Levantou poeira

Às 10h deste domingo, o engenheiro civil baiano Carlos Agusto Freire de Carvalho, de 54 anos, entrará para a história. Terá os seus 15 segundos de fama, literalmente.

Ele será o responsável por ativar os 700 quilos de explosivos que vão levar ao chão o tradicional Estádio Octávio Mangabeira. Ou, simplesmente, Fonte Nova.

Pernambucanidade à parte, o estádio de Salvador foi durante muito tempo o principal palco de futebol da região.

Durante décadas, foi a casa de Bahia e Vitória (antes do Barradão), nos bons tempos dos dois clubes. Lá, foram realizados os primeiros jogos das finais da Série A de 1988 (Tricolor, campeão) e de 1993 (Rubro-negro, vice).

Isso sem contar no gigantismo da Fonte Nova, cujo recorde é de 110.438 pagantes na semifinal do Brasileirão de 1988, quando o Bahia venceu o Fluminense por 2 x 1.

Infelizmente, a Fonte Nova também viveu o seu momento obscuro, em 2007, com a morte de sete torcedores após um desabamento.

Visando a Copa de 2014, o estádio será reconstruído ao custo de R$ 591 milhões.

Para a implosão do estádio, serão evacuados 962 imóveis num raio de 250 metros. Assim, 2.467 moradores vão deixar as suas casas durante algumas horas.

O estádio completaria 50 anos em 28 de janeiro de 2011.

Vai sobrar poeira e história para contar…

Concreto de duas caras

Duas Caras, vilão do filme BatmanO Maracanã já está sendo reformado para a Copa do Mundo de 2014.

O pós-Mundial do sessentão Maraca continua sendo articulado…

A tendência é que Flamengo e Fluminense se tornem responsáveis pelo “maior estádio do mundo”.

No Rio, o Botafogo já administra o Engenhão e o Vasco terá a sua casa, São Januário, reformada para a competição de rúgbi dos Jogos Olímpicos de 2016.

Aí, começa o fato curioso dessa possível parceria Fla-Flu.

Segundo o presidente do Tricolor, Roberto Horcades, a ideia é que o nome do estádio também seja dividido.

Essa ideia de nome duplo em uma arena não é inédita. Mas não deixa de ser curiosa…

Na Itália, os gigantes Milan e Internazionale jogam no mesmo estádio. Chamado de San Siro pelos rossoneri (Milan) e Giuseppe Meazza pelos nerazzurri (Inter).

No caso do futebol carioca, a divisão teria traços históricos com a crônica esportiva.

O nome oficial, em homenagem ao jornalista Mário Filho, seria mantido.

Somente no mando do Fla…

Nos jogos do Flu, o estádio seria chamado de Nelson Rodrigues, famoso dramaturgo tricolor. Por sinal, ele era irmão de Mário Filho…

Foi de Nelson a célebre frase: “O Fla-Flu surgiu 40 minutos antes do nada.”

Naming Rights à parte, como essa ideia seria implantada em um estádio “dividido” em PE?

Sport, Santa Cruz e Náutico. Sugestões…?

G3

Após o título continental do Internacional, correu a notícia de que o Brasileirão teria apenas três vagas na Libertadores do ano que vem.

Conmebol: Copa Sul-americana x LibertadoresA justificativa seria o fato de que agora o campeão da Copa Sul-americana garante uma vaga na fase de grupos da Libertadores.

Essa notícia causou repulsa.

Seria um ato incrivelmente sem noção da Conmebol. Mais um na história.

Desde 1962, o campeão da Libertadores sempre gerou uma vaga extra ao país.

No caso, o Brasil, que atualmente tem direito a cinco vagas, ficaria com seis em 2011.

Nesta sexta-feira, a Conmebol parece ter “voltado atrás” e ratificou a vaga extra ao campeão da Libertadores.

Teremos seis vagas na próxima edição do maior campeonato das Américas.

Com duas vagas extras – em caso de título na Libertadores e na Sul-americana -, a lógica seria que o Brasil pudesse ter até sete vagas na Libertadores. Porém, não será mesmo assim.

Caso algum time brasileiro conquiste a vigente Copa Sul-americana, o 4º lugar da Série A será penalizado, perdendo a sua classificação. Assim, o G4 viraria G3…

Nesse cenário, o 3º lugar também sofreria, pois a sua vaga na fase de grupos acabaria, dando um passo para trás, iniciando a competição na Pré-Libertadores.

E pensar que a Venezuela tem três vagas na Libertadores… É demais.

Parabéns, Conmebol.

Estamos a 2.977 km do sucesso

Mapa, com a distância entre Recife e Porto Alegre: 2.977 quilômetros

Internacional, o clube de maior transformação do país nesta década. Um time que, apesar da tradição, estava à margem do Grêmio. O Colorado cansou de ver o maior rival conquistar títulos nacionais e internacionais na década de 90. O campeonato estadual era o único consolo. Então, como sair daquela mesmice e voltar a ser rolo compressor dos anos 70, quando o Inter conquistou nada menos que três edições do Brasileirão?

Começou com uma gestão voltada à fidelidade do seu torcedor. Acima de tudo, com a fidelidade do seu sócio. Finalmente um programa de sócio-torcedores saía do papel de forma sustentável, com medidas comuns em nossa economia. Como o uso do cartão de crédito para pagar mensalidades. Débito automático. Medidas simples que estenderam o número de sócios para o interior gaúcho.

Não é por acaso que o número de sócios do Internacional ultrapassou a barreira dos 100 mil cadastrados, em dia. Gente suficiente para proporcionar uma renda mensal de R$ 3,5 milhões. Dinheiro reinvestido no time profissional e nas categorias de base. Uma engrenagem que rendeu ainda mais dinheiro.

De acordo com a consultora financeira Crowe Horwath, o Inter foi o clube brasileiro que mais arrecadou com a negociação de atletas para o exterior entre 2003 e 2008. O clube ganhou R$ 250 milhões no período – R$ 33 mi a mais que o segundo colocado, o São Paulo. Com um futebol se fortalecendo como bola de neve, chegaram os títulos.

O apelido de “Interregional”, por causa da falta de títulos além da fronteira, sumiu do mapa. Libertadores e Mundial em 2006, Recopa em 2007 e Copa Sul-americana em 2008. Nesta quarta, o time vermelho entrará num Beira-Rio com lotação esgotada precisando de um simples empate para conquistar o bi da Libertadores. Em cinco anos, o clube saiu do ostracismo para se tornar uma potência.

Há quem considere tudo isso coincidência. Eu considero consequência. Fica a dica para que este modelo implantado em Porto Alegre seja trazido para o Recife. Estamos a 2.977 quilômetros do sucesso. Não é tão longe quanto parece.

Fluzão quer atravessar a Antártida

Taça Antártida, título do Fluminense em 1923, numa disputa de tiroO Fluminense montou um timaço.

Fred, Conca, Deco, Belletti, Emerson Sheik… Além de Muricy Ramalho comandando a equipe no Brasileirão.

A arrancada na Série A já está acontecendo. Após 14 rodadas, o Flu soma 32 pontos e lidera com quatro de vantagem. Vai ganhando e empolgando.

A receita é clara: dinheiro, cash, faz-me rir. A origem é mais conhecida ainda: Celso Barros, presidente da Unimed e fanático pelo Tricolor Carioca.

Desde 1998, quando a Unimed começou a patrocinar o clube, o Fluminense já recebeu cerca de R$ 200 milhões, segundo o jornal carioca Extra (veja AQUI).

Na média, sem considerar a correção monetária e o aumento da cota, o número chega a incríveis R$ 15,3 milhões em 13 temporadas.

Finalmente, os reforços de peso estão dando resultado ao clube, que sonha em repetir o feito de 1984, quando conquistou o seu único título brasileiro. O troféu se juntaria à galeria que conta com a inacreditável Taça Antártida. Já a identificou na foto?

É isso mesmo, um pinguim! Vitória numa competição de tiro em 1923. Bizarro, não?

Segredo de estado

Ronaldo, atacante do Corinthians. Foto: Fifa/divulgação

É craque, genial e já deu muitas alegrias ao futebol do país. Como em 2002.

É o ídolo de muita gente. Por isso, a imagem anti-atlética de Ronaldo machuca o torcedor brasileiro. Corintiano ou não. A cena acontece mais uma vez, diga-se…

Em 2006, Ronaldo chegou na suíça Weggis, na preparação brasileira para a Copa do Mundo da Alemanha, visivelmente acima do peso. O número exato nunca foi revelado, por mais que a especulação apontasse a incrível marca de 100 quilos!

Um peso surreal para um profissional de ponta, de 1,83m e conhecido pela explosão no gramado. Nesta semana, as imagens do Fenômeno voltaram a impressionar (foto).

O peso do atacante, mais uma vez, segue como segredo de estado. E de forma oficial, pois o fisioterapeuta do Timão, Bruno Mazzioti, desclarou: “Essa é uma informação sigilosa do departamento médico do Corinthians para preservar os jogadores.”

Aos 33 anos, Ronaldo sabe que está fase derradeira de sua carreira como jogador.

O peso da idade não é o problema. Já o peso na balança… parece não ter solução.

A quatro jogos da glória

Apesar da derrota por 2 x 1, o Internacional elimina o São Paulo e está na final da Libertadores de 2010, graças ao gol de Alecsandro. Foto: Internacional/divulgação

Gigante esse Internacional!

Finalista da Taça Libertadores de 2010.

Semifinalista do Mundial de Clubes de 2010.

A quatro jogos do ano perfeito.

Serão dois jogos pela decisão continental e dois pelo mata-mata em Abu Dhabi. Chivas na batalha continental e Internazionale na escala planetária.

O Inter vai tentar o bicampeonato nas duas competições. Quer reviver a épica temporada de 2006. Tem time pra isso. Tem camisa pra isso. Está com sorte pra isso…

Num jogo extremamente tenso, o Colorado soube suportar a pressão do São Paulo num Morumbi lotado. Perdeu por 2 x 1, mas, assim como ocorreu na final da Copa do Brasil, o gol fora de casa foi decisivo. Uma classificação suada, merecida.

O gol salvador foi marcado pelo atacante Alecsandro, numa falta cobrada pelo meia D’Alessandro. O Olé, da Argentina, batizou o lance de “D’Alecsandro”.

Definitivamente, o apelido de “Inter-regional” desapareceu.

Já o São Paulo somou a sua 5ª eliminação seguida diante de brasileiros na Libertadores. O gigante nos pontos corridos da Série A vem fraquejando além da fronteira.

Como o clube que joga a Libertadores não participa da Copa do Brasil (um absurdo, diga-se), o Tricolor não disputa a Copa do Brasil desde 2003. Sorte dos são-paulinos…

Prata da casa

Vitória, vice-campeão de tudo...O Vitória foi um representante digno do Nordeste na final da Copa do Brasil.

A torcida rubro-negra fez uma festa bonita em Salvador. Em campo, o time lutou demais. Até virou o placar e venceu.

Um mísero gol sofrido em casa em toda a campanha foi o suficiente para derrubar o sonho do 1º título nacional do Vitória. A Copa do Brasil é do Santos (veja AQUI).

Agora, o Leão da Barra vai ter que aguentar a gréia do Bahia… Do bicampeão nacional, Bahia. O Vitória somou mais um vice para a sua galeria. Sobram medalhadas de prata.

O clube já foi vice da Série A (1993), da Série B (1992), da Série C (2006) e agora da Copa do Brasil (2010).

Mal acabou a decisão e as primeiras montagens começaram a circular na web, como essa aí ao lado. E vem mais por aí, não duvide. A torcida do Bahia já prepara até camisa especial com um slogan sacana: “Vice de tudo.”

78 estrelas douradas nacionais

Santos Futebol Clube, 9 vezes campeão nacional

Como já virou tradição no blog, aqui vai a atualização do ranking de títulos nacionais do futebol brasileiro. Com o mais que merecido título da Copa do Brasil, o Santos ficou a uma taça de se tornar o maior campeão do país, ao lado do Palmeiras, que já não vence há uma década. O 9º título do Peixe foi destacado no site oficial, como mostra o print screen acima, com as estrelas douradas (veja mais AQUI).

Ao todo, existem 22 clubes campeões nacionais em 78 torneios realizados.

10 – Palmeiras (A: 1972, 1973, 1993 e 1994; R: 1967 e 1969; CB: 1998; TB: 1960 e 1967; C: 2000)
9 – Santos (A: 2002 e 2004; R: 1968; CB: 2010; TB: 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965)
8 – Flamengo (A: 1980, 1982, 1983, 1992 e 2009; CB: 1990 e 2006; C: 2001)
7 – Corinthians (A: 1990, 1998, 1999 e 2005; CB: 1995, 2002 e 2009)
6 – Grêmio (A: 1981 e 1996; CB: 1989, 1994, 1997 e 2001)
6 – Cruzeiro (A: 2003; CB: 1993, 1996, 2000 e 2003; TB: 1966)
6 – São Paulo (A: 1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008)
4 – Internacional (A: 1975, 1976 e 1979; CB: 1992)
4 – Vasco (A: 1974, 1989, 1997 e 2000)
3 – Fluminense (A: 1984; R: 1970; CB: 2007)
2 – Bahia (A: 1988; TB: 1959)
2 – Botafogo (A: 1995; TB: 1968)
2 – Sport (A: 1987; CB: 2008)
1 – Atlético-MG (A: 1971)
1 – Guarani (A: 1978)
1 – Coritiba (A: 1985)
1 – Criciúma (CB: 1991)
1 – Juventude (CB: 1999)
1 – Atlético-PR (A: 2001)
1 – Paysandu (C: 2002)
1 – Santo André (CB: 2004)
1 – Paulista (CB: 2005)

Legenda: Série A (A), T. Roberto Gomes Pedrosa (R), Copa do Brasil (CB), Taça Brasil (TB), Copa dos Campeões (C).

Os títulos foram somados sem distinção. O blog sabe que as competições têm pesos bem diferentes, é claro. Já a diferença nas posições com clubes com o mesmo número de taças foi estabelecida pelo último título, com vantagem para o mais antigo.

Obs. As competições de elite levadas em consideração foram a Taça Brasil (1959/1968), Robertão (1967/1970), a Série A (1971/2009), a Copa do Brasil (1989/2010) e a Copa dos Campeões (2000/2002). O que todos esses campeonatos têm em comum? Todas eles classificaram os vencedores à Libertadores.

Faltou o gol do título

Jogo de ida da final da Copa do Brasil de 2010: Santos 2 x 0 Vitória, com Ganso como destaque. Foto: Santos/divulgação

Jogo duríssimo para o Vitória na Vila Belmiro.

Encarar esse timaço do Santos não seria nada fácil. Ainda mais com a empolgação da meninada, com quatro convocados para a Seleção Brasileira.

Pois 1.500 torcedores do rubro-negro baiano viajaram de Salvador até a Baixada para torcer pelo time, em busca seu primeiro título nacional.

No primeiro jogo da final d Copa do Brasil, a meta era sobreviver. Um gol fora de casa seria primordial. O “gol do título”, como Carlinhos Bala batizou há dois anos.

Mas o Vitória não conseguiu cumprir essa missão na noite desta quarta.

Triunfo do Santos, por 2 x 0.

O clube paulista poderá perder por até um gol de diferença, ou por dois, desde que marque pelo menos um. O Santos martelou a meta adversária com o quarteto formado pelo selecionáveis Ganso, Robinho, André e Neymar. Este último abriu o placar com apenas 14 minutos. Gol de peito. Ganso já havia acertado a trave.

No segundo tempo, Neymar cobrou um pênalti, a la Loco Abreu. Mas o goleiro do Vitória, no meio do gol, defendeu, constrangendo Neymar.

No fim, Marquinhos ampliou, numa cobrança de falta. Peixe com a mão na taça.

Ao Vitória, representante nordestino, o dever de repetir as goleadas no Barradão, onde marcou 19 gols em cinco jogos. Mas que faltou um golzinho na Vila, faltou…