A imagem do capitão Estevam erguendo a taça das bolinhas, celebrando o título brasileiro do Sport em 1987, é uma das preciosidades do acervo fotográfico do Diario de Pernambuco. Como o jornal circulava somente em preto e branco na época, não existem filmes coloridos sobre a final contra o Guarani. Eis, então, uma projeção colorizada do Leão no mais polêmico do Brasileirão da história.
O trabalho foi feito pelo torcedor rubro-negro Atilla Rodrigues, no embalo da postagem com fotos históricas do Náutico, colorizadas pelo alvirrubro Clayton Borges. Atilla usou o programa Photoshop Cs6 para modificar as imagens. Mesmo sem saber a cor exata das camisas das pessoas ao redor do zagueiro na comemoração, foi possível destacar o uniforme rubro-negro e o troféu, inclusive com a bola central dourada, com as outras 155 prateadas.
Confira as fotos em uma resolução maior clicando aqui e aqui.
Qual foto histórica do seu clube você gostaria de ver colorizada?
O Santa Cruz anunciou Milton Mendes como técnico para a Série A de 2016. Com um bom trabalho no Atlético-PR, o seu perfil apresenta uma formação teórica acima da média dos treinadores do país, com a realização de todos os cursos possíveis na Uefa, onde chegou ao quarto nível, com o diploma Uefa Pro, em 2009 (foto abaixo). Hoje, o documento é uma exigência para trabalhar profissionalmente na Europa. Desde 2010 a entidade exige a licença máxima nas cinco principais ligas nacionais (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França). Em outros campeonatos tradicionais, basta o “nível A”.
Na Premier League, até nomes tarimbados tiveram que cumprir a determinação, como Alex Ferguson, Arsene Wenger, Sven-Goran Eriksson e Rafa Benitez. Segundo a FA, a federação inglesa, o “curso é designado para preparar gestores e técnicos para o trabalho no nível máximo”, com 240 horas de duração, com 90 horas de aulas práticas, incluindo questões técnicas e visitas a clubes e, em algumas ocasiões, estágios com treinadores renomados (e já licenciados). Em todos os casos, o Uefa Pro precisa ser renovado a cada três anos.
Influência sobre atletas profissionais Estilos de jogo Análise dos principais pontos do jogo Preparação mental Medicina esportiva Treinamentos especializados Relação entre jogo e treino Aptidão e condicionamento físico Meios de comunicação e tecnologia Ética e código de conduta Gestão de negócios Estrutura do clube Contratos e agentes Planejamento de descanso e regenerativo Visitas de estudo Trabalho prático e resolução de problemas
A formação de Milton Mendes, intercalada por trabalhos em times portugueses da 2ª e 1ª divisões e equipes catarianas, durou quase uma década. Foi finalizada com a pós-graduação em 2012, já voltada aos “profissionais de elite”.
2002 – 1º nível (Uefa) 2003 – 2º nível (Basic Uefa) 2008 – 3º nível (Uefa A) 2009 – 4º nível (Uefa Pro)
A CBF também realiza um curso de técnicos, dividido em cinco níveis. À parte da pós-graduação, o nível profissional é voltado para ex-jogadores e treinadores com a licença B. As aulas práticas são realizadas na Granja Comary, em Teresópolis. Neste cenários, eis as disciplinas: preparação física e fisiologia do futebol profissional; psicologia do esporte no futebol profissional; treinamento de campo no futebol profissional; prática e análise do treinamento de campo; legislação esportiva aplicada III; e medicina esportiva no futebol profissional.
Pro – Excelência (370 horas) A – Futebol profissional (250 horas) B – Categoria de base (185 horas) C – Escolinha (140 horas) D – Projetos sociais
O técnico Marcelo Martelotte foi um dos principais responsáveis pelo acesso do Santa Cruz à Série A. A sua chegada, no lugar de Ricardinho, deu uma nova cara ao time, reposicionando João Paulo como segundo volante, abrindo as pontas, com Luisinho e Lelê, e contando com o faro de gol de Grafite e Bruno Moraes, se revezando no ataque até o fim. Apesar da manutenção de quase todo o time para esta temporada – numa decisão em conjunto com a diretoria -, o futebol sumiu. Mesmo antes do Brasileirão, cujo nível técnico seria bem maior.
Na noite anterior à demissão, o meia João Paulo foi categórico ao comentar o desempenho do time, após a derrota em Salvador, na última rodada do grupo no Nordestão: “Não está nem correndo nem marcando”. Uma verdade dura. Pela manhã, Martelotte concederia a sua última entrevista como técnico tricolor, em declaração ao próprio site, ainda em Salvador: “Precisamos trabalhar, não tem muito o que fazer além disso. Tentar retomar nossas virtudes”.
Não daria tempo para a retomada. No Recife, a diretoria comunicou o desligamento do Martelotte, campeão estadual em 1993, como goleiro, e em 2013, como treinador. Se em 2015 o seu rendimento foi excelente (61,7%), agora ele deixa o Arruda com 48% nos 15 jogos oficiais em 2016…
Convidado para a roda de entrevistas do canal ESPN, no Bola da Vez, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, comentou, como não poderia deixar de ser, sobre a disputa do título brasileiro de 1987, na qual o clube carioca tenta obter a divisão junto ao Sport. Após o questionamento feito pelo jornalista Juca Kfouri, o dirigente tratou o tema como ‘folclore’ do Sport.
“Eu não estou muito preocupado com a posse física da Taça das Bolinhas nem com reconhecimento da justiça. Campeão de 1987 é o Flamengo, todo mundo sabe. Os torcedores do Sport sabem também, mas isso faz parte do folclore do bom humor pernambucano, que acha que o Oceano Atlântico é formado pelo encontro das águas do Capibaribe e do Beberibe, que acha que a Rádio Jornal do Commercio de Recife fala para o mundo. Da boca para fora, acha que o Sport é o campeão de 1987.”
O programa só iria ao ar à noite, mas o trecho sobre 87 foi usado como isca para a audiência, até porque o tema repercute. Assim, durante todo o dia, o site da emissora compartilhou o trecho do vídeo. À noite, o Sport respondeu em nota oficial, também através do seu presidente, João Humberto Martorelli.
“A propósito das declarações do presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello, no programa ‘Bola da Vez’ do canal ESPN, em que se refere ao título do Sport pelo Campeonato Brasileiro de 1987 como ‘folclore’, entendo que as brincadeiras são normais entre torcedores de clubes de futebol. Porém, a sociedade está precisando de líderes que respeitem as instituições. Tal provocação desrespeita o estado de Pernambuco, os pernambucanos e o Judiciário. Além disso, a colocação do presidente traz à tona a injusta fama de que os cariocas, em geral, não levam nada a sério.”
O meia Diego Souza foi o principal nome do Sport durante o Brasileirão de 2015, com 9 gols e 10 assistências em 34 jogos. Pilar numa campanha que terminou com a 6ª colocação, a melhor do clube nos pontos corridos. A sua participação foi encerrada após o Flu adquirir os direitos econômicos junto ao Metalist, da Ucrânia, por R$ 2,4 milhões. Com apenas dez jogos, a passagem de DS no Rio foi relâmpago, tanto que já articula a volta à Ilha do Retiro três meses depois.
A bomba no futebol pernambucano não poderia passar em branco no 45 minutos, que gravou um telecast sobre o tema. Ouça agora ou quando quiser!
Atualização: Diego Souza foi confirmado pelo Sport, com contrato de dois anos.
A partir de 2019 a transmissão da Série A na televisão por assinatura ficará dividida entre os canais Sportv (da Globo) e Esporte Interativo (da norte-americana Turner). A cisão, a primeira em vinte anos, ocorre porque o EI vem seduzindo os clubes com propostas mais vantajosas na plataforma fechada. A promessa é repartir R$ 550 milhões entre os vinte clubes a cada ano, seguindo o modelo inglês: 50% igualitário, 25% pela última campanha e 25% por audiência. A partir dos clubes já acertados, o torcedor Douglas Batista Cruz, com outras colaborações no blog, fez uma projeção sobre a divisão “hoje”.
O quadro inclui o Santa, com forte indício da negociação com o EI, há mais de um mês. Assim, seriam sete clubes na elite. Logo, o bolo (proporcional) seria de R$ 192,5 milhões. Para o cálculo, foi tomado como base de dados a audiência de 2016 (ou seja, a divisão feita pela Globo, o único modo conhecido para mensurar) e as campanhas no Brasileiro de 2015. Os números mudam dependendo da representatividade de cada time, técnica e televisiva.
No caso coral, vice-campeão da Segundona e no piso das cotas globais, o montante seria de R$ 19.813.000 – só pela tevê fechada, reforçando. Em tempo: neste ano o tricolor receberá R$ 26 milhões, somando os cinco contratos possíveis (aberta, fechada, pay-per-view, internet e internacional). Ou seja, com a projeção via Esporte Interativo, os corais precisariam captar R$ 7 milhões na tevê aberta e no PPV para superar o valor atual (e real). Difícil?
O Náutico firmou um contrato de quatro anos com a Rede Globo, de 2019 a 2024, para a transmissão do Campeonato Brasileiro. Trata-se de um acordo histórico para o clube, que sempre foi obrigado a negociar o contrato ano a ano, na Série A, devido ao desinteresse da emissora em termos nacionais. Com a concorrência batendo à porta após 2018, quando termina o atual contrato (exclusivo), a empresa teve que abrir os cofres e buscar novos times, para tentar frear a investida do Esporte Interativo na tevê fechada, já com Inter, Santos, Atlético-PR e Bahia, entre outros clubes que mudaram de lado.
O acordo timbu, confirmado pelo presidente Marcos Freitas, engloba na verdade cinco contratos: tevê aberta, tevê fechada, pay-per-view, sinal internacional e internet. Ao fechar com a Globo, recebendo um luva de R$ 3 milhões e garantindo um piso na elite, o Timbu recusou a proposta do EI de R$ 10 milhões/ano. A partir de 2019, o dirigente prevê uma cota de R$ 45 milhões/ano.
Não é possível informar a cota com exatidão pois a nova distribuição prevê a divisão por bases iguais (40%), campanhas (30%) e audiência (30%). O período acertado pelo clube de Rosa e Silva é o mais longo do Recife, uma vez que o Sport ampliou o seu contrato, também com a Globo, até 2020. Seria o mesmo modelo, como “cotista de televisão”? Infelizmente, não. Caso dispute a Segundona, seguirá recebendo a cota básica, hoje de R$ 5 milhões.
Alvirrubro, qual é a sua opinião sobre o contrato de quatro anos com a Globo?
Os regulamentos oficiais das duas principais divisões do Campeonato Brasileiro de 2016 têm uma regra ainda incomum no futebol do país: o preço mínimo de ingresso. Divulgados em março, os documentos são idênticos quanto ao formato de disputa, com vinte clubes e pontos corridos, mas diferindo sobre as vagas internacionais, acessos e rendimentos, naturalmente. Na questão da venda de bilhetes, o menor valor da Série A deve ser R$ 40, com direito à meia-entrada, de acordo com o artigo 15. É o dobro do estipulado à Segundona, conforme o artigo 13 do regulamento específico da competição. A ideia foi implantada pela confederação em 2015, se estendendo às demais séries.
Como não houve alteração no segundo ano, fica a dúvida sobre a execução de fato da norma, pois a direção de competições já abriu espaço para promoções, inclusive do Sport, com desconto na venda antecipada aos seus sócios. Na Ilha, em 2015, a prática comum foi R$ 60 (inteira), R$ 30 (sócio) e R$ 10 (sócio). Ainda no Recife há outro exemplo sobre o assunto. Para esta temporada, o Santa, também presente na elite, criou um setor (sul inferior) de livre acesso ao sócio, com mensalidade de R$ 30. Ou seja, a regra acaba tendo uma influência maior sobre os ingresso cobrado aos visitantes – cuja norma não é especificada no regulamento. Em tempo: a renda líquida de cada partida é do mandante.
Preços mínimo do ingresso no Brasileiro: Série A – R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) Série B – R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) Série C – R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)* Série D – R$ 10*
* Valores de 2015, segundo o artigo 19 de cada regulamento. A CBF ainda não divulgou os documentos de 2016.
De símbolo-mor do Campeonato Brasileiro a sinônimo de polêmica. Durante 18 anos, a Taça das Bolinhas foi entregue ao capitão do clube campeão na imagem definitiva de cada temporada do nosso futebol. O tradicional troféu, batizado de “Copa Brasil”, foi criado em 1975 num oferecimento da Caixa Econômica Federal. Obra do artista plástico Maurício Salgueiro, com 60 centímetros e 5,6 quilos, numa composição de 156 esferas, sendo uma de ouro, banhadas a ródio para proteger a prata. Todas suspensas numa base de madeira de lei de jacarandá. Apesar da volta olímpica, a taça acabava voltando ao cofre do banco, com o clube recebendo uma réplica em tamanho reduzido, de 30 centímetros.
A curiosidade era o regulamento específico para a posse definitiva do troféu original: era preciso vencer a competição em três anos seguidos ou cinco vezes de forma alternada. Atlético Mineiro (1971), Palmeiras (1972 e 1973) e Vasco (1974) não receberam taças retroativas. Logo, a história começou com o Inter. E a primeira foto reuniu os ídolos Manga e Figueiroa, num Beira-Rio com 82.568 torcedores. Fortíssimo, o Colorado seria bicampeão em 1976, ficando a um ano da posse. Entretanto, a má campanha em 1977 (25º lugar) acabou com a chance. Ao todo, onze clubes ganharam a Taça das Bolinhas, até 1992.
Só um não recebeu no campo, o Grêmio. Em 1981, após o triunfo no Morumbi, o tricolor fez a festa sem a taça. Tudo por causa de um recurso do Botafogo, eliminado na semifinal, evitando a homologação, o que aconteceria semanas depois, em uma entrega de faixas no Olímpico. Entre 1980 a 1985, os times também receberam um outro troféu, de mais de um metro, devido ao nome do nacional na época, “Taça de Ouro”. Voltando à Taça das Bolinhas, ela saiu de cena em julho de 1992, no Maracanã, quando o Flamengo, liderado por Júnior, sagrou-se campeão brasileiro mais uma vez. O rubro-negro carioca alegava ter sido aquela a sua quinta conquista, colocando até faixa de pentacampeão no palco, com a presença de Ricardo Teixeira, então presidente da confederação.
Ficaria mesmo na propriedade da Gávea? Como o notório imbróglio de 1987 seguia no tribunal – a decisão da Justiça Federal, a favor do Sport, só viria em 1994 -, a CBF instituiu um novo troféu no ano seguinte. Assim, o objeto de desejo da Série A foi esquecido. Até 2007, quando o São Paulo ganhou o seu quinto título e pleiteou (e recebeu) a Taça das Bolinhas. Ato administrativo logo desfeito após uma liminar do Fla, alegando que o troféu não estava mais em jogo naquele ano – de fato, a visão tem sentido. Ainda que 1987 já tenha um posicionamento do Supremo Tribunal Federal, o troféu segue fora do alcance…
Campeões da Taça das Bolinhas: 4 – Flamengo (1980, 1982, 1983 e 1992) 3 – Internacional (1975, 1976 e 1979) e São Paulo (1977, 1986 e 1991) 1 – Guarani (1978), Grêmio (1981), Fluminense (1984), Coritiba (1985), Sport (1987), Bahia (1988), Vasco (1989) e Corinthians (1990)
Em 2013, numa redistribuição das vagas brasileiras à Copa Sul-Americana, a CBF atrelou a classificação ao torneio internacional, na época com a “pré-vaga” no Brasileiro, também à eliminação precoce na Copa do Brasil. Tudo por uma questão de calendário, uma vez que as duas copas ocorrem simultaneamente no segundo semestre. Acabou por esvaziar as duas, na visão do blog.
Para um clube jogar a Sula, não podia chegar nas oitavas da Copa do Brasil, tendo que ser eliminado até a terceira fase. Ser eliminado para ir à Sula? Incompreensível. Logo, o formato tornou-se alvo de críticas de clubes, torcedores e imprensa, com a direção da CBF avaliando a possibilidade de mudança. Esperava-se um novo critério para 2017, mas não será possível. A entidade divulgou o regulamento oficial do Brasileirão de 2016, com o artigo 6º mantendo a fórmula sobre a classificação da Sula. São seis vagas via campeonato nacional e outras duas no Nordestão e na Copa Verde.
E olhe que a CBF criou, em 18 de fevereiro, um comitê de reformas composto por 17 integrantes com o objetivo de avaliar mudanças na estrutura do futebol do país. Infelizmente, essa pauta, pra lá de importante, ainda não foi analisada…
Pernambucanos classificados à Sula (e eliminados na Copa do Brasil): 2013 – Náutico (12º na A de 2012) e Sport (17º na A de 2012) 2014 – Sport (Copa do Nordeste 2014) 2015 – Sport (11º na A de 2014)
Confira a “fila de espera” da Sula 2016, com Sport e Santa, clicando aqui.