O incrível borderô de Flamengo x Sport, com tíquete médio de R$ 57 em Arcoverde

Pernambucano 2018, 1ª rodada: Flamengo de Arcoverde 0 x 0 Sport. (borderô). Crédito: FPF/reprodução

Todos os ingressos para a partida entre Flamengo de Arcoverde e Sport foram vendidos. Na abertura do Estadual 2018, num duelo que não acontecia desde 1999, três mil pessoas entraram no estádio Áureo Bradley. Na transmissão, a primeira da Globo na cidade, surgiu a informação sobre a renda: R$ 173,5 mil. Ganhou tanta atenção quanto o empate sem gols, comemorado pela fera. A surpresa era óbvia, a partir da limitada quantidade de espectadores.

Dividindo a renda pelo público, que não teve gratuidade alguma contabilizada, o tíquete médio foi de R$ 57,83. Para o futebol local, elevadíssimo. Com a publicação do borderô foi possível conferir a divisão de setores, tendo até um camarote armado, semelhante àqueles do Galo da Madrugada – e o ingresso saiu por R$ 100! A entrada mais barata foi a do sócio mandante, com 150 bilhetes. A título de comparação, esta renda foi superior a da decisão de 2017, também com o Sport e também no sertão. Mas em Salgueiro, num palco maior, com 5.544 pessoas e R$ 164 mil. Apesar do quadro surpreendente, não foi a maior arrecadação do interior no Plano Real. Em 22 de abril de 2015, pela Copa do Brasil, o Salgueiro recebeu o Flamengo do Rio, com 7.553 espectadores e 570 mil reais de renda – tíquete médio de R$ 75,49.

Haja descontos sobre a renda bruta no Áureo. Além da taxa de 8% para a FPF, cortes com seguro, INSS, arbitragem, delegados, diárias e transporte. 

Pernambucano 2018, 1ª rodada: Flamengo de Arcoverde 0 x 0 Sport. (borderô). Crédito: FPF/reprodução

Somando todas as despesas, R$ 28 mil, dado superior à renda total dos outros dois jogos no interior na primeira rodada. Portanto, o Flamengo ficou com R$ 144.687. Com um jogo, garantiu o pagamento de duas folhas do elenco (R$ 60 mil/mês) e ainda sobrou… Demanda reprimida na região?

Pernambucano 2018, 1ª rodada: Flamengo de Arcoverde 0 x 0 Sport. (borderô). Crédito: FPF/reprodução

Central proíbe uso de camisas de outros times nos setores reservados ao clube

Comunicado do Central sobre camisas de outros times no setor destinado à torcida alvinegra. Crédito: Central/twitter (@centraloficial)

Remo em 2013, Chapecoense em 2014 e ABC em 2017. Esses são alguns dos clubes periféricos do país, à parte do eixo SP-RJ-MG-RS, que proibiram o acesso de camisas de outros times em setores reservados às suas torcidas em seus jogos. Em todos os casos, a segurança foi tratada como questão de primeira ordem, embora a medida também tenha sido uma forma de brecar a concorrência sobre a preferência clubística, várias vezes dividida.

Polêmica ou não, a medida já havia chegado há alguns anos de forma velada no Recife, onde quase não se vê camisas de times brasileiros dentro dos setores destinados às torcidas de Náutico, Santa e Sport – acredite, camisas do Fla, por exemplo, já foram vistas na arquibancada da Ilha. Marcando o seu território, ‘visando preservar o bem estar do torcedor alvinegro’, o Central emitiu um comunicado sobre o jogo contra o Náutico, em 21/01, vetando o acesso de pessoas com uniformes de outros times (brasileiros e estrangeiros) aos setores da Rua Campos Sales, as sociais e cadeiras do Lacerdão. Em Caruaru, o alvinegro enfrenta um cenário pesado em termos de preferência no futebol. Desconsiderando a hipótese (real) de torcedores mistos, a patativa teria 7% da preferência, dado da última pesquisa realizada lá, há quatro anos.

Você concorda com o veto de camisas de outros times dentro do seu setor?

Entre os dias 4 e 5 de janeiro de 2014, o instituto Plural Pesquisa ouviu 400 pessoas em Caruaru, com margem de erro de 4,9%. Abaixo, os percentuais dos times mais citados, já com a projeção absoluta das torcidas, a partir da estimativa do IBGE na época, com 337.416 moradores na capital do agreste.

Pesquisa de torcida em Caruaru (2014)
1º) Sport – 17% (57.360)
2º) Corinthians – 13% (43.864)
3º) Santa Cruz – 8% (26.993)
4º) Central – 7% (23.619)
4º) Palmeiras – 7% (23.619)
6º) Náutico – 5% (16.870)
7º) São Paulo – 4% (13.496)
8º) Flamengo – 2% (6.748)
9º) Porto – 1% (3.374)

A ampliação da capacidade de público no Arruda e Ilha em 2018. Redução na Arena

Arruda, Arena Pernambuco e Ilha do Retiro. Crédito: Google Maps

A capacidade oficial de público dos três maiores estádios de Pernambuco sofreram alterações para a temporada de 2018. Embora nenhum lance de arquibancada tenha sido construído (ou demolido), a variação ocorreu devido às análises de engenharia, vigilância sanitária, segurança e bombeiros, com laudos anuais. Segundo os documentos, à  disposição no site da FPF, o Arruda e a Ilha foram ‘ampliados’, enquanto a Arena Pernambuco teve uma redução mínima, mesmo atendendo a todas as exigências possíveis.

No caso da Ilha, é o segundo seguido com aumento, após a drástica redução por medida de segurança. De 27.435 em 2016, passou para 29 mil em 2017 e agora 30 mil em 2018, com o aumento registrado nos setores de arquibancada frontal (+500) e geral da torcida mandante (+500). Ainda assim, o dado segue abaixo da capacidade máxima segundo o cadastro da CBF, de quase 33 mil espectadores. Já no Arruda, uma mudança dupla. Primeiro na capacidade liberada para a temporada, com mais 5 mil lugares no anel superior, chegando a 55 mil no total. A segunda é na própria capacidade oficial, segundo a engenharia, voltando aos 60.044 lugares – a medição da Fifa desde 2012

Por que há diferença entre a capacidade liberada e a capacidade oficial na Ilha e no Mundão? Isso começou em 25 de setembro de 2015, quando os bombeiros emitiram atestados sobre o José do Rego Maciel e o Adelmar da Costa Carvalho, reduzindo ambos. No ano seguinte, Santa Cruz e Sport se reuniram com o Ministério Público para formular um plano escalonado de reformas. Mediado pela Promotoria de Justiça Especializada do Torcedor, o prazo vai até o fim deste ano. Já a Arena Pernambuco mantém os 45.845 assentos vermelhos, mas há uma restrição no “projeto de prevenção e combate a incêndio e pânico”, reduzindo em 345 lugares, sem especificar.

A seguir, as capacidades setorizadas dos principais palcos…

No fim, a capacidade dos estádios autorizados para o Estadual de 2018, com Náutico e Acadêmica Vitória mandando as suas partidas na arena.

Arruda (55.582 lugares autorizados em 2018)
Anel inferior – 21.400
Anel superior – 20.000
Sociais – 6.100
Sociais ampliação – 1.200
Cadeiras – 5.950
Camarotes/conselho/tribuna – 932
Capacidade em 2017: 50.582 lugares (ampliação de 5.000)
Capacidade oficial: 60.044 lugares (redução de 4.462)

Arena Pernambuco (45.500 lugares autorizados em 2018*)
Anel inferior (nível 1)  – 18.831
Camarote (nível 2) – 1.726
Camarote (nível 3) – 1.995
Anel superior (nível 4)  – 23.293
Capacidade oficial (idem em 2017): 45.845 lugares (redução de 345)
* Não há a informação sobre qual setor seria reduzido

Ilha do Retiro (30.000 lugares autorizados em 2018)
Arquibancada frontal (frontal e curva do placar) – 8.029
Arquibancada sede (tobogã e curva da sede) – 5.452
Arquibancada do placar (visitante) – 2.900
Sociais – 3.500
Cadeira central – 5.311
Cadeira ampliação – 2.050
Assento especial – 2.076
Camarotes/conselho – 682
Capacidade em 2017: 29.000 lugares (ampliação de 1.000)
Capacidade oficial: 32.983 lugares (redução de 2.983)

A capacidade dos estádios liberados para o Pernambucano 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Com a 4ª campanha de sócios na década, Santa amplia plano de ingresso garantido

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Entre 01/2011 e 01/2018, o quadro coral variou de 4 mil a 16 mil titulares

Em oito anos, o Santa chega à 4ª campanha de sócios. Ampliando a ideia anterior, lançada há um ano, o clube criou o programa ‘Tricolor de Coração’, com cinco categorias de livre acesso aos jogos de 2018 na arquibancada inferior, no setor da barra do canal, e no anel superior. Quanto mais caro o plano, mais descontos em relação aos ingressos para outros setores do Arruda, além de dependentes e direito a voto – só a partir do ‘prata família’. No abertura, a possibilidade de assinaturas anuais, com dois meses grátis. O projeto foi desenvolvido em parceria com a Agência Caju, numa tentativa de mudar quadro estagnado. A última vez em que o clube teve mais de 10 mil tricolores adimplentes foi em maio de 2016, mês da conquista do Nordestão. 

Esta é a primeira campanha na gestão de Constantino Júnior, eleito para o triênio 2018-2020. No triênio anterior, com Alírio Moraes, o plano de metas visava 45 mil sócios, mas alcançou apenas 26%. Desta vez, a meta não é explícita – no plano de trabalho do novo presidente, o incremento de sócios está na letra ‘m’ do tópico ‘inovação de receitas’, mas sem projeção. Por sinal, o recorde coral foi estabelecido há quase duas décadas, na gestão de Jonas Alvarenga. Em 1999, a mensalidade foi reduzida a R$ 5, atrelando o torcedor exclusivamente ao futebol. Com Mancuso de garoto-propaganda, o quadro tricolor saiu do colapso, com 464 membros, para 27 mil sócios em dia. Corrigindo o valor de 02/1999 para 12/2017, o mais recente no cálculo do IGP-M, daria R$ 21,99, ficando entre os dois planos mais baratos de 2018.

Abaixo, os planos e os dados de sócios das últimas quatro campanhas.

Tricolor de Coração (com descontos em ingressos no Mundão)
Contribuinte (R$ 9,90) – prioridade na compra (as demais também têm)
Bronze (R$ 29,90) – Arquibancada superior/barra (100%)
Prata (R$ 39,90) – Sociais (50%) e superior/barra/escudo (100%)
Prata família (R$ 59,90) – Sociais (50%) e superior/barra/escudo (100%)
Ouro – Sociais/escudo/barra/superior (100%)
Diamante (R$ 199,90) – Cadeiras/sociais/escudo/barra/superior (100%) 

Lançamento (18/01/2018): 6.500 sócios

Campanha de sócios do Santa Cruz em 2018, o "Tricolor de Coração". Crédito: TV Coral/reprodução

Santa Forte
Lançamento (21/01/2017): 6.003 sócios
Auge (janeiro de 2017): 8,5 mil titulares (+41% sobre o lançamento)
Fim (17/01/2017): 6.500 sócios (+8% sobre o lançamento)

Campanha de sócios do Santa Cruz em 2017, "Santa Forte". Crédito: Santa Cruz/twitter (@SocioSANTAFORTE)

Santa Cruz de Corpo e Alma
Lançamento (26/01/2015): 4.332 sócios
Auge (maio de 2016): 12 mil titulares (+177% sobre o lançamento)
Fim (20/01/2017): 6.003 sócios (+38% sobre o lançamento)

Campanha de sócios do Santa Cruz em 2015-2017: Sou Santa Cruz de Corpo e Alma

Guerreiro Fiel
Lançamento (07/07/2011): 4.900 sócios
Auge (outubro de 2014): 16 mil titulares (+226% sobre o lançamento)
Fim (25/01/2015): 4.332 sócios (-11% sobre o lançamento)

Campanha de sócios do Santa Cruz em 2011-2015: Guerreiro Fiel

Em Arcoverde, o Sport faz estreia ruim no Estadual e fica no 0 x 0 com o Flamengo

Pernambucano 2018, 1ª rodada: Flamengo de Arcoverde x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Sem a Copa do Nordeste no calendário, por decisão própria, o Sport tem o foco todo voltado para o Campeonato Pernambucano neste início de temporada. Com um investimento muito acima dos dez adversários, com a folha de pagamento correspondendo a 74% de toda a competição, o rubro-negro entra, sim, como franco favorito. Como contrapartida, devido à distância técnica, a pressão sobre qualquer resultado. E na estreia do Estadual de 2018 largou com um empate em 0 x 0 com o Flamengo de Arcoverde.

Um resultado justo, numa partida na qual o mandante teve muita entrega, não permitindo qualquer criação dos leoninos, com poucas chances na noite sertaneja. Na prática, duas cobranças de escanteio bem fechadas de Marlone e alguns arremates de fora da área. Isso no primeiro tempo, pois na volta do intervalo o futebol do Sport caiu. No decorrer, Nelsinho fez as três mudanças, promovendo as entradas do atacante Lenis (Índio), do lateral Felipe Rodrigues (Fabrício) e do meia Thomás (Marlone). Não surtiu efeito, com André isolado, sem receber um passe decente, e com Rogério bem marcado.

Pernambucano 2018, 1ª rodada: Flamengo de Arcoverde x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Quando ao Fla, um cenário excelente, num confronto que não acontecia há 19 anos. Por sinal, a partida no estádio Áureo Bradley mobilizou o município, com todos os 3 mil ingressos vendidos, proporcionando uma renda de R$ 173,5 mil – com tíquete médio de R$ 57 (!). A resposta do público, apesar do ingresso salgado, mostra o quanto fazia falta jogos deste porte no interior. Com a grana, a fera garante no mínimo duas folhas (R$ 60 mil/mês). Ou seja, uma torcida rubro-negra saiu comemorando nesta rodada de abertura.

Os confrontos na história
12/01/1997 – Flamengo 2 x 1 Sport (Arcoverde) – Amistoso
02/05/1997 – Flamengo 0 x 0 Sport (Arcoverde) – Estadual
03/04/1997 – Sport 2 x 2 Flamengo (Ilha do Retiro) – Estadual
01/03/1998 – Flamengo 0 x 3 Sport (Arcoverde) – Estadual
14/03/1999 – Flamengo 1 x 3 Sport (Arcoverde) – Estadual
17/01/2018 – Flamengo 0 x 0 Sport (Arcoverde) – Estadual

Retrospecto: 2 vitórias do Sport, 3 empates e 1 vitória do Fla

Pernambucano 2018, 1ª rodada: Flamengo de Arcoverde x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Raio x dos 24 mil jogadores profissionais em atividade nos 722 clubes do Brasil

Registros e transferências de jogadores, segundo a CBF

Pelo terceiro ano consecutivo, a CBF detalha os jogadores profissionais em atividade no país, através da diretoria de registro e transferências. Em relação à última temporada foram 3.098 contratos a mais, num aumento de 14%. Em 2017, portanto, 24.841 jogadores de futebol firmaram algum tipo de acordo, incluindo 134 gringos, com a grande maioria entrando em campo somente nos quatro primeiros meses, durante os campeonatos estaduais. Embora a entidade não tenha atualizado o dado de contratos ativos durante todo o ano, o número de 2016 deixa isso claro, com apenas 8.938 atletas chegando até janeiro – na ocasião, isso representou 41% do total de profissionais.

Ao todo, foram quase 17 mil transferências nacionais, entre empréstimos, vendas de diretos econômicos e jogadores livres. Inicialmente, o balanço tinha três pilares (registro, transferências e salários), mas nos últimos dois relatórios a confederação não divulgou a divisão de salários dos atletas. No quadro pioneiro, 82% recebiam até R$ 1 mil e 95% no máximo R$ 5 mil. A dura realidade comum. Salário acima de R$ 100 mil? No Brasil, apenas 114.

O balanço dos atletas registrados no Brasil, segundo a CBF. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Segundo o novo balanço, de janeiro a dezembro vigoraram contratos envolvendo 722 clubes profissionais – no viés pernambucano, 22 times disputaram competições oficiais na temporada, a partir das Séries A1 e A2. Além disso, o relatório da confederação também inclui os clubes amadores e formadores, adicionando 397. A seguir, a evolução de clubes filiados.

O balanço dos atletas registrados no Brasil, segundo a CBF. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Entre as transferências nacionais, apenas 40 via compensação financeira, totalizando R$ 81 mi – Raniel, por exemplo, foi do Santa para o Cruzeiro por R$ 2 milhões. Já no âmbito internacional foram 657 saídas, com 130 ocorrendo via empréstimos ou cessão dos direitos econômicos, movimentando quase R$ 1 bilhão (!), com média de R$ 7,0 mi – Erick foi negociado pelo Náutico junto ao Braga por R$ 2,8 mi. No sentido inverso foram 527 nomes, dos quais 40 com valores. E o investimento foi de R$ 227 milhões, com média de R$ 5,6 mi – André veio do Sporting para o Sport ao custo de R$ 5,2 mi.

O balanço dos atletas registrados no Brasil, segundo a CBF. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

As folhas do Pernambucano 2018 chegam a R$ 4,56 milhões, com 74% no Sport

As folhas de pagamento dos clubes no Pernambucano de 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Os cerca de 300 atletas profissionais inscritos no Campeonato Pernambucano de 2018 vão custar cerca de R$ 4,566 milhões a cada mês, somando as folhas de pagamento dos onze clubes participantes. Numa média bruta, cada jogador receberia R$ 15 mil, com as despesas com remunerações de cada agremiação ficando na casa de R$ 415 mil. No entanto, a realidade mostra uma disparidade financeira sem igual no futebol local, superconcentrada – possivelmente, uma das maiores já vistas no cenário nacional também.

As folhas de pagamento no Pernambucano 2018 (% sobre o total)
R$ 3.400.000 – Sport (74,6%), Série A
R$ 250.000 – Santa Cruz (5,4%), Série C
R$ 200.000 – Náutico (4,3%), Série C
R$ 150.000 – Salgueiro (3,2%), Série C
R$ 120.000 – Vitória (2,6%), sem divisão
R$ 100.000 – América (2,1%), sem divisão
R$ 100.000 – Central (2,1%), Série D
R$ 70.000 – Afogados (1,5%), sem divisão
R$ 60.000 – Belo Jardim (1,3%), Série D
R$ 60.000 – Flamengo (1,3%), Série D
R$ 56.000 – Pesqueira (1,2%), sem divisão

Presente na Série A, duas divisões acima dos concorrentes mais próximos, o Sport deve ter uma folha de R$ 3,4 milhões, o que corresponde a 3/4 de todos os vencimentos previstos na competição – restando R$ 1,166 mi para as outras dez equipes. E olhe que o rubro-negro reduziu em 25% a sua despesa em relação ao último Brasileirão – a venda de Diego Souza influenciou neste dado. Por sinal, as folhas dos rivais tradicionais não chegam ao que DS87 ganhava na Ilha. À parte do leão, cujo número é uma apuração, os demais foram informados pelos próprios clubes, com Santa e Náutico estimando o gasto devido à nova realidade, na Série C, e os intermediários detalhando as folhas ao Superesportes. Durante os quatro meses de disputa, entre janeiro e dezembro, a competição vai demandar R$ 18,2 milhões em salários.

Em 2011, no começo da década, as folhas no Estadual foram as seguintes…
R$ 800 mil, Sport (Série B)
R$ 450 mil, Náutico (Série B)
R$ 200 mil, Santa Cruz (Série D)

Passados sete anos, eis as variações para a edição de 2018…
+ R$ 2,6 milhões (+325%), Sport (Série A)
– R$ 250 mil (-55%), Náutico (Série C)
+ R$ 50 mil (+25%), Santa Cruz (Série C)

Embora o abismo financeiro fomente um favoritismo ao Sport, o torneio de 2011 mostra que é possível a superação. Desta vez, terá que ser bem maior…

Taxa de arbitragem no Estadual 2018 vai de R$ 2,7 mil a 13,7 mil. O mandante paga

As taxas de arbitragem para o mata-mata decisivo do Estadual 2018. Crédito: FPF/reprodução

Além da taxa de 8% sobre a renda bruta dos jogos, a FPF ainda cobra outros encargos aos clubes no Campeonato Pernambucano. Em 2018, os mandantes precisam pagar por inúmeros serviços administrativos a cada partida, com estruturas distintas a partir das fases ou clubes envolvidos. A formação mais básica envolve os jogos entre intermediários, com a arbitragem, o delegado do jogo e um assessor, enquanto a mais complexa (e cara) é a da final, com oito funções: árbitro, dois assistentes, 4º árbitro, delegado de arbitragem, delegado do jogo, supervisor de protocolo e assessor de protocolo.

Soma das taxas de arbitragem em cada jogo
Semifinal e final – de R$ 11.985 a R$ 13.774
Clássicos/3º lugar – de R$ 9.809 a R$ 11.257
Mando dos grandes (turno) – de R$ 5.946 a R$ 6.279
Mando dos intermediários (turno) – de R$ 2.705 a R$ 2.955

Como indicam as reproduções do documento emitido pela federação pernambucana de futebol, cada partida é precificada de uma forma, inclusive pelo nível dos árbitros escalados. Logo, os valores da final podem chegar a 11 mil reais de diferença sobre os do turno, de R$ 2,7 mil a R$ 13,7 mil – no caso dos assistentes, a cota equivale a 60% do valor pago ao árbitro, com o 4º árbitro tendo 30% no mesmo modelo. Em comparação com o ano passado, um aumento de 2,9%. Não para aí. Também há a despesa com diárias para os árbitros, com valores pré-determinados pela cidade da partida, tendo o Recife como marco zero (e R$ 40). A diária mais alta é a de Salgueiro, R$ 210.

A responsabilidade de pagamento do mandante, detalhada no artigo 19 no regulamento do Estadual, não é regra geral. Num viés local, basta dizer que na Copa do Nordeste as taxas de arbitragem são pagas pela CBF. No estado, os valores foram estipulados pela diretoria de competições da federação e pela comissão de arbitragem. No documento de 2 de janeiro, as assinaturas dos respectivos diretores, Murilo Falcão e Emerson Sobral.

Na nova fórmula, cada time joga 5 vezes como mandante e 5 como visitante no turno. Descontando os 3 clássicos, o quadro abaixo vale para 12 jogos

As taxas de arbitragem para os jogos com mando dos grandes (no turno) do Estadual 2018. Crédito: FPF/reprodução

O quadro mais barato contempla 8 times, à parte do Trio de Ferro. A escala vale inclusive para confrontos contra os próprios grandes. Ao todo, 40 partidas

As taxas de arbitragem para os jogos com mando dos intermediários (no turno) do Estadual 2018. Crédito: FPF/reprodução

Transmissão do Estadual segue na Globo de 2019 a 2022, com luvas de R$ 1 milhão

Lançamento do Campeonato Pernambucano de 2018, na sede da Globo Nordeste, na Rua da Aurora. Foto: Lucas Liausu/Globo (cortesia)

O Campeonato Pernambucano chegará a 23 anos seguidos na tela da Globo Nordeste. Consequência da renovação do contrato de transmissão, agora de 2019 a 2022. O acordo foi confirmado ao blog pelo diretor-geral do canal, Iuri Leire, durante o lançamento do Estadual 2018, na sede da emissora.

“Está assinado o contrato, por mais quatro anos. Nos mesmos moldes”

Sobre os tais moldes: o contrato engloba as cinco plataformas possíveis, com tevê aberta, tevê fechada, pay-per-view, sinal internacional e internet.

Com a notícia, o blog apurou o bastidor do contrato, que tinha o Sport como única pendência, uma vez que Santa Cruz e Náutico chegaram a um acordo com a emissora ainda em 2017. Além do reajuste desconhecido (em relação à cota anual vigente, de R$ 950 mil), cada clube recebeu R$ 1 milhão de luvas. Embora o leão tenha demorado a firmar a renovação, isso não significa uma cota diferenciada, maior, pois a Globo prometera aos outros dois grandes clubes locais repasses igualitários. Ou seja, se o rubro-negro conseguiu ampliar o valor, as cotas de alvirrubros e tricolores devem ser revisadas.

Essa negociação individual foi uma novidade neste processo, ao contrário dos dois contratos anteriores (2010-2014 e 2015-2018), com a FPF à frente do processo. A pedido do Trio de Ferro, o presidente Evandro Carvalho autorizou as negociações à parte, com a federação articulando apenas os valores dos times intermediários. Por sinal, pela proposta, cada time intermediário teria ao menos um jogo televisionado – uma vez que o nº de partidas deve influenciar. 

Obs. Sobre a cota dos grandes, a correção do valor-base do contrato vigente através do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), como preza o contrato, dá R$ 1.119.690 em 2018. Logo, o novo acordo deve partir, no mínimo, daí.

Transmissões regulares do Campeonato Pernambucano
1998 – SporTV (tv fechada)
1999 – TV Pernambucano (tv aberta)

2000-2010 – Globo NE (tv aberta)
2011-2012 – Globo NE (tv aberta) e Premiere (PPV)
2013-2022 – Globo NE (tv aberta), Premiere (PPV) e Globo Internacional

Lançamento do Campeonato Pernambucano de 2018, na sede da Globo Nordeste, na Rua da Aurora. Foto: Cassio Zirpoli/DP

O plano comercial do Estadual 2018, com alcance de 2,2 milhões de telespectadores

Capa do plano comercial do Pernambucano 2017. Crédito: reprodução

A capa do plano comercial do Pernambucano 2018. Slogan ousado…

A média de público no Campeonato Pernambucano de 2017 foi a segunda pior desde que a FPF passou a contabilizar os dados, há 28 anos. Com índice de 2.402 espectadores, só ficou à frente de 1997, com 2.080. Mesmo considerando apenas a fase principal, a partir do hexagonal do título, o dado foi ruim, com 4.808. Agora, o contraponto. Arquibancadas vazias e muita gente sintonizada diante da televisão. As transmissões da Globo Nordeste, 13 ao todo, tiveram uma audiência média de 2,2 milhões de telespectadores, número revelado durante o evento de lançamento do Estadual 2018, na sede da emissora. O blog analisa os planos comerciais da competição desde 2010. Durante sete anos, os dados da audiência consideraram o Grande Recife, a área de maior atuação, variando de 524 mil a 974 mil pessoas/jogo. Desta vez, o relatório trouxe os números do estado, considerando todos os municípios cobertos pela Globo Nordeste (Região Metropolitana e Zona da Mata), TV Asa Branca (Agreste) e TV Grande Rio (Sertão).

Aqui, alguns registros do plano comercial oficial, com as audiências de todos os jogos exibidos em 2017, com a decisão entre Sport e Salgueiro, no Cornélio de Barros, alcançando 41,9 pontos, de acordo com a medição do canal. O ‘share’ daquela partida indica que a cada 100 televisões ligadas no horário, 70 estavam sintonizadas na peleja. É bastante coisa, levando à reflexão sobre o porquê de tanta audiência num torneio tecnicamente fraco como foi o último. Então, imagine num campeonato mais organizado…

Audiência média do Pernambucano na TV aberta
2010 – 541 mil telespectadores (RMR, 14 municípios)
2011 – 526 mil telespectadores (RMR, 14 municípios)
2012 – 524 mil telespectadores (RMR, 14 municípios)
2013 – 555 mil telespectadores (RMR, 14 municípios)
2014 – 696 mil telespectadores (RMR, 14 municípios)
2015 – 974 mil telespectadores (RMR, 14 municípios)*
2016 – 700 mil telespectadores (RMR, 14 municípios)
2017 – 2,2 milhões de telespectadores (Pernambuco, 186 municípios)

* Não foram divulgados dados exclusivos do Estadual, mas o balanço entre o Pernambucano e o Nordestão

As maiores audiências da história da Globo NE no Estadual (Grande Recife)
1.153.620 – Sport 1 x 0 Náutico (05/05/2010, final)
1.050.763 – Sport (5) 1 x 0 (3) Santa Cruz (13/04/2014, semifinal)
1.040.976 – Santa Cruz 0 x 1 Sport (15/2011, final)

As 4 maiores audiências de 2017 foram nos mata-matas. Curiosamente, em 2018 a fórmula ampliou a fase eliminatória, agora com quartas de final

As maiores audiências do Campeonato Pernambucano de 2017. Crédito: Plano comercial do Estadual 2018/FPF

Apesar da vantagem na audiência, numa comparação proporcional com o Paulistão e o Carioca, o dado local utilizado na arte foi o da decisão. Distorceu

A audiência do Pernambucano 2017. Crédito: Plano Comercial do Estadual 2017/FPF

A seguir, as propostas de propaganda para 2018 e as ações planejadas para promover a competição. Naming rights, exposições, redes sociais etc.

O plano comercial do Pernambucano 2018. Crédito: reprodução

O plano comercial do Pernambucano 2018. Crédito: reprodução