A Conmebol reformulou os formatos e períodos de disputa de Taça Libertadores e da Copa Sul-Americana, numa mudança que será refletida no futebol brasileiro, cujo calendário oficial já foi divulgado pela CBF. Na sede da entidade, em Assunção, foi decidida (texto abaixo, em espanhol) a ampliação de Liberta, que agora irá de fevereiro a novembro, com 15 semanas a mais de duração (42 ao todo). Ou seja, a definição do representante no Mundial de Clubes acontecerá faltando um mês para o torneio da Fifa. Já a Sula finalmente acontecerá de forma paralela ao principal torneio interclubes do continente, durante seis meses, sendo finalizada em dezembro – como já ocorre. Iniciando antes, a Libertadores emulará a transição da Champions League para a Liga Europa, com os dez eliminados de melhor campanha, antes das oitavas de final, sendo incorporados à Sul-Americana. A partir de agora, então, um clube poderá chegar no fim do ano disputando o Brasileiro, a Copa do Brasil e um torneio internacional. Somente!
Segundo Alejandro Domínguez, o presidente da Conmebol, “as mudanças nos torneios de clubes da Conmebol surgem a partir de uma análise técnica e rigorosa das necessidades e características da América do Sul”.
Com a mudança, deve acabar, aleluia, a escolha dos brasileiros entre seguir na Copa do Brasil e disputar a Sula, que ocorrem juntas a partir das oitavas.
“Os clubes não deveriam ter que decidir entre competir o torneio nacional e o continental”, comentou Domínguez. A declaração parece direcionada à CBF, a única a praticar tal norma. Ou então aos times mistos escalados na Sula…
Com isso, as seis vagas da Sula oriundas do Brasileiro (as demais são via Nordestão e Copa Verde) tendem a ser diretas, do 7º ao 12º lugar, sem a necessidade de uma “fila de espera”, como ocorreu de 2013 a 2016 – com queixa recorrente no blog. Caberá à confederação brasileira, portanto, readequar o seu calendário, possivelmente por completo. De antemão, duas alternativas:
1) Qualquer clube poderia disputar a Copa do Brasil simultaneamente à Libertadores ou à Sul-Americana. Com as decisões em períodos próximos, as datas seriam revistas. Em vez de 3 ou 4 datas por fase, apenas 2, no limite.
2) Os clubes seriam obrigados a fazer uma escolha prévia, entre a copa nacional e o torneio internacional, sem a necessidade de ir a campo e “perder” para confirmar a vaga. Porém, seguindo a afirmação de Domínguez, essa parece ser a vertente mais fraca.
No viés pernambucano, hoje, o Trio de Ferro precisa ficar atento. O Santa Cruz, na condição de campeão regional, já tem a pré-vaga (ou vaga?) para a Sula de 2017. Já o Sport deve buscar o 12º lugar na Série A para ficar na mesma situação. E o Náutico, caso suba, ficaria numa hipotética fila, aguardando desistências (caso os clubes tenham que optar, conforme a segunda alternativa). Complicado? Demais. É o saldo da mistura entre Conmebol e CBF.