Ibope lista os campeonatos internacionais preferidos no Brasil. Champions com 12%

Ranking de preferência dos campeonatos de futebol na Europa pelos brasileiros (em milhões de pessoas). Fonte: Pesquisa FÃ DNA 2017/Ibope-Repucom

* Os torneios internacionais preferidos dos brasileiros, em milhões de pessoas

O estudo ‘Fã DNA 2017’, produzido pelo Ibope-Repucom, aponta a existência 110.416.601 brasileiros que torcem por algum clube, a partir da faixa etária de 16 anos. Em uma pílula da pesquisa, o instituto revelou o quadro sobre a preferência deste público considerando os campeonatos internacionais, sem a participação de times brasileiros. Entre onze torneios listados, a Liga dos Campeões da Uefa aparece, sem surpresa, na primeira colocação neste contexto – ficando em 6º lugar no ranking geral. Segundo a pesquisa, 12,3 milhões de pessoas citaram ao Champions ao responder a seguinte pergunta:

“De acordo com esta lista, quais campeonatos de futebol você mais se interessa ou acompanha?” 

Reunindo os principais jogadores da atualidade, escalados em verdadeiras ‘seleções internacionais’, além da forte presença na tevê por assinatura e da reabertura em sinal aberto, a Champions já tem uma influência considerável no país. Sobre a tal lista da pergunta, eram 30 competições, entre brasileiras e estrangeiras, segundo informa o diretor do Ibope, José Colagrossi. A pior colocação estrangeira (entre os nomes revelados) é a do obscuro campeonato chinês, em 11º. O levantamento também mostra a divisão por sexo nos quatro primeiros lugares, com a faixa masculina variando de 81% a 92%.

Sobre a ordem atual, vale a observação de que a pesquisa foi feita justamente durante o período da transferência de Neymar, que partiu do Barcelona para o Paris Saint-Germain por 222 milhões de euros. Para o público brazuca, o fato pode (deve) viabilizar o incremento na audiência da ‘Ligue 1’, hoje em 8º lugar.

Calculando as cotas da Série A 2017 a partir do modelo da Premier League

Brasileirão x Premier League. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Em 2017, o investimento da televisão no Brasileiro será de R$ 1,297 bilhão. Montante referente às cotas fixas, à parte do crescente pay-per-view. Paralelamente à já tradicional discussão sobre a distorção e distribuição das cotas, a Premier League sempre aparece como modelo ideal. Na elite do futebol inglês, a receita oriunda da tevê é dividida da seguinte forma a cada temporada: 50% em cotas iguais entre os vinte times, 25% pela classificação final no campeonato anterior e 25% pela representatividade de audiência de cada um.

Assim, em vez do atual sistema de (sete) castas no Brasil, com um hiato de R$ 147 milhões entre a maior cota (Flamengo e Corinthians) e a menor (Chape, Ponte, entre outros), a diferença máxima, caso fosse adotado o modelo britânico, seria de R$ 60 milhões, no caso entre Flamengo e Bahia, recém-promovido. Mais equilíbrio, sem dúvida. Vamos a uma projeção de valores considerando o atual contrato da Série A, válido para o triênio 2016-2018.

Projeção de cotas de TV na Série A de 2017 a partir do modelo da Premier League. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

No quadro inspirado no campeonato inglês, o blog projetou a cota conferindo os seguintes valores na divisão por classificação: 20x para o campeão (ou seja, 20 x R$ 1.544.047, o valor base), 19x para o vice, 18x para o 3º lugar e assim sucessivamente, até o 4º da Série B, com 1x. Já na coluna de audiência, o valor considerado foi 1/4 da verba que cada clube receberá de fato, pois trata-se da única fonte de informação para definir a atual visibilidade atual de cada um.

Sport no contrato oficial
2017 – R$ 35,0 milhões
2016 – R$ 35,0 milhões

2015 – R$ 27,0 milhões
Total – R$ 97,0 milhões

Sport via Premier League
2017 – R$ 51,9 milhões
2016 – R$ 61,7 milhões

2015 – R$ 40,5 milhões
Total – R$ 154,1 milhões

Após articulação entre clubes brasileiros, concorrência de canais de tevê e até projetos de lei (dois já engavetados, ambos de deputados pernambucanos, em 2011 e 2014), a Rede Globo resolveu incorporar a divisão proporcional, mas com um percentual particular. No caso, a partir do próximo contrato, em 2019, a divisão será 40% de forma igualitária, 30% por colocação e 30% de audiência. No Recife, Náutico, Santa Cruz e Sport já assinaram com a emissora até 2024.

Comparativo entre as cotas fixas das Série A e projeções calculadas via Premier League. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Fifa 2017 x Pro Evolution Soccer 2017

Imagens dos jogos Fifa 2017 e PES 2017. Crédito: reprodução

Trailer lá e trailer cá. Confira os vídeos e compare. Qual a maior expectativa? 

As versões de 2017 das maiores franquias de futebol nos videogames, Fifa Football e Pro Evolution Soccer, foram apresentadas na E3, a maior feira de games do mundo, realizada anualmente em Los Angeles, nos EUA. Com lançamento mundial agendado para setembro, o Fifa e PES vão disputar o mercado no Playstation 4, Playstation 3, Xbox One, Xbox 360 e PC. 

Possivelmente, ambos devem contar com Sport e Santa Cruz licenciados..

Após o teaser, com direito à narração de Mourinho, a EA Sports liberou um novo vídeo com a grande novidade desta edição, o modo história. Numa espécie de “RPG”, o jogador controlará Alex Hunter, uma fictícia promessa londrina de 17 anos. Através de decisões e atuações, o rumo da carreira será escrito. Diversão offline, pois as disputas online devem seguir populares.

Principal concorrente da franquia, há 16 anos, a nova versão do Pro Evolution Soccer aposta na inteligência artificial dos jogadores, estendendo as possibilidades de jogo, como fintas e passes, incluindo ponto futuro. O primeiro vídeo do game, com um duelo entre Arsenal e Atlético de Madrid, levanta a bola do Control Reality, a ferramenta de edição da Konami para o novo PES.

Transmissão internacional deixa cota da Premier League ainda mais equilibrada

A Premier League tem um sistema de divisão de cotas em vigor desde 1992, quando se chegou ao acordo com 50% da receita dividida em parcelas iguais, com 25% pela classificação final da temporada inglesa e 25% através do número de partidas exibidas na televisão, com um mínimo de dez apresentações. O formato é considerado o mais justo no futebol. Na prática, é ainda mais equilibrado – ao menos nos termos televisivos, pois nos comerciais a disparidade dos grandes clubes se mantém, via patrocínios e merchandising.

Em vez de metade, como se imagina, a distribuição igualitária chega a 68,15% da receita – dados da temporada 2015/2016, surpreendentemente vencida pelo Leicester City. Pois é. A tabela anual de pagamento aos vinte clubes da elite não se restringe às três colunas citadas, mas a cinco. Entram o sinal internacional e as receitas comerciais obtidas pela liga, repartidas sem distinção. 

Na transmissão internacional (“overseas tv”) está o grande salto, pois trata-se da verba que mais cresce, na forma bruta e na proporcional. Da temporada 2014/2015 para 2015/2016, o total igualitário da tevê britânica caiu 879 mil libras esterlinas (-0,2%), enquanto a verba igualitária externa subiu 33 milhões (+5,9%). E o cenário só tende a aumentar, com a Premier League articulando um contrato internacional de 1 bilhão/ano, com duração até 2019, segundo o jornal Daily Mail. Enquanto isso, no Brasil, se discute a implantação de uma divisão “40%/30%/30%” a partir de 2019. Dose homeopática do sistema inglês.

Antes dos quadros gerais sobre os ganhos dos clubes ingleses (abaixo), vamos aos cenários com a divisão das cotas em 5 pontos, em vez de 3:

2015/2016
35,89% – Igualitária/tv internacional
26,75% – Igualitária/tv britânica
15,92% – Audiência interna
15,92% – Campanha
5,50% – Igualitária/comercial

Total igualitário por clube: 55.849.800 libras (68,15%)

2014/2015
34,58% – Igualitária/tv internacional
27,37% – Igualitária/tv britânica
16,28% – Audiência interna
16,28% – Campanha
5,47% – Igualitária/comercial

Total igualitário por clube: 54.118.794 libras (67,42%)

2013/2014
33,64% – Igualitária/tv internacional
27,67% – Igualitária/tv britânica
16,60% – Audiência interna
16,60% – Campanha
5,46% – Igualitária/comercial

Total igualitário por clube: 52.198.111 libras (66,78%)

Evolução da cota de transmissão internacional
2016 – 588.316.960 (+5,97%)
2015 – 555.147.420 (+5,55%)
2014 – 525.916.340

Evolução da da cota absoluta
2016 – 1.638.805.918 (+2,09%)
2015 – 1.605.232.900 (+2,69%)
2014 – 1.563.117.350

Cotas de televisão da Premier League para a temporada 2016/2017

Cotas de televisão da Premier League para a temporada 2014/2015

Cotas de televisão da Premier League para a temporada 2014/2015

Em relação à intervenção do governo brasileiro neste processo – possível, pois a emissora de televisão, mesmo privada, opera numa concessão pública -, dois projetos de lei já foram criados, ambos por deputados federais pernambucanos.

Em 2011, o Projeto de Lei 2019/2011 de Mendonça Filho.

50% de forma igualitária entre os 20 participantes
50% numa composição entre classificação e audiência (sem especificação)

Em 2014, o Projeto de Lei 7681/2014, do Raul Henry.

50% da receita serão divididos igualmente entre os 20 participantes
25% da receita serão divididos conforme a classificação na última temporada
25% da receita serão divididos proporcionalmente ao nº de jogos transmitidos

Ambos engavetados na Câmara.

As médias de público dos clubes mais ricos do mundo, até 80 mil torcedores

Torcida do Borussia Dortmund no Signal Iduna Park

Na temporada 2014/2015, o Borussia Dortmund finalmente ultrapassou a expressiva marca de 80 mil torcedores por jogo, com uma taxa de ocupação de 98%! Mais. O clube alemão liderou a média de público no mundo do futebol pela quarta vez seguida, segundo o levantamento da consultoria Deloitte. A última vez que não ficou à frente, considerando o mando de campo nas ligas nacionais, foi em 2010/2011, por pouco (Barcelona 79.186 x 78.416).

Em casa, a muralha amarela no Signal Iduna Park é mesmo um show à parte. E o clube procura valorizar isso, ajustando o palco ano a ano para ganhar mais lugares – foram sete pequenas ampliações na última década. A capacidade atual, para a Bundesliga, é de 81.359 espectadores, incluindo torcedores em pé, caindo para 65.829 na Champions League, que exige assentos em todos os setores. Apesar da torcida robusta, via season ticket, a bilheteria representa apenas 19% do faturamento do Borussia, o 11º clube mais rico.

O relatório da Deloitte enumerou os 20 clubes mais ricos do futebol, dos quais seis tiveram uma assistência superior a 60 mil torcedores. O Arsenal, que costuma fazer parte deste patamar, acabou um pouco abaixo, talvez como consequência dos ingressos cobrados pelo clubes, os mais caros da Europa.

Confira as médias dos times mais abonados e compare com os anos anteriores. Como curiosidade, os índices do Trio de Ferro do Recife no período

2014/2015 (os 20 mais ricos)
80.423 – Borussia Dortmund (Alemanha, 17 jogos)
77.632 – Barcelona (Espanha, 19 jogos)
75.335 – Manchester United (Inglaterra, 19 jogos)
72.969 – Real Madrid (Espanha, 19 jogos)
72.882 – Bayern de Munique (Alemanha, 17 jogos)
61.577 – Schalke 04 (Alemanha, 17 jogos)
59.992 – Arsenal (Inglaterra, 19 jogos)
50.500 – Newcastle (Inglaterra, 19 jogos)
45.789 – Paris Saint-Germain (França, 19 jogos)
45.345 – Manchester City (Inglaterra, 19 jogos)
44.675 – Liverpool (Inglaterra, 19 jogos)
42.110 – Atlético de Madri (Espanha, 19 jogos)
41.546 – Chelsea (Inglaterra, 19 jogos)
40.148 – Roma (Itália, 19 jogos)
38.406 – Everton (Inglaterra, 19 jogos)
38.158 – Internazionale (Itália, 19 jogos)
36.638 – Milan (Itália, 19 jogos)
36.292 – Juventus (Itália, 19 jogos)
35.769 – Tottenham (Inglaterra, 19 jogos)
34.682 – West Ham (Inglaterra, 19 jogos)

2013/2014 (+60.000 entre os 20 mais ricos)
79.856 – Borussia Dortmund (Alemanha, 17 jogos)
75.203 – Manchester United (Inglaterra, 19 jogos)
71.988 – Barcelona (Espanha, 19 jogos)
71.131 – Bayern de Munique (Alemanha, 17 jogos)
70.739 – Real Madrid (Espanha, 19 jogos)
61.269 – Schake 04 (Alemanha, 17 jogos)
60.014 – Arsenal (Inglaterra, 19 jogos)

2012/2013 (+60.000 entre os 20 mais ricos)
79.893 – Borussia Dortmund (Alemanha, 17 jogos)
75.530 – Manchester United (Inglaterra, 19 jogos)
71.235 – Barcelona (Espanha, 19 jogos)
71.000 – Bayern de Munique (Alemanha, 17 jogos)
65.268 – Real Madrid (Espanha, 19 jogos)
61.000 – Schalke 04 (Alemanha, 17 jogos)
60.000 – Arsenal (Inglaterra, 19 jogos)

As médias dos clubes pernambucanos no Campeonato Brasileiro:

2015
17.132 – Sport (Série A, 18 jogos*)
14.733 – Santa Cruz (Série B, 19 jogos)
6.851 – Náutico (Série B, 19 jogos)
* Ainda houve um jogo de portões fechados

2014
18.324 – Sport (Série A, 19 jogos)
13.140 – Santa Cruz (Série B, 19 jogos)
6.582 – Náutico (Série B, 19 jogos)

2013
28.150 – Santa Cruz (Série C, 13 jogos)
17.472 – Sport (Série B, 19 jogos)
11.301 – Náutico (Série A, 19 jogos) 

Torcida do Borussia Dortmund no Signal Iduna Park. Facebook oficial BVB

Calculando as cotas das Série A e B de 2016 a partir do modelo da Bundesliga

Bundesliga, a liga de futebol da Alemanha

Segue o debate sobre a divisão de cotas de televisão no Campeonato Brasileiro, cuja polarização entre Flamengo e Corinthians ganha mais força a partir do novo contrato, de 2016 a 2018. Após a projeção da Série A no estilo da Premier League, mais um cenário baseado em um mercado de sucesso, agora através da Bundesliga. Se no Brasil a divisão de receitas é basicamente por audiência e na Inglaterra é um misto de audiência, desempenho e igualdade, na Alemanha vale apenas o desempenho no campeonato nacional, considerando os resultado dos últimos cinco anos. Ou seja, 100% rendimento técnico.

O quadro elaborado por Tiago Nunes projeta como ficaria a situação no Brasil. E conta tanto a Série A quanto a Série B, uma vez na terra dos atuais campeões mundiais a cota é negociada pela própria federação. O contrato de quatro anos, que está na última temporada (2016/2017), prevê 625 milhões de euros por edição, sendo 80% do bolo para a primeira divisão e 20% para a segunda. A distribuição das receitas é um pouco complicada, pontuando cada colocação, com 36 para o campeão, 35 para o vice, até o último lugar da segundona, com 1 pontinho. Lá são 18 times por divisão. Logo, aqui se considerou 40 times (ou seja, 40 pontos para o campeão, 39 para o vice etc). Além disso, cada ano ganha um peso, multiplicando por 5 o mais recente e por 1 o mais antigo.

As cotas das Séries A e B através do modelo da Bundesliga, da Alemanha. Crédito: Tiago Nunes/@TiagoJNunes (www.sapoticast.com)

Nas últimas cinco temporadas, portanto, o melhor desempenho seria o do Corinthians, com 551 pontos, o que renderia ao clube paulista R$ 78,2 milhões em 2016, ou R$ 39,1 milhões a mais que a menor cota da elite, enquanto na realidade a diferença é de R$ 150 mi. Já o Flamengo, o outro expoente, teria apenas a 10ª maior cota, inferior, por exemplo, à do Atlético-PR. Irreal.

Obs. A disparidade técnica na Alemanha vem de outras fontes de receita do Bayern de Munique, como patrocínios, produtos licenciados, sócios etc.

Confira o gráfico inspirado na Bundesliga em uma resolução maior aqui.

As cotas fixas de TV (sem luvas e ppv) em 2015:

Sport 
Oficial – R$ 35 milhões
Premier League – R$ 61,7 milhões
Bundesliga – R$ 55,6 milhões

Santa Cruz
Oficial – R$ 20 milhões*
Premier League – R$ 39,5 milhões
Bundesliga – R$ 39,1 milhões
* Especulação

Náutico
Oficial – R$ 5 milhões
Premier League – não disponível
Bundesliga – R$ 16,7 milhões 

Corinthians 
Oficial – R$ 170 milhões
Premier League – R$ 103,2 milhões
Bundesliga – R$ 78,2 milhões

Flamengo
Oficial – R$ 170 milhões
Premier League – R$ 86,3 milhões
Bundesliga – R$ 59,7 milhões

Calculando as cotas da Série A 2016 a partir do modelo da Premier League

Premier League, a liga de futebol da Inglaterra

Em 2016, o investimento da televisão no Brasileirão será de R$ 1,23 bilhão. A divisão da receita é um recorrente tema de debate, ainda mais agora, com o início do novo contrato da Globo com os clubes, com três anos de duração.

Paralelamente à discussão sobre a distorção das cotas, a Premier League sempre aparece como modelo ideal. No futebol inglês, a receita oriunda da tevê é dividida da seguinte forma: 50% igualmente entre os vinte times, 25% pela classificação no campeonato anterior e 25% pela representatividade de audiência de cada um. Assim, em vez do atual sistema de castas no Brasil, com um hiato de R$ 150 milhões entre a maior cota (Flamengo e Corinthians) e a menor (Santa Cruz, Ponte, entre outros), a diferença máxima seria de R$ 67 milhões, no caso entre Corinthians e América-MG. Mais equilíbrio, sem dúvida.

Projeção de cotas de TV na Série A de 2016 a partir do modelo da Premier League. Crédito: Diego Borges/Rádio Globo Recife AM

No quadro inspirado no campeonato inglês, o jornalista Diego Borges, da Rádio Globo Recife AM, projetou a cota da Série A de 2016 conferindo, na divisão da classificação, 9,75% ao campeão, 9,25% ao 2º etc. Usando um método bem semelhante, Douglas Batista mudou apenas o peso de cada colocação (20 ao 1º, 19 ao 2º etc). Foi com este segundo modelo que Chistiano Candian imaginou em maio como seria a distribuição do Brasileiro de 2015 (veja aqui).

Sport no contrato oficial
2016 – R$ 35,0 milhões
2015 – R$ 27,0 milhões

Sport via Premier League
2016 – R$ 61,7 milhões
2015 – R$ 40,5 milhões

Em relação à intervenção do governo brasileiro neste processo – possível, pois a emissora de televisão, mesmo privada, opera numa concessão pública -, dois projetos de lei já foram criados, ambos por deputados federais pernambucanos.

Em 2011, o Projeto de Lei 2019/2011 de Mendonça Filho.

50% de forma igualitária entre os 20 participantes
50% numa composição entre classificação e audiência (sem especificação)

Em 2014, o Projeto de Lei 7681/2014, do Raul Henry.

50% da receita serão divididos igualmente entre os 20 participantes
25% da receita serão divididos conforme a classificação na última temporada
25% da receita serão divididos proporcionalmente ao nº de jogos transmitidos

Ambos engavetados na Câmara.

O custo de um árbitro a cada jogo nas principais ligas nacionais de 2015

Escudo da arbitragem brasileira. Crédito: CBF

As seguidas (e justas) críticas ao trabalho dos árbitros no Brasileirão de 2015 levantou mais uma vez sobre a estrutura atual de arbitragem, bastante falha. Tanto na preparação quanto no controle. Um caso local, o árbitro Emerson Sobral, serve como exemplo, sendo ao mesmo tempo o recordista de jogos decisivos no Estadual e também de punições desde 2010. Em defesa dos árbitros e assistentes, há de se ressaltar o amadorismo da categoria em um meio marcado por receitas cada vez maiores aos demais atores.

Um quadro produzido pela Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf) e divulgado no programa Seleção Sportv comparou a situação dos árbitros brazucas a outras ligas tradicionais, com as cotas cada um nos campeonatos nacionais da primeira divisão em 2015 (entre as principais, falou a Bundesliga). Além de o valor por jogo ser o mais baixo, o Brasil ainda tem a particularidade de não ter receita mensal. Só em outro lugar acontecer isso, na Premier League. Entretanto, cada juiz inglês receber R$ 100 mil por jogo, podendo chegar a renda mensal de até 400 mil reais (ou 68 mil libras esterlinas, a moeda inglesa).

Na prática, apenas os dez árbitros brasileiros com a insígnia da Fifa têm uma condição financeira mais favorável, devido ao maior repasse.

Cota do árbitro por jogo (R$)
100 mil – Inglaterra
17,0 mil – Itália
15,5 mil – Espanha
10,0 mil – França
2,6 mil – Argentina
2,6 mil – Brasil

Salário do árbitro (R$)*
46,2 mil – Espanha
33,6 mil – Itália
11,5 mil – França
18,0 mil – Argentina
*Na Inglaterra e no Brasil não há remuneração fixa. 

No Brasil, até a década de 1990, o pagamento ao trio de arbitragem era atrelado às bilheterias das partidas. O trio ganhava 1% da renda bruta, sendo 0,5% para o árbitro e 0,25% para cada assistente. Voltando ao presente, o contraponto sobre o amadorismo. Que a arbitragem seja profissionalizada pela CBF (Por que a resistência?), acabando os “bicos” e criando uma tendência de melhora técnica, para resultados mais justos. Paralelamente a isso, aumentará a cobrança por bons trabalhos, sem espaço para desculpas esfarrapadas.

Projeção de cotas da Série A via Premier League, com base, colocação e audiência

Projeção das cotas do Brasileirão 2014 segundo o modelo inglês de divisão. Crédito: Christiano Candian (twitter.com/candian)

O sistema de divisão de cotas de televisivas do futebol inglês, em vigor desde 1992, é apontado como o mais justo da atualidade. A tal ponto que na Espanha, o contraponto máximo ao modelo, o governo encaminhou um projeto de lei para tornar mais igualitária a distribuição de receitas da tevê, após dois anos de negociação com Real Madrid e Barcelona, ícones mundiais da disparidade.

Ou seja, nem na terra da “Espanholização” a situação é ignorada. No Brasil, ainda é. Em 2015, estamos no último ano do contrato iniciado em 2012, com as chamadas supercotas da Série A, de R$ 18 milhões/ano, para times que não integravam o Clube dos 13 a R$ 110 milhões no topo da pirâmide, com Flamengo e Corinthians, cuja distância aumentará no contrato de 2016 a 2019.

Pois bem. Um torcedor do Cruzeiro, Christiano Candian, projetou a divisão do Brasileirão 2015 caso o formato fosse o da Premier League. Ele dividiu o bolo de R$ 916 milhões da seguinte forma: 50% igualmente entre os vinte clubes, 25% pela classificação de 2014 e 25% pela representatividade de audiência de cada um. Assim, o hiato ficou de R$ 28 milhões (Criciúma) a R$ 68 milhões (Timão).

Em relação à intervenção do governo brasileiro neste processo – possível, pois a emissora de televisão, mesmo privada, opera numa concessão pública -, dois projetos de lei já foram criados, ambos por deputados federais pernambucanos.

Em 2011, o Projeto de Lei 2019/2011 de Mendonça Filho.

50% de forma igualitária entre os 20 participantes
50% numa composição entre classificação e audiência (sem especificação)

Em 2014, o Projeto de Lei 7681/2014, do Raul Henry.

50% da receita serão divididos igualmente entre os 20 participantes
25% da receita serão divididos conforme a classificação na última temporada
25% da receita serão divididos proporcionalmente ao nº de jogos transmitidos

Ambos engavetados na Câmara.

De toda forma, a projeção mostra como ficaria um Brasileirão mais equilibrado.

As ligas de futebol mais populares do mundo na temporada 2013/2014

Média de público dos campeonatos nacionais de 2013 e 2014. Crédito: Pluri Consultoria

O Brasileirão de 2013 foi o primeiro no país denro do novo momento estrutural, com as arenas da Copa do Mundo. Fizeram parte da competição o Maracanã, a Arena Pernambuco, o Mineirão, o Mané Garrincha, a Fonte Nova e o Castelão.

A novidade deste padrão de conforto deve se estabelecer de vez na edição de 2014, com outras seis arenas, além dos novos estádios de Grêmio e Palmeiras. No ano passado, contudo, foi tímido o acréscimo na média de público da Série A, com 1.980 pessoas a mais por jogo (+15%).

A taxa de ocupação (um ponto importante na pesquisa) foi de 39%. Baixo.

Para um país que organizou o Mundial com a segunda maior média da história (53 mil espectadores), é decepcionante a colocação atual no quesito clubístico, em 15º. Vice-campeã do mundo, a Argentina tem uma média de 20 mil…

Sem surpresa, a Alemanha, agora campeã mundial, mantém a liga mais popular do futebol. A Bundesliga registrou uma média de 43 mil pessoas, segundo o levantamento da Pluri Consultoria. A considerável vantagem sobre o segundo lugar (Premier League) é de 6,5 mil torcedores. Há tempos é assim.

Os 25 principais campeonatos reuniram 127,6 milhões de torcedores na temporada 2013/2014, com uma média de 18,5 mil. O avanço em relação ao ano anterior foi de 0,6%. Ainda assim, o futebol segue atrás das principais ligas esportivas dos EUA (futebol americano, baseball, basquete e hóquei sobre o gelo), com 161,2 milhões de público absoluto e índice de 23,9 mil.

Quanto ao País do Futebol, vale conferir o rescaldo da Copa nos números…