A decisão de escalar o time titular no clássico contra o Santa, com as quartas do Nordestão a seguir, foi de encontro ao discurso sobre o planejamento traçado no Sport. Tanto do presidente Arnaldo Barros quanto de Daniel Paulista. O técnico foi para o all in, numa aposta desnecessária. Com o time reserva, a análise seria outra. Com o time titular, que seguiu jogando mal, o treinador acabou fomentando a sua própria saída. Três horas após o empate.
Daniel, lembrando, assumiu o comando do Leão na 31ª rodada da Série A, após a saída de Oswaldo de Oliveira, que foi para o Corinthians. Com 4 vitórias, 1 empate e 3 derrotas, manteve o clube na elite, com direito à vaga na Sula. Porém, pela proposta de campanha do então candidato Arnaldo, ele seria o técnico do time B, o reserva, atuando integralmente no Estadual. Mas o tempo passou e um novo nome não chegou. Daniel, aos 34 anos, assumiu os dois times, A e B. Com o principal, alcançou todas as metas: quartas na Lampions, semifinal no Estadual e 4ª fase na Copa do Brasil. Só não fez o time jogar bola, não mesmo. E isso pesou na decisão sobre a sua saída.
Trecho da nota do Sport “Ele (Daniel) marcou a trajetória do Leão como jogador e, na Praça da Bandeira, deu seus primeiros passos na carreira de treinador, que o Clube deseja que seja longa e vencedora. Por questões de planejamento, porém, Daniel Pollo Barion não ocupa mais o cargo de técnico do Sport. Jovem e talentoso, Paulista tem as ferramentas necessárias para seguir fazendo história no futebol. O Sport convidou Daniel a continuar trabalhando no Clube, exercendo outra função.”
Sport em 2017, com Daniel Paulista Nordestão: 6 jogos, 4 vitórias, 1 empate, 1 derrota Estadual: 8 jogos, 3 vitórias, 4 empates, 1 derrota Copa do Brasil: 4 jogos, 4 vitórias
Total em 2016: 18 jogos; 11 vitórias, 5 empates e 2 derrotas
Ao todo, um aproveitamento de 70,3%. Número excelente, mas que não pode ser analisado tão friamente. Não houve confrontos de Série A.
A mudança no comando, em busca de uma melhor extração da capacidade técnica do grupo, era necessária. Não havia evolução. Será que a saída foi tarde demais? Veremos a partir de agora, com a maratona de mata-matas…
Os dirigentes de Sport, Santa e Náutico foram ao Rio de Janeiro para participar do conselho técnico do Campeonato Brasileiro, da Série A no dia 20/02 e da Série B no dia 21/02. Ambos na sede da CBF. Lá, Arnaldo Barros, mandatário leonino, Constantino Júnior e Toninho Monteiro, vice-presidentes do tricolor e do alvirrubro, respectivamente, mantêm encontros sobre um tema local.
Na noite de segunda, os clubes acabaram divulgando tuitadas em conjunto. A foto do encontro (também com a presença de Joaquim Costa, diretor de marketing alvirrubro) foi acompanhada da seguinte mensagem:
“Náutico, Santa Cruz e Sport estão unidos em busca de melhores condições para o futebol de Pernambuco. #PernambucoForte #UnidosPorPernambuco”
Ainda que a tal condição não tenha sido exposta, parece óbvia pelo atual debate no país, sobre as cotas dos campeonatos estaduais. Ainda mais com a situação do Pernambucano, com R$ 3,84 milhões por ano (menos do que o Madureira ganha no Carioca, por exemplo), mas com o contrato encerrando em 2018.
E a discussão pelo novo acordo de transmissão na tevê, visando o período 2019-2022, já começou, com canais interessados (sim, no plural).
Além da divulgação da tabela da Série A de 2017, com rodadas entre 13 de maio e 3 de dezembro, os presidentes dos vinte clubes discutiram na sede da CBF, no Rio de Janeiro, sobre mudanças na formatação do campeonato – não relacionadas ao regulamento do campeonato. Foram propostas sugeridas pelos clubes e pela própria diretoria de competições da CBF, com a decisão da maioria prevalecendo a cada votação. No conselho técnico oficial, o Sport foi representado pelo seu presidente executivo, Arnaldo Barros.
Venda de mando de campo (vetada) A CBF estimou o veto à venda de mando para outros estados nas últimas cinco rodadas, mas o Galo propôs a proibição nas 38 rodadas, só sendo possível mudar dentro do mesmo estado. A maioria escolheu a segunda opção, tendo Fla e Flu como maiores opositores (logo, o Sport pode jogar na Ilha e na Arena).
Sport, Bahia e Vitória votaram contra a venda de mando.
Limite de jogadores inscritos (vetado) A CBF propôs um limite de 33 atletas por equipe. Neste modelo, poderiam ser feitas dez trocas, além do uso livre de jogadores Sub 20. Contudo, a maioria preferiu seguir com elencos ilimitados (e sem planejamento).
Sport, Bahia e Vitória votaram a favor do limite de 33 inscritos.
Grama sintética (vetada) A pedido do Vasco, que nunca jogou na grama artificial da Arena da Baixada, do Atlético-PR, foi votado o veto ao piso (avaliado e aprovado anualmente pela Fifa, diga-se). O pleito foi aprovado, mas será válido só em 2018 – o Náutico planejava colocar grama artificial nos Aflitos, mas a ideia deve ser travada. O Furacão questiona a legitimidade (afinal, tem autorização internacional!).
Sport, Bahia e Vitória votaram a favor da grama sintética.
Capacidade mínima Até 2016, os estádios precisavam ter pelo menos 15 mil lugares sentados para abrigar um jogo da elite nacional. Estranhamente, o número foi reduzido para 12 mil, priorizando o “conforto”, mas sem votação..
Avaliação estrutural No fim, houve um comunicado da confederação brasileira de futebol sobre a realização de “avaliações qualitativas e minuciosas” no estado do gramado, no placar, nos vestiários e nas cabines de imprensa.
Em termos de classificação à semifinal do campeonato estadual, o primeiro Clássico das Multidões de 2017 pouco acrescentou. No entanto, na maior rivalidade de Pernambuco, em um jogo com 12.408 torcedores no Arruda e centenas de milhares assistindo na televisão, as polêmicas dominaram, até pela falta de futebol de ambos os times. Na manhã seguinte ao empate, a FPF fez um balanço da arbitragem, através do delegado especial da comissão nacional da CBF, Nilson Monção, com o auxílio de Erick Bandeira. A atuação da arbitragem foi considerada “boa”, mesmo com 6 (seis!) observações.
A seguir, em itálico, a íntegra do texto enviado aos presidentes Alírio Moraes, do Santa Cruz, e Arnaldo Barros, do Sport:
Caro presidente, bom dia. Dentro da nova diretriz vigente com audiência pública ou sorteio para a indicação dos árbitros no Pernambucano A1 – 2017, também disponibilizaremos o relatório dos delegados e assessores da arbitragem. O relatório é elaborado até 4 horas após o término do jogo e, para esse jogo entre o Santa x Sport (Arruda, 18/02/2017 às 16:30h), solicitamos a observação do Delegado Especial da Comissão Nacional da CBF, Monção. Para seu conhecimento estamos encaminhando o relatório elaborado pelo mesmo e com o auxílio do Erick Bandeira.
Santa Cruz 1 x 1 Sport Árbitro: Sebastião Rufino Filho Assistente 1: Marlon Rafael Assistente 2: Bruno Chaves
1º tempo Aos 45 segundos, cartão amarelo p/ Sport. 4′ Dúvida na vantagem ou não, apito fraco 7′ Mal posicionado, bola bate no árbitro e gera ataque do Santa Cruz 8′ Copo arremessado no campo 13′ Cartão amarelo p/ o Santa Cruz 15′ Mão na bola sem cartão 19′ Marca falta equivocadamente, jogador do santa vai sozinho. 21′ Cartão amarelo para o Santa Cruz, que poderia ter sido evitado. Jogador joga a bola para cima de forma não acintosa 23′ Impedimento ajustado, corretamente marcado pelo AA2 25′ Controlou uma situação de princípio de conflito 27′ Pedra arremessada no campo 28′ Fez boa advertência verbal em dois jogadores… Preventiva 32′ Boa interpretação, não houve falta dentro das área penal 33′ Cartão amarelo bem aplicado para jogador do Santa Cruz 38′ Cartão amarelo bem aplicado para jogador do Sport 40′ Gol do Sport… Normal 44′ AA1 ajuda, marcando falta Deu 2 min de acréscimo. Pela quantidade de paralisações, poderia ter sido mais…
2° tempo No início do 2° tempo, expulsou os dois técnicos. Pelos acontecimentos narrados, sem necessidade 2′ Cartão amarelo por simulação para o N°11 (era o segundo cartão… expulso) 6′ Cartão amarelo para Sport por segurar 10′ Jogador do Santa Cruz chuta sem bola jogador do Sport. Seria cartão amarelo. 12′ Impedimento do ataque do Sport , concluído em gol. Correto 14′ Gol do Santa Cruz. Normal 19′ Defensor do Santa faz falta em atacante do Sport. Ataque promissor, para amarelo e o árbitro não dá. Goleiro do Santa reclama acintosamente e recebe o amarelo 25′ Impedimento bem marcado pelo AA1 30′ Impedimento bem marcado pelo AA1 36′ Impedimento bem marcado pelo AA2 37′ AA2 ajuda marcando falta 40′ Cartão amarelo para jogador do Santa Cruz. 42′ Demorou mais de um minuto para autorizar a cobrança de uma falta 43′ Demorou muito tempo para cobrar um tiro de canto 44′ Jogador do Santa Cruz, n°20 mata jogada de forma temerária e não recebe o cartão amarelo. 45′ Tempo de acréscimo de 4 min, compatível com as paralisações do 2° tempo
Partida de grau alto de dificuldade, com arbitragem boa, porém necessitando melhorar alguns aspectos, como:
1) Intensidade do som do apito; 2) Interpretação de faltas; 3) Posicionamento; 4) Dinamizar a reposição de bola; 5) Aplicação de alguns cartões; 6) Diferenciar uma reclamação de uma ofensa.
Assistentes: Estiveram em ótimo nível. Principalmente o AA2, que marcou corretamente um Impedimento muito ajustado.
4° Árbitro (Luiz Cláudio Sobral): Foi muito bem no controle das áreas técnicas.
Ao final da partida, não houve contestações das equipes. Deixando o estádio sem nenhum tipo de problema.
O situacionista Arnaldo Barros venceu com folga Wanderson Lacerda (61% x 38%) e irá comandar o o Sport no biênio 2017-2018. O dirigente, que acumulava a vice-presidência executiva e de futebol, terá um orçamento superior a R$ 200 milhões, somando as duas próximas temporadas – no ano vigente, o último de Martorelli, a projeção orçamentária já passa de R$ 113 mi. Nunca se viu tanto dinheiro na Ilha do Retiro, o que aumenta bastante a responsabilidade do advogado, que terá no futebol (com seguidas falhas em 2016) o carro-chefe desta administração, que larga na primeira divisão e com dois anos sem títulos.
Faturamento anual do Sport: 2011 – R$ 46.875.544 2012 – R$ 79.807.538 (+70,2%) 2013 – R$ 51.428.086 (-35,5%) 2014 – R$ 60.797.294 (+18,2%) 2015 – R$ 87.649.465 (+44,1%) 2016 – R$ 113.000.000* (+28,9%) * Projeção (o balanço oficial sai em abril de 2017)
Como mote de campanha, a prioridade na Copa do Nordeste e na Sula (que começará no primeiro semestre), em detrimento do Estadual, onde deve jogar no hexagonal com um time mesclado. Tal cenário rendeu uma nota oficial da FPF, sob revolta. Essa visão, que contrapôs o adversário na eleição, acabou referendada pelos sócios contribuintes, responsáveis pela maior vantagem – antes, na apuração com patrimoniais, diferença era menor, 55% x 45%.
Sobre a eleição, que reuniu ex-presidentes nas chapas (com Gustavo Dubeux e Homero Lacerda no lado vencedor), o pleito já está na história. Registrou, com sobras, a maior votação entre clubes pernambucanos. Na verdade, o rubro-negro já detinha as cinco maiores votações, num reflexo da política do clube, com seguidos bate-chapas (este foi o 6º!). Considerando os 16,5 mil sócios aptos para o pleito de 2016, a participação do quadro social chegou a 24,6%.
Os bate-chapas com mais votos em Pernambuco: 1º) 4.063 – Sport (2016, Arnaldo Barros eleito com 2.509, ou 61,7%)
2º) 3.456 – Sport (2008, Silvio Guimarães eleito com 2.614, ou 75,6%) 3º) 3.441 – Sport (2012, Luciano Bivar eleito com 1.971, ou 57,2%) 4º) 2.997 – Sport (1974, Jarbas Guimarães eleito com 2.308, ou 76,6%) 5º) 2.816 – Sport (2000**, Luciano Bivar eleito com 1.805, ou 64,0%) 6º) 2.403 – Sport (1978, José Moura eleito com 2.091, ou 87,01%) 7º) 2.224 – Sport (1986*, Homero Lacerda eleito com 1.381, ou 62,0%) 8º) 2.146 – Náutico (2013*, Glauber Vasconcelos eleito com 1.575, ou 73,3%) 9º) 1.957 – Sport (2010, Gustavo Dubeux eleito com 1.922, ou 98,2%) 10º) 1.818 – Sport (2014, João Humberto Martorelli eleito com 1.542, ou 84,8%) 11º) 1.817 – Sport (2006, Milton Bivar eleito com 1.560, ou 85,8%) 12º) 1.787 – Santa Cruz (2012, Antônio Luiz Neto eleito com 1.636, ou 91,5%) 13º) 1.696 – Sport (2002, Severino Otávio eleito com 1.478, ou 87,1%) 14º) 1.632 – Náutico (2011, Paulo Wanderley eleito com 1.139, ou 69,7%) 15º) 1.544 – Náutico (2015*, Marcos Freitas eleito com 777, ou 50,3%) 16º) 1.435 – Santa Cruz (2010, Antônio Luiz Neto eleito com 1.134, ou 79,0%) 17º) 1.405 – Santa Cruz (2006*, Edson Nogueira eleito com 731, ou 52,0%) 18º) 1.387 – Santa Cruz (1975, José Nivaldo venceu com 1.195, ou 86,1%) 19º) 1.337 – Santa Cruz (2004, Romerito Jatobá eleito com 895, ou 66,9%) * Vitória da oposição ** Desconsiderando os 719 votos impugnados judicialmente (3.548 ao todo)
Os sócios do Sport vão escolher o presidente do clube para o biênio 2017-2018 no dia 16 de dezembro. A tendência é de até quatro mil eleitores na Ilha, numa marca recorde. Com o pleito rubro-negro formado por duas candidaturas antagônicas em termos de gestão, mas repletas de dirigentes com serviços prestados, o 45 minutos ouviu os dois presidenciáveis. Entrevistas num tom franco, com detalhes sobre a formação do futuro departamento de futebol, gasto, perfil técnico e financeiro de jogadores, novo treinador, prioridades entre torneios, controle de dívidas, requalificação estrutural e arestas políticas dentro das correntes. Haja assunto, num tira-teima para o sócio ainda indeciso acerca dos próximos anos, nos quais o Leão terá uma receita de R$ 200 milhões. Ouça!
Saiba mais sobre as duas candidaturas clicando aqui.
Chapa 1 (Avança Sport, com Arnaldo Barros)
Chapa 2 (Por um Sport campeão, com Wanderson Lacerda)
Pela 6ª vez consecutiva haverá bate-chapa na Ilha do Retiro, completando uma década de disputas nas urnas rubro-negras. Encerrado o prazo de inscrições, após costuras, composições e desistências, duas candidaturas foram homologadas visando o biênio 2017/2018, com a situação encabeçada por Arnaldo Barros (atual vice) e a oposição tendo à frente Wanderson Lacerda (ex-presidente de 1991 a 1996). A disputa, com vários ex-presidentes presentes, incluindo os mandatários das duas estrelas douradas do clube, definirá o comando do maior (de longe) orçamento da história do Sport Club do Recife.
02 – Por um Sport Campeão: União, Experiência e Renovação Presidente executivo – Wanderson Lacerda (ex-presidente 1991/1996) Vice executivo: Milton Bivar (ex-presidente 2007/2008) Conselho Deliberativo: Severino Otávio (ex-presidente 2003/2004)
A temporada atual deve terminar, considerando todo o faturamento leonino (não só do futebol, claro), com R$ 113 milhões, ultrapassando pela primeira vez a barreira de uma centena. Para os dois próximos anos, mantendo a curva ascendente, a receita deve passar de R$ 200 milhões. Dinheiro como nunca se viu por essas bandas, proporcional à responsabilidade na gestão desses recursos, com montagem do time, base, estruturação (estádio e centro de treinamento), pagamento de dívidas, modalidades olímpicas, marketing etc.
Receita operacional do Sport 2011 – R$ 46.875.544 2012 – R$ 79.807.538 (+70,2%) 2013 – R$ 51.428.086 (-35,5%) 2014 – R$ 60.797.294 (+18,2%) 2015 – R$ 87.649.465 (+44,1%) 2016 – R$ 113.000.000* (+28,9%) * Projeção (o balanço oficial sai em abril de 2017)
A análise do podcast 45 minutos sobre as chapas
Para a eleição, marcada para 16 de dezembro, a expectativa é uma participação recorde. Até hoje, a maior votação ocorreu em 2000, num pleito histórico (por ter rachado o clube) entre Luciano Bivar e Wanderson Lacerda, com 3.548 votos. A diferença é que agora o Sport conta com 29 mil sócios titulares adimplentes (após o boom em 2015), com a maioria formada por sócios contribuintes, a categoria mínima liberada para a votação. Além da titularidade e da maioridade, será preciso estar regularizado até 10 de dezembro.
Rubro-negro, em qual chapa você votaria para a presidência do Sport em 2017/2018?
Que a Copa do Nordeste é um torneio mais rentável que os nove campeonatos estaduais, não há discussão. De 2013 a 2016, a movimentação financeira do regional passou de R$ 16 milhões para R$ 26 milhões. Cotas maiores, públicos maiores, alcance maior. Para discordar disso, somente sentado na cabeceira de uma federação. Por isso, os clubes vêm tentando ampliar o regional. Não necessariamente com mais participantes, mas visando o nível técnico, num formato corrido, com mais clássicos, com acesso e rebaixamento…
Em maio, no Recife, os sete maiores clubes se reuniram para discutir a reformulação da Copa do Nordeste, a partir de 2018. O objetivo era reduzir o torneio de 20 para 12 clubes, com a entrada, somente no primeiro ano, do G7, via ranking histórico. Dois meses depois, outra vez na capital, um novo encontro com o grupo (Náutico, Santa, Sport, Bahia, Vitória, Ceará e Fortaleza) e três convidados (América de Natal, ABC e Botafogo de João Pessoa). Foi a primeira reunião após a divulgação do calendário da CBF para 2017, que enxugou o regional (de 12 para 8 datas) e esticou os estaduais (de 14 para 18).
Entretanto, como o documento da confederação deixava aberta a possibilidade de negociação de datas, as federações devem ceder, ao menos no próximo ano, mantendo os mesmos formatos e regulamentos, tanto no Nordestão (fase de grupo, quartas, semi e final) quanto no Pernambucano (hexagonal, semi e final). Até porque os 20 clubes da Copa do Nordeste de 2017 já estão definidos. Com o imbróglio resolvido, o foco avançou a 2018, ganhando força a ideia de Séries A e B, com doze clubes cada. A segunda divisão seria composta pelas vagas oriundas dos estaduais, além do (dos) rebaixado (s) da primeirona. Inicialmente, ainda em abril, se discutiu a implantação de um torneio de acesso no formato de grupos. Hoje, as duas competições seriam idênticas, com turno completo.
Entre os locais, participaram Emerson Barbosa e Toninho Monteiro, diretores do Náutico, Arnaldo Barros, vice-presidente do Sport, e Alírio Moraes, mandatário do Santa Cruz. O dirigente coral ilustrou o desejo dos clubes e os obstáculos…
” A pauta na verdade foi a construção de uma proposta para ser levada às presidências da Liga (do Nordeste), federações estaduais e CBF quanto ao modelo de campeonato em 2018. Há um entendimento entre os clubes (da região) que devemos ter uma Série A e uma Série B, cada qual com 12 clubes. Nesse contexto, os campeonatos estaduais perderiam importância e espaço. Ou seja, muitas discussões à vista.”
Formato proposto pelos clubes*
Série A – 12 clubes, com turno único, semifinal e final (15 datas)
Série B – 12 clubes, com turno único, semifinal e final (15 datas)
*Acesso e descenso de uma ou duas equipes por ano, ainda em discussão
Composição das divisões em 2018 (adaptação) Série A – 7 clubes via ranking histórico e mais 5 vagas vias estaduais Série B – 12 vagas via campeonatos estaduais (PE, BA e CE com 2 times)
Composição das divisões a partir de 2019 Série A – 11 (ou 10) melhores da A de 2018 e o campeão (ou 1º e 2º) da B Série B – 12º lugar (ou 11º e 12º) da A 2018 e 11 (ou 10) vagas via estaduais**
** A definir quais estados teriam duas vagas
Na prática, a Lampions teria não só que evitar a redução (de 12 para 8), como aumentar a agenda (de 12 para 15). Um formato divisional com oito datas soa inviável. Com doze, poderia haver um turno e decisão em jogo único, até mesmo em estádios pré-definidos. Porém, haveria risco sobre o interesse do público devido ao duríssimo critério de classificação, para apenas duas equipes.
Na visão do blog, levando em consideração o respeito aos critérios técnicos de composição, o formato sugerido pelos clubes é o avanço natural (também em termos de transmissão e patrocínios), lembrando a edição de 2001, que deixou o formato grupos e mata-mata e partiu para o turno único (na ocasião com 16 clubes), semifinal e final. Deu tão certo que o Nordestão de 2001 foi considerado pela imprensa nacional como o torneio regional de maior sucesso na época.
Curiosamente, no ano seguinte houve a implantação de uma divisão de acesso. Sim, o projeto atual não é inédito. Em 2002 o lanterna Confiança foi rebaixado, com 1 vitória, 1 empate e 13 derrotas. No segundo semestre a liga organizou um torneio seletivo com seis clubes – uma segunda divisão de fato, mas sem esse nome -, com vitória do Corinthians Alagoano. Tudo ok, caso a CBF não tivesse tirado o regional do calendário oficial em 2003, num processo (judicial) com sequelas até hoje. Não por acaso, os clubes estão tentando emular o passado.
Difícil será dobrar as federações sobre essa “independência” do Nordestão…
Quais são os maiores clubes do Nordeste? Para responder a pergunta é preciso definir um recorte, naturalmente. Vamos lá, enumere sete. Para o tal G7 algum time tomaria o lugar na lista acima? Bahia e Vitória, Náutico, Santa Cruz e Sport, Ceará e Fortaleza. Os clubes mais populares da região, representantes dos três maiores centros de futebol, Salvador, Recife e Fortaleza. Donos de 11 dos 13 títulos regionais e com os melhores resultados nacionais, com histórico de disputa de títulos e eventuais conquistas. A tudo isso, considere também as maiores receitas, com o maior potencial de investimento técnico. Em 2015, os sete balanços somaram uma receita operacional de R$ 311 milhões.
Demorou, mas os dirigentes dos sete times se reuniram para uma demanda em bloco, fazendo valer a força de um nicho superior a 13 milhões de torcedores, segundo pesquisa do Ibope de 2014. Em um hotel no Recife, sem alarde, ocorreu um encontro com Arnaldo Barros (vice do Sport), Constantino Júnior (vice do Santa), Kleber Medeiros (vice de marketing do Náutico), Marcelo Sant’Ana (presidente do Bahia), Manoel Matos (vice do Vitória), Evandro Leitão (ex-presidente do Ceará) e Ênio Mourão (vice do Fortaleza).
A reunião não definiu um grupo à parte, como o Clube dos 13, com os times ainda representados pela Liga do Nordeste. O objetivo era propor. Conforme já comentado na imprensa, ocorreu uma articulação para reformular a Copa do Nordeste a partir de 2018. Vários modelos foram especulados, um deles considerando até uma segunda divisão. Ao podcast 45 minutos, Tininho comentou sobre o formato analisado, reforçando a ideia de expansão divisional:
Como é o Nordestão 20 clubes, com cinco grupos de quatro, quartas, semi e final (12 datas)
Como quer o G7 12 clubes, com turno único, semifinal e final (15 datas)
Nota-se um grupo formado por sete clubes querendo enxugar a competição para doze participantes. Logo, apenas cinco vagas ficariam “abertas” aos demais times da região. Ao menos numa primeira edição, composta através de um ranking histórico. Depois, normalizando, teria acesso e descenso anualmente.
O próprio grupo entende que a proposta, repassada à liga, pode ser rechaçada pela CBF, mas já aguarda a contraproposta para firmar uma composição. Questionado se essa postura, a la G12, não daria uma cara de “Copa União”, o dirigente reconheceu a semelhança, mas tratou de indicar a convergência para um critério técnico. O qual poderá englobar os sete maiores times nordestinos…
Na noite da sexta, menos de 24 horas após a saída de Eduardo Batista, para o Flu, circulou nas redes sociais a foto de um encontro em um restaurante em São Paulo. Apesar da imagem de qualidade baixa, era possível destacar o vice-presidente do Sport, Arnaldo Barros, o presidente João Humberto Martorelli e o técnico Falcão. Na mesa no cantinho, três taças d’água e um suco, indicando o início de uma nova conversa. Também se tentou em fevereiro de 2014.
Provavelmente, desta vez o papo se estendeu e a conta não foi baixa (nem no restaurante nem no clube), pois o Rei de Roma, de 61 anos, foi confirmado no domingo como o novo treinador rubro-negro, acabando a especulação sobre a efetivação de Daniel Paulista, interino no Rio, contra o Vasco. Com uma carreira irregular, Falcão não exercia a função desde 2012, quando passou pelo Bahia. Desde então, no futebol, limitou-se cursos e comentários na tevê.
Em 2015, chega à Ilha do Retiro para comandar a equipe na Série A e na Copa Sul-Americana. Vem acompanhado do renomado preparador físico Paulo Paixão, que ocupará a vaga deixada por Luís Fernando, também a caminho do Fluminense. Falcão e Paulo Paixão acumulam passagens na Seleção Brasileira, em 1991 e 1994/2002/2004/2014, respectivamente.
Rubro-negro, o que você achou da escolha de Paulo Roberto Falcão?