As cotas de televisão dos Estaduais 2017, com até R$ 157 milhões de diferença

Campeonatos estaduais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Bahia e Ceará

Se já é complicado apurar as cifras absolutas pagas aos clubes pela transmissão do Campeonato Brasileiro, no cenário estadual o tema é uma verdadeira caixa-preta. Informações desencontradas (dos clubes, das federações e também da própria imprensa), prazos distintos nos contratos, renovações arrastadas e divisões de cotas não menos questionáveis. Mas, ainda assim, é possível traçar um cenário aproximado da realidade.

Sobre 2017, o blog reuniu as informações mais atuais (jornais, rádios e canais de outros estados) sobre os onze maiores campeonatos estaduais, incluindo o Pernambucano, o Baiano e o Cearense. Esses três apresentam valores bem abaixo, expondo a importância do Nordestão, que distribui R$ 18,5 milhões.

Dos números conhecidos (ainda que arredondados), a diferença máxima entre as competições é de R$ 157,4 milhões (SP x CE). Em dez casos, os acordos envolvem a Rede Globo e suas afiliadas. De acordo com o atlas de cobertura da emissora, existem 200.618.195 telespectadores potenciais. Logo, somando o alcance do Paulista e do Carioca (com 16 estados, considerando a transmissão do ano anterior), chega-se a 100.703.663, ou 50,2% do país.

As cotas dos principais clubes nos campeonatos estaduais de 2017

Paulistão
Sem surpresa, o torneio de São Paulo é o mais valorizado. Não por acaso, os clubes do estado ainda não aderiram à Primeira Liga (que paga 7 vezes menos). Para um calendário de pelo menos doze partidas (lembrando que o torneio de 2017 terá quatro times a menos em relação a 2016), os quatro grandes recebem, cada um, cerca de R$ 17 milhões. Valores informados em duas fontes, Máquina do Esporte e Veja. Num bloco intermediário, a Ponte receberá 5 milhões, montante superior a todo o Pernambucano (!). Mercados antagônicos, fato, mas não deixa de ser um comparativo poderoso para o restante da temporada.

R$ 160 milhões/ano (16 clubes; de 12 a 18 jogos para os grandes)
Contrato: Globo SP (2016-2019), inclui Sportv e ppv
R$ 17 milhões – Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos
R$ 5 milhões – Ponte Preta
R$ 3,3 milhões – demais clubes (11)
R$ 5 milhões – campeão
R$ 1,65 milhão – vice
R$ 1,1 milhão – 3º lugar
Alcance da TV aberta: SP (43,8 milhões de telespectadores)

Carioca (atualizado em 05/02)
O Carioca foi reformulado, voltando a ter as Taças Guanabara e Rio, com semifinais e finais, num modelo com histórico de audiência. O Estadual do Rio também passa de uma centena de milhões de reais, pois é exibido para o Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Contudo, o contrato ficou a mercê da assinatura do Fla, que inicialmente não aceitou o percentual da Ferj, segundo a repórter Gabriela Moreira, da ESPN. De fato, repassar 10% do contrato geral (R$ 12 milhões) para a federação é inexplicável (apesar da justificativa de custos operacionais). Os dados dos clubes pequenos foram divulgados por Rodrigo Mattos, do Uol. Somando São Paulo e Rio, R$ 280 milhões anuais, incluindo as premiações aos melhores colocados (campeão, vice, semifinalistas etc).

R$ 120 milhões/ano (16 clubes; de 11 a 18 jogos para os grandes)
Contrato: Globo Rio (2017-2024), inclui ppv
R$ 15 milhões – Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo
R$ 4 milhões* – Bangu, Madureira, Volta Redonda e Boavista

R$ 2,2 milhões – Macaé e Resende
R$ 1,826 milhão – Nova Iguaçu e Portuguesa
R$ 4 milhões – campeão

R$ 1,8 milhão – vice
R$ 250 mil – semifinalistas
Alcance da TV aberta: RJ, ES, TO, SE, PB, RN, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR, AP e DF (56,8 milhões de telespectadores).

Mineiro
Em 3º lugar, mas num patamar bem abaixo, vem Minas Gerais, o segundo estado mais populoso. Com o fim do contrato 2012-2016, a competição foi oxigenada financeiramente. No novo acordo, novamente por cinco edições, o Mineiro registrou um aumento de 56%, passando de R$ 23 mi para R$ 36 milhões, segundo Vinícius Dias, do blog Toque Di Letra, do portal Uai. O pacote mantém as tevês aberta e fechada, além do pay-per-view. As cotas anuais de Galo e Raposa passaram de R$ 7 mi para R$ 12 milhões (acréscimo de 71%). Já o América, a terceira força, ganha 3x mais que os grandes do Recife…

R$ 36 milhões/ano (12 clubes; de 11 a 15 jogos para os grandes)
Contrato: Globo Minas (2017-2021), inclui ppv
R$ 12 milhões – Atlético-MG e Cruzeiro
R$ 2,8 milhões – América
R$ 850 mil – demais clubes (9)
Alcance da TV aberta: MG (20,6 milhões de telespectadores)

Gaúcho
No extremo sul, um cenário curioso. Ao menos até aqui, informa-se um acordo de apenas um ano, segundo Gustavo Manhago, da Rádio Gaúcha. O Gauchão – cujo acerto ocorreu só no fim de dezembro – pagará um pouco menos que o Mineiro (diferença de R$ 2,2 mi). Se por um lado a dupla Grenal receberá 1 milhão a menos, os times do interior vão receber R$ 250 mil a mais. No interior, dois subgrupos, com Brasil e Juventude destacados dos demais por integrarem a Série B nacional.

R$ 33,8 milhões/ano (12 clubes; de 11 a 17 jogos para os grandes)
Contrato: RBS TV (2017), inclui ppv
R$ 11 milhões – Grêmio e Inter
R$ 1,5 milhão – Brasil de Pelotas e Juventude
R$ 1,1 milhão – demais clubes (8)
Alcance da TV aberta: RS (11,1 milhões de telespectadores)

Paranaense
No Paraná, os clubes (sobretudo o Atletiba) exigem um piso para a cota geral. Ou seja, que o contrato não seja inferior a estaduais à parte do eixo SP-RJ-MG-RS, via blog De Prima, do Lance!. A negociação segue com a afiliada da Globo, que em 2016 bancou 8,8 milhões de reais, quase a soma do valor previsto no Pernambucano, Baiano e Cearense somados.

R$ 8,8 milhões/ ano* (12 clubes; de 11 a 17 jogos para os grandes)
Contrato: RPC (em negociação)
R$ 2 milhões* – Atlético-PR e Coritiba
R$ 1 milhão* – Paraná Clube
R$ 600 mil* – Londrina
R$ 400 mil* – demais clubes (8)
Alcance da TV aberta: PR (10,7 milhões de telespectadores)
*Valores pagos na edição de 2016, expostos a título de comparação.

Catarinense
Em 2015, Santa Catarina emplacou quatro clubes no Brasileirão, à frente do Rio. Naquele mesmo ano foi firmado um contrato de três anos, incluindo sinal aberto e pay-per-view. Ao contrário do Pernambucano e do Baiano, com um jogo por rodada e oferecidos como “degustação” a assinantes do Paulista e do Carioca, o Catarinense tem um pacote de jogos maior. Daí, mais receita. Somando Globo e Premiere, R$ 7,3 milhões, segundo Tony Marcos, da Rádio Difusora. Com os descontos da federação, arbitragem e outros custos operacionais, sobra 65% para os clubes. Na divisão, três subgrupos, com o último reservado aos times oriundos da segundona.

R$ 4,777 milhões/ano (10 clubes; de 18 a 20 jogos para os grandes)
Contrato: RBS TV (2015-2017), inclui ppv
R$ 673 mil – Avaí, Chapecoense, Criciúma, Figueirense e Joinville
R$ 332 mil – Brusque, Inter de Lages e Metropolitano
R$ 208 mil – Atlético Tubarão e Almirante Barroso
Alcance da TV aberta: SC (6,7 milhões de telespectadores)

Pernambucano
No cenário local, o contrato de quatro anos (com a Globo, detentora dos direitos desde 2000!) prevê um reajuste anual através do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Assim, por mais que o valor-base (de janeiro de 2015) seja de R$ 950 mil para o Trio de Ferro, na prática cada um ganhará R$ 1.125.685 em 2017. Logo, a 103ª edição do Estadual terá um aporte de 4,5 milhões. Vale lembrar que o campeonato estadual oferecia uma premiação ao campeão até 2014 (R$ 400 mil na ocasião), mas, em comum acordo, os grandes preferiram abrir mão do valor, com a verba extra sendo repartida.

R$ 3,84 milhões/ano (12 clubes; de 10 a 14 jogos para os grandes)
Contrato: Globo Nordeste (2015-2018), inclui ppv
R$ 950 mil – Náutico, Santa Cruz e Sport
R$ 110 mil – demais clubes (9)
Alcance da TV aberta: PE (9,6 milhões de telespectadores)

Baiano
No Campeonato Baiano, que terá como particularidade o número ímpar de competidores (lembrando a desorganizada década de 1990), os valores foram revelados pelo balancete do Bahia. No dado do clube foram R$ 893.401 em 2016, numa correção monetária sobre o valor-base de R$ 850 mil (nos mesmos moldes do Pernambucano). A cota é a mesma paga ao rival Vitória. No contrato anterior (2011-2015), a dupla Ba-Vi recebeu R$ 750 mil. Portanto, um mísero aumento de 13%.

R$ 2,71 milhões/ano (11 clubes; de 10 a 14 jogos para os grandes)
Contrato: Rede Bahia (2016-2020), inclui ppv
R$ 850 mil – Bahia e Vitória
R$ 113 mil* – demais clubes (9)
Alcance da TV aberta: BA (14,4 milhões de telespectadores)

* Projeção, considerando o mesmo percentual de aumento sobre a cota anterior para os clubes intermediários, de R$ 100 mil

Paraense
Com Remo e Paysandu, os clubes mais populares da região, o principal campeonato estadual do Norte é o único, desta lista, que não é exibido pela Globo. Desde 2009 é transmitido pela TV Cultura, emissora estatal. O sinal é transmitido para 110 dos 144 municípios do estado, alcançando 71% da população (hoje estimada em 8,2 milhões). Ao todo, o aporte é (desde 2014) de R$ 2,956 milhões, com quase 300 mil repassados a custos operacionais, segundo dados da própria Secretaria de Esporte e Lazer do Pará. Ah, também conta com premiação ao campeão.

R$ 2,70 milhões/ano* (10 clubes; de 10 a 14 jogos para os grandes)
Contrato: TV Cultura (2017)
R$ 827.904* – Remo e Paysandu
R$ 118.272* – demais clubes (8)
R$ 100 mil – campeão
Alcance da TV aberta: PA (5,9 milhões de telespectadores)
*Valores pagos nos triênio 2014-2016

Cearense
O certame alencarino é único, entre os onze, com uma divisão de transmissão – e não compartilhamento, como a Globo costuma fazer com a Band. Isso porque o Esporte Interativo também adquiriu os direitos de uma plataforma (fechada). Após 2015-2016, renovou por outro biênio. Além disso, a Verdes Mares (a Globo cearense) também cede o sinal à TV Diário. As cotas foram aproximadas a partir de informações do jornalista Mário Kempes e do jornal O Povo.

R$ 2,56 milhões/ano (10 clubes; de 9 a 15 jogos para os grandes)
Contrato: Verdes Mares (2016-2019) e Esporte Interativo (2017-2018)
R$ 800 mil – Ceará e Fortaleza
R$ 120 mil – demais clubes (8)
Alcance da TV aberta: CE (8,7 milhões de telespectadores)

Goiano
Entre os estados listados, o campeonato de Goiás foi o mais complicado na apuração de informações, com valores escassos entre 2013 e 2015. Após o acerto exclusivo em 2016, os clubes seguem negociando a receita de 2017. Exibido pela mesma emissora desde 2009 (tendo o compartilhamento da Band em 2016), o torneio no Centro-Oeste conta com três cotas principais, reunindo os clubes da capital.

R$ 2,2 milhões/ano* (10 clubes; de 14 a 18 jogos para os grandes)
Contrato: TV Anhanguera, inclui ppv (em negociação)
R$ 500 mil – Atlético-GO, Goiás e Vila Nova
Alcance da TV aberta: GO (6,2 milhões de telespectadores)
* Estimativa de 2015, com os times intermediários ganhando R$ 100 mil

As cotas dos principais clubes nos campeonatos estaduais de 2017

Os 71 maiores campeões estaduais de 1902 a 2016, entre 2.427 campeonatos

Os maiores campeões estaduais do Brasil (1902-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

Em 115 anos de bola rolando nos campeonatos estaduais, na base das rivalidades, já foram realizadas 2.427 competições locais, considerando as 27 unidades da federação. Entre os grandes campeões, 71 clubes ganharam ao menos dez títulos, com três pernambucanos presentes: Sport 40 (saiu do top ten no último ano), Santa 29 (a uma taça de mudar de patamar) e Náutico 21 (estacionado há doze temporadas). O maior vencedor é, de longe, o ABC de Natal, o único com mais de 50 taças em sua galeria. Voltou a ser campeão potiguar após cinco anos e ampliou o recorde nacional. Entre os campeões estaduais de 2016, só o River mudou de base, alcançando o 30º título piauiense.

Sobre os cenários mais polarizados, Ceará (Ceará 43 x 41 Fortaleza) e Pará (Paysandu 46 x 44 Remo) seguem imbatíveis. Esse levantamento parte de 1902, quando a Liga Paulista de Foot-Ball organizou a primeira edição do campeonato paulista, com apenas 21 partidas. O São Paulo Athletic, de Charles Miller, foi o campeão. O introdutor do esporte no país sagrou-se, também, o primeiro artilheiro, com 10 gols. Desde então, o mapa futebolístico mudou bastante, com a última mudança em 1988, na criação do estado do Tocantins.

Por sinal, nas vária mudanças estaduais (como o desmembramento do Mato Grosso, por exemplo), o blog contou até o extinto campeonato fluminense, disputado até 1978, antes da fusão com o Estado da Guanabara, formado pela cidade do Rio de Janeiro. Em todos os estados foram somados os períodos amador e profissional. Afinal, na década de 1930 foram realizados torneios paralelos oficiais, nos dois modelos, no Rio e em São Paulo. Se em Pernambuco a transição ocorreu de forma pacífica, em 1937, em Roraima o torneio só foi profissionalizado em 1995, com três participantes, sendo o último segundo a CBF. Entretanto, a competição já era organizado pela federação roraimense desde 1960, com os mesmos filiados. Eis a lista completa… O seu time está aí?

Os 71 maiores campeões estaduais* (último título):
* A partir de 10 conquistas

+50 títulos estaduais
1º) ABC-RN – 53 títulos (2016)

De 40 a 49 títulos estaduais
2º) Bahia-BA – 46 títulos (2015) 
2º) Paysandu-PA – 46 títulos (2016) 
4º) Rio Branco-AC – 45 títulos (2015)
4º) Internacional-RS – 45 títulos (2016)
6º) Remo-PA – 44 títulos (2015) 
7º) Ceará-CE – 43 títulos (2014)
7º) Atlético-MG – 43 títulos (2015)
7º) Nacional-AM – 43 títulos (2015)
10º) Fortaleza-CE – 41 títulos (2016)
11º) Sport-PE – 40 títulos (2014)

De 30 a 39 títulos estaduais
12º) CSA-AL – 37 títulos (2008)
12º) Coritiba-PR – 37 títulos (2013)
12º) Cruzeiro-MG – 37 títulos (2014)
12º) Rio Branco-ES – 37 títulos (2015)
16º) Grêmio-RS – 36 títulos (2010)
17º) América-RN – 35 títulos (2015)
18º) Sergipe-SE – 34 títulos (2016)
19º) Flamengo-RJ – 33 títulos (2014)
20º) Sampaio Corrêa-MA – 32 títulos (2014)
21º) Fluminense-RJ – 31 títulos (2012)
22º) River-PI – 30 títulos (2016)

De 20 a 29 títulos estaduais
23º) CRB-AL – 29 títulos (2016)
23º) Santa Cruz-PE – 29 títulos (2016)
25º) Vitória-BA – 28 títulos (2016)
26º) Corinthians-SP – 27 títulos (2013)
26º) Botafogo-PB – 27 títulos (2014)
28º) Goiás-GO – 26 títulos (2016)
29º) Moto Club-MA – 25 títulos (2016)
30º) Mixto-MT – 24 títulos (2008)
30º) Vasco-RJ – 24 títulos (2016)
32º) Atlético-PR – 23 títulos (2016)
33º) Palmeiras-SP – 22 títulos (2008)
33º) Santos-SP – 22 títulos (2016)
35º) Náutico-PE – 21 títulos (2004)
35º) São Paulo-SP – 21 títulos (2005)
35º) Campinense-PB – 21 títulos (2016)
38º) Atlético-RR – 20 títulos (2009)
38º) Botafogo-RJ – 20 títulos (2013)
38º) Confiança-SE – 20 títulos (2015)

De 10 a 19 títulos estaduais
41º) Baré-RR – 18 títulos (2010)
41º) Desportiva-ES – 18 títulos (2016)
43º) Ferroviário-RO – 17 títulos (1989)
43º) Macapá-AP – 17 títulos (1991)
43º) Rio Negro-AM – 17 títulos (2001)
43º) Flamengo-PI – 17 títulos (2009)
43º) Figueirense-SC – 17 títulos (2015)
48º) Avaí-SC – 16 títulos (2012)
48º) América-MG – 16 títulos (2016)
50º) Vila Nova-GO – 15 títulos (2005)
50º) Treze-PB – 15 títulos (2011)
50º) Maranhão-MA – 15 títulos (2013)
53º) Goiânia-GO – 14 títulos (1974)
53º) Operário-MT – 14 títulos (2006)
53º) Juventus-AC – 14 títulos (2009)
56º) Atlético-GO – 13 títulos (2014)
57º) Joinville-SC – 12 títulos (2001)
57º) Parnahyba-PI – 12 títulos (2013)
59º) Paulistano-SP – 11 títulos (1929)
59º) Botafogo-PI – 11 títulos (1957)
59º) Independência-AC – 11 títulos (1998)
59º) Gama-DF – 11 títulos (2015)
63º) Cabo Branco-PB – 10 títulos (1934)
63º) Ypiranga-BA – 10 títulos (1951)
63º) Moto Clube-RO – 10 títulos (1981)
63º) Flamengo-RO – 10 títulos (1985)
63º) Tuna Luso-PA – 10 títulos (1988)
63º) Amapá-AP – 10 títulos (1990)
63º) Operário-MS – 10 títulos (1997)
63º) Itabaiana-SE – 10 títulos (2012)
63º) Criciúma-SC – 10 títulos (2013) 

Confira a lista anterior clicando aqui.

Os 25 clássicos estaduais mais populares do Brasil, com 3 duelos pernambucanos

Os 25 clássicos mais populares do Brasil, segundo a pesquisa do instituto Paraná Pesquisas, de 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

As pesquisas que mensuram as torcidas brasileiras geram discussões desde a década de 1960. Indo além do tamanho das massas, sempre o foco principal desses levantamentos, o blog resolveu projetar o tamanho absoluto das rivalidades, com os clássicos estaduais mais populares do país – o que não é sinônimo de rivalidade mais acirradas, cuja visão é mais subjetiva. Tomando como base o estudo do Paraná Pesquisas, divulgado em 25 de dezembro de 2016, foi possível chegar a 25 confrontos (quadro abaixo). Desses, 24 envolvem mais de um milhão de torcedores rivais, com as cinco regiões representadas.

Devido à magnitude de seus seguidores (1/3 do total), Flamengo e Corinthians transformaram-se em “puxadores de torcida” para este contexto, com os seis clássicos envolvendo os dois no alto da lista. Sobre essa distorção, basta citar o Fluminense, que no geral ocupa o 13º lugar, mas através do Fla-Flu figura a 5ª posição. Também pudera, o rubro-negro carioca detém 91% do público deste clássico, que é o mais desequilibrado entre todos – a proporção de cada clube está no complemento do post, na caixa de comentários. 

Os clássicos estaduais* mais desequilibrados na divisão de torcidas:

1º) Flamengo (91,0%) x (8,9%) Fluminense
2º) Flamengo (90,5%) x (9,4%) Botafogo
3º) Atlético-PR (84,8%) x (15,1%) Paraná
4º) Coritiba (83,0%) x (16,9%) Paraná
5º) Corinthians (81,5%) x (18,4%) Santos
6º) Flamengo (77,8%) x (22,1%) Vasco
7º) Sport (75,8%) x (24,1%) Náutico
8º) Vasco (74,1%) x (25,8%) Fluminense
9º) Vasco (73,0%) x (26,9%) Botafogo
10º) Bahia (71,4%) x (28,5%) Vitória

Os clássicos estaduais* mais equilibrados na divisão de torcidas:

1º) Goiás (50,0%) x (50,0%) Vila Nova
2º) Botafogo (51,5%) x (48,4%) Fluminense
3º) Atlético-PR (53,3%) x (46,6%) Coritiba
4º) São Paulo (56,0%) x (43,9%) Palmeiras
5º) Grêmio (56,4%) x (43,5%) Internacional
6º) Ceará (57,8%) x (42,1%) Fortaleza
7º) Cruzeiro (58,8%) x (41,1%) Atlético-MG
8º) Figueirense (60,8%) x (39,1%) Avaí
9º) Santa Cruz (62,8%) x (37,1%) Náutico
10º) Remo (63,3%) x (36,6%) Paysandu
* Entre os 25 clássicos citados nesta postagem

À parte de Fla e Timão, o clássico local que reúne mais gente é o Choque-Rei, com Palmeiras e São Paulo. E saindo da ponte aérea o futebol mineiro mostra a sua força, com Galo x Raposa no top ten. No Recife, os três tradicionais clássicos ficaram entre os vinte melhores, com destaque, sem surpresa, para Sport x Santa, com mais de quatro milhões de agregados, entre rubro-negros e tricolores. No Nordeste, só ficou atrás do Ba-Vi, com quase seis milhões, num dado visivelmente favorecido pelo bom desempenho do Bahia nesta pesquisa – embora o Vitória tenha tido um percentual menor que sua média histórica.

Os clássicos estaduais mais populares do Nordeste:

5,7 milhões – Ba-Vi (Salvador)
4,1 milhões – Clássico das Multidões (Recife)
3,9 milhões – Clássico-Rei (Fortaleza)
3,5 milhões – Clássico dos Clássicos (Recife)
2,2 milhões – Clássico das Emoções (Recife)

Paralelamente ao ranking dos clássicos mais populares, o blog lembrou o recorde de público de cada duelo – afinal, a presença in loco também justifica o apelo popular. Com o Maracanã dos velhos tempos – cuja geral suportava 30 mil pessoas em pé -, os duelos cariocas estabeleceram números incomparáveis.

Obviamente, muitas rivalidades ultrapassam bastante as fronteiras municipais e estaduais, como Flamengo x Atlético-MG, Grêmio x Palmeiras, entre outros. Por isso, a lista regional. Ainda que historicamente não tenham a rivalidade mais acirrada, flamenguistas e corintianos, donos das maiores cotas de televisão, reúnem a atenção de 61 milhões de pessoas, com domínio absoluto no Sudeste.

Os confrontos interestaduais mais populares de cada região:

Sudeste: Flamengo (RJ) x Corinthians (SP) – 29,9% (61.618.347)
Sul: Grêmio (RS) x Internacional (RS)- 6,2% (12.777.047)
Nordeste: Bahia (BA) x Sport (PE) – 3,3% (6.800.686)
Norte: Remo (PA) x Paysandu (PA) – 0,9% (2.002.125)
Centro-Oeste: Goiás (GO) x Vila Nova (GO) – 0,4% (1.134.538)  

Abaixo, a projeção das torcidas absolutas dos clássicos a partir da estimativa oficial da população brasileira, atualizada pelo IBGE em 30 de agosto de 2016.

Os 25 clássicos mais populares do Brasil, segundo a pesquisa do instituto Paraná Pesquisas, de 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Presidente da Primeira Liga revela reuniões com Náutico, Santa e Sport. Convite para uma cota com subdivisões…

Castas da Primeira Liga. Arte: Cassio Zirpoli/DP

“(… ) os clubes do Nordeste são doidos para disputar a Primeira Liga.”

“As reuniões nossas têm presença de Sport, Santa Cruz, Náutico, dos clubes da Bahia. Fizemos uma reunião em São Paulo, uma assembleia geral, que parecia uma reunião dos grandes clubes brasileiro.”

Em entrevista ao jornal mineiro O Tempo, o presidente da Primeira Liga, Gilvan Cunha, citou nominalmente os três grandes clubes pernambucanos como figuras presentes em debates da agremiação fundada há pouco mais de um ano, em 10 de setembro de 2015. Com a segunda edição do torneio agendada para 2017, com 16 times jogando em nove datas espremidas entre 25 de janeiro e 8 de outubro, o dirigente já vislumbra a terceira edição, numa concorrência velada (mas cada vez mais escancarada) com a Copa do Nordeste.

Para 2017, o torneio já terá um nordestino, o Ceará, convidado depois que os paranaenses (e fundadores) Atlético e Coritiba saíram, reclamando do formato das cotas. Por sinal, eis um ponto a ser observado desde já. Embora esteja engatinhando historicamente, a Primeira Liga já conta com quatro subgrupos de cotas de participação – na Série A, também questionável, existem sete níveis. Clube mais popular do país, o Flamengo figura sozinho no grupo 1 (no Brasileirão divide o posto com o Corinthians, ainda ausente na liga), com R$ 2 milhões/ano. No segundo escalão, com times do porte de Cruzeiro e Grêmio, R$ 1,5 milhão. Eis a composição atual, com receitas em caso de participação, claro:

Divisão de cotas da Primeira Liga

Grupo 1 – Flamengo
Grupo 2 – Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Internacional e Fluminense
Grupo 3 – Atlético-PR* e Coritiba*
Grupo 4 – América-MG, Avaí, Chapecoense, Criciúma, Figueirense, Joinville, Paraná, Brasil de Pelotas, Londrina, Tupi, Luverdense, Atlético-GO e Ceará
* Os clubes se desligaram da liga em 22/11/2016 por “discordâncias internas”

No Nordestão, para onde mira esta abordagem, a premiação é fixa, fase por fase, independentemente do clube – exceção feita a maranhenses e piauienses, em análise para ingresso definitivo na Liga do Nordeste. Bahia ou Juazeirense, Sport ou Salgueiro, a cota é a mesma. Nesta sedução da Primeira Liga, com um valor de televisão já alto, passando de R$ 5 mi para R$ 23 milhões por temporada, via Globo, contra R$ 18,5 milhões da Copa do Nordeste, é preciso estar atento. Pois as castas devem ser mantidas no triênio 2017-2019, com a falsa sensação de ganho. No cenário regional, o contrato está assinado até 2022, com evolução paulatina da premiação e calendário mais abrangente.

Evolução da cota total da Copa do Nordeste

2014: 78,5% (+ R$ 4,4 milhões)
2015: 11,4% (+ R$ 1,1 milhão)
2016: 33,0% (+ R$ 3,6 milhões)
2017: 24,9% (+ R$ 3,7 milhões)

Após o anúncio da inclusão do Ceará, numa reunião em Brasília, em setembro, o blog comentou algumas dúvidas sobre esta movimentação. Na sequência, questionou os presidentes do Trio de Ferro, e o Sport revelou o convite feito pela Primeira Liga. De lá para cá, Náutico e Santa também entraram na pauta.

Enquanto a segue a articulação sobre a formatação do novo Nordestão, com séries A e B, através do G7, a classificação segue via estaduais. Hoje, não há espaço, no calendário de um time, para Primeira Liga e Nordestão paralelos. E que não haja dúvida nesta escolha… entre o ensaio de uma liga já estruturada numa pirâmide ou na valorização de uma marca regional, acessível ao mercado.

Raio x das pesquisas de torcida no Nordeste, em 2013 e 2016, com 906 mil torcedores a menos em Pernambuco

Pesquisas de torcida no Nordeste do Paraná Pesquisas, em 2016, e da Pluri Consultoria, em 2013. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Após a divulgação da pesquisa nacional de torcidas, o instituto Paraná Pesquisas apresentou o balanço regionalizado. No Nordeste, o ranking aponta as 15 maiores torcidas, com sete clubes nordestinos, quatro cariocas e quatro paulistas. Sem surpresa, o Flamengo ostenta a liderança, com uma vantagem inalcançável, turbinada pelas cidades do interior e por estados de menor tradição no futebol, como Piauí, Maranhão, Alagoas e Paraíba.

Em 2016, destaque para a ascensão do Ceará, que ultrapassou o Sport, ainda que nacionalmente esteja abaixo – pois o rubro-negro registrou torcida no Norte e no Centro-Oeste. Comparando com o levantamento da Pluri Consultoria, de 2013, o último com viés nordestino, o Vozão passou do 11º para o 7º lugar, com o time pernambucano caindo da 5ª para a 8ª colocação. Ainda que sejam institutos e (possivelmente) metodologias diferentes (embora os dois tenham entrevistado pessoas acima de 16 anos), ambos abordaram o quadro geral.

Comparação entre as pesquisas de torcida no Nordeste da Pluri Consultoria (2013) e Paraná Pesquisas (2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

O blog tabelou as duas pesquisas (quatro quadros neste post), até pelo fato de os 15 times divulgados terem sido os mesmos, facilitando a comparação. O Bahia tornou-se o nordestino mais popular, aumentando a sua massa em 80%, chegando a quase quatro milhões (marca alcançada no restante do território nacional). Por sinal, a variação, tanto em percentual quanto em dados absolutos, é considerável. No Recife, o Trio de Ferro apresentou uma grande redução, indicando uma clara variação na margem de erro entre os dois estudos.

Enquanto a população total da região cresceu (3 milhões), a torcida acumulada de alvirrubros, rubro-negros e tricolores pernambucanos perdeu 906 mil seguidores, considerando. Essa é a projeção feita pelo blog a partir das estimativas populacionais oficiais (via IBGE) no período. Cenário inverso ao visto no futebol cearense, com dois milhões de torcedores a mais. Os estados da Bahia e de São Paulo também apresentaram crescimentos acima de um milhão, com os times do Rio de Janeiro perdendo 738 mil adeptos no período.

Pesquisas de torcida no Nordeste do Paraná Pesquisas, em 2016, e da Pluri Consultoria, em 2013. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Considerando o futebol nordestino de uma forma geral, a representatividade do “G7” na própria região passou de 19,5% para 24,1% – superando o Fla, ao contrário da primeira pesquisa. Tal torcida subiu de 10.511.889 para 13.716.738 torcedores. Eis um questionamento à própria análise do blog: Em vez da margem negativa em 2013, a variação poderia ter sido favorável a Pernambuco há três anos, em detrimento dos estados vizinhos? Poderia, mas a chance é menor, matematicamente, devido ao grau de confiabilidade das pesquisas.

Em 2013, a margem de erro era de 0,68%, enquanto agora é de 2,0%, com 2.832 entrevistas entre março e dezembro. De toda forma, os números moldam um cenário a médio/longo prazo para a aferição bruta das torcidas. Sempre válido.

Comparação entre as pesquisas de torcida no Nordeste da Pluri Consultoria (2013) e Paraná Pesquisas (2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

Levantamento do Paraná Pesquisas, com 10 mil entrevistados, aponta 6 clubes do Nordeste com torcidas acima de 1 milhão

Pesquisa de torcidas do instituto Paraná Pesquisas, com dados de março a dezembro de 2016. Arte: Cassio Zirpoli

Durante dez meses, entre março e dezembro de 2016, o instituto Paraná Pesquisas ouviu 10,5 mil pessoas no Brasil, resultando em uma das maiores amostragens em pesquisas nacionais de torcida. Percorrendo 25 estados, o levantamento – publicado pelo jornal O Globo – trouxe dados interessantes, como os 40 milhões de brasileiros (19,5%) que não torcem por time algum, embora esse percentual já seja o “líder” há algumas pesquisas. Já o pódio, com Flamengo, Corinthians e São Paulo, é o de sempre, hoje concentrando 37,3%.

No viés nordestino, chama a atenção o fato de seis clubes estarem entre os vinte primeiros colocados e com torcidas acima de um milhão. Todos reconhecidamente populares, mas, considerando os dados divulgados pelos institutos, a última vez que isso havia acontecido fora em 2010, numa pesquisa do Ibope. Há seis anos, o Leão da Ilha estava em primeiro e o Vozão em sexto. Agora, a ordem é a seguinte: Bahia (4,1 milhões, num ótimo 11º lugar geral), Sport (2,6 mi), Ceará (2,2 mi), Fortaleza (1,6 mi), Vitória (1,6 mi) e Santa Cruz (1,4 mi). Margem de erro, metodologia, momento do time etc. O fato é que Bahia e Sport já revezam no topo desde 1998, no estudo Lance!/Ibope. Entre os maiores clubes da região, apenas o Náutico não figurou neste patamar (a última vez que isso aconteceu foi em 2013, na lista da Pluri, com 1,1 milhão).

Voltando ao Paraná Pesquisas, esse foi o segundo levantamento nacional apresentado este ano, possivelmente uma ampliação do quadro anterior, de março a abril (na ocasião, com 4 mil pessoas e apenas 14 times). Abaixo, a projeção do blog sobre a torcida absoluta de cada clube a partir da estimativa oficial da população brasileira, atualizada pelo IBGE em 30 de agosto de 2016.

Paraná Pesquisas / Brasil 2016
Período: março a dezembro de 2016
Público: 10.500 (em 288 municípios de 25 estados)
Margem de erro: 1,0%
População estimada (IBGE/2016): 206.081.432

1º) Flamengo – 16,2% (33.385.191)
2º) Corinthians – 13,7% (28.233.156)
3º) São Paulo – 7,4% (15.250.025)
4º) Palmeiras – 5,8% (11.952.723)
5º) Vasco – 4,6% (9.479.745)
6º) Cruzeiro – 4,0% (8.243.257)
7º) Grêmio – 3,5% (7.212.850)
8º) Santos – 3,1% (6.388.524)
9º) Atlético-MG – 2,8% (5.770.280)
10º) Inter – 2,7% (5.564.198)
11º) Bahia – 2,0% (4.121.628)
12º) Botafogo – 1,7% (3.503.384)
13º) Fluminense – 1,6% (3.297.302)
14º) Sport – 1,3% (2.679.058)
15º) Ceará – 1,1% (2.266.895)
16º) Atlético-PR – 0,8% (1.648.651)
16º) Fortaleza – 0,8% (1.648.651)
16º) Vitória – 0,8% (1.648.651)
19º) Coritiba – 0,7% (1.442.570)
19º) Santa Cruz – 0,7% (1.442.570)
21º) Remo* – 0,6% (1.268.013)
22º) Náutico* – 0,4% (853.739)
23º) Paysandu* – 0,3% (734.112)
24º) Goiás* – 0,2% (567.269)
24º) Vila Nova* – 0,2% (567.269)
26º) Figueirense* – 0,2% (412.156)
27º) Paraná* – 0,1% (294.397)
27º) Avaí* – 0,1% (264.957)
29º) Chapecoense* – 0,1% (235.518)
29º) Joinville* – 0,1% (235.518)

Outros times* – 5,1% (10.510.153)
Sem clube – 19,5% (40.185.879)

* O instituto divulgou até o 20º lugar, com os demais citados apenas de forma regionalizada. A partir disso, o blog calculou percentual geral do 21º ao 30º.

A premiação absoluta da Copa do Nordeste 2017 chega a R$ 18.520.000

A evolução das cotas de campanhas finais (somando todas as fases) da Copa do Nordeste. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A premiação total da Copa do Nordeste de 2017 aumentou em 24,9% em relação à última edição. Em cinco anos, são quase R$ 13 milhões a mais. Considerando a meritocracia no torneio, 41% do montante será distribuído nos mata-matas, correspondendo a R$ 7,6 milhões. As cotas das cinco campanhas possíveis no torneio foram ampliadas, com as seguintes diferenças para cada time: R$ 95 mil (primeira fase), R$ 20 mil (quartas), R$ 100 mil (semifinal), R$ 50 mil (vice) e R$ 250 mil (título). Acumulando todos os repasses, o campeão irá embolsar R$ 2,85 milhões, ou R$ 465 mil a mais que o Santa Cruz, que ergueu a orelhuda dourada em 2016. A premiação é bancado pela Liga do Nordeste, com a receita de parcerias, como a venda de direitos de transmissão junto ao Esporte Interativo.

Em 2017, o futebol pernambucano volta a ser representado pelo Trio de Ferro após três temporadas. Por sinal, quem chegar às quartas da Lampions League, numa campanha básica, superando a fase de grupos, já ganhará R$ 1 milhão. A observação cabe porque essa quantia já seria superior a toda a cota do Pernambucano, disputado de forma paralela. Por outro lado, o título regional não vale mais uma vaga na Sul-Americana, mas, sim, uma classificação direta às oitavas de final da Copa do Brasil de 2018 – após a canetada da Conmebol.

Voltando às cifras regionais, desta vez foram adicionadas cotas iniciais para maranhenses e piauienses – sob a avaliação da Liga até 2018. A verba é menor, com R$ 330 mil para clubes dos dois estados. Finalizando o acordo comercial no Nordestão, os vinte times não têm despesas com arbitragem, viagens e hospedagens. Segundo a regra das viagens: até 500 km, passagens de ônibus; acima de 500 km, passagens aéreas, com delegações de 26 pessoas.

Cotas da Copa do Nordeste, fase por fase, de 2013 a 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Eis as cotas absolutas (somando as fases) para as campanhas no Nordestão:

2017
Campeão – R$ 2,85 milhões (ou R$ 2,58 milhões para MA e PI)
Vice – R$ 2,15 milhões (ou R$ 1,88 milhão para MA e PI)
Semifinalista – R$ 1,6 milhão (ou R$ 1,33 milhão para MA e PI)
Quartas de final – R$ 1,05 milhão (ou R$ 780 mil para MA e PI)
Primeira fase (PE, BA, CE, RN, AL, PB e SE) – R$ 600 mil
Primeira fase (MA e PI) – R$ 330 mil
Total – R$ 18.520.000

2016
Campeão – R$ 2,385 milhões (Santa Cruz)
Vice – R$ 1,885 milhão (Campinense)
Semifinalista – R$ 1,385 milhão (Bahia e Sport)
Quartas de final – R$ 935 mil (Ceará, Salgueiro, CRB e Fortaleza)
Primeira fase – R$ 505 mil*
Total: R$ 14.820.000
* Exceto para os clubes do Piauí e do Maranhão

2015
Campeão – R$ 2,74 milhões** (Ceará)
Vice – R$ 1,24 milhão (Bahia)
Semifinalista – R$ 890 mil (Vitória e Sport)
Quartas de final – R$ 615 mil (Fortaleza, América-RN, Salgueiro e Campinense)
Primeira fase – R$ 365 mil*
Total: R$ 11.140.000
* Exceto para os clubes do Piauí e do Maranhão
** Com bônus de R$ 500 mil, pago pela CBF

2014
Campeão – R$ 1,9 milhão (Sport)
Vice – R$ 1,2 milhão (Ceará)
Semifinalista – R$ 850 mil (América-RN e Santa Cruz)
Quartas de final – R$ 600 mil (CSA, CRB, Vitória e Guarany-CE)
Primeira fase – R$ 350 mil
Total: R$ 10.000.000

2013
Campeão – R$ 1,1 milhão (Campinense)
Participação – R$ 300 mil
Total: R$ 5.600.000

A evolução da premiação total da Copa do Nordeste. Arte: Cassio Zirpoli/DP

As vendas milionárias dos clubes de futebol do Nordeste no Plano Real

O G7 do Nordeste

Inicialmente, o levantamento considerava apenas as vendas milionárias do futebol pernambucano, mas o blog resolveu expandir o ranking, com as maiores negociações em todo o Nordeste. Três clubes já conseguiram negócios acima de R$ 10 milhões, não coincidentemente os três clubes mais presentes na elite do futebol nacional – Bahia, Sport e Vitória, que somam 63 vendas, ou 66% de todas as vendas milionárias na região. Apesar do número de transações do leão pernambucano, a dupla de Salvador aparenta um trânsito melhor no mercado externo, refletido na regularidade de de vendas elevadas. Ao todo, seis estados já firmaram ao menos uma transferência milionária no período a partir do Plano Real, com a circulação iniciada oficialmente em 1º de julho de 1994. Até hoje, treze times conseguiram.

Número de jogadores vendidos (95 nomes até 13/03/2018):
25 – Vitória
19 – Bahia e Sport
10 – Náutico
6 – Santa Cruz
5 – Ceará
3 – Corinthians Alagoano
2 – Fortaleza
1 – ABC, ASA, Campinense, CRB, Porto e Sampaio Corrêa

Número de jogadores vendidos por estado:
44 – Bahia
36 – Pernambuco
7 – Ceará
5 – Alagoas
1 – Paraíba, Maranhão e Rio Grande do Norte

O ranking é apresentado tanto em reais quanto em dólares. Isso porque, em mais de duas décadas, o valor da moeda nacional já flutuou bastante. Se no início chegou a valer mais que o dólar, em determinado momento caiu para 1/4 da moeda americana. Embora o euro seja a versão mais utilizada, hoje, no futebol internacional, o blog opta pelo dólar uma vez que a moeda europeia só foi criada em 1999, sendo impossível calcular valores anteriores.

A pesquisa engloba valores oficiais e extraoficiais, esses divulgados na imprensa (jornais e sites), uma vez que os clubes raramente revelam os valores oficiais – ou mesmo suas receitas gerais. Na maioria dos casos, cada venda foi informada em um valor (real, dólar ou euro), com o blog convertendo nas duas colunas abaixo de acordo com o câmbio de cada época, precisamente no dia da notícia.

Ah, existe a possibilidade de algum ter sido esquecido. Caso lembre, pode deixar o seu comentário no post, que a lista será atualizada.

Observação: a cifra estabelecida por Jean Filho, em 22 de dezembro de 2017, pode ser ainda maior, uma vez que o Bahia tem direito aos direitos econômicos de mais um jogador, ainda em discussão junto ao São Paulo.

O ranking nacional de federações em 2016, com Pernambuco em 7º lugar

O ranking da CBF em relação às federações estaduais em 2016. Crédito: CBF

Pelo segundo ano seguido, Pernambuco se mantém em 7º lugar no Ranking da CBF, somando os pontos de todos os dez representantes locais nos torneios nacionais das últimas cinco temporadas. O estado é líder absoluto na região, no período de 2012 a 2016, com Bahia e Ceará, nesta ordem, na sequência. Já no cenário geral, para evoluir será preciso um esforço coletivo enorme. Hoje, são quase sete mil pontos em relação ao Paraná, que em 2017 terá dois clubes no Campeonato Brasileiro, o que já torna-se quase irreal a possibilidade de ultrapassagem – dependeria de uma grande campanha local na Copa do Brasil.

Pernambuco no ranking nacional:
2016 – 7º (23.489)
2015 – 7º (22.624)
2014 – 8º (21.520)
2013 – 8º (21.642)
2012 – 8º (22.765)

Percentual dos clubes na pontuação do estado em 2016:
Sport – 8.019 (34,13%)
Santa Cruz – 5.730 (24,39%)
Náutico – 5.401 (22,99%)
Salgueiro – 2.461 (10,47%)
Central – 789 (3,35%)
Serra Talhada – 459 (1,95%)
América – 255 (1,08%)
Porto – 171 (0,72%)
Ypiranga – 153 (0,65%)
Petrolina – 51 (0,21%)

Vale lembrar que a colocação da federação estadual, na lista organizada pela confederação brasileira de futebol, influencia diretamente no número de vagas de cada uma tanto na Copa do Brasil quanto na Copa do Nordeste (abaixo). Hoje, Pernambuco tem direito a três participantes nas duas competições.

Copa do Brasil (via estadual)
5 vagas – 1º e 2º (SP e RJ)
4 vagas – do 3º ao 5º (MG, RS e SC)
3 vagas – do 6º ao 14º (PR, PE, GO, BA, CE, RN, PA, AL e MT)
2 vagas – do 15º ao 22º (PB, MA, SE, DF, PI, AM, AC e MS) 
1 vaga – do 23º ao 27º (ES, RO, TO, AP e RR)

Copa do Nordeste (via estadual)
3 vagas – 1º e 2º (PE e BA)
2 vagas – do 3º o 9º (CE, RN, AL, PB, MA, SE e PI)

As melhores campanhas do Nordeste no Campeonato Brasileiro, de 1959 a 2016

De 1959 a 2016 foram realizadas 60 edições do Campeonato Brasileiro, considerando a unificação oficializada pela CBF. Na conta, a Série A (1971-2016), a Taça Brasil (1959-1968) e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970), com formatos bem distintos. Em termos de competitividade, a participação nordestina variou bastante, com números consistentes na primeira década. Ao todo, 15 clubes da região já terminaram ao menos uma vez entre os 10 primeiros colocados – apenas o Rio Grande Norte não emplacou uma classificação do tipo. Foram 68 campanhas neste contexto, sendo que em 19 delas os times chegaram à semifinal. No auge, três títulos e seis vices.

Abaixo, o blog fez uma compilação dos 20 melhores nordestinos (quando possível) em cada recorte do Brasileirão, tanto em campanhas finais quanto em pontos acumulados. Neste caso, para uniformizar o ranking histórico, a vitória valeu três pontos em todos os jogos (oficialmente, no país, começou em 1995).

Os clubes do Nordeste com as melhores pontuações no Campeonato Brasileiro na era unificada (1959-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

A unificação ocorreu em 2010, com o Bahia tornando-se, de fato e de direito, bicampeão brasileiro. O tricolor soteropolitano ainda foi vice outras duas vezes (diante do Santos), com os melhores resultados da região. Entretanto, somando todas as campanhas Top Ten, segue com uma campanha a menos que o Sport, que emplacou a 14ª em 2015, ao terminar a Série A em 6º lugar. Dominando o cenário pernambucano na década de 1960, o Náutico somou mais seis campanhas (incluindo cinco no G4!), subindo para o 4º lugar geral. Justamente por ter disputar apenas uma vez a Taça Brasil, o Santa acabou figurando em 6º, mesmo tendo resultados melhores que os cearenses na Série A.

As 68 campanhas entre os 10 primeiros colocados (era unidicada):
1º) Sport (14) – 1º (87), 4º (62), 5º (59/63/85/00), 6º (15), 7º (88/98), 8º (78/83), 9º (82) e 10º (81/96)
2º) Bahia (13) – 1º (59/88), 2º (61/63), 4º (90), 5º (60/68/86), 7º (78/94), 8º (76/01) e 10º (62)
3º) Vitória (11) – 2º (93), 3º (99), 5º (13) 7º (66), 8º (65/74/79), 9º (97) e 10º (73/02/08)
4º) Náutico (7) – 2º (67), 3º (65/66), 4º (61/68), 6º (84) e 7º (64)
5º) Ceará (5) – 3º (64), 7º (59/62/85) e 8º (63)
6º) Fortaleza (4) – 2º (60/68), 6º (61/65)
6º) Santa Cruz (4) – 4º (60/75), 5º (78) e 10º (77)
8º) Campinense (2) – 5º (62), 10º (61)
8º) Moto Club (2) – 8º (68), 9º (60)
10º) Fluminense de Feira (1) – 6º (64)
10º) América-CE (1) – 7º (67)
10º) Treze (1) – 8º (67)
10º) Confiança (1) – 9º (64)
10º) Capelense (1) – 10º (60)
10º) Piauí (1) – 10º (68)

Os clubes do Nordeste com as melhores pontuações no Campeonato Brasileiro (1971-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

O Campeonato Brasileiro, com esta alcunha, foi iniciado em 1971, com 20 clubes, incluindo Sport e Santa. Foram 32 regulamentos diferentes até 2003, quando foi implantado o sistema de pontos corridos. No fim dos anos 1980, Recife e Salvador levaram a “taça das bolinhas”, o troféu mais conhecido, com o Sport em 1987 e o Bahia em 1988. Vitória, vice em 1993, e Santa, semifinalista em 1975, também conseguiram grandes resultados. Desde 1988 há acesso e descenso, período no qual apenas oito times conseguiram disputar a elite (Náutico, Santa, Sport, Bahia, Vitória, Ceará, Fortaleza e América de Natal).

As 32 campanhas entre os 10 primeiros colocados (Série A):
1º) Sport (11) – 1º (87), 5º (85/00), 6º (15), 7º (88/98), 8º (78/83), 9º (82) e 10º (81/96)
2º) Vitória (9) – 2º (93), 3º (99), 5º (13) 8º (74/79), 9º (97) e 10º (73/02/08)
3º) Bahia (7) – 1º (88), 4º (90), 5º (86), 7º (78/94) e 8º (76/01)
4º) Santa Cruz (3) – 4º (75), 5º (78) e 10º (77)
5º) Náutico (1) – 6º (84)
5º) Ceará (1) – 7º (85)

Os clubes do Nordeste com as melhores pontuações na Taça Brasil(1959-1968). Arte: Cassio Zirpoli/DP

A Taça Brasil foi a competição criada em 1959 pela CBD (precursora da CBF) para designar o campeão nacional e o representante do país na recém-criada Libertadores. O mata-mata, bem semelhante à Copa do Brasil,  contava com os campeões estaduais. A particularidade era a pré-classificação de estaduais bem conceituados. O campeão pernambucano, por exemplo, estreou na semifinal algumas vezes, a primeira delas em 1960, com o Santa. Por sinal, mesmo tendo apenas um ponto no ranking geral, o tricolor tem uma 4ª colocação no torneio. O melhor desempenho (pontos e campanhas) foi do Bahia, o pioneiro campeão. Fortaleza (2x) e Náutico (1x) também chegaram à final, com o vice. A Taça Brasil foi extinta em 1968, quando já era realizada paralelamente ao Robertão.

As 36 campanhas entre os 10 primeiros colocados (Taça Brasil):
1º) Bahia (6) – 1º (59), 2º (61/63), 5º (60/68), 10º (62)
1º) Náutico (6) – 2º (67), 3º (65/66), 4º (61/68), 7º (64)
3º) Fortaleza (4) – 2º (60/68), 6º (61/65)
3º) Ceará (4) – 3º (64), 7º (59/62), 8º (63)
5º) Sport (3) – 4º (62), 5º (59/63)
6º) Campinense (2) – 5º (62), 10º (61)
6º) Vitória (2) – 7º (66), 8º (65)
6º) Moto Club (2) – 8º (68), 9º (60)
9º) Santa Cruz (1) – 4º (60)
9º) Fluminense de Feira (1) – 6º (64)
9º) América-CE (1) – 7º (67)
9º) Treze (1) – 8º (67)
9º) Confiança (1) – 9º (64)
9º) Capelense (1) – 10º (60)
9º) Piauí (1) – 10º (68)

Os clubes do Nordeste com as melhores pontuações no Robertão (1967-1970). Arte: Cassio Zirpoli/DP

Apelidado de Robertão, o Torneio Roberto Gomes Pedrosa foi uma ampliação do Rio-São Paulo. Inicialmente, em 1967, foram convidados clubes do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais. Pernambucanos e baianos foram chamados na 2ª edição. O Bahia representou o seu estado três vezes, com o Náutico presente em 1968, no ano do hexa, e o Santa em 1969 e 1970, no início de sua fase áurea. Foi o único Nacional sem campanhas de destaque do Nordeste.

A melhor colocação nordestina (Robertão):
Bahia (2) – 11º (69/70)

Os clubes do Nordeste com as melhores pontuações na era dos pontos corridos no Campeonato Brasileiro (2003-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

A era dos pontos corridos no Brasileiro foi iniciada em 2003. Não se trata de um campeonato à parte, mas de um formato mais duradouro na Série A, justamente com os piores desempenhos da região, com apenas oito representantes no período – todos com rebaixamentos. Em 14 edições, até 2016, a melhor campanha foi do Vitória, 5º lugar. Nenhuma vaga na Libertadores foi alcançada.

As 3 campanhas entre os 10 primeiros colocados (pontos corridos):
1º) Vitória (2) – 5º (13) e 10º (08)
2º) Sport (1) – 6º (15)