da federação, 241 estão no Nordeste, sendo 39 particulares, 3 federais, 17 estaduais e 182 municipais. Na região, 162 palcos têm iluminação, o que corresponde a 67%.

Estatísticas dos estádios brasileiros:
Capacidade de público, iluminação, propriedade e regiões.

Em Pernambuco (lista abaixo) são 39 estádios reconhecidos, sendo a Arena Pernambuco o mais recente – o 40º deveria ser o Grito da República, em Olinda, cuja obra está atrasada há dois anos. São 36 locais com refletores e 3 sem sistema de iluminação, mesmo número da última atualização.

Dos doze estádios inscritos no Campeonato Pernambucano de 2016, apenas três têm a mesma capacidade de público tanto no catálogo da confederação quanto nos quatro laudos exigidos e cadastrados pela FPF (engenharia, vigilância sanitária, segurança e bombeiros). Arruda, Ilha e Carneirão vivem uma situação inversa, pois poderiam receber mais gente segundo a CBF.

A diferença na capacidade do catálogo em relação aos laudos do Estadual:
+9.462 – Arruda (Recife)
-1.545 – Arena Pernambuco (São Lourenço)
+5.548 – Ilha do Retiro (Recife)
-518 – Lacerdão (Caruaru)
-500 – Ademir Cunha (Paulista)
zero – Cornélio de Barros (Salgueiro)
+911 – Carneirão (Vitória)
-1.307 – Antônio Inácio (Caruaru)
zero – Mendonção (Belo Jardim)
zero – Nildo Pereira (Serra Talhada)
-100 – Paulo Petribú (Carpina)
-1.661 – Joaquim de Britto (Pesqueira)

Os 39 estádios pernambucanos cadastrados segundo a CBF

A nova tabela do hexagonal do Estadual, já com a grade de transmissão na TV

A tabela do hexagonal do título do Campeonato Pernambucano de 2016. Crédito: FPF/site oficial

Por uma questão de segurança, nas prévias carnavalescas, o Clássico das Emoções agendado para a primeira rodada do Campeonato Pernambucano de 2016 foi transferido do domingo (31/01) para a segunda (01/02). A troca resultou em outros ajustes na competição, evitando mais de um jogo na capital no mesmo dia e preenchendo a grade de televisão. Com a nova tabela publicada pela FPF já é possível conferir todos jogos do hexagonal do título com transmissão, tanto na Globo quanto no Premiere, para até 87 países.

No hexagonal estão agendadas dez partidas na tevê aberta e nove no pay-per-view. Todas as dez rodadas terão ao menos um jogo transmitido, mas o destaque vai para a 7ª rodada, com as três partidas na grade, no sábado, no domingo e na segunda.  Vale lembrar que também está prevista a exibição dos oito jogos do mata-mata: semifinais, decisão de 3º lugar e final. A fase principal do Estadual terá a presença do Trio de Ferro, do Salgueiro e de mais dois clubes oriundos da primeira fase, que terminará em 27 de janeiro.

Nº de jogos na TV (19, aberta e ppv)
9 – Santa Cruz
8 – Sport e Náutico
5 – 1º colocado do grupo B (América, Serra Talhada ou Vitória*)
4 – Salgueiro e o 1º colocado do grupo A (Atlético, Belo Jardim, Central ou Porto)

Jogos na Globo (10)
6 – Sport
5 – Santa Cruz
3 – Salgueiro e o 1º colocado do grupo B (América, Serra Talhada ou Vitória*)
2 – Náutico
1 – 1º colocado do grupo A (Atlético, Belo Jardim, Central ou Porto)

Jogos no Premiere (9)
6 – Náutico
4 – Santa Cruz
3 – 1º colocado do grupo A (Atlético, Belo Jardim, Central ou Porto)
2 – Sport e o 1º colocado do grupo B (América, Serra Talhada ou Vitória*)
1 – Salgueiro 

* A duas rodadas do fim da 1ª fase, o Pesqueira já não tem chances. 

A fórmula é a mesma dos últimos anos, com os quatro melhores classificados avançando ao mata-mata, com semifinal (dias 20 e 24 de abril) e final (4 e 8 de maio). Em relação às cotas de transmissão na televisão, os três grandes clubes da capital ganham R$ 950 mil, enquanto os demais clubes recebem R$ 110 mil. 

Araújo e Carlinhos Bala, o ataque retrô e decisivo de Central e América

Araújo e Carlinhos Bala, atacantes de Central e América, balançando as redes no Pernambucano 2016. Fotos: Central/facebook (portal No Detalhe) e Emanuel Borges/twitter (@EmanuelBVA)

Araújo disputou o Campeonato Pernambucano pela primeira vez em 1997. Tinha 19 anos, revelado na base do Porto junto a Josué, e já mostrava o seu futebol no Antônio Inácio. Enquanto isso, Carlinhos Bala era apenas Carlinhos. Apareceu no Arruda em 1999, com a mesma idade, ganhando o “sobrenome” duas temporadas depois, ao se destacar num Clássico das Emoções.

Os dois atacantes rodaram demais. Araújo brilhou mais fora do estado, enquanto Bala conquistou o Brasil sem sair de Pernambuco. Muitos anos depois, já na inevitável curva descendente do futebol, os bons contratos minguaram. Mas não o desejo de seguir batendo uma bolinha à vera.

Aos 38 anos, Araújo agora veste a camisa do Central, seu time de infância.
Aos 36 anos, Carlinhos defende as cores do América, seu 4º time na capital.

Personagens de outrora, mas ainda com cartaz junto à torcida, os veteranos foram decisivos numa mesma noite em 2016. Marcaram os gols das vitórias alvinegra e alviverde sobre Atlético (1 x 0) e Vitória (2 x 1), esta aos 46 do segundo tempo. Na reta final das carreiras, Araújo e Carlinhos Bala caminham para o hexagonal do título. Um encontro com quase duas décadas de atraso…

As 69 taxas no cartório da Federação Pernambucana de Futebol em 2016

A última resolução oficial da FPF em 2015, em 29 de dezembro, decidiu os valores das taxas administrativas da entidade para a temporada 2016. Além da conhecida cobrança de 8% sobre todas as rendas brutas do Campeonato Pernambucano, a federação dispõe de uma planilha de emolumentos para qualquer movimentação do futebol local, para clubes profissionais e amadores. Uma espécie de “cartório do futebol”, com 69 opções, de R$ 30 a R$ 750 mil.

Os encargos (abaixo) estão divididos em 13 tópicos, como filiação profissional (o maior valor), mudança de sede, licenças e anuidades, transferências de jogadores calculadas pelos salários (de 2 a mais de 50 salários mínimos) e rescisões de contrato. Segundo o ato 32/2015, publicado no site da federação, só há isenção na primeira via da certidão para efeitos de aposentadorias (até 5 anos), na primeira solicitação para mudança na tabela, dentro do prazo, e nas licenças para amistosos, caso sejam agendados na pré-temporada.

Em relação às taxas dos jogos, vale citar os dados as três últimas edições do Estadual, de 2013 a 2015, quando a cobrança subiu de 6% para 8% – a maioria das federações cobra 5%. Foram 399 partidas, com R$ 24.514.143 de bilheteria. A FPF abocanhou R$ 1.961.131. Somando tudo isso, entende-se o patrimônio líquido de R$ 11,5 milhões. Só em 2014 o lucro foi de R$ 1,3 milhão.

Valores das taxas de emolumentos administrativos da FPF em 2016. Crédito: reprodução

Valores das taxas de emolumentos administrativos da FPF em 2016. Crédito: reprodução

Valores das taxas de emolumentos administrativos da FPF em 2016. Crédito: reprodução

Agap, o adversário onipresente na pré-temporada do Trio de Ferro

Time da Agap-PE em 2016. Foto: Agap/facebook

Atualizado em 21/03/2018

Possivelmente, você já ouviu falar da Agap. Afinal, poucos times enfrentaram tanto o Trio de Ferro nos últimos anos. Foram 30 confrontos entre janeiro de 2014 e março de 2018. O retrospecto é péssimo, com 29 derrotas, sendo 19 goleadas, e um mísero empate, sempre na condição de visitante. Para fins estatísticos, essas partidas não são contabilizadas como “amistosos” de Náutico, Santa Cruz e Sport, mas como “jogos-treinos”, pois os clubes da capital não utilizaram os uniformes. Apesar do desempenho em campo, o objetivo do alviazulino é nobre.

Onipresente nas pré-temporadas, a Associação de Garantia ao Atleta Profissional de Pernambuco não é um clube profissional, federado, mas uma entidade sem fins lucrativos criada em 15 de janeiro de 1998 e sediada na Boa Vista, com o objetivo de ajudar atletas e ex-atletas de futebol do estado. Com cursos de adequação a outras profissões, auxílios de saúde e alimentação, e, claro, o princípio básico de movimentar jogadores sem clubes, em busca de um contrato. De jovens sem espaço na base a veteranos desempregados.

A Agap já contou com vários jogadores rodados no futebol pernambucano, como, por exemplo, o atacante Carlinhos Bala e o lateral-esquerdo Lúcio, então com 35 anos. Apesar da disciplina, a cada jogo-treino é uma nova formação, dificultando a coletividade da equipe, que tem a bandeira de Pernambuco no distintivo e também joga com outros dois padrões, branco e laranja. Sem um calendário oficial, a agremiação presidida por Fernando Silva, ex-volante timbu, fica à espera de convites, não só da capital. Outra curiosidade é que a premissa também vale para a comissão técnica, com oportunidades para técnicos fora do mercado e ex-jogadores na transição para a nova função. Em 2016, Neco, que já comandou Salgueiro e Sport, aceitou treinar o time contra Náutico e Santa. Foi auxiliado pelo ex-zagueiro Lima e pelo ex-lateral-direito Russo.

Jogos da Agap contra o Trio de Ferro
16/03/2018 – Agap 0 x 2 Sport (CT José de Andrade)*
25/01/2018 – Agap 1 x 3 Sport (CT José de Andrade)*
07/01/2018 – Agap 0 x 6 Santa Cruz (Espaço Lazer do Hospital Português)
11/09/2017 – Agap 0 x 9 Sport (CT José de Andrade)*
07/04/2017 – Agap 0 x 4 Náutico (CT Wilson Campos)*
16/03/2017 – Agap 0 x 2 Sport (CT José de Andrade)*
14/03/2017 – Agap 1 x 1 Santa Cruz (Arruda)*
09/03/2017 – Agap 0 x 6 Náutico (CT Wilson Campos)*
06/03/2017 – Agap 0 x 3 Sport (CT José de Andrade)*
02/03/2017 – Agap 0 x 4 Náutico (CT Wilson Campos)*
27/02/2017 – Agap 0 x 2 Santa Cruz (Arruda)*
22/02/2017 – Agap 0 x 6 Sport (CT José de Andrade)*
20/01/2017 – Agap 1 x 5 Náutico (Arena Pernambuco)
10/01/2017 – Agap 0 x 3 Santa Cruz (Grito da República)
04/04/2016 – Agap 0 x 6 Náutico (CT Wilson Campos)*
02/02/2016 – Agap 3 x 4 Náutico (CT Wilson Campos)*
20/01/2016 – Agap 2 x 5 Náutico (CT Wilson Campos)
17/01/2016 – Agap 0 x 6 Santa Cruz (Chã Grande)
13/01/2016 – Agap 0 x 2 Náutico (CT Wilson Campos)
29/07/2015 – Agap 0 x 2 Sport (CT José de Andrade)
20/02/2015 – Agap 0 x 3 Sport (CT José de Andrade)*
14/02/2015 – Agap 1 x 3 Santa Cruz (Arruda)
06/02/2015 – Agap 1 x 3 Sport (CT José de Andrade)*
26/01/2015 – Agap 1 x 4 Sport (CT José de Andrade)
19/01/2015 – Agap 0 x 4 Santa Cruz (Chã Grande)
15/01/2015 – Agap 0 x 8 Sport (CT José de Andrade)
29/09/2014 – Agap 1 x 2 Náutico (CT Wilson Campos)*
17/07/2014 – Agap 0 x 4 Sport (CT José de Andrade)
10/07/2014 – Agap 0 x 7 Sport (CT José de Andrade)
12/01/2014 – Agap 0 x 4 Náutico (CT Wilson Campos)
* Times reservas x Agap. 

Agap vs trio: 30 jogos, 1 empate e 29 derrotas, 12 GP, 123 GC (-111)

Jogos da Agap com outros clubes do estado
16/01/2017 – Agap 0 x 1 América (Ademir Cunha)*
11/04/2015 – Agap 0 x 5 Central (Lacerdão)
02/02/2015 – Agap 0 x 8 Salgueiro (CT José de Andrade)*
30/12/2010 – Agap 0 x 4 América (Olindão)

Geral (2010-2018): 34 jogos, 1 empate e 33 derrotas, 12 GP, 141 GC (-129)

Confira as maiores goleadas do Trio de Ferro sobre a Agap…

Santa Cruz 6 x 0 Agap, 2016 (foto) e 2018

Jogo-treino 2016, Santa Cruz 6x0 Agap. Foto: Antônio Melcop (Santa)

Sport 9 x 0 Agap, 2017

Jogo-treino em 2017: Sport 9 x 0 Agap. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Náutico 6 x 0 Agap, 2016 (foto) e 2017

Jogo-treino 2015, Náutico 8x0 Agap. Foto: Milton Neto/divulgação

De R$ 844 a R$ 3.888, as taxas de árbitros no Pernambucano 2016. O mandante paga

Taxa de arbitragem do Campeonato Pernambucano de 2016, segundo a FPF

Além da taxa de 8% sobre a renda bruta dos jogos, a FPF ainda cobra outros encargos aos clubes no Campeonato Pernambucano. Em 2016, os mandantes precisam pagar, a cada apresentação, por inúmeros serviços para a realização da peleja, incluindo árbitro, dois assistentes, delegado especial de arbitragem, assessor de arbitragem, delegado do jogo, supervisor de protocolo, assessor de protocolo e fiscal da FPF. As nove funções precisam ser preenchidas.

Cada partida é quantificada de uma forma. Logo, os valores da final são bem maiores do que uma partida no hexagonal entre dois intermediários. Somando essas taxas de funções, o gasto vai de R$ 3.109 a R$ 7.138. Fora a despesa com diárias para os árbitros. Quanto mais longe o estádio, partindo da capital, mais caro. A partir de Salgueiro, a 500 quilômetros, uma cota de R$ 240.

A responsabilidade de pagamento do mandante não é regra. Num viés local, basta dizer que na Copa do Nordeste as taxas de arbitragem são pagas pela CBF. No estado, os valores foram estipulados pela diretoria de competições da federação e pela comissão de arbitragem. No documento de 4 de janeiro, as assinaturas dos respectivos diretores, Murilo Falcão e Salmo Valentim.

Abaixo, os valores cobrados dependendo do nível do árbitro escalado. Confira todas as taxas de arbitragem do campeonato estadual clicando aqui.

Árbitro Fifa
R$ 3.888 – Mata-mata
R$ 3.110 – Clássico
R$ 1.430 – Grandes*
R$ 1.010 – Demais jogos

Árbitro CBF
R$ 3.564 – Mata-mata
R$ 2.852 – Clássico
R$ 1.310 – Grandes*
R$ 928 – Demais jogos

Árbitro FPF
R$ 3.240 – Mata-mata
R$ 2.592 – Clássico
R$ 1.200 – Grandes*
R$ 844 – Demais jogos
*Além do mando de campo do Trio de Ferro, a categoria inclui o Salgueiro

Os centros de treinamento de Náutico, Sport e Porto no Google Maps em 2016

A partir do Google Maps, via satélite, vamos a um passeio nos três principais centros de treinamento do futebol pernambucano. No Grande Recife, os CTs Wilson Campos, do Náutico, e José de Andrade Médicis, do Sport, ambos selecionados para a Copa do Mundo de 2014, e em Caruaru no Ninho do Gavião, com o status de melhor centro preparatório do interior da região.

Confira também um post com os estádios no mesmo ângulo aqui.

entro de Treinamento Wilson Campos, do Náutico na Guabiraba. Imagem: Google Maps/janeiro de 2016

CT Wilson Campos (Náutico), desde 1999
Área: 49 hectares
Local: Guabiraba (Recife)
Campos oficiais: 4
Minicampos: 1

Após o acordo com a Odebrecht, assinando com a Arena Pernambuco por 30 anos, o Alvirrubro recebeu um investimento milionário para concluir a infraestrutura do CT, com direito a um dormitório com 50 lugares. Antes da Copa, recebeu da Prefeitura do Recife um sistema de iluminação para o gramado principal. O projeto original ainda prevê a construção de mais dois campos. Hoje, carece de um aparelhamento melhor. Espanha (Copa das Confederações) e Costa Rica (Copa do Mundo) treinaram lá.

Centro de Treinamento José de Andrade Médicis, do Sport, em Paratibe. Imagem: Google Maps/janeiro de 2016

CT José de Andrade Médicis (Sport), desde 2008
Área: 8,4 hectares
Local: Paratibe (Recife)
Campos oficiais: 5
Minicampos: 0

Mais de R$ 15 milhões foram investidos no empreendimento comprado junto ao Intercontinental, recebendo o mesmo investimento da Prefeitura feito ao rival, com os refletores do campo principal. O acesso também foi asfaltado visando o Mundial de 2014. O centro já recebeu a preparação das seleções do Uruguai e do Brasil Olímpico. Entre as lacunas no projeto original, um dormitório para a base e uma sala de imprensa.

entro de Treinamento Ninho do Gavião, do Porto, em Caruaru. Imagem: Google Maps/janeiro de 2016

CT Ninho do Gavião (Porto), desde a década de 1990
Área: 20 hectares
Local: Caruaru
Campos oficiais: 3
Minicampos: 2

Inicialmente com dois campos, o primeiro CT do estado foi ampliado após as primeiras negociações com revelações da casa, como Josué, Araújo e Nildo, ganhando mais um campo oficial e outro minicampo. O local, abastecido por três açudes, já recebeu três times ao mesmo tempo. Em janeiro de 2010, Porto, Central e Santa Cruz treinaram no local na mesma tarde visando o Estadual.

Obs. Idealizado em 2012, o Centro de Treinamento Rodolfo Aguiar, do Santa Cruz, ainda não saiu do papel. O projeto original prevê três campos oficiais.