O custo de um árbitro a cada jogo nas principais ligas nacionais de 2015

Escudo da arbitragem brasileira. Crédito: CBF

As seguidas (e justas) críticas ao trabalho dos árbitros no Brasileirão de 2015 levantou mais uma vez sobre a estrutura atual de arbitragem, bastante falha. Tanto na preparação quanto no controle. Um caso local, o árbitro Emerson Sobral, serve como exemplo, sendo ao mesmo tempo o recordista de jogos decisivos no Estadual e também de punições desde 2010. Em defesa dos árbitros e assistentes, há de se ressaltar o amadorismo da categoria em um meio marcado por receitas cada vez maiores aos demais atores.

Um quadro produzido pela Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf) e divulgado no programa Seleção Sportv comparou a situação dos árbitros brazucas a outras ligas tradicionais, com as cotas cada um nos campeonatos nacionais da primeira divisão em 2015 (entre as principais, falou a Bundesliga). Além de o valor por jogo ser o mais baixo, o Brasil ainda tem a particularidade de não ter receita mensal. Só em outro lugar acontecer isso, na Premier League. Entretanto, cada juiz inglês receber R$ 100 mil por jogo, podendo chegar a renda mensal de até 400 mil reais (ou 68 mil libras esterlinas, a moeda inglesa).

Na prática, apenas os dez árbitros brasileiros com a insígnia da Fifa têm uma condição financeira mais favorável, devido ao maior repasse.

Cota do árbitro por jogo (R$)
100 mil – Inglaterra
17,0 mil – Itália
15,5 mil – Espanha
10,0 mil – França
2,6 mil – Argentina
2,6 mil – Brasil

Salário do árbitro (R$)*
46,2 mil – Espanha
33,6 mil – Itália
11,5 mil – França
18,0 mil – Argentina
*Na Inglaterra e no Brasil não há remuneração fixa. 

No Brasil, até a década de 1990, o pagamento ao trio de arbitragem era atrelado às bilheterias das partidas. O trio ganhava 1% da renda bruta, sendo 0,5% para o árbitro e 0,25% para cada assistente. Voltando ao presente, o contraponto sobre o amadorismo. Que a arbitragem seja profissionalizada pela CBF (Por que a resistência?), acabando os “bicos” e criando uma tendência de melhora técnica, para resultados mais justos. Paralelamente a isso, aumentará a cobrança por bons trabalhos, sem espaço para desculpas esfarrapadas.

Emerson Sobral, o árbitro recordista de mata-matas no Estadual e de geladeiras

Emerson Sobral, árbitro do quadro da FPF. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O árbitro Emerson Sobral é tido como um dos principais do quadro Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol de Pernambuco (Ceaf). Em 2015, tornou-se recordista de jogos em fases decisivas do Estadual (semifinal e final, desde 2010), com cinco partidas. Inclusive, apitou a decisão da competição pela primeira vez em sua carreira. Paralelamente a este cartaz, vai colecionando punições pelos erros cometidos em campo. Já são três geladeiras na carreira.

18/01/2012 (Estadual)
Punido ao errar em dois jogos. No primeiro, deixou de expulsar o zagueiro André Oliveira, do Santa. No segundo, não marcou um pênalti em cima de Rogério, do Náutico, e depois assinalou um pênalti inexistente sobre o mesmo jogador.

24/03/2013 (Estadual)
No jogo Ypiranga 2 x 2 Sport, na oitava rodada do segundo turno, assinalou um pênalti polêmico para a Máquina de Costura e marcou uma falta inexistente aos 44 do segundo tempo, no lance que acabou saindo o último gol.

02/09/2015 (Série A)
Na partida entre Ponte Preta e Cruzeiro, pelo Brasileirão, em Campinas, deixou de marcar dois pênaltis, um para cada time. No caso do time mineiro, marcou a falta fora da área. No lance da Macaca, sequer assinalou falta.

A CBF detalhou o gancho da seguinte forma: “afastado das próximas rodadas para treinamentos teóricos e práticos junto à Escola Nacional de Arbitragem”. Nada muito diferente, das “reciclagens internas” da FPF. No cenário local, aliás, recebeu como prêmio a indicação (via sorteio) para apitar uma decisão. Não se surpreenda com algo semelhante em escala nacional.

Emerson Sobral é apenas um exemplo de um fraco padrão de controle adotado pelas entidades em relação à arbitragem no futebol, ainda amadora.

Recalculando as pesquisas de torcida a partir da estimativa do IBGE em 2015

Torcidas de Sport, Santa Cruz e Náutico. Fotos: Diario de Pernambuco

O IBGE nunca mensurou o tamanho das torcidas dos clubes brasileiros. Ainda assim, o censo é primordial para esse cálculo, claro. Qualquer projeção de torcida feita por outros institutos de pesquisa utiliza as estimativas oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Além do censo absoluto a cada 10 anos (2000, 2010, 2020…), são feitas estimativas anuais, utilizadas das mais diversas formas socioeconômicas (daí, a natural falta de tempo, e interesse, para fomentar algo no esporte). Os dados oficiais da população brasileira em 2015 acabam de ser divulgados pelo IBGE no Diário Oficial da União, tendo como data de referência para os habitantes do país o dia 1º de julho.

A partir disso, o blog recalculou as pesquisas de torcida mais recentes em cada região de interesse para o futebol local (Recife, Grande Recife, Pernambuco e Brasil). Caruaru e Goiana, o únicos municípios fora da região metropolitana com pesquisas específicas já divulgadas, também entraram na conta. As diferenças nos percentuais podem ser explicadas tanto pela margem de erro de cada estudo quanto pelas amostragens (quanto mais gente ouvida, teoricamente melhor). No caso do Ibope, a diferenças entre Pernambuco e Brasil, com o Tricolor tendo mais gente no estado do que em todo o país, se deve ao arrendondamento dos percentuais (para mais ou para menos). Vamos às estatísticas dos clubes pernambucanos mencionados.

Brasil (204.450.649 habitantes)
Ibope 2014
Período: 05/12/2013 a 14/02/2014
Público: 7.005 entrevistados (26 estados e o DF)
Margem de erro: 1,0%

15º) Sport – 1,2% (2.453.407)
17º) Santa Cruz – 1,0% (2.044.506)
* O Ibope divulgou os dados nacionais dos 18 primeiros. Náutico não figurou.

Pernambuco (9.345.173 habitantes)
Ibope 2014
Período: 05/12/2013 a 14/02/2014
Público: 300 entrevistados (nº de municípios não divulgado)
Margem de erro: 1,0%

1º) Sport – 26,3% (2.457.780)
2º) Santa Cruz – 24,0% (2.242.841)
4º) Náutico – 5,3% (495.294)

Grande Recife (3.914.317 habitantes)
Exatta 2014
Período: janeiro de 2014
Público: 600 entrevistados
Margem de erro: não divulgada

1º) Sport – 42% (1.644.013)
2º) Santa Cruz – 27% (1.056.865)
3º) Náutico – 10% (391.431)

Recife (1.617.183 habitantes)
Plural 2015
Período: junho de 2015
Público: 800 entrevistados
Margem de erro: 3,46%

1º) Sport – 36% (582.185)
2º) Santa Cruz – 31% (501.326)
3º) Náutico – 10% (161.718)

Caruaru (347.088 habitantes)
Plural 2014
Período: 4 a 5 de janeiro de 2014
Público: 400 entrevistados
Margem de erro: 4,9%

1º) Sport – 17% (59.004)
3º) Santa Cruz – 8% (27.767)
4º) Central – 7% (24.296)
6º) Náutico – 5% (17.354)
10º) Porto – 1% (3.470)

Goiana (78.618 habitantes)
Plural 2015
Período: junho de 2015
Público: 400 entrevistados
Margem de erro: 4,9%

1º) Sport – 25% (19.654)
2º) Santa Cruz – 13% (10.220)
3º) Náutico – 7% (5.503)

Hernanes, o pernambucano que mais movimentou dinheiro entre clubes

Hernanes acertou com a Juventus em 2015. Foto: Juventus/twitter

O meia Hernanes é o jogador pernambucano que mais movimentou dinheiro entre clubes na história do futebol. Com o acerto na Juventus, por três anos, o atleta chegou a três transações milionárias. Ao todo, US$ 57,1 milhões. Superou um mito, Rivaldo, que também teve três transações de peso, somando 42 milhões. Hernanes foi revelado pelo Unibol, clube-empresa hoje licenciado na FPF, indo sem custo ao São Paulo. De lá, seguiu para a Lazio, depois para a Internazionale e agora chega à Velha Senhora, tudo entre 2010 e 2014.

Usando as ferramentas de cálculos monetários à disposição na web, o blog atualizou os números dos dois jogadores, com as cotações de cada época. Por mais que a moeda utilizada nas transferências de Hernanes tenha sido o euro, o levantando utilizou o dólar para fazer a comparação a Rivaldo, uma vez que na época das transferências do melhor do mundo em 1999 sequer existia o euro – que curiosamente entrou em vigor no ano em que ganhou a Bola de Ouro.

Revelado pelo Santa, Rivaldo foi para o Mogi no fim de 1991. Apesar do valor irrisório na época, a Placar publicou em 1999 que a venda teria sido firmada em 250 mil dólares (carecendo de fontes locais). Teoricamente, Rivaldo movimentou mais dinheiro que Hernanes, mas não entre clubes. Após deixar o Milan, ele passou a ser “livre”, dono dos próprios direitos federativos. Assim, recebeu integralmente no Olympiakos, AEK, Bunyodkor e Kaburscorp, entre 2004 e 2012.

Hernanes
08/2010 – US$ 17.613.000 (R$ 31 milhões), São Paulo/Lazio
01/2014 – US$ 27.234.000 (R$ 64 milhões), Lazio/Internazionale
08/2015 – US$ 12.334.000 (R$ 44,7 milhões), Internazionale/Juventus
Valor absoluto em dólares: 57.181.000
Valor absoluto em reais: 139.700.000

Rivaldo
12/1994 – US$ 2.400.000 (R$ 2.016.000), Mogi Mirim/Palmeiras
07/1996 – US$ 9.000.000 (R$ 9.045.000), Palmeiras/La Coruña
07/1997 – US$ 29.600.000 (R$ 31.672.000), La Coruña/Barcelona
Valor absoluto em dólares: 41.000.000
Valor absoluto em reais: 42.733.000

Apesar da comparação dolarizada, de acordo com a economia mundial, também vale fazer uma análise mais aprofundada no mercado nacional, com a correção da inflação, uma vez que foram seis períodos distintos. De acordo com o índice IGP-DI, em 31/08/2015, a correção seria a seguinte:

Hernanes: R$ 157.156.080
Rivaldo: R$ 174.501.309

Os primeiros contratos inscritos na FPF: Hernanes e Rivaldo.

O dia em que o Íbis chegou a 100 vitórias oficiais, 61 anos após a sua fundação

Íbis na década de 1980

Está na raiz do Íbis a sua alergia à vitória. A sina de insucessos fez a fama do Pássaro Preto, apontado pelo Guinness Book como o “Pior Time do Mundo” devido ao ainda insuperável jejum de 55 partidas entre 1980 e 1984. Perdeu de todo jeito no Campeonato Pernambucano, tendo como ídolo o mito Mauro Shampoo. Mas, acredite, também saíram alguns resultados positivos, arrancados a pulso. Tanto que o clube chegou a conseguir o acesso na segunda divisão pernambucana, em 1999. Curiosamente, foi naquele ano, no dia 20 de junho, que a modesta equipe chegou a 100 vitórias oficiais em sua história, ao bater o Boa Vista por 2 x 1, quase 61 anos após a sua fundação.

As vitórias são tão escassas nas quase oito décadas de futebol que este número tem lá as suas incertezas. Até pouco tempo, o Ibismania, o perfil que tira onda do próprio clube, vinha contando cada minguado a partir do livro “O voo do Pássaro Preto”, de Israel Leal, lançado em 2008. Porém, a imprecisão de informações sobre a Segundona acabou tirando alguns jogos da contagem.

Daí, acreditava-se que a centésima vitória ainda estava por vir, este ano. A folclórica marca gerou interesse da imprensa nacional e até da CBF, para algum tipo de homenagem às avessas. Entretanto, em contato com a FPF, apareceu a campanha de 1996, indisponível na web. Somando aos dados do pesquisador Carlos Celso Cordeiro, a boa estreia na Série A2 de 2015, um 2 x 1 sobre Barreiros, no acanhado estádio de Carpina, foi a 133ª vitória do Íbis, que até hoje só ganhou 14% de seus jogos. O saldo de gols de -1.718 faz todo sentido.

Íbis na 1ª divisão (43 participações, 1946-2000)
678 jogos
83 vitórias
91 empates
504 derrotas
507 gols marcados
1.995 gols sofridos
-1.488 de saldo

Íbis na 2ª divisão (18 participações, 1977-2015)*
232 jogos
50 vitórias
61 empates
121 derrotas
216 gols marcados
446 gols sofridos
-230 de saldo

Jogos oficiais do Íbis (1ª e 2ª divisões)*
910 jogos
133 vitórias
152 empates
625 derrotas
723 gols marcados
2.441 gols sofridos
-1.718 de saldo
* Até a estreia na segunda divisão estadual de 2015.

No histórico do Íbis é necessário fazer algumas ponderações. Além dos três resultados “possíveis”, com vitórias, empates e derrotas, o clube conta com situações incomuns. Ao todo, 17 jogos tiveram outras características: 8 sem placar conhecido, 3 cancelados, 2 W.O. a favor e 4 W.O. contra.

Na greia entre Painho e Papai da Cidade, capas do Aqui PE repercutem no Sportv

Manchete do Aqui PE no dia 27 de agosto de 2015. Crédito: reprodução Sportv

O jornal Aqui PE é conhecido pela greia nas manchetes, sem poupar ninguém em Pernambuco. A linha editorial é ainda mais instigada quando se fala do futebol local, tanto positiva, quanto negativamente. Nos dias 20 e 27 de agosto, as quintas-feiras seguintes aos jogos entre Sport e Bahia, pela Copa Sul-Americana de 2015, as capas deixaram isso bem claro.

Após o duelo em Salvador, “Painho” ganhou vez na chamada, devido à boa vantagem para estabelecer 7 x 1 em mata-matas no clássico nordestino. Com a reviravolta no Recife, o velho apelido leonino, “Papai da Cidade”, ganhou uma versão curta e direta. As duas capas foram repercutidas no programa Redação Sportv, do canal Sportv, comandado pelo jornalista André Rizek.

Além da repercussão nacional, as duas manchetes rodaram bastante nas ruas de Pernambuco, uma vez que o Aqui PE é o jornal de maior circulação no estado, com 479 mil leitores diários, segundo o instituto Marplan/2014.

Manchete do Aqui PE no dia 20 de agosto de 2015. Crédito: reprodução Sportv

Podcast 45 (165º) – Classificação do Sport e tira-teima entre Grafite e Brocador

O Sport se classificou às oitavas da Copa Sul-Americana ao golear, de forma emocionante, o Bahia. O jogo e as suas consequências pautaram o 45 minutos, com debate sobre a escalação, escolhas de Eduardo Batista e o futuro na Argentina. O programa também fez uma prévia dos jogos de Náutico e Santa na Série B. Para completar, um tira-teima com a opinião de toda a mesa sobre quem está sendo mais decisivo. Grafite, com 3 gols ou 4 jogos, ou Hernane Brocador, com 4 gols em 6 partidas? Sem ficar em cima do muro.

Confira um infográfico com as principais atrações da gravação aqui.

Nesta edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Linha especial no WhatsApp para conter a violência no futebol de Pernambuco

Grupo anti-violência no futebol pernambucano no WhatsApp. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O crescimento do WhatsApp é vertical, com 800 milhões de usuários no mundo, segundo o dado mais recente, de 2015. Entre as redes sociais, só está abaixo do Facebook, com 1,4 bilhão de pessoas conectadas. No Brasil, o alcance do aplicativo passa de 45 milhões. No tráfego de dados via smartphones, incluindo textos, fotos e vídeos, a informação ganhou uma velocidade incrível.

No futebol, gols e curiosidades são compartilhadas instantaneamente, direto das arquibancadas. Infelizmente, também serve para o registro de episódios violentos, como a baderna no metrô do Recife, ônibus quebrados nas rotas principais da cidade, brigas no entorno dos estádios ou até abuso das autoridades. Para usar a ferramenta a seu favor, com a denúncia de casos do tipo no futebol local, o governo do estado criou uma linha especial no Whatsapp para que testemunhas possam enviar informações/fotos/vídeos.

Através do número (81) 98606-9880, o torcedor poderá acionar o aplicativo com a garantia total de sigilo sobre a identidade. A ideia começa a partir do jogo entre Sport e Flamengo, na Arena Pernambuco, em 30 de agosto de 2015.

Ao torcedor, o apelo pelo bom uso de uma ferramenta útil para a sociedade…

Calendário de 2016 ignora pedido da FPF, com apenas 13 datas para o Estadual

Calendário do futebol brasileiro em 2016. Crédito: CBF

A CBF divulgou o calendário do futebol brasileiro em 2016. No cronograma, a entidade ignorou o pedido da FPF para encurtar a pré-temporada local, que possibilitaria o aumento do Estadual para até 18 datas. O período de preparação dos times, sobretudo física, segue com 25 dias, de 6 a 30 de janeiro.

O mandatário da federação pernambucana, Evandro Carvalho, havia articulado junto às demais federações nordestinas para ter uma pré-temporada de 15 dias. O dirigente chegou a revelar o estudo de quatro regulamentos considerando o período para o certame. As nove federações do região têm um calendário diferenciado em relação aos outros estados por causa da disputa da Copa do Nordeste, que ocorrerá entre 14/02 e 01/05. Ou seja, em vez de 19 datas, o cenário em SP, RJ, MG e RS, serão apenas 13 – uma a mais que em 2015.

À parte da agenda oficial, é bom lembrar que nas últimas duas edições a FPF estipulou o “seu” calendário mínimo em 14 datas, contando as fases com Náutico, Santa e Sport. Política à parte, o ofício do calendário nacional, assinado pelo presidente Marco Polo Del Nero, já foi encaminhado à sede na Boa Vista.

Calendário do Campeonato Brasileiro de 2016
Série A – 15/05 a 04/12 (38 datas)
Série B – 14/05 a 26/11 (38 datas)
Série C – 22/05 a 08/11 (24 datas)
Série D – 29/05 a 02/10 (18 datas)

A principal novidade na competição nacional será a paralisação nas rodadas para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018.

Por segurança e cuidado com a marca, Sport exclui sócios ligados à organizada

Torcida Jovem no jogo Sport 2x4 Sport, pelo Brasileiro de 2012

“É indispensável, para permanecer associado ao Sport, que a pessoa se desfilie da Torcida Jovem. As duas associações são incompatíveis, porque enquanto o Sport prega a paz e a solidariedade, a Torcida Jovem é apologista da violência, do vandalismo, da desordem”.

A dura declaração do presidente do Sport, João Humberto Martorelli, não deixou dúvidas sobre a postura do clube em relação à Torcida Jovem. O dirigente já havia rompido relações com a maior uniformizada no início da gestão, mas havia um grau de tolerância. A cada novo episódio de violência, mesmo com “supostos” integrantes da facção, a situação foi se tornando irreversível. Com uma modelagem voltada para a captação de novos sócios, sobretudo na diferenciação nos preços dos ingressos (até altos para os não sócios, diga-se), o Leão anunciou a exclusão de associados que também sejam adeptos da Jovem. Neste primeiro momento, solicitou vinte nomes. Há amparo legal?

Segundo o mandatário, a atitude segue o artigo 47 do estatuto do clube, com o “dever do sócio em portar-se com a maior decência e urbanidade no recinto social, nos campos de esportes e em qualquer outra dependência do clube.”

A decisão é a mais drástica já tomada, neste contexto, por um clube do estado. Dá sequência ao movimento iniciado pelo Cruzeiro, que em 2013 proibiu o uso de sua marca nos materiais das uniformizadas, e já adotado pelos recifenses. E há mesmo o cuidado com a imagem. No caso rubro-negro, a consultoria BDO avaliou a marca em R$ 87 milhões. Logo, não pode haver espaço para erros institucionais. Em abril de 2015, por exemplo, o goleiro Magrão tirou uma foto com uma camisa amarela da Jovem, numa ação repreendida pela direção.

Nunca é demais lembrar que o Ministério Público divulgou, em 2012, um balanço com 800 crimes cometidos por vândalos de organizadas em cinco anos.