Um sábado de paz. Era tudo o que o Náutico precisava em campo.
A campanha é ruim? De forma alguma.
A vitória por 3 x 0 sobre o Araripina, nos Aflitos, colocou o time vermelho e branco na liderança provisória do campeonato estadual. Invencibilidade de 27 jogos em casa.
Apesar disso, a torcida seguia às turras com o técnico Waldemar Lemos.
Parte dos alvirrubros gastavam o gogó reclamando de absolutamente tudo durante o jogo, atrás do banco de reservas.
O treinador, por sua vez, vinha gastando vários minutos nas entrevistas coletivas apenas para desabafar sobre esta pressão, desnecessária na visão dele.
Que time e torcida precisam caminhar juntos, é uma receita básica do futebol.
Contudo, o desempenho em campo era, sim, insatisfatório. Nem mesmo os 29 pontos na classificação conseguiram mudar essa imagem.
Pouca criatividade no meio-campo, defesa inconstante, bem diferente da campanha na Série B, e um ataque que ainda procura um novo Kieza.
Vários torcedores começam a achar que o Alvirrubro encontrou foi um novo Kuki, o cearense Siloé, que chegou a 7 gols nesta noite.
Não por acaso, ele vem tendo dicas de finalização com o próprio ídolo timbu.
Ao abrir o placar com apenas 7 minutos, numa cabeçada, Siloé amenizou qualquer possível rusga torcida/equipe. Na verdade, deu uma pausa…
Pois o Náutico acabou entrando numa sonolência, aceitando a marcação do Bode. Mais, aceitou a pressão. O time sertanejo criou bastante. Gideão teve trabalho.
Mas a noite parecia mesmo indicada para selar a paz. Aos 45 minutos, Souza cobrou uma falta pela esquerda e o criticado zagueiro Gustavo ampliou…
No segundo tempo, diante de um adversário consumido pelo desgaste do primeiro tempo, a partida seguiu num ritmo morno, com quatro volantes alvirrubros.
Mesmo assim, Dorielton, outro que vem sofrendo com o apupos da galera, marcou o terceiro, aos 14. No fim, o Araripina ainda mandou um pênalti no travessão.
Os 10.409 torcedores presentes deixaram o estádio na ponta da competição, em paz com Waldemar Lemos. O Náutico só tem a ganhar com isso.