Os times pernambucanos empataram seus jogos na 18ª rodada do Brasileirão, mas com sensações bem distintas. Na Ilha, o Sport empatou com o América Mineiro, marcando um gol contra o lanterna somente nos descontos, enquanto o Santa Cruz parou o Grêmio, que buscava em casa a liderança da competição. Se por um lado o Leão não saltou na tabela (em caso de vitória, teria ficado em 9º), por outro aumentou a distância em relação ao Z4, de 3 para 4 pontos. Com o empate no Sul, os corais subiram para o 17º lugar, mantendo a condição matemática de sair da zona em uma rodada. Por sinal, esta rodada não foi “finalizada”, pois Flu x Figueira foi adiado (para 03/09) por causa dos Jogos Olímpicos, a pedido da polícia militar, com demanda além da conta no Rio.
Na briga contra o descenso, vamos às contas. São duas projeções, uma com 46 pontos, a margem mínima com 100% de segurança (até hoje). A segunda considera a campanha do 16º lugar (primeiro fora do Z4). Hoje é o Figueirense, que tem um jogo a menos, mas o Botafogo (logo acima) tem os mesmos 20 pontos. O aproveitamento atual é de 37,0%. Ao final de 38 rodadas, esse índice (arredondado) resultaria em 43 pontos – a mesma projeção da rodada passada. Veja o que tricolores e rubro-negros precisam fazer a partir de agora…
Sport – soma 22 pontos em 18 jogos (40,7%)
Para chegar a 46 pontos (margem segura): Precisa de 24 pontos em 20 rodadas …ou 40,0% de aproveitamento Simulações: 8v-0e-12d, 7v-3e-10d, 6v-6e-8d
Para chegar a 43 pontos (rendimento atual do 16º): Precisa de 21 pontos em 20 rodadas …ou 35,0% de aproveitamento Simulações: 7v-0e-13d, 6v-3e-11d, 5v-6e-9d
Santa Cruz – soma 18 pontos em 18 jogos (33,3%)
Para chegar a 46 pontos (margem segura): Precisa de 28 pontos em 20 rodadas …ou 46,6% de aproveitamento Simulações: 9v-1e-10d, 8v-4e-8d, 7v-7e-6d
Para chegar a 43 pontos (rendimento atual do 16º): Precisa de 25 pontos em 20 rodadas …ou 41,6% de aproveitamento Simulações: 8v-1e-11d, 7v-4e-9d, 6v-7e-7d
A 19ª rodada dos representantes pernambucanos
07/08 (16h15) – Santa Cruz x São Paulo (Arruda) Histórico no Recife pela elite: 1 vitória coral, 3 empates e 6 derrotas
07/08 (18h30) – Figueirense x Sport (Orlando Scarpelli) Histórico em Floripa na elite: 2 vitórias leoninas, 2 empates e 2 derrotas
Um entrevista exclusiva com o meia Diego Souza, com uma hora de duração. O camisa 87 concedeu bateu um papo com a equipe do 45 minutos, falando de sua passagem no Sport, já com 101 jogos e 31 gols no Sport, sobre o investimento (recorde) feito pelo clube, a relação com a torcida, imprensa e colegas de clube, além de arbitragem, objetivos na Ilha do Retiro…
DS87 ainda falou de samba, cerveja, série de TV etc. Ouça quando quiser!
Ah, Diego Souza comentou até sobre o regulamento do Brasileiro… de 1987.
Era uma chance de ouro para vencer, para entrar, pela primeira vez, na parte de cima da classificação. Na atmosfera positiva, três resultados positivos seguidos, 20 mil torcedores a favor e o time completo. Ah, o adversário era o lanterna, já distante da briga pela permanência. Como futebol não trabalha com lógica, o Sport teve que se contentar com um empate em 1 x 1 com o América. Os gol de Mark González, o seu primeiro em sete meses no clube, saiu aos 47 minutos do segundo tempo. Um sufoco para o time leonino, que jogou mal demais, pouco criou e ainda balançou as redes num lance irregular – o chileno estava um pouquinho adiantado no momento do levantamento de Samuel Xavier.
A derrota àquela altura não seria acaso. O time comandado por Enderson Moreria, que empatara com o Grêmio, na rodada passada, veio fechadinho. Atuou com os onze jogadores na linha de defesa. chegou a abdicar de contragolpes e usou bastante, como estratégia, o cai-cai. O Sport não chegou perto de furar o bloqueio. É verdade que teve uma chance claríssima com Edmílson, no comecinho, com o centroavante avançando livre, mas chutando em cima do goleiro. Depois, trocou passes até cansar, mas não entrou na área adversária. Acabou apelando para os cruzamentos, sem sucesso.
Túlio de Melo só foi acionado na etapa complementar, já entrando na reta final. Aí, o América passou a marcar as laterais, evitando as jogadas do Rubro-negro. Claro, só isso não seria suficiente. Também pesou o rendimento abaixo de muita gente. Everton Felipe (oscilou, normal para idade), Diego Souza jogou (muito adiantado, quase não produziu), Rogério (tabelou mal e finalizou ainda pior), Rithely (se complicou no domínio de bola, já na sobra), Rodney Wallace (sequer atacou)… Apesar do gol no finzinho, ficou o tropeço. Dos grandes.
O inédito confronto entre Sport e Santa Cruz na Copa Sul-Americana terá algumas particularidades em relação aos jogos disputados sob a chance da FPF e da CBF. Abaixo, as diferenças pinçadas pelo blog no regulamento oficial do torneio da Conmebol, em espanhol. O Clássico das Multidões acontecerá em agosto, em duas quartas-feiras à noite, nos dias 24 (Arruda) e 31 (Ilha).
Divisão de torcida
Nada de 20% da capacidade, como ocorre no Pernambucano, ou 10%, nos torneios nacionais. Na Sula, o clube visitante tem direito a 2 mil ingressos, independentemente do tamanho do estádio. Ou seja, 2 mil rubro-negros na ida e 2 mil tricolores na volta. Uma carga maior, somente em comum acordo.
Arbitragem
Como o regulamento determina um trio de arbitragem da Fifa de origem neutra, os nomeados para o clássico terão o espanhol como língua materna, de qualquer um dos outros nove membros da Conmebol, excetuando o Brasil.
Critério de desempate
O critério é o mesmo da Copa do Brasil, com o gol fora como desempate após o saldo. Será assim até a semi. Mesmo que os dois jogos ocorram na Arena (em negociação), com torcidas divididas, a regra ainda continuará valendo. No torneio nacional, esse contexto é o único que tira o “gol fora” da regra. Na decisão da Sula, em caso de empate em pontos, o jogo vai à prorrogação.
Capacidade mínima dos estádios
Arruda (50.582 lugares), Arena Pernambuco (45.845) e Ilha do Retiro (27.435) estão aptos para o Clássico das Multidões, que ocorrerá já na segunda fase, uma vez que brasileiros e argentinos largam uma etapa à frente dos demais. Em caso de final, apenas Arruda e Arena poderão ser utilizados.
Confira o regulamento completo da Sul-Americana clicando aqui.
O segundo fim de semana seguido, no Brasileirão, com vitória leonina e derrota coral. O Sport venceu o Atlético-PR, na Ilha do Retiro, e chegou a três vitórias seguidas, alcançando a sua melhor colocação na competição em 17 rodadas, 12º. Já o Santa Cruz perdeu do Atlético-MG, em Belo Horizonte, e voltou à zona de rebaixamento, agora a dois pontos do 16º lugar.
Com os torcedores já fazendo contas, o blog tenta ajudar. São duas projeções, uma com 46 pontos, a margem mínima com 100% de segurança (até hoje). A segunda considera a atual campanha do 16º lugar, o Vitória, o primeiro acima da zona de descenso. Hoje com 37,3% de aproveitamento. Ao final de 38 rodadas, esse índice resultaria em 43 pontos – na rodada passada a projeção era de 41. Veja o que tricolores e rubro-negros precisam fazer a partir de agora…
Sport – soma 21 pontos em 17 jogos (41,2%)
Para chegar a 46 pontos (margem segura): Precisa de 25 pontos em 21 rodadas …ou 39,6% de aproveitamento Simulações: 8v-1e-12d, 7v-4e-10d, 6v-7e-8d
Para chegar a 43 pontos (rendimento atual do 16º): Precisa de 22 pontos em 21 rodadas …ou 34,9% de aproveitamento Simulações: 7v-1e-13d, 6v-4e-11d, 5v-7e-9d
Chance de permanência: 79% (Infobola), 84% (UFMG) e 91,3% (Chance de Gol)
Santa Cruz – soma 17 pontos em 17 jogos (33,3%)
Para chegar a 46 pontos (margem segura): Precisa de 29 pontos em 21 rodadas …ou 46,0% de aproveitamento Simulações: 9v-2e-10d, 8v-5e-8d, 7v-8e-6d
Para chegar a 43 pontos (rendimento atual do 16º): Precisa de 26 pontos em 21 rodadas …ou 41,2% de aproveitamento Simulações: 8v-2e-11d, 7v-5e-9d, 6v-8e-7d
Chance de permanência: 50% (UFMG), 50,2% (Chance de Gol) e 55% (Infobola)
A 18ª rodada dos representantes pernambucanos
03/08 (19h30) – Sport x América-MG (Ilha do Retiro) Histórico no Recife na elite: 4 vitórias leoninas, 1 empate e nenhuma derrota
04/08 (19h30) – Grêmio x Santa Cruz (Arena do Grêmio) Histórico em Porto Alegre pela elite: 3 vitórias corais, 2 empates e 7 derrotas
Como na semana passada, alvirrubros e rubro-negros saíram vitoriosos, com os tricolores amargando mais uma derrota, a 10ª na competição. O 45 minutos analisou os jogos do Trio de Ferro, em gravações exclusivas. Na sexta, o Timbu bateu o vice-lanterna na arena e se reaproximou do G4 da Série B. No sábado, dois jogos à noite, com o Sport e Santa diante dos Atléticos. Enquanto o Leão se distanciou do Z4 da Série A, a Cobra Coral voltou à zona de descenso. O podcast fez um balanço das atuações individuais, das mudanças dos técnicos e da situação na tabela. Ao todo, 75 minutos. Ouça agora ou quando quiser.
O meia Diego Souza completou 100 jogos no Sport, uma marca até então improvável para um jogador de muito mercado, contratado em agosto 2014 para um período curto. Entre idas e vindas, já são três passagens, sempre presente na Série A, sempre decisivo. Ao cobrar uma penalidade com extrema categoria, contra o Atlético-PR, DS87 chegou a 31 gols no clube. Esmiuçando a marca, ela torna-se mais expressiva, pois são 22 tentos no Brasileirão, de maior demanda técnica. Foram quatro em 2014, nove em 2015 e, até agora, nove em 2016. Em 17 rodadas, atuando em todos os jogos, o meia chegou à vice-artilharia, num rendimento que o coloca, hoje, entre os melhores da competição.
O gol no primeiro tempo abriu o caminho para a terceira vitória seguida do Rubro-negro, que vive o seu melhor momento justamente após ter perdido três seguidas. O time voltou ao jogo, se distanciando do Z4, melhorando o ambiente. Aliás, que ambiente! Na Ilha do Retiro, com mais de 22 mil pessoas, a torcida não deu trégua ao Furacão, que veio ao Recife bem desfalcado – sem os atacantes Walter e André Lima, entre outros. Para não correr qualquer risco, Oswaldo de Oliveira manteve o time pressionando na segunda etapa, após um breve início de estudo, para ver a postura parananense, que quase não passou por Matheus Ferraz e Ronaldo Alves. Na frente, Everton Felipe arisco outra vez.
A vantagem 2 x 0, que seria definitiva, veio com oito minutos, com Edmilson pegando rebote. O centroavante, com suas muitas limitações, chegou a quatro gols, num índice até aceitável. Na base do tudo ou nada, o Atlético só levou perigo na reta final, com Magrão aparecendo bem e garantindo o placar em branco. Foi apenas a terceira vez até aqui, o que não bate com o atual desempenho ofensivo, com 27 gols (média de 1,58). Mas, francamente, quem imaginava isso na largada, com 1 mísero gol em quatro apresentações? Aí, voltamos à colaboração de Diego Souza, que participou diretamente de 20 dos 21 pontos do Leão, balançando as redes ou dando assistências. É muito fácil entender porque a torcida celebrou os 100 jogos do meia…
A nova camisa retrô do Sport remete a um dos principais anos da história leonina, 1955. Quando o clube completou 50 anos, festejando a data durante um mês, incluindo a reabertura da Ilha do Retiro, após dois anos de reforma, e culminando com o título estadual. Sob o comando do técnico Gentil Cardoso, o time teve uma linha de frente formada por Traçaia (maior artilheiro leonino, com 202 gols), Naninho (quinto maior goleador, com 105 gols), Gringo, Soca e Geo.
Através da linha Adidas Originals, a camisa de poliéster tem como grande destaque o distintivo singular, com o leão fora do escudo. Na nova versão, um leão menor, até por uma questão de estética, uma vez que o uniforme original do cinquentenário trazia um leão enorme. Por fim, o número 50 nas costas.
A finalização de Rogério foi bonita. Bateu de chapa, sem chances para o goleiro Fábio. Porém, o gol foi alçado ao status de golaço pela jogada iniciada por Everton Felipe, que arrancou do meio-campo, passou por três jogadores e rolou para o atacante, que recebeu livre. O tento do Sport, no Mineirão, foi eleito pela CBF como o mais bonito da 16ª rodada do Brasileirão, com 44% dos votos na enquete promovida na página oficial da confederação no facebook. Superou Dodô (36%), do Figueirense, e Camilo (20%), do Botafogo.
Que a Copa do Nordeste é um torneio mais rentável que os nove campeonatos estaduais, não há discussão. De 2013 a 2016, a movimentação financeira do regional passou de R$ 16 milhões para R$ 26 milhões. Cotas maiores, públicos maiores, alcance maior. Para discordar disso, somente sentado na cabeceira de uma federação. Por isso, os clubes vêm tentando ampliar o regional. Não necessariamente com mais participantes, mas visando o nível técnico, num formato corrido, com mais clássicos, com acesso e rebaixamento…
Em maio, no Recife, os sete maiores clubes se reuniram para discutir a reformulação da Copa do Nordeste, a partir de 2018. O objetivo era reduzir o torneio de 20 para 12 clubes, com a entrada, somente no primeiro ano, do G7, via ranking histórico. Dois meses depois, outra vez na capital, um novo encontro com o grupo (Náutico, Santa, Sport, Bahia, Vitória, Ceará e Fortaleza) e três convidados (América de Natal, ABC e Botafogo de João Pessoa). Foi a primeira reunião após a divulgação do calendário da CBF para 2017, que enxugou o regional (de 12 para 8 datas) e esticou os estaduais (de 14 para 18).
Entretanto, como o documento da confederação deixava aberta a possibilidade de negociação de datas, as federações devem ceder, ao menos no próximo ano, mantendo os mesmos formatos e regulamentos, tanto no Nordestão (fase de grupo, quartas, semi e final) quanto no Pernambucano (hexagonal, semi e final). Até porque os 20 clubes da Copa do Nordeste de 2017 já estão definidos. Com o imbróglio resolvido, o foco avançou a 2018, ganhando força a ideia de Séries A e B, com doze clubes cada. A segunda divisão seria composta pelas vagas oriundas dos estaduais, além do (dos) rebaixado (s) da primeirona. Inicialmente, ainda em abril, se discutiu a implantação de um torneio de acesso no formato de grupos. Hoje, as duas competições seriam idênticas, com turno completo.
Entre os locais, participaram Emerson Barbosa e Toninho Monteiro, diretores do Náutico, Arnaldo Barros, vice-presidente do Sport, e Alírio Moraes, mandatário do Santa Cruz. O dirigente coral ilustrou o desejo dos clubes e os obstáculos…
” A pauta na verdade foi a construção de uma proposta para ser levada às presidências da Liga (do Nordeste), federações estaduais e CBF quanto ao modelo de campeonato em 2018. Há um entendimento entre os clubes (da região) que devemos ter uma Série A e uma Série B, cada qual com 12 clubes. Nesse contexto, os campeonatos estaduais perderiam importância e espaço. Ou seja, muitas discussões à vista.”
Formato proposto pelos clubes*
Série A – 12 clubes, com turno único, semifinal e final (15 datas)
Série B – 12 clubes, com turno único, semifinal e final (15 datas)
*Acesso e descenso de uma ou duas equipes por ano, ainda em discussão
Composição das divisões em 2018 (adaptação) Série A – 7 clubes via ranking histórico e mais 5 vagas vias estaduais Série B – 12 vagas via campeonatos estaduais (PE, BA e CE com 2 times)
Composição das divisões a partir de 2019 Série A – 11 (ou 10) melhores da A de 2018 e o campeão (ou 1º e 2º) da B Série B – 12º lugar (ou 11º e 12º) da A 2018 e 11 (ou 10) vagas via estaduais**
** A definir quais estados teriam duas vagas
Na prática, a Lampions teria não só que evitar a redução (de 12 para 8), como aumentar a agenda (de 12 para 15). Um formato divisional com oito datas soa inviável. Com doze, poderia haver um turno e decisão em jogo único, até mesmo em estádios pré-definidos. Porém, haveria risco sobre o interesse do público devido ao duríssimo critério de classificação, para apenas duas equipes.
Na visão do blog, levando em consideração o respeito aos critérios técnicos de composição, o formato sugerido pelos clubes é o avanço natural (também em termos de transmissão e patrocínios), lembrando a edição de 2001, que deixou o formato grupos e mata-mata e partiu para o turno único (na ocasião com 16 clubes), semifinal e final. Deu tão certo que o Nordestão de 2001 foi considerado pela imprensa nacional como o torneio regional de maior sucesso na época.
Curiosamente, no ano seguinte houve a implantação de uma divisão de acesso. Sim, o projeto atual não é inédito. Em 2002 o lanterna Confiança foi rebaixado, com 1 vitória, 1 empate e 13 derrotas. No segundo semestre a liga organizou um torneio seletivo com seis clubes – uma segunda divisão de fato, mas sem esse nome -, com vitória do Corinthians Alagoano. Tudo ok, caso a CBF não tivesse tirado o regional do calendário oficial em 2003, num processo (judicial) com sequelas até hoje. Não por acaso, os clubes estão tentando emular o passado.
Difícil será dobrar as federações sobre essa “independência” do Nordestão…