A morte do torcedor Paulo Ricardo Gomes foi esclarecida pela polícia civil, que prendeu os três suspeitas. Everton Filipe Santiago, Luiz Cabral de Araújo e Waldir Pessoa Firmo confessaram o crime ocorrido em 2 de maio, a saída do Arruda, quando jogaram um vaso sanitário na cabeça da vitíma.
Agora, duas semanas depois, o presidente coral, Antônio Luiz Neto, assinou uma nota oficial do Santa Cruz banindo os três das dependências do clube.
Everton, Luiz e Waldir já estão presos…
Portanto, o ofício parece mais uma resposta ao público. De qualquer forma, é um caso inédito na história do futebol local.
A torcida coral vai ter que esperar para ver o time novamente…
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o STJD, puniu o Santa Cruz no julgamento sobre a morte do torcedor Paulo Ricardo, atingido por um vaso sanitário arremessado do Arruda, em 2 de maio. A prisão dos três suspeitos do homicídio atenuou a pena ao Tricolor, uma vez que a máxima seria de dez jogos.
O relator do caso apontou o artigo 213 para justificar a perda de cinco mandos de campo e pena R$ 50 mil. Ainda teve o artigo 211, mantendo a interdição do estádio José do Rego Maciel até a apresentação de laudos sobre os banheiros do local.
Após os votos do julgamento, foi mantida a pena com os portões fechados. Já a multa subiu para R$ 60 mil.
Integrante da mesa do STJD, Paulo Bracks disse o seguinte:
“Faltou segurança, faltou fiscalização. E aí errou o grande Santa Cruz.”
O jogo Santa Cruz 3 x 1 Lagarto, pela Copa do Brasil, já entra na lista como o primeiro jogo da punição. Eis as outras quatro partidas, sendo as três primeiras pela Série B e a última na Copa do Brasil.
23/05 – Santa Cruz x América-MG
30/05 – Santa Cruz x Joinville
03/06 – Santa Cruz x Ponte Preta
23/07 – Santa Cruz x Botafogo-PB
Assim, o povão só voltará a ver o time após a Copa do Mundo, mais precisamente no dia 26 de julho, contra o Ceará. No Arruda? Aí, só com os laudos…
Foi um verdadeiro lance a lance no julgamento sobre a ação do Sport contra a CBF, no Superior Tribunal de Justiça, com o objetivo de anular a declaração de dois campeões brasileiros em 1987… Virada no placar, tensão, goleada.
A disputa era entre um campeão único, o Sport, e dois campeões com o mesmo peso, com Sport (Campeonato Brasileiro) e Flamengo (Copa União).
Os pernambucanos exigiam respeito à sentença de 1994, transitada em julgado desde 2001, apontando o clube como único campeão nacional de 1987.
Nesta terça, em Brasília, com os advogados falando mais uma vez – o Sport foi representado por seu vice jurídico, Arnaldo Barros -, prevaleceu a ação a favor do Leão, com o título exclusivo. Confira o texto do STJ.
A decisão elimina a resolução da presidência da CBF, um ato administrativo assinado por Ricardo Teixeira em 21 de fevereiro de 2011, no qual dividiu o título.
No dia seguinte àquele ato, a reportagem do Diario de Pernambuco ouviu os juízes do caso e trouxe a seguinte manchete: Justiça não aceitará divisão do título.
Três anos depois, a justiça não aceitou mesmo…
O Sport Club do Recife é o único campeão brasileiro de futebol de 1987.
Qualquer outra versão é pura falácia, inócua.
Eis a ordem dos votos da terceira turma do STJ, num julgamento em três atos.
03/12/2013 – Sport 0 x 1 Sport/Flamengo (Nancy Andrighi)
01/04/2014 – Sport 1 x 1 Sport/Flamengo (Sidnei Beneti)
01/04/2014 – Sport 2 x 1 Sport/Flamengo (João Otávio de Noronha)
08/04/2014 – Sport 3 x 1 Sport/Flamengo (Paulo de Tarso Sanseverino)
08/04/2014 – Sport 4 x 1 Sport/Flamengo (Ricardo Villas Bôas Cueva)
Curiosamente, apenas a relatora do caso votou diferente. Após a entrevista da ministra, o blog retrucou ponto por ponto (relembre aqui).
Num processo tão longo e polêmico, vale perguntar se “acabou” mesmo…
A partir de agora, o caso só terá sequência se o Flamengo descobrir alguma evidência crucial e estender o julgamento ao Supremo Tribunal Federal (STF). Hoje, o pleito seria rejeitado…
Em uma aparente orientação definitiva, o Superior Tribunal de Justiça decidirá através dos cincos ministros da terceira turma se 1987 terá um campeão exclusivo, o Sport, ou dois campeões brasileiros oficiais, mas em torneios paralelos, com Sport (Campeonato Brasileiro) e Flamengo (Copa União).
O julgamento na alta esfera foi iniciado em 3 de dezembro de 2013. Na ocasião, houve apenas o voto da relatora, Nancy Andrighi, decidindo pela extinção do processo movido pelo Sport contra CBF – a entidade declarou, em 2011, os dois rubro-negros como campeões, com o mesmo peso.
O ministro seguinte, Sidnei Beneti, fez um pedido de vistas no processo. Além de Nancy e Beneti, a mesa é composta por João Otávio de Noronha, Paulo de Tarso Sanseverino e Villas Bôas Cueva. Saiba mais aqui.
Após sair da pauta do tribunal em duas oportunidades, a retomada do julgamento está marcada: 3 de abril de 2014, novamente no Distrito Federal.
No primeiro ato, o julgamento foi realizado através de uma videoconferência, com a presença dos ministros em Brasília, e dos advogados no Recife e no Rio de Janeiro, todos com acesso às imagens dos demais.
O fato deve se repetir em uma semana, no histórico imbróglio. Seja qual for a decisão jurídica, caberá recurso. Porém, o destino já poderá estar traçado…
Um torcedor do Santa Cruz tentou modificar o local da última partida do clube como mandante na primeira fase do Nordestão. Como o Tricolor perdeu três mandos de campo, o duelo contra o Bahia teria que acontecer em Caruaru. Tendo como argumento a festa do centenário, um dia após o jogo, o torcedor coral foi à Justiça exigir que a partida fosse remarcada para o Arruda.
No dia seguinte à ação ajuizada, o juiz Rogério Lins e Silva, da 2ª vara da capital, extinguiu o processo. Saiba mais aqui.
Eis um trecho da sentença já disponível no site do TJPE:
“Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei”.
Não têm os torcedores pessoalmente legitimidade para a discussão das deliberações administrativas dos órgãos internos das entidades responsáveis pela organização dos jogos, o que, aliás, é condição mínima de viabilização das competições, considerando os milhões de interessados espalhados pelo território nacional que poderiam se arvorar no direito de interferir em cada uma dessas decisões (TJSP. Apelação nº 9137928-30.2006.8.26.0000).
O torcedor deveria diligenciar junto ao clube para que, caso este se sinta lesado com a decisão administrativa e sua aplicação, ingresse em juízo para tutelar seu direito em nome próprio. Caso o clube não entendesse da mesma forma, poderia o torcedor, a depender da situação, questionar judicialmente a decisão de seu clube, mas não ingressar diretamente contra a CBF, pois apenas o clube pode discutir uma decisão administrativa proferida contra si.
A decisão do magistrado pernambucano vai de encontro às inúmeras ações no país. Nenhuma delas no nome dos clubes envolvidos, mas sim de torcedores.
Ações que vão adiando jogos, protelando classificações finais etc.
Esta nova decisão poderá resultar em um precedente prático?
Há menos de uma semana, um vereador paraibano também entrou na justiça e conseguiu adiar o jogo entre Botafogo e Náutico…
Ação isolada lá ou cá? A dúvida deixa claro que o cenário segue bem indefinido. Ao menos, Rogério Lins deixou por escrito o papel do torcedor em Pernambuco.
Ao que parecer, temos uma posição definitiva da CBF.
A entidade não conseguiu cassar a liminar do clube mineiro e resolveu ceder
Até mesmo para não travar o andamento da Série C, pois a não realização do confronto contra os corais transformaria a confusão numa bola de neve.
Na primeira viagem do Santa Cruz , com 2.582 quilômetros, a partida acabou cancelada.
Agora, um novo embarque coral no Aeroporto dos Guararapes para as quartas de final, com mais 2.140 quilômetros, desta vez até a Arena do Calçado, em Nova Serrana.
As duas partidas acontecerão às 16h, horário do Recife.
26/10 – Betim x Santa Cruz
03/11 – Santa Cruz x Betim
Dos tribunais para o gramado. Foco na Série B, Santinha…
Inicialmente, o Santa Cruz jogaria a primeira partida das quartas de final da Série C na tarde do último sábado, em Minas Gerais.
Na Arena do Jacaré, enfrentaria o Betim, no duelo 1º do A x 4º do B.
No entanto, voltou à tona a confusão sobre a punição ao Betim, com a perda de seis pontos por causa da falta de pagamento numa transferência internacional, dando início a uma batalha judicial.
Não na esfera desportiva, mas na Justiça Comum, fato que costuma travar os campeonatos no país, ao se sobrepor sempre ao STJD, como o Gama em 2000 e o Treze em 2012 (relembre aqui).
Nesse buruçu, a CBF acabou remarcando o jogo de ida para o interior de São Paulo, contra o Mogi Mirim, que de 5º colocado foi alçado ao G4 do grupo B.
O Santa Cruz, então, resolveu seguir a agenda da CBF, claro.
Viajou no sábado para São Paulo, treinou no domingo em Mogi Guaçu, a oito quilômetros do palco da partida, e nesta segunda-feira se dirigiu ao estádio.
Com tanta indefinição, era de se esperar as arquibancadas vazias em Mogi.
Todo o planejamento havia sido seguido à risca, com os times presentes, além de arbitragem e policiamento. Até mesmo uma equipe de tevê para a transmissão ao vivo para todo o país.
O contragolpe jurídico do Betim, exigindo o cancelamento da partida, saiu à tarde, com uma multia diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
Ciente de que essa confusão vai longe, a direção de competições da CBF se reuniu no Rio. Bancaria a multa para viabilizar a realização do jogo?
A resposta saiu às 17h10… Faltando apenas 50 minutos para o apito inicial!
Apesar da melhor campanha, o Santa Cruz segue comendo o pão que o diabo amassou no porão do futebol nacional, cuja organização há tempos é precária.
Independentemente de quem esteja com a razão neste imbróglio, Betim ou Mogi, o Tricolor precisa urgentemente deixar essa divisão e se integrar ao futebol com a estrutura mais organizada e menos suscetível à bagunça nos tribunais, a partir da Série B. Sem jogos fantasmas…
A histórica intervenção no Bahia, resultando no afastamento de Marcelo Guimarães Filho da presidência do clube, desencadeou em movimentos semelhantes em outras grandes torcidas do país.
No tricolor de Salvador, o comando passou de forma provisória a um interventor, Carlos Rátis. Ao mesmo tempo, foi modificado o plano de sócios. Em um dia, surgiram 13 mil novos sócios a partir da drástica mudança.
A medida drástica foi tomada a partir da insatisfação com a gestão, suspeita de má gestão de recursos e, claro, com os resultados adversos no futebol. Noticiada país afora, a intervenção acabou inspirando torcedores no Recife.
A torcida timbu lançou uma petição online, atrávés do avaaz.org, para acionar o Ministério Público. Visa detalhar as contas da gestão de Paulo Wanderley.
A mobilização nas redes sociais com torcedores, sócios ou não, resultou numa rápida adesão no site de “campanhas online para mudanças”. A ideia era reunir 1.000 assinaturas. Contudo, em menos de um dia a cota já foi superada.
Eis a descrição da petição, cuja ideia, com 42 advogados alvirrubros envolvidos, surgiu em um grupo no facebook com dez mil torcedores do Náutico:
“Pedimos ao Ministério Público do Estado de Pernambuco e Ministério Público Federal, que façam uma devassa nas contas do Clube Náutico Capibaribe, na dos seus atuais diretores, vice-presidentes, e presidente, bem como na dos membros do Colegiado de Futebol. E que a Justiça do Estado de Pernambuco e a Justiça Federal determinem a intervenção no Clube. Visando assegurar a lisura das próximas eleições, e averiguação das contas do Clube.”
Qual é a sua opinião sobre essa tentativa de mudança clubística através da justiça? Vale lembrar que o processo eleitoral do Timbué bienal, em dezembro.
As torcidas organizadas estão de volta aos jogos de futebol na capital. Em uma audiência no Juizado Especial do Torcedor, Torcida Jovem, Inferno Coral e Fanáutico, acompanhadas de seus advogados, conseguiram nesta segunda um termo de conciliação. Para isso, “ajudou” o fato de a FPF não ter enviado um representante para a audiência. A proibição vigorava desde 20 de fevereiro.
Camisas, bandeiras e baterias foram liberadas para a festa. Que o ônus não seja o de sempre nessas decisões, com o aumento da violência.
A notícia da liberação foi logo repercutida nas páginas das três organizadas no facebook. Impressiona a quantidade de seguidores de cada uma. São 7.475 alvirrubros, 30.378 tricolores e 62.731 rubro-negros. Mais de 100 mil pessoas…
Na prática, vários integrantes das três maiores organizadas do estado continuavam presentes nas partidas no Recife, com os gritos de guerra e aglomerações em setores característicos dos estádios, como a geral da Ilha, no lado esquerdo das cabines, e atrás das barras no Arruda e nos Aflitos, no lado direito. Inclusive com escolta policial, fato comum nas uniformizadas
Nos últimos dez anos foram inúmeras proibições após brigas dentro e fora dos estádios, tiros e confusões em ônibus. As determinações da justiça sempre foram de curto prazo, como agora. Qual é a sua opinião o termo de conciliação?
A disputa nos tribunais entre Gama e CBF no ano 2000 durou 251 dias.
E o clube candango ganhou a queda de braço, forçando a confederação a aceitar a sua inclusão no Campeonato Brasileiro.
As seguidas vitórias do time na justiça comum resultaram numa competição nacional, rebatizada de Copa João Havelange, com 25 clubes.
Número ímpar, deixando claríssimo o buruçu causado. Mas o tempo passou, com a Fifa apertando ainda mais o cerco sobre ações fora da esfera esportiva.
Ainda assim, por mais que grite, que pressione, a verdade é que essa norma não se sobrepõe à soberania brasileira – o blog havia abordado o tema aqui.
E de vez em quando alguém se aventura no universo das liminares. Veio Treze e um pedido pouco ortodoxo para disputar a Série C de 2012.
O time paraibano não havia alcançado o acesso ao torneio no ano anterior, mas viu uma brecha causada pelo acordo extrajudicial entre Rio Branco e CBF, que haviam se engalfinhado na justiça.
Começou assim um roteiro bem semelhante, com ameaças da CBF, bravatas de dirigentes, até mesmo do presidente da FPF, e pouca ação de fato.
O Treze jogou a terceira divisão nacional de 2012 e o Rio Branco acabou se dando mal. Obviamente, o excluído da vez se mexeu e a confusão só aumentou.
Foi parar no Supremo Tribunal Federal, que, francamente, tem mais o que fazer.
Contudo, o ministro Luiz Fux acabou mediando a conciliação. Sem surpresa, todos foram contemplados. E o Brasileiro da Série C deste ano terá 21 clubes.
Número ímpar, de novo….
No mapa da competição, uma longa viagem até o Acre. O desfecho refletiu diretamente no Santa Cruz. O grupo A ganhou mais um integrante. Em vez de 18 partidas, 20. O tempo de toda a história? Foram nada menos que 371 dias.
Justiça Comum x Justiça Desportiva. Não se decide do dia pra noite, no grito…