Com gol contra de Renê e sem ataque, Sport perde do Inter e segue no Z4

Série A 2016, 3ª rodada: Inter x Sport. Foto: Inter/twitter (@SCInternacional)

Em um cruzamento colorado da esquerda, por baixo, Renê desviou para as próprias redes. Em péssima fase, o lateral-esquerdo não tem sombra no elenco, numa lacuna que não condiz com a competição. Em Porto Alegre, a infelicidade deixou a situação quase irreversível para o Sport. O jogo ainda corria aos 12 minutos do segundo tempo, à tarde, mas o poder de reação dos rubro-negros é baixíssimo. Em toda a partida, o time finalizou apenas uma vez contra a meta do ex-leonino Danilo Fernandes, com Serginho, ainda na primeira etapa.

As outras sete tentativas foram sem direção, inclusive do próprio Renê, que no fim da partida teve a chance de se redimir, mas bateu de canela. Um retrato de um problema crônico no elenco. A falta de ataque do Sport, hoje, é sinal de irresponsabilidade. Do baixo nível técnico de que vem entrando em campo, de Falcão, que indicou parte dessa trupe, e da direção, que deu aval a isso tudo, incluindo a liberação cada vez mais inexplicável de Hernane Brocador. Hoje dependendo de Edmílson, está aguardando a abertura da janela internacional, em 20 de junho. Até lá, o time parece sem perspectiva ofensiva.

A derrota para o Inter, por 1 x 0, manteve o time pernambucano na zona de rebaixamento. A primeira metade do jogo no Beira-Rio foi aceitável. Pela primeira vez, neste Brasileirão, se viu uma organização tática, com atuação firme na defesa e uma busca por espaços no ataque. Mas, a não ser que a barra fique aberta, ninguém chuta. Substituído na segunda etapa – numa mudança tripla de Oswaldo de Oliveira -, Vinícius Araújo completou 213 minutos sem finalizar. Trata-se do centroavante do time. Não existe. Aliás, existe. Infelizmente.

Série A 2016, 3ª rodada: Inter x Sport. Foto: Inter/twitter (@SCInternacional)

Sport perde do Flamengo na estreia com limitação técnica e arbitragem polêmica

Série A 2016, 1ª rodada, Flamengo 1x0 Sport (gol de Everton). Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

As carências técnicas do Sport são conhecidas. Até pelos adversários, claro. Ofensivamente, isso vai muito além de um goleador gabaritado. Falta o básico, chutar a gol. Na estreia do Brasileirão, contra o Flamengo, o time pernambucano finalizou apenas uma vez. Uma falta cobrada por Diego Souza, de longe. Defesa firme de Paulo Victor. Levando em conta que os leoninos já perdiam desde os quatro minutos, após Everton escorar um cruzamento rasteiro, gerado por um corte mal feito de Durval, seria mesmo difícil empatar o jogo em Volta Redonda.

Além da carência técnica, também pesou o contexto do sábado. A arbitragem de Marcelo Aparecido foi desastrosa. Nos seus pequenos detalhes, a atuação ruim do Sport tornou-se irreversível. Após a clássica sonolência inicial, o time melhorou e até passou a ter posse de bola, usando a ponta esquerda – na direita, Lenis teve uma atuação lamentável, marcado facilmente, até sozinho. Em uma troca de passes na área, o camisa 87 tocou para Vinícius Araújo, que driblou o goleiro e marcou. Gol anulado por impedimento, bem duvidoso.

Na sequência, Diego sofreu uma falta rente à área, cometida por Juan. Segue o jogo, com amarelo para o meia. Na retomada, o Sport perdeu Rithely com 30 segundos após uma entrada imprudente. Não para um vermelho direto. A partir dali, a limitação já estava multiplicada, sem força, padrão tático e ânimo para evitar o revés, 1 x 0 – enxuto porque Guerrero, Sheik e Cirino seguem longe do ideal. No próximo domingo, o ataque estará no olho do furacão. Sem Rithely, a marcação também. Algo se salvou? A volta de Magrão, com três boas defesas.

Série A 2016, 1ª rodada, Flamengo 1x0 Sport (único chute do Leão). Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Camisa rubro-negra e calção vermelho, a composição incomum do Sport em 2016

O novo uniforme 1 do Sport para a temporada 2016. Crédito: divulgação

A volta da camisa rubro-negra com listras horizontais já era esperada no Sport O que surpreendeu sobre o uniforme principal de 2016 foi a composição com o short vermelho, em vez do calção preto, tradicional na história do clube. Visual pra lá de incomum. É difícil precisar se é inédito, mas o mais próximo disso talvez tenha sido em 2003, pela Série B, diante do Remo (veja aqui).

Pelas fotos de divulgação vazadas, com Diego Souza, Magrão, Túlio de Melo e Gabriel Xavier – com o mesmo estilo da Adidas para os demais clubes parceiros – faltou apenas a cor da meia. A tendência é de que também seja vermelha, seguindo o tom monocromático nas linhas internacionais.

O lema da camisa leonina é “a volta da tradição”. Com o calção vermelho, isso acaba se tornando em algo parcial. Porém, inovador. Mudança aprovada?

Sobre a nova camisa, o preciso também é novo. R$ 249…

O novo uniforme 1 do Sport para a temporada 2016. Crédito: divulgação

Grafite, Tiago Cardoso, Magrão e Everton Felipe fardados pela paz no clássico

Grafite, Tiago Cardoso, Magrão e Everton Felipe em campanha contra a violência no clássico. Crédito: PMPE/youtube (reprodução)

Para a decisão do Campeonato Pernambucano de 2016 a polícia militar destacou mais de 1.000 homens para cada partida, número bem acima da média nos clássicos recifenses. Para reforçar a campanha pela segurança, tema importantíssimo acerca do confronto, a PM convidou quatro jogadores de Santa Cruz e Sport para a produção de um vídeo promocional. Grafite, Tiago Cardoso, Magrão e Everton Felipe gravaram depoimentos para as respectivas torcidas, devidamente fardados de oficiais. Assista.

Grafite: “Alô torcida coral, conto com a sua ajuda para fazer do futebol uma ferramenta de paz em Pernambuco. Juntos seremos todos campeões.” 

Tiago Cardoso: “Torcedor tricolor, você é fundamental para o nosso futebol. Torça sem violência.”

Magrão: “Torcida rubro-negra, faça do futebol a sua maior alegria. Vamos juntos torcer em paz por Pernambuco.” 

Everton Felipe: “Torcedor rubro-negro, precisamos de você para apoiar o nosso time e promover a paz nos estádios.”

Os 40 anos do Dia do Goleiro, graças ao interminável pernambucano Manga

Dia do Goleiro. A curiosa data é celebrada no futebol brasileiro há exatamente quarenta anos. Desde 26 de abril de 1976, em homenagem ao aniversário do goleiro pernambucano Manga, então ídolo do Internacional, mas revelado pelo Sport vinte anos antes, quando era conhecido como “Ayrton Correia”. O jogador, hoje aos 79 anos, foi um dos melhores do país na posição, numa carreira duradoura. Quando surgiu a data, idealizada por professores de educação física do Rio de Janeiro, Manga se tornaria o campeão brasileiro mais velho da história, aos 39 anos! Uma marca ainda não superada.

Veja o primeiro contrato profissional de Manga, de 1956, clicando aqui.

Abaixo, as homenagens oficiais dos clubes do Recife em 2016, via facebook.

Náutico
“Ser goleiro é ser o coração do time, mesmo num jogo onde o principal objetivo você deve evitar. Parabéns aos nossos goleiros, do passado e do presente, pelo seu dia. Rodolpho, Júlio César e Bruno.”

Homenagem do Náutico ao Dia do Goleiro em 2016. Crédito: Náutico/facebook

Santa Cruz
“Das mãos dele vem o movimento preciso, seguido do grito: MILAAAAAGRE!!! O Santa Cruz sempre teve em sua história grandes defensores, que escreveram o seu nome na história do Time do Povo. Hoje, Dia do Goleiro, parabenizamos todos os atletas que escolhem a defesa como ofício da vida. Em especial, parabéns aos goleiros corais: Fred, Edson Kolln, Miller e Tiago Paredão Cardoso.”

Homenagem do Santa Cruz ao Dia do Goleiro em 2016. Crédito: Santa Cruz/facebook

Sport
“Há quem seja cruel a ponto de dizer que nem grama nasce onde os goleiros jogam. Há também quem crave que eles nasceram predestinados a serem vilões. Não sabemos se é coincidência, mas nossos goleiros fogem a essa regra. Ao todo, no elenco profissional, temos cinco verdadeiros paredões, todos excepcionalmente treinados por Gilberto Melo, ex-jogador do Leão e melhor arqueiro do Brasil em 1992. Magrão, Danilo Fernandes, Luiz Carlos e Lucas, são os ‘titulares’, os de verdade, os de todos os dias. O quinto elemento dessa equipe quase intransponível estreou no dia 17 de maio de 2015, fez gol no Maracanã e apontou para a 87. Vocês sabem de quem estamos falando…”

Homenagem do Sport ao Dia do Goleiro em 2016. Crédito: Sport/facebook

Os 11 anos de Magrão no Sport

Há onze anos, em 21 de abril de 2005, Magrão chegava ao Sport para compor o elenco. Sem nunca ter deixado o clube desde então, o goleiro, hoje com 39 anos, tornou-se ídolo, ícone. Com 576 partidas com a camisa rubro-negra, já está na história com o atleta que mais atuou pelo Leão, fora a sina de conquistas, com seis Estaduais, um Nordestão e uma Copa do Brasil.

Celebrando a longevidade de Magrão na Ilha, o departamento de comunicação lançou um vídeo com depoimentos de bastidores (com destaque para o segurança Pelé e o roupeiro Leguelé) sobre o dia a dia do jogador.

Sport perde outra do Salgueiro, agora na Ilha e com desgaste desnecessário

Pernambucano 2016, 9ª rodada: Sport 0x1 Salgueiro. Foto: Peu Ricardo/Esp. DP

Seguindo como carrasco, o Salgueiro venceu o Sport na Ilha do Retiro de forma incontestável. Arrumado e com mais vontade em campo, o time sertanejo foi cirúrgico em sua estratégia, diante de uma adversário desinteressado, com cara de feriadão, numa formação injustificável de Falcão. A vitória poderia dar a vantagem de decidir em casa no mata-mata estadual? Francamente, seria um bônus mínimo, ainda mais considerando que a escolha do mando é da FPF. Pois o treinador rubro-negro apostou no jogo e poupou apenas Danilo Fernandes e Durval, substituídos por Magrão e Luis Gustavo.

Manteve os três volantes – por que não testar uma variação, já que Diego Souza atuará no Nordestão? -, apresentando um futebol sem intensidade, com falso domínio através da posse de bola. No primeiro tempo, o Leão teve 67%, mas criou apenas três chances. Desperdiçadas por Gabriel Xavier (lance de maior perigo), Lenis (bateu fraco) e Túlio de Melo (cabeçada). Na etapa complementar, nem isso. Ligação direta e meias distantes do ataque. Tocando bem a bola e ganhando quase todas as sobras – num sinal claro de vontade -, o Salgueiro foi se adiantando, arriscando. Precisou nem entrar na área para vencer.

Aos 26 minutos, Toty bateu forte, de longe. A bola ainda tocou na trave antes de entrar, 1 x 0. Se a apresentação já desagrava os 4.370 espectadores, em desvantagem o time se portou ainda pior. Sem qualquer aspecto de coletividade, não houve reação. Com o revés, o Sport não pode mais acabar o hexagonal na liderança, e mesmo o segundo lugar está difícil. Ou seja, o domingo só rendeu desgaste (físico e de confiança) numa semana decisiva, com as quartas de final da Lampions. Quanto ao Carcará, atual vice-campeão estadual, foi dado mais um passo na campanha sólida, hoje com 74% de aproveitamento.

Pernambucano 2016, 9ª rodada: Sport 0x1 Salgueiro. Foto: Peu Ricardo/Esp. DP

Everton Felipe marca duas vezes no fim e Sport empata com o River em Teresina

Nordestão 2016, 3ª rodada: River 2x2 Sport. Foto: BENONIAS CARDOSO/FUTURA PRESS

O Sport atuou com uma equipe mista em Teresina, visando a sequência no Recife, com clássicos contra o Náutico e partidas pelo Nordestão. Claro, as duas vitórias no regional ajudaram neste planejamento. Em campo, sem entrosamento e recheado pela base, como o atacante Juninho, de 16 anos, o futebol não teve qualquer inspiração. Até os 38 minutos do segundo tempo a derrota era certa, com dois gols de Vanderlei, em falhas de Christianno, cujo drible poderia resultar em devolução ao Bangu, e Luís Gustavo, cuja farrapada deixou o atacante cara a cara com Magrão, que merecia uma chance melhor.

Àquela altura, o time tinha os apagados Fábio e Wallace, oriundos da Copa São Paulo, e Neto Moura, pouco acionado no ano (de forma incompreensível), mas que ajudou nesta noite. O outro jovem nome, Everton Felipe, vinha tendo uma atuação discreta. Até que resolveu arriscar de longe contra a meta de Naylson, pouco pressionado. No primeiro chute, após bola trabalhada na esquerda, acertou o cantinho esquerdo. Um gol para levantar o banco de reservas do Sport, num incentivo pela busca do empate. Organização tática seria difícil.

Quatro minutos depois, o meia de 19 anos – tratado como joia na Ilha – pegou a bola e mandou de canhota, também de fora da área. Também no canto esquerdo, também no fundo das redes, 2 x 2. E a liderança do grupo D, quase perdida para o River, foi mantida, com o Leão numa situação confortável rumo às quartas da Lampions. Volta ao Recife com o planejamento traçado. Agora, com os titulares, terá um clássico sem espaços para invenções.

Nordestão 2016, 3ª rodada: River 2x2 Sport. Foto: BENONIAS CARDOSO/FUTURA PRESS

Acervo de Carlos Celso: a história do Sport em números desde 1905

Números do Sport. Arte: Maria Eugênia Nunes/DP

De Guilherme de Aquino, na introdução do futebol no Recife, passando por nomes como Ademir Menezes, Raúl Betancor, Dadá, Roberto Coração de Leão, Leonardo, Durval e Magrão, o Sport escreveu mais de um século de história no futebol. Sobretudo, em sua casa, a Ilha do Retiro, quase octogenária, de uma tradição incomparável para a sua torcida. Mergulhando no acervo de Carlos Celso Cordeiro, vamos a um apanhado de números dão consistência à história do Leão, com o retrospecto geral do clube no Campeonato Pernambucano, no Brasileirão e na Copa do Brasil, além do rendimento leonino atuando na Ilha do Retiro, os maiores artilheiros, quem mais vestiu a camisa rubro-negra e os maiores públicos.

Primeiro jogo: Sport 2 x 2 Englis Eleven, em 22/06/1905, no Derby.

Confira também as estatísticas de Náutico e Santa Cruz.

Dados atualizados até 25 de janeiro de 2016

Estadual 1915-2015 (ranking: 1º)
2.183 jogos (4.904 GP, 2.029 GC, +2.875)
1.384 vitórias (63,39%)
425 empates (19,46%)
374 derrotas (17,13%)
99 participações
40 títulos (entre 1916 e 2014)

Série A 1971-2015 (ranking: 17º)
819 jogos (941 GP, 987 GC, -46)
280 vitórias (34,18%)
232 empates (28,32%)
307 derrotas (37,48%)
34 participações
1 título em 1987

Copa do Brasil 1989-2015
102 jogos (163 GPC e 106 GC, +57)
48 vitórias (47,05%)
24 empates (23,52%)
30 derrotas (29,41%)
21 participações
1 título em 2008

Histórico em decisões no Estadual
Sport 12 x 11 Santa Cruz
Sport 11 x 6 Náutico

Sport na Ilha do Retiro (1937/2016)
2.081 jogos
1.284 vitórias (61,70%)
453 empates (21,76%)
344 derrotas (16,53%)

Maiores artilheiros
202 gols – Traçaia
161 gols – Djalma Freitas
136 gols – Leonardo
108 gols – Luís Carlos
105 gols – Naninho

Quem mais atuou
Magrão – 572 jogos

Clássico das Multidões (1916-2015)
544 jogos
227 vitórias do Sport
153 empates
164 vitórias do Santa

Clássico dos Clássicos (1909-2015)*
542 jogos
208 vitórias do Sport
154 empates
179 vitórias do Náutico
*Um jogo disputado em 29 de março de 1931, no Torneio Abrigo Terezinha de Jesus, possui resultado desconhecido.

Maiores públicos
Clássico
80.203 – Náutico 0 x 2 Sport, no Arruda (Estadual, 15/03/1998)

Outros adversários (torcida única)
56.875 – Sport 2 x 0 Porto, na Ilha (Estadual, 07/06/1998)

Podcast 45 (165º) – Classificação do Sport e tira-teima entre Grafite e Brocador

O Sport se classificou às oitavas da Copa Sul-Americana ao golear, de forma emocionante, o Bahia. O jogo e as suas consequências pautaram o 45 minutos, com debate sobre a escalação, escolhas de Eduardo Batista e o futuro na Argentina. O programa também fez uma prévia dos jogos de Náutico e Santa na Série B. Para completar, um tira-teima com a opinião de toda a mesa sobre quem está sendo mais decisivo. Grafite, com 3 gols ou 4 jogos, ou Hernane Brocador, com 4 gols em 6 partidas? Sem ficar em cima do muro.

Confira um infográfico com as principais atrações da gravação aqui.

Nesta edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!