Diego Souza, o artilheiro do Brasileirão de 2016, escreve de vez o seu nome no Sport

Série A 2016, 38ª rodada: Sport 2 x 0 Figueirense, com Diego Souza comemorando o seu 14º gol no Brasileiro. Foto: Paulo Paiva/DP

Foi a última finalização efetiva do Sport no Campeonato Brasileiro de 2016. Aos 43 minutos do segundo tempo, com o time já garantido na elite, Neto Moura tocou para Diego Souza, que recebeu dentro da área e estufou as redes. Gol histórico para ele e para o Sport, com a inédita artilharia na Série A. Em 46 anos, foi apenas a terceira vez que um jogador alcançou o feito atuando no Nordeste, quebrando um hiato de 26 anos! O próprio DS87 jamais havia conseguido marcar tantos gols num Brasileirão. Lembrando que ele é meia, o que torna o feito ainda mais raro. Tanto que foi apenas o terceiro apoiador a terminar como artilheiro, após Zico (1980 e 1982) e Rodrigo Fabri (2002).

Eram três jogos sem marcar, incluindo um pênalti desperdiçado contra o Cruzeiro. Quis o destino que a sorte virasse justamente no último fim de semana. Fred, até então isolado na ponta, não jogou por causa do W.O. entre Galo e Chape. Grafite rescindiu com o Santa e Pottker, da Ponte, só fez um. Assim, um triplo empate entre Fred, Pottker e Diego – fato ocorrido pela última vez em 2008. Aos três, o mesmo e legítimo status de artilheiro.

Para completar, o principal jogador rubro-negro chegou a 14 gols, igualando uma marca de 31 anos no clube. Agora é, também, recordista de gols pelo Sport em uma edição da primeira divisão, ao lado de Luís Carlos. Com 27 gols ao todo, está a 6 de Leonardo, ainda o maior goleador leonino na competição. Com contrato até dezembro de 2017, a sua história, já respeitável, pode evoluir…

Artilheiros do Brasileirão atuando em clubes do Nordeste
Taça Brasil
1959 – Léo (Bahia), 8 gols
1960 – Bececê (Fortaleza), 7 gols
1963 – Ruiter (Confiança), 9 gols
1966 – Bita (Náutico), 10 gols
1967 – Chicletes (Treze), 9 gols

Série A
1973 – Ramón (Santa Cruz), 21 gols
1990 – Charles (Bahia), 11 gols
2016 – Diego Souza (Sport), 14 gols

Diego Souza em ação pelo Sport no Brasileirão
2014 – 19 jogos, 4 gols e 2 assistências (6 gols combinados)

2015 – 34 jogos, 9 gols e 10 assistências (19 gols combinados)
2016 – 34 jogos, 14 gols e 7 assistências (21 gols combinados)
Total – 87 jogos, 27 gols e 19 assistências (46 gols combinados)

Maiores artilheiros do Sport em uma edição do Brasileiro (+10 gols)
14 gols – Luís Carlos (1984) e Diego Souza (2016)
13 gols – Leonardo (2000), Taílson (2000), Carlinhos Bala (2007) e André (2015)
12 gols – Dario (1975) e Mauro (1978)
11 gols – Marcelo (1995) e Roger (2008)
10 gols – Luís Müller (1996)

Série A 2016, 38ª rodada: Sport 2 x 0 Figueirense. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

A classificação final da Série A 2016, com R$ 60 milhões em prêmios e 14 vagas

A classificação da Série A 2016 após 38 rodadas. Crédito: Superesportes

Terminou a 46ª edição da Série A do Brasileiro. Embora o Palmeiras tenha sido campeão de forma antecipada, a 38ª rodada definiu vários pontos, como o vice (Santos), os dois últimos classificados à Libertadores (Botafogo e Atlético-PR), mais três classificados à Sul-Americana (Corinthians, Cruzeiro e Sport) e o quarto rebaixado à segunda divisão. Além de América, Santa e Figueirense, também caiu o Internacional, pela primeira vez em sua história.

Os pernambucanos encerraram suas campanhas em 2016 de formas distintas. No Recife, o Sport venceu o Figueirense e se manteve, enquanto o Santa Cruz foi goleado pelo São Paulo por 5 x 0, na última imagem de uma campanha melancólica. Abaixo, a distribuição da premiação oficial da competição, contamplando os times que permaneceram na elite. Repassado pela CBF e bancado pela Rede Globo, o montante chega a R$ 60 milhões. Além disso, nada menos 14 (!) clubes se classificaram aos dois principais torneios da Conmebol.

Obs. A classificação tem um jogo a menos porque houve um W.O. duplo no duelo entre Chapecoense e Atlético-MG, na rodada final.

Colocações, premiações e vaga através do Brasileirão 2016
1º) Palmeiras – R$ 17 milhões, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
2º) Santos – R$ 10,7 milhões, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
3º) Flamengo – R$ 7,3 milhões, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
4º) Atlético-MG – R$ 5,3 milhões, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
5º) Botafogo – R$ 3,85 milhões, Libertadores/2ª fase e Copa do Brasil/oitavas
6º) Atlético-PR – R$ 2,6 milhões, Libertadores/2ª fase e Copa do Brasil/oitavas
7º) Corinthians – R$ 2,25 milhões e Sul-Americana/1ª fase
8º) Ponte Preta – R$ 1,95 milhão e Sul-Americana/1ª fase
9º) Grêmio* – R$ 1,7 milhão, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
10º) São Paulo – R$ 1,5 milhão e Sul-Americana/1ª fase
11º) Chape** – R$ 1,3 milhão, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
12º) Cruzeiro – R$ 1,15 milhão e Sul-Americana/1ª fase
13º) Fluminense – R$ 1 milhão e Sul-Americana/1ª fase
14º) Sport – R$ 900 mil e Sul-Americana/1ª fase
15º) Coritiba – R$ 800 mil
16º) Vitória – R$ 700 mil
* Vaga internacional através do título da Copa do Brasil
** Vaga internacional através do título da Copa Sul-Americana

Santa Cruz é goleado pelo São Paulo na despedida e remontagem é esperada

Série A 2016, 38ª rodada: São Paulo 5 x 0 Santa Cruz. Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

O Santa Cruz foi ao Pacaembu já desfigurado. Sem Keno, já negociado com o Palmeiras, e sem Grafite, que rescindiu o contrato, não se interessando nem pela possibilidade (real) de ser o artilheiro do Brasileirão. Na despedida de 2016, diante do São Paulo, um time com uma fragilidade defensiva além da conta – e considerando que este quesito foi fatal para o rebaixamento coral. O 5 x 0 aplicado pelo tricolor paulista é proporcional ao ritmo que os dois times jogaram. Assistindo a um compacto nota-se o time de preto roubando a bola com facilidade e avançando em velocidade e o time de verde (o Santa, de cor inédita) passando longe das jogadas. Talvez o time que tenha ido a campo seja isso mesmo, mas no geral o Santa sofreu 69 gols. Depois, o time mais vazado foi o lanterna, América, com onze gols a menos! A conta não bate.

2016 (19º lugar)
31 pontos (27,2% de aproveitamento)
8 vitórias, 7 empates, 23 derrotas, 45 gols marcados, 69 gols sofridos (-24)

2006 (20º lugar)
28 pontos (24,5% de aproveitamento)
7 vitórias, 7 empates, 24 derrotas, 41 gols marcados, 76 gols sofridos (-35)

Os números são semelhantes à campanha de dez anos atrás, quando também não teve o pior ataque, mas a defesa foi de longe a pior. Consumada a temporada, iniciada com dois títulos (com o inédito Nordestão) e finalizada fora da primeira divisão, o Santa deve marchar com dificuldades financeiras, começando pela cota de tevê, que cai de R$ 23 milhões para apenas R$ 5 milhões. Com as principais peças saindo e três meses de salários atrasados, a remontagem do grupo é uma realidade. Algo que o clube conseguiu fazer em momentos bem piores, como em 2011, quando iniciou a sua reconstrução. Não coincidentemente, com um sistema defensivo mais apurado. Prioridade.

Série A 2016, 38ª rodada: São Paulo 5 x 0 Santa Cruz. Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Sport se mantém pelo 4ª ano na Série A, vai à Sula pela 5ª vez e DS87 vira artilheiro

Série A 2016, 38ª rodada: Sport 2 x 0 Figueirense. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

O Sport deixou tudo para o último instante, até o limite do coração do torcedor. Após uma boa recuperação no Brasileiro, chegou a ter apenas 1% de chance de rebaixamento, faltando quatro rodadas. Bastava uma vitória. Que demorou a vir. Cruzeiro, Atlético-PR e até o rebaixado América complicaram. Na última tentativa, para não depender de outros resultados, teria que vencer o Figueirense, também já fadado à segunda divisão e cheio de desfalques. Mas ba$tante motivado. Sem surpresa alguma, o time catarinense ficou o tempo atrás da bola, até sofrer o primeiro gol, na largada do segundo tempo. Àquela altura, nada de gols na Ilha e no Rio de Janeiro, onde o Inter tentava a sua sorte. O golaço de Rogério enfim tranquilizou a equipe, apoiada de forma intensa pelos 25 mil torcedores presentes.

É verdade que o Figueira melhorou após sair mais para o jogo, contando com os erros do Sport – afinal, estamos falando de um time que penou neste Brasileirão -, mas Magrão se mostrou tranquilo. Nos descontos, com o jogo dos gaúchos já encerrado, Diego Souza recebeu na área e definiu o placar. O gol para celebrar o “combo” de última hora.

Sport no Brasileirão 
Unificado (1959-2017) – 39 participações
Série A (1971-2017) – 36 participações
Pontos corridos (2003-2017) – 8 participações

Cotas fixas de TV do Sport no Brasileiro
2014 – R$ 27 milhões (11º lugar)
2015 – R$ 27 milhões (6º lugar)
2016 – R$ 35 milhões (14º lugar)
2017 – R$ 35 milhões (a disputar)

Sport na Sul-Americana
2013 – oitavas de final
2014 – 2ª fase
2015 – oitavas de final
2016 – 2ª fase
2017 – a disputar (estreando, desta vez, na 1ª fase)

A vitória por 2 x 0 manteve o Sport na elite pela quarta temporada seguida, fato inédito nos pontos corridos. Na região, iguala a sequência do Bahia, de 2011 a 2014, a maior até então. Portanto, em 2017, além de um melhor planejamento para uma campanha mais eficiente, o Leão pode se consolidar como o nordestino mais duradouro.

E olhe que o resultado foi além em termos de positivos. Contando com as derrotas de Coritiba e Vitória, o Sport subiu duas posições e fisgou a última vaga na Copa Sul-Americana. Pois é. Como Grêmio e Chapecoense se classificaram à Libertadores como campeões da Copa do Brasil e da própria Sula, a fila de classificação no Brasileiro andou mais duas casas, até o encontro do rubro-negro pernambucano, em 14º. A festa, num ano de turbulência técnica, financeira e política, ficou completa com a inédita artilharia de DS87 na Série A. Tanto para o jogador quanto para o clube. O craque do time encerrou a competição com 14 gols, empatando com Fred (Galo) e Pottker (Ponte). Alívio e festa na Ilha.

Série A 2016, 38ª rodada: Sport 2 x 0 Figueirense. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

CBF regulamenta o árbitro de vídeo no Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil

Regulamento Geral de Competições da CBF, para 2017, sobre a função do "árbitro de vídeo". Crédito: reprodução

O novo Regulamento Geral de Competições da CBF, visando a temporada 2017, traz a regulamentação do uso do “árbitro de vídeo”, a nova função autorizada, ainda de forma experimental, pela Fifa. Ao todo, três artigos (acima) detalham a possibilidade da tecnologia nos campeonatos nacionais (Séries A, B, C e D e Copa do Brasil). Não há praxo para o início, mas o regulamento autoriza o uso em qualquer fase a partir do início do novo calendário oficial.

O texto frisa que a confederação não está obrigada a usar em todos os jogos, lembrando o que acontece nos principais torneios de tênis. As quadras centrais contam com o hawk-eye, o recurso tecnológico para a ver se a bola tocou na linha, ao contrário das quadras de apoio. Ou seja, em clássicos e/ou arenas, ok. Em jogos de fases preliminares e/ou estádios acanhados, dificilmente. Em relação às imagens, ainda que alguma câmera à parte do monitoramento da CBF mostre outro resultado, isso não afetará na decisão (a conferir).

Para 2017, as dúvidas para o uso do árbitro de vídeo são as seguintes:

a) Dúvida se a bola entrou ou não no gol.
b) Saídas da bola pela linha de fundo, quando na mesma jogada ou contexto for marcado gol ou pênalti.
c) Definição do local das faltas nos limites da grande área, para definir se houve ou não pênalti.
d) Gols e pênaltis marcados, possibilitados e evitados em razão de erro em lances de faltas claras/indiscutíveis, não vistas ou marcadas equivocadamente.
e) Impedimentos por interferência no jogo, caso na jogada haja gol ou pênalti.
f) Jogo brusco grave ou agressão física (conduta violenta) indiscutíveis não vistos ou mal decididos pela arbitragem.

Segundo a FPF, o Campeonato Pernambucano também terá árbitro de vídeo, num investimento de R$ 1 milhão em estrutura. Lembrando que o teste está autorizado pela Fifa até 2017 – a aprovação, ou não, sai em 2019. A consulta do replay (um apelo antigo) foi aprovada pela International Football Association Board, que organiza as regras do futebol, em 5 de março de 2016. Por sinal, o RGC de 2016, publicado em dezembro passado, considerava a possibilidade. Contudo, o tema descrito em cinco linhas, no artigo 71, condicionava o uso à aprovação da Fifa, ainda que experimental. Não foi adiante. Agora, vai…

O regulamento oficial do Pernambucano de 2017, com ingresso mínimo a R$ 40

Finanças do Campeonato Pernambucano de 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP (com imagem da FPF)

A FPF divulgou o regulamento oficial do do Campeonato Pernambucano de 2017, um documento com apenas 14 páginas (íntegra abaixo), apresentando a fórmula, os detalhes financeiros da competição (como a taxa de 8% para FPF em todos as partidas) e as vagas destinadas aos torneios nacionais do ano seguinte. Entre os 28 artigos, chama a atenção o 19º, com a imposição de um valor mínimo para o ingresso: R$ 40 (!), com direito a meia de R$ 20.

O Estadual de 2016 teve uma renda bruta de R$ 4,73 mihões, com 318 mil torcedores. Ou seja, um tíquete médio de R$ 14,88, muito abaixo da nova exigência, bem fora da realidade. E olhe que o torneio teve um público médio de 3.498, o menor em 14 anos. Para completar, além da imposição sobre o preço, que não havia até a última edição, a federação ainda estipulou o mesmo valor aplicado na Série A. Os clubes locais vão tentar driblar a regra, sim ou claro?

Artigo do regulamento de 2017 sobre o preço dos ingressos

Artigo sobre o preço dos ingressos no Estadual de 2017

Artigo do regulamento de 2016 sobre o preço dos ingressos

Artigo sobre o preço dos ingressos no Estadual de 2016

Em relação ao formato, serão nove participantes na primeira fase, de 4 a 25 de janeiro. Os times estão divididos em três grupos de três, com as equipes de uma chuva jogando apenas com os integrantes das outras chaves. Após seis rodadas, os primeiros colocados avançam ao hexagonal do título, o campeonato “de fato”, já com Náutico, Santa e Sport, presentes nas duas primeiras divisões do Brasileiro e/ou no Nordestão – a exigência para a pré-classificação.

A etapa principal – paralela ao hexagonal que definirá os dois rebaixados – será disputada entre 29 de janeiro e 30 de abril, com os quatro primeiros avançando ao mata-mata. Na semi e na final, o critério será pontos ganhos e saldo de gols. Persistindo o empate, pênaltis. Apenas estádios com pelo menos 10 mil lugares poderão receber os jogos do mata-mata, o que limita as partidas a Recife, Vitória, Caruaru e Salgueiro. Outra falha do regulamento, na visão do blog.

1ª fase
Grupo A – Salgueiro, Belo Jardim e Atlético
Grupo B – América, Serra Talhada e o campeão da A2*
Grupo C – Central, Vitória e o vice-campeão da A2*
* A segunda divisão estadual acaba em dezembro

Hexagonal do título
Náutico, Santa Cruz, Sport e os 3 primeiros colocados da 1ª fase 

Confira a tabela da competição: primeira fase.

Com R$ 346,5 milhões em 3 anos, Caixa ativa ações promocionais e sinaliza 2017

Ativação de patrocínio da Caixa Econômica Federal com o Sport. Crédito: divulgação

No triênio 2014-2016, a Caixa Econômica Federal injetou R$ 346,5 milhões nos times brasileiros. De longe, a maior patrocinadora do futebol no país. Aos poucos, a instituição bancária vai sinalizando a manutenção do aporte para a temporada 2017, após um período de incertezas acerca do investimento. Clubes como Fluminense, Botafogo e Santos, que firmaram acordos pontuais no fim deste ano, já negociam a renovação – de R$ 12 mi para os cariocas e R$ 18 mi para o time paulista. Paralelamente a isso, faltando apenas um mês para o fim dos contratos (o do Leão da Ilha, por exemplo, vai até 19/01), a empresa pública ativou ações promocionais com seus principais clubes. Através das redes sociais oficiais de cada patrocinado, uma postagem convidando o torcedor a criar modelos de camisas. Nos quatro exemplos citados aqui, ideias à parte de Adidas (Sport e Flamengo), Nike (Corinthians) e Dry World (Atlético Mineiro).

Confira a postagem original do rubro-negro pernambucano clicando aqui.

“A camisa do Leão é o símbolo máximo da paixão pelo clube. Cada detalhe tem um significado especial. Conta pra gente: se você pudesse criar a #CamisaDosSonhos, como ela seria?” 

Após o boom em 2014, a Caixa anunciou o arrocho em 2016, que seria, em tese, o pior momento neste segmento. Tanto que iniciou com apenas dez clubes, a menor quantidade, mas aos poucos foi cedendo aos pedidos (haja política) e assinando contratos mais curtos. A lista passou do dobro, chegando a 21 times, incluindo o Náutico, num acordo de quatro meses. O Nordeste conta com cinco clubes, com outros três fortes postulantes (e negociações antigas): Santa, Ceará e Fortaleza. A resposta oficial, de Brasília, sai em meados de janeiro.

Ranking de patrocínio da Caixa em 2016 (entre parênteses, a média mensal)
1º) Corinthians – R$ 30 milhões (R$ 2,50 milhões)
2º) Flamengo R$ 25 milhões (R$ 2,08 milhões)

3º) Cruzeiro – R$ 12,5 milhões (R$ 1,04 milhão)
3º) Atlético-MG – R$ 12,5 milhões (R$ 1,04 milhão)
5º) Vasco* – R$ 9 milhões (R$ 750 mil)

6º) Sport – R$ 6 milhões (R$ 500 mil)
6º) Vitória – R$ 6 milhões (R$ 500 mil)
6º) Atlético-PR – R$ 6 milhões (R$ 500 mil)
6º) Coritiba – R$ 6 milhões (R$ 500 mil)
10º) Chapecoense – R$ 4 milhões (R$ 333 mil)
10º) Figueirense – R$ 4 milhões (R$ 330 mil)
12º) Santos – R$ 2 milhões, por 3 meses (R$ 666 mil)
12º) Bahia* – R$ 2 milhões, por 6 meses (R$ 333 mil)

12º) Atlético-GO* – R$ 2 milhões (R$ 166 mil)
15º) Goiás* – R$ 1,5 milhão, por 5 meses (R$ 300 mil)
16º) Fluminense – R$ 1,4 milhão, por 2 meses (R$ 700 mil)
17º) Náutico* – R$ 1,2 milhão, por 4 meses (R$ 300 mil)

18º) Botafogo – R$ 1 milhão, por 2 meses (R$ 500 mil)
18º) CRB* – R$ 1 milhão (R$ 83 mil)
20º) Paysandu* – R$ 600 mil, por 4 meses (R$ 150 mil)
21º) Avaí* – R$ 400 mil, por 4 meses (R$ 100 mil)
* Disputaram a segunda divisão, influenciando no valor do patrocínio

Investimento da Caixa nos clubes brasileiros
2014 – R$ 111,9 milhões (15 clubes)
2015 – R$ 100,5 milhões (12 clubes)
2016 – R$ 134,1 milhões (21 clubes)

Ativação de patrocínio da Caixa Econômica Federal com Flamengo, Corinthians e Atlético-MG. Crédito: divulgação

Grafite encerra história no Santa Cruz com 47 gols espalhados em 16 anos

Grafite balançando as redes no Santa Cruz. Foto: Rafael Martins/DP

Acabou a segunda passagem de Grafite no Santa, antecipando o distrato em um ano. O rebaixamento e o atraso de salário (quatro meses) pesaram na decisão do experiente centroavante, que manteve a sua média de gols mesmo num intervalo de 13 anos vestindo a camisa coral. Tanto no período 2001/2002 quanto em 2015/2016, o Grafa estabeleceu um índice de 0,43 gol por partida, tendo justamente em sua última temporada, aos 37 anos, o maior número de jogos: 56! De fato, o desgaste físico acabou atrapalhando, como relatou o próprio jogador.

Melhores momentos
Vice-campeão da Série B, 2015
Campeão nordestino, 2016 (craque da competição)
Campeão pernambucano, 2016 (craque da competição)

Piores momentos
Rebaixamentos na Série A, em 2001 e 2016

Quando chegou ao Arruda, aos 22 anos, foi alvo de críticas pelos gols perdidos. Buscando seu espaço, mostrou qualidade técnica e acabou vendido ao Grêmio por R$ 1 milhão, na 8ª maior transação do futebol local até então. Retornando na reta final de sua carreira, já com a participação em uma Copa do Mundo e com o status de craque da Bundesliga, Grafite acertou o maior contrato já visto no tricolor, de R$ 166 mil mensais. Investimento pesado e com resultado imediato, tendo na sequência o acesso à elite, o inédito título do Nordestão e o bi estadual. No Brasileiro, viveu uma má fase, chegando a 15 jogos de jejum, mas ainda chegou em dezembro como vice-artilheiro. O Grafa já está marcado no Santa.

Estatística de Grafite no Santa Cruz. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Clássico das Multidões de 1978 filmado em Super-8, por Geneton Moraes Neto

Imagens do vídeo "Esses onze aí: um filme panfletário, a favor do futebol", de 1978

Arruda, 1978. Casa cheia, com bandeiras tricolores e rubro-negras em cores vivas. Craques em campo. E imagens de um jogo histórico. Que raridade! Ainda que o acervo fotográfico dos clássicos pernambucanos seja rico, em relação aos vídeos a história é quase restrita ao período a partir de 1980, quando foi iniciada a documentação regular da Globo Nordeste. Antes disso, apenas alguns jogos, em preto e branco – o gol do hexa alvirrubro, por exemplo, só foi encontrado 46 anos depois, em um acervo no Rio. Por isso, é uma relíquia o curta “Esses onze aí: um filme panfletário, a favor do futebol”, produzido por Geneton Moraes Neto e Paulo Cunha em 1978, com imagens do Clássico das Multidões. No período da ditadura militar, o filme (assista abaixo) usa o futebol como contraponto ao regime, contrariando ainda aqueles que apontavam o esporte mais popular do país como fator de alienação, como frisa um trecho:

“O futebol não é a cartolagem corrupta, nem a política rasteira da CBD (precursora da CBF) nem o sonho dos treze pontos (a loteca), transformado em assalto semanal aos bolsos já vazios. O futebol é o coração pulsando de raiva, é o grito na garganta. O nosso futebol é a verdadeira estética da fome.”

O curta de dez minutos traz entrevistas com Zagallo, Palhinha e e duas estrelas do Santa Cruz, Nunes e Givanildo. Apesar de não informar o jogo em questão, os dois gols apresentados – gravados atrás da barra da Rua das Moças, com uma câmera Super-8 – seriam da goleada coral por 3 x 0, em 2 de julho de 1978, pelo Campeonato Brasileiro. Clássico acompanhado por 39.678 torcedores, apinhados no Mundão, ainda sem o anel superior. Os dois rivais viviam grande fase. O Santa acabaria a competição em 5º lugar e o Sport em 8º. Foi a única vez em que dois pernambucanos ficaram entre os dez primeiros.

Sobre o idealizador do filme, o jornalista (e rubro-negro) Geneton Moraes Neto foi um dos mais renomados do país. Faleceu em 2016, aos 60 anos, dos quais 40 no jornalismo, passando pelo Diario de Pernambuco, Estado de S. Paulo e Rede Globo, onde foi editor-chefe do Fantástico, sem jamais abandonar a paixão pelo futebol. Abaixo, a descrição do próprio Geneton sobre o documentário.

“A quem interessar possa: houve, entre a segunda metade dos anos setenta e o início dos anos oitenta, uma espécie de movimento de cinema Super-8 no Recife. Era – quase – a única maneira de fazer filmes, em meio à falta de condições e ao sufoco geral. O locutor-que-vos-fala participou do movimento. (…) Os monitores dos computadores se transformaram em telas – inclusive para nossos velhos e precários ‘filmecos’, como diria Amin Stepple. Ainda bem! De outra maneira, os filmes poderiam sumir na poeira da estrada. Em cartaz: ‘Esses Onze Aí’ – feito em parceria com Paulo Cunha, hoje um ativíssimo professor de cinema. Tema do filme: o futebol. Vai começar a partida.”

As camisas especiais de Sport e Santa Cruz em homenagem à Chapecoense

Camisa especial do Sport em homenagem à Chape. Imagens: Sport/divulgação

Os dois representantes pernambucanos na Série A, Sport e Santa Cruz, vão homenagear a Chapecoense na última rodada de 2016. Ambos vão jogar com o escudo do alviverde catarinense estampado bem no centro do uniforme, em respeito às 71 vítimas da tragédia na Colômbia.

Nos dois casos, a Adidas e a Penalty autorizaram o uso da imagem da Chape, cujo uniforme é produzido pela Umbro. O modelo leonino (acima) foi apresentado no dia 6. Além do escudo, há o símbolo de luto. No decisivo jogo contra o Figueira, no Recife, o mascote Léo vai vestir a camisa da Chape. Mais. A renda da partida será doada às famílias das vítimas. Já a versão tricolor (abaixo), divulgada no dia 8, será, também, a estreia do 4º padrão oficial. Dia mais que propício para o verde, uma cor tão distinta do preto, branco e encarnado. Na camisa, referências ao hino do campeão da Copa Sul-Americana: Nas alegrias e nas horas mais difíceis, meu Furacão, tu és sempre um vencedor”.

11 de dezembro, 16h
Sport x Figueirense (Ilha do Retiro)
São Paulo x Santa Cruz (Pacaembu)

Diversos clubes mundo afora também estamparam o escudo da Chape em seus padrões (Milan, Boca Juniors, River Plate, Sporting etc), num ato de solidariedade institucional como nunca se viu no futebol…

Camisa especial do Santa Cruz em homenagem à Chape. Imagens: Santa Cruz/divulgação