A reação do Santa Cruz parou. Após a chegada de Marcelo Martelotte, o time brecou a série de derrotas, em Natal, e fez três boas partidas, contra Goiás, Londrina e Ceará. Na prática, porém, os quatro jogos renderam seis pontos, gordura insuficiente para o ‘corredor polonês’ na sequência, diante dos líderes da Série B e com um confronto direto de peso em Floripa. Os corais sofreram três derrotas seguidas, com a organização tática caindo vertiginosamente.
A partida contra o Figueirense era essencial para manter o time num rumo competitivo para evitar a queda. E a arrumação defensiva estava neste contexto, claro. Contudo, a escalação trouxe uma dupla de volantes sem encaixe. Enquanto Wellington Cézar para quase todas as jogadas na falta, Derley não guarda posição. Caso ajudasse no ataque, como ocorreu em determinado momento da carreira no Náutico, ok. Mas, além de não ser um ‘elemento surpresa’, deixa muito espaço. Com uma defesa lenta, o Figueira, também em crise técnica, se deu bem. Mesmo sem tanta mobilidade no passe, a equipe catarinense quase marcou logo com um minuto.
À parte de uma chegada com Grafite, a sua única, só deu Figueira no primeiro tempo, com dois gols – apesar do desfalque do vice-artilheiro da competição, Henan, autor de 12 gols. Abriu o placar aos 28, com Zé Love pegando a sobra do escanteio. Debaixo de chuva, o mandante ampliou aos 37, Numa roubada de bola, trocou três passes até o tento. Zé Love, Jorge Henrique e Renan Mota. Um lance no qual a recomposição coral foi extremamente lenta.
Se o trabalho defensivo minou o sábado, a falta de criatividade impediu a reação de fato. Sem diálogo entre os atacantes, o Santa forçou o passe sem sucesso. E olhe que o técnico tentou. No intervalo, acionou Ricardo Bueno no lugar de André Luís – cujo rendimento caiu demais. Aos 17, Natan substituiu Primão. Pouco depois, a última troca, com Bruno Paulo na vaga de Grafite, abaixo fisicamente. Bueno e Bruno deram mais movimentação, mas não finalizaram. Só na bola parada houve um lampejo. Aos 34, Salles voltou a acertar uma falta. Até o fim, 16 minutos de bola aérea. Sem mudança, 2 x 1.
Nos últimos 14 jogos, o Santa venceu 1. E precisa vencer 5 dos 9 restantes…
Tricolor sob o comando de Martelotte (1V, 3E e 3D, com 28% dos pontos)
09/09 – Santa Cruz 0 x 0 ABC (Arena das Dunas, Natal)
15/09 – Santa Cruz 3 x 0 Goiás (Arruda)
22/09 – Santa Cruz 1 x 1 Londrina (Estádio do Café, Londrina)
26/09 – Santa Cruz 0 x 0 Ceará (Arruda)
30/09 – Santa Cruz 0 x 2 Internacional (Beira-Rio, Porto Alegre)
07/10 – Santa Cruz 0 x 1 América-MG (Arruda)
14/10 – Santa Cruz 1 x 2 Figueirense (Orlando Scarpelli, Florianópolis)