A evolução das cotas de TV do Nordestão

Copa do Nordeste. Foto: Esporte Interativo/divulgação

Criada em 1994, num curto torneio realizado em Maceió, a Copa do Nordeste foi inserida de vez no calendário da CBF três anos depois. Com a evolução do regional, surgiu o óbvio interesse da televisão, que comprou os direitos de transmissão de toda a competição pela primeira vez em 2000. Na ocasião, a Rede Globo pagou R$ 2 milhões, num rateio entre 16 clubes. A virada na história do Nordestão aconteceu em 2001, com a Associação de Clubes de Futebol do Nordeste (ACFN), atualmente conhecida como Liga do Nordeste.

A organização negociou diretamente os contratos e conseguiu, com a devida chancela, uma tabela maior, passando de 62 para 123 jogos. Com a consultoria de marketing da TopSports, o acordo de tevê passou a englobar os canais por assinatura, via DirecTV, subindo para R$ 8 milhões, com mais R$ 3 milhões de patrocinadores. O “produto” tornara-se alvo de concorrência. Tanto que foram quatro patrocínios fechados em 2002, com um faturamento de R$ 15 milhões. Como se sabe, a CBF, contrariando os clubes, retirou o regional do calendário em 2003, na implantação dos pontos corridos na Série A.

Iniciou-se, então, uma longa briga na justiça, com a liga exigindo R$ 25 milhões de indenização. No período, ocorreram duas edições esvaziadas, lideradas (e vencidas) pelo Vitória, com cotas bem modestas. A “volta” em 2013, após o acordo entre a liga e a confederação, com a garantia de dez torneios, com os direitos do Esporte Interativo, marcou um novo crescimento econômico. Em 2015, a maior cota e o recorde de movimentação financeira, chegando a R$ 29 milhões. Em 2016 foi firmada uma parceria com a Caixa, que dividirá um aporte de R$ 16,5 milhões entre Nordestão, Copa Verde e Brasileiro Feminino. O presidente da liga, Alexi Portela, projeta a maturidade em 2018, com um faturamento de R$ 50 milhões e média próxima a 20 mil espectadores…

Cotas de TV (de todo o torneio)
2000 – R$ 2 milhões
2001 – R$ 8 milhões*
2002 – R$ 8,75 milhões
2003 – R$ 1,5 milhão**
2010 – R$ 3,75 milhões***
2013 – R$ 5,6 milhões
2014 – R$ 10 milhões
2015 – R$ 11,14 milhões
2016 – R$ 14,82 milhões
* Primeira edição da liga, com os sete maiores clubes
** Bahia, Sport, Santa Cruz, Náutico e Fortaleza não quiseram participar

*** Sport não quis participar

Cotas de TV por clube*
2000 – R$ 125 mil (16 clubes)
2001 – R$ 500 mil (16 clubes)
2002 – R$ 546 mil (16 clubes)
2003 – R$ 125 mil (12 clubes)
2010 – R$ 250 mil (15 clubes)
2013 – R$ 350 mil (16 clubes)
2014 – R$ 625 mil (16 clubes)
2015 – R$ 557 mil (20 clubes)
2016 – R$ 741 mil (20 clubes)
* Valor médio, somando todos os valores pagos a cada fase

Faturamento do torneio*
2001 – R$ 11 milhões
2002 – R$ 15 milhões
2013 – R$ 20 milhões
2014 – R$ 23 milhões
2015 – R$ 29 milhões
* Cotas de TV, patrocinadores e despesas pagas pela CBF (arbitragem, viagens e hospedagens)

Confira as premiações da Lampions League de 2016 clicando aqui.

Além das cotas, o campeão ainda teve direito a vagas na Copa Conmebol (1997-1999), Copa dos Campeões (2000-2002) e Sul-Americana (2014-2016).

Os primeiros nordestinos patrocinados pela Caixa em 2016, Sport, Vitória e CRB

Sport, Vitória e CRB, patrocinados pela Caixa desde 2014

A Caixa Econômica Federal confirmou, através do Diário Oficial da União, os dez primeiros clubes patrocinados em 2016. Entre os times de contrato assinado, tendo como novidade Cruzeiro e Galo, segundo a curta nota na página 78 da edição desta terça, seguem presentes três nordestinos. Sport e Vitória, com R$ 6 milhões cada, e o CRB, o único da Série B até o momento, com R$ 1 milhão. O trio, representando parte do mercado de Recife, Salvador e Maceió, expõe a marca como “master” no uniforme desde 2014 – a empresa pública havia despontado como a maior investidora do futebol brasileiro dois anos antes.

Apesar da renovação, a estagnação. O patamar financeiro dos dois rubro-negros, o mesmo da dupla Atletiba, por exemplo, está congelado desde o início da parceria. Em relação aos dez contratos divulgados, a nota publicado no DOU justifica o fato de não haver necessidade para fazer uma licitação no processo devido ao artigo 25 da Lei 8.666. Neste formato de patrocínio, além do óbvio acordo com o banco, o clube precisa ter em mãos as certidões negativas de débito, uma exigência no processo com a Caixa – os documentos de órgãos públicos declaram que não existem pendências.

Nordestinos em negociação: Bahia, Santa Cruz, Náutico, Ceará e Fortaleza.

Clubes patrocinados pela Caixa em 2016*
Flamengo R$ 25 milhões
Cruzeiro – R$ 12,5 milhões
Atlético-MG – R$ 12,5 milhões
Sport – R$ 6 milhões
Vitória – R$ 6 milhões
Atlético-PR – R$ 6 milhões
Coritiba – R$ 6 milhões
Chapecoense – R$ 4 milhões
Figueirense – R$ 4 milhões
CRB – R$ 1 milhão

Nordestinos na Caixa (valores por temporada)
2016*
Série A – Sport e Vitória (ambos R$ 6 milhões)
Série B – CRB (R$ 1 mi)
* Até o momento.

2015
Série A – Sport (R$ 6 mi)
Série B – Vitória (R$ 6 mi), ABC (R$ 2 mi) e CRB (R$ 1 mi)

2014
Série A – Sport e Vitória (ambos R$ 6 mil)
Série B – ABC e América-RN (ambos R$ 2 mi)
Série C – CRB e ASA (ambos R$ 500 mil)

Confira a projeção de patrocínio da Caixa para outros clubes na temporada aqui.

Os clássicos mais antigos do país, com Náutico, Sport e Santa Cruz desde 1917

Os primeiros registros fotográficos do Náutico (1910), Sport (1905) e Santa Cruz (1917)

Os três clássicos pernambucanos estão entre os quinze mais antigos do país, iniciados ainda nos primórdios da era amadora. Considerando a lista com os confrontos estaduais mais tradicionais, Náutico x Sport só não figurou em segundo lugar por causa de uma semana, perdendo o posto para o Grenal. Fundado como alvinegro, o Santa Cruz mudou para o padrão “cobra-coral” dois meses antes do primeiro embate contra o Sport, no antigo campo do British Club, que já havia sido o palco do pioneiro Clássico dos Clássicos. Já o primeiro capítulo do Clássico das Emoções, válido por um torneio beneficente em 1917, aconteceu nos Aflitos, na época ainda pertencente à Liga Sportiva Pernambucana – somente no ano seguinte passaria para o clube alvirrubro.

Relembre os primeiros times de Náutico, Sport e Santa Cruz clicando aqui.

O primeiro jogo
1º) Fluminense 6 x 0 Botafogo (Clássico Vovô), 22/10/1905
2º) Grêmio 10 x 0 Internacional (Gre-Nal), 18/07/1909
3º) Náutico 3 x 1 Sport (Clássico dos Clássicos), 25/07/1909
4º) Ponte Preta x Guarani* (Dérbi Campineiro), 24/03/1912
5º) Fluminense 3 x 2 Flamengo (Fla-Flu), 07/07/1912
6º) Botafogo 1 x 0 Flamengo (Clássico da Rivalidade), 13/03/1913
7º) Santos 6 x 3 Corinthians (Clássico Alvinegro), 22/06/1913
8º) Atlético-MG 1 x 1 América-MG (Galo x Coelho), 15/11/1913
9º) Remo 2 x 1 Paysandu (Re-Pa), 10/06/1914
10º) ABC 4 x 0 América-RN (Clássico Rei), 26/09/1915

11º) Santos 7 x 0 Palmeiras (Clássico da Saudade), 03/10/1915
12º) Sport 2 x 0 Santa Cruz (Clássico das Multidões), 06/05/1916
13º) CSA 1 x 0 CRB (Clássico das Multidões), 07/09/1916

14º) Palmeiras 3 x 0 Corinthians (Derby Paulista), 06/05/1917
15º) Santa Cruz 3 x 0 Náutico (Clássico das Emoções), 29/06/1917
16º) Ceará 2 x 0 Fortaleza (Clássico Rei), 17/12/1918
17º) Cruzeiro 3 x 0 Atlético-MG (Raposa x Galo), 17/04/1921
18º) América-MG 2 x 0 Cruzeiro (Coelho x Raposa), 10/07/1921

19º) Vasco 3 x 2 Fluminense (Clássico dos Gigantes), 11/03/1923
20º) Vasco 3 x 1 Botafogo (Clássico da Amizade), 22/04/1923
21º) Vasco 3 x 1 Flamengo (Clássico dos Milhões), 29/04/1923
22º) Figueirense 4 x 3 Avaí (Clássico da Capital), 13/04/1924
23º) Coritiba 6 x 3 Atlético-PR (Atletiba), 08/06/1924
24º) São Paulo 2 x 2 Palmeiras (Choque-Rei), 30/03/1930
25º) Santos 2 x 2 São Paulo (San-São), 11/05/1930
26º) Corinthians 2 x 1 São Paulo (Majestoso), 25/05/1930
27º) Bahia 3 x 0 Vitória (Ba-Vi), 18/09/1932
* Resultado desconhecido.

O recorde de público
A partir da lista dos clássicos mais antigos, confira os maiores públicos de cada um, com o blog atualizando os dados do site RSSSF, focado em história do futebol. Todos os seis clássicos cariocas ocorreram no Maracanã, enquanto o seis confrontos paulistas foram realizados no Morumbi. No Recife, o mesmo cenário, com o Arruda. Dos três recordes, o mais recente é justamente o Clássico da Multidões, no histórico embate entre Leonardo e Mancuso.

1º) Flamengo 0 x 0 Fluminense, 194.603 (15/12/1963)
2º) Vasco 1 x 1 Flamengo, 174.770 (04/04/1976)
3º) Botafogo 3 x 0 Flamengo, 158.994 (15/12/1962)
4º) Vasco 2 x 0 Botafogo, 149.005 (28/04/1968)
5º) Fluminense 1 x 0 Botafogo, 142.339 (27/06/1971)
6º) Cruzeiro 1 x 0 Atlético-MG, 129.296 (04/05/1969)
7º) Fluminense 0 x 0 Vasco, 128.781 (27/05/1984)
8º) Palmeiras 2 x 0 Santos, 127.723 (15/08/1978)
9º) São Paulo 1 x 0 Santos, 122.535 (16/11/1980)
10º) Palmeiras 1 x 0 Corinthians, 120.902 (22/12/1974)
11º) Corinthians 1 x 1 Santos, 120.782 (20/03/1977)
12º) São Paulo 3 x 2 Corinthians, 119.858 (05/12/1982)
13º) São Paulo 0 x 0 Palmeiras, 119.113 (17/06/1979)
14º) Bahia 1 x 1 Vitória, 97.240 (07/08/1994)
15º) Inter 1 x 1 Grêmio, 85.072 (30/05/1971)
16º) Atlético-MG 2 x 0 América-MG, 82.960 (16/03/1969)

17º) Náutico 0 x 2 Sport, 80.203 (15/03/1998)
18º) Santa Cruz 1 x 1 Sport, 78.391 (21/02/1999)
19º) Santa Cruz 1 x 1 Náutico, 76.636 (18/12/1983)
20º) Remo 1 x 0 Paysandu, 65.000 (11/07/1999)
21º) Cruzeiro 2 x 0 América, 62.589 (20/12/1992)

22º) Ceará 0 x 0 Fortaleza, 60.363 (06/10/1991)
23º) Coritiba 0 x 0 Atlético-PR, 55.164 (17/12/1978)
24º) América-RN 2 x 1 ABC, 50.486 (04/07/1976)

25º) Guarani 2 x 0 Ponte Preta, 38.948 (03/06/1979)
26º) CSA 1 x 1 CRB, 26.435 (02/09/1981)

27º) Figueirense 2 x 1 Avaí, 23.375 (25/07/1999) 

As melhores campanhas do Nordeste na Copa São Paulo de Juniores desde 1972

Copa São Paulo de Futebol Júnior. Crédito: federação paulista (FPF)/site oficial

A Copa São Paulo de Futebol Júnior, o mais tradicional torneio de base do país, foi disputada pela primeira vez em 1969. As duas primeiras edições contaram com apenas quatro participantes, todos paulistas, tendo o mesmo campeão, o Corinthians. A abertura da competição começou em 1971, mas apenas para cariocas, mineiros, gaúchos e paranaenses. O primeiro nordestino convidado foi o Bahia, em 1972, caindo logo na primeira fase – o clube, aliás, é o recordista de participações da região, com 32. A história de Pernambuco na Copinha só começou em 1974, com o Sport, também eliminado de forma precoce.

Na região, a primeira campanha de destaque foi do Tricolor da Boa Terra, chegando às quartas de final de 1981. Parou no São Paulo, pelo placar mínimo. Até 1989, com apenas 16 times, só foram 13 participações. O Náutico, por exemplo, só estrearia no ano seguinte, na ampliação para 36 clubes, tornando a presença mais comum – o número de inscritos chegaria a 112! Durante uma crise organizacional, com denúncias de aliciamento de atletas, com direito ao apelido “Copa de Empresários”, o Trio de Ferro deixou de enviar a garotada entre 2007 e 2011. No período, o principal representante pernambucano foi o Porto de Caruaru, que alcançou as oitavas de final em 2007.

A classificação de Sport e Bahia às quartas de 2016 repetiu o feito de 2006, com dois nordestinos entre os oito melhores, Bahia e Moto Club. Nas 14 participações nesta fase até 2015, a região só conseguiu avançar em três oportunidades, sendo a melhor campanha pertencente ao Baêa, vice em 2011.

Nordeste entre os 8 melhores:
1981 – Bahia (quartas)
1992 – Santa Cruz (quartas)
1993 – Vitória (semifinal)
1994 – Vitória (quartas)
1997 – Sport (quartas)
2003 – Vitória (quartas)
2006 – Moto Club (quartas)
2006 – Bahia (quartas)
2007 – Bahia (quartas)
2008 – Fortaleza (quartas)
2011 – Bahia (vice)
2012 – Vitória (quartas)
2013 – Bahia (semifinal)
2015 – Vitória (quartas)

Quartas de final em 2016:
Sport x Cruzeiro (19/01, 15h)
Bahia x América-MG (20/01, 16h)

Participações (1969-2016):
32 – Bahia (primeira em 1972)
26 – Vitória (1983)
21 – Santa Cruz (1981)
14 – Sport (1974)
13 – Fortaleza (1998)
11 – Porto (2005)
10 – Náutico (1990)
9 – Ceará (1985)

De R$ 844 a R$ 3.888, as taxas de árbitros no Pernambucano 2016. O mandante paga

Taxa de arbitragem do Campeonato Pernambucano de 2016, segundo a FPF

Além da taxa de 8% sobre a renda bruta dos jogos, a FPF ainda cobra outros encargos aos clubes no Campeonato Pernambucano. Em 2016, os mandantes precisam pagar, a cada apresentação, por inúmeros serviços para a realização da peleja, incluindo árbitro, dois assistentes, delegado especial de arbitragem, assessor de arbitragem, delegado do jogo, supervisor de protocolo, assessor de protocolo e fiscal da FPF. As nove funções precisam ser preenchidas.

Cada partida é quantificada de uma forma. Logo, os valores da final são bem maiores do que uma partida no hexagonal entre dois intermediários. Somando essas taxas de funções, o gasto vai de R$ 3.109 a R$ 7.138. Fora a despesa com diárias para os árbitros. Quanto mais longe o estádio, partindo da capital, mais caro. A partir de Salgueiro, a 500 quilômetros, uma cota de R$ 240.

A responsabilidade de pagamento do mandante não é regra. Num viés local, basta dizer que na Copa do Nordeste as taxas de arbitragem são pagas pela CBF. No estado, os valores foram estipulados pela diretoria de competições da federação e pela comissão de arbitragem. No documento de 4 de janeiro, as assinaturas dos respectivos diretores, Murilo Falcão e Salmo Valentim.

Abaixo, os valores cobrados dependendo do nível do árbitro escalado. Confira todas as taxas de arbitragem do campeonato estadual clicando aqui.

Árbitro Fifa
R$ 3.888 – Mata-mata
R$ 3.110 – Clássico
R$ 1.430 – Grandes*
R$ 1.010 – Demais jogos

Árbitro CBF
R$ 3.564 – Mata-mata
R$ 2.852 – Clássico
R$ 1.310 – Grandes*
R$ 928 – Demais jogos

Árbitro FPF
R$ 3.240 – Mata-mata
R$ 2.592 – Clássico
R$ 1.200 – Grandes*
R$ 844 – Demais jogos
*Além do mando de campo do Trio de Ferro, a categoria inclui o Salgueiro

A capacidade máxima dos 12 estádios do Campeonato Pernambucano de 2016

Estádios do Pernambucano 2016. 1) Arruda, Arena Pernambuco, Ilha do Retiro e Lacerdão; 2) Ademir Cunha, Cornélio de Barros, Carneirão e Antônio Inácio; 3) Mendonção, Pereirão, Paulo Petribú e Joaquim de Britto

Os doze estádios inscritos no Campeonato Pernambucano de 2016 foram liberados após a atualização dos quatro laudos técnicos exigidos pela FPF, de engenharia, segurança, bombeiros e vigilância sanitária. Os documentos publicados no site da federação apontam as capacidades de público de cada um, com números distintos em relação às medidas oficiais das estruturas.

No Recife, por exemplo, a pedido do Ministério Público em novembro, Arruda e Ilha do Retiro perderam 9.462 e 5.548 lugares, respectivamente. Ou seja, no máximo 50 mil torcedores no Mundão, que já recebeu 96 mil, e 27 mil na casa leonina, cujo recorde é superior ao dobro da atual capacidade. A própria Arena Pernambuco está “menor”. No laudo de 69 páginas, disparado o mais detalhado, o conhecido dado de 46.214 assentos sofreu uma redução de 369. Assim, estão à disposição 37.852 lugares para o público geral na arena, descontando camarotes, cadeiras vips e área de imprensa, o que corresponde a 83% do total. Entre as avaliações para o Estadual surpreende o número autorizado para o Antônio Inácio, cuja lotação histórica é de seis mil espectadores. 

Ainda em Caruaru, o Lacerdão ganhou 518 lugares em relação ao último cadastro nacional de estádios, da CBF. Já o palco de Pesqueira só tem 2.761 assentos nos dois lances de concreto, mas recebeu arquibancadas móveis, com 700 lugares, o suficiente para alcançar a capacidade mínima estipulada pela FPF, de três mil lugares na primeira fase e nos hexagonais. Somente na semifinal e na decisão a exigência aumenta, chegando a dez mil. Dos doze, apenas o Ademir Cunha foi vetado na primeira rodada pela falta de documentos. 

A capacidade máxima no Estadual 2016:
50.582 – Arruda (Recife)
45.845 – Arena Pernambuco (São Lourenço)
27.435 – Ilha do Retiro (Recife)
19.996 – Lacerdão (Caruaru)
12.500 – Ademir Cunha (Paulista)
12.070 – Cornélio de Barros (Salgueiro)

10.000 – Carneirão (Vitória)
7.307 – Antônio Inácio (Caruaru)
7.050 – Mendonção (Belo Jardim)
5.000 – Nildo Pereira (Serra Talhada)
3.600 – Paulo Petribú (Carpina)
3.461 – Joaquim de Britto (Pesqueira) 

Confira os detalhes sobre a capacidade mínima nos torneios do país aqui.

Ranking da Série A nos pontos corridos com oito clubes nordestinos, 2003-2015

Ranking dos pontos corridos da Série A 2003-2015. Crédito: futdados.com (Júlio César Cardoso)

O sistema de pontos corridos foi implantado no Campeonato Brasileiro em 2003, repetindo o modelo europeu com turno e returno. Nos dois primeiros anos a competição teve 24 clubes, reduzindo para 22 em 2005 e, finalmente, para 20 em 2006, número que se mantém até hoje. Ao todo, 41 clubes já participaram da elite do futebol nacional neste formato, com oito representantes nordestinos.

O site Futdados, atualizado por Júlio César Cardoso, levantou o ranking geral de pontos, medindo o rendimento dos clubes no período. Essa “era” coincide com os piores resultados dos times da região, que ficaram apenas três vezes entre os dez primeiros lugares, com 14 rebaixamentos em 30 participações. Entre outros motivos para o distanciamento técnico, como organização e estrutura, vemos um reflexo da disparida incessante entre as receitas. Tanto para contratar quanto para segurar os principais nomes.

Ranking de pontos dos nordestinos na Série A (2003-2015):
1º) Vitória – 343 pontos (17º)
2º) Sport – 286 pontos (19º)
3º) Bahia – 224 pontos (22º)
4º) Náutico – 200 pontos (24º)
5º) Fortaleza – 142 pontos (29º)
6º) Ceará – 86 pontos (33º)
7º) Santa Cruz – 28 pontos (40º)
8º) América-RN – 17 pontos (41º)

Participações:
7 – Vitória
6 – Sport
5 – Náutico e Bahia
3 – Fortaleza
2 – Ceará
1 – Santa Cruz e América-RN

Campanhas entre os 10 primeiros:
2008 – Vitória (10º)
2013 – Vitória (5º)
2015 – Sport (6º)

Rebaixamentos:
3 – Vitória
2 – Fortaleza, Sport, Náutico e Bahia
1 – Santa Cruz, América-RN e Ceará

“Pernambuco é a maior força do Norte e Nordeste”. Diz Evandro Carvalho na CBF

FPF x FBF

Entre idas e vindas na ponte Recife-Rio de Janeiro, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, concedeu uma entrevista ao site oficial da CBF. Na gravação, na sede da confederação, ele definiu de forma categórica o nível do futebol local no cenário regional.

“Pernambuco hoje figura, sem dúvida, como a maior força do futebol do Norte e Nordeste. Temos hoje duas equipes na Série A. No ano passado tivemos a única equipe do Norte e Nordeste na Série A. E ainda temos quatro vagas na Copa do Brasil e três vagas na Copa do Nordeste e uma equipe na Série B.”

Claramente, o dirigente justificou a liderança pelo presente, até porque em 2013, por exemplo, eram dois baianos na elite e apenas um pernambucano. Nas entrelinhas, Evandro cutucou Ednaldo Rodrigues, presidente da FBF, com quem vive uma disputa política, inclusive em decisões da Liga do Nordeste. Sobre a quarta vaga na Copa do Brasil, o estado na verdade tem três, mas neste ano emplacou mais uma porque o Náutico se beneficiou do ranking nacional.

No Ranking da CBF, Pernambuco se mantém à frente no N/NE desde 2012.

Náutico + Santa Cruz + Sport x Bahia + Vitória.
Torcida, história, títulos, estrutura, receita, rivalidade… 

Essa discussão vai longe.

Você concorda com a declaração do mandatário da FPF?

Estadual começa sem vencedores, mas com cerveja liberada. Menos para os torcedores no Carneirão. Esqueceram…

Pernambucano 2016, 1ª fase (1ª rodada): Vitória x Serra Talhada. Foto: FPF/twitter

Em uma rodada marcada por empates, foi dada a largada no Campeonato Pernambucano de 2016, cuja primeira fase, toda em janeiro, classificará os líderes de cada chave ao hexagonal do título, com o Trio de Ferro.

Grupo A
Porto 0 x 0 Central
Belo Jardim 0 x 0 Atlético

Grupo B
Vitória 1 x 1 Serra Talhada
América 2 x 2 Pesqueira

Duas situações se destacam nesta abertura. A ausência do Todos com a Nota, suspenso pelo governo do estado, o que não acontecia desde 2007, e a volta da cerveja, o que não ocorria desde 2009. Como a FPF ainda não assinou o contrato com a “cervejaria oficial” da competição, foi dada autorização para que cada clube escolhesse a sua. No Ademir Cunha, nem ingresso nem cerveja, pois o América não obteve os laudos do estádio. Também não houve a venda de bebidas alcoólicas em Vitória de Santo Antão, mas por um motivo insólito. A direção do clube esqueceu que a lei havia entrado em vigor! Acontece.

No clássico caruaruense no Antônio Inácio, a maior movimentação do domingo. Foram 1.500 pagantes, esgotando a carga estipulada pelo Gavião do Agreste – que não esperava tanta gente. Nos bares da acanhada praça, a cerveja comercializada foi a Itaipava. Apesar das queixas naturais sobre o atendimento, a situação correu sem problemas. Em campo, Walasson perdeu um pênalti para o alvinegro com direito a um “caqueado” constrangedor. Em Belo Jardim, a diretoria do Calango optou pela mesma marca de cerveja.

Não houve registro de confusão entre torcedores dentro dos estádios.

Pernambucano 2016, 1ª fase (1ª rodada): Porto x Central. Foto: FPF/twitter

Um Campeonato Pernambucano sem subsídio estatal, a missão em 2016

Sport, Santa Cruz e Náutico. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O Campeonato Pernambucano de 2016 será a 27ª edição desde que a FPF começou a levantar os dados oficiais de público em 1990. De lá pra cá, mais de 17 milhões de torcedores assistiram aos 3,2 mil jogos disputados na primeira divisão local, segundo os dados publicados no borderô. Neste ano, a competição volta a acontecer sem o subsídio estatal nos ingressos após nove anos.

A lacuna em 2007 só ocorreu devido à transição dos governadores e dos respectivos programas, do Futebol Solidário (troca por alimentos não perecíveis) na gestão de Jarbas Vasconcelos para o Todos com a Nota (troca por notas fiscais) de Eduardo Campos, numa reedição da campanha criada pelo avô Miguel Arraes. Com o “vale lazer”, em 1998, foi estabelecida a maior média de público da história da competição, com 10.895 espectadores. Um marco, a ponto de manter durante esse tempo todo o apoio do estado.

Nas 17 edições subsidiadas o investimento nos clubes foi de aproximadamente R$ 64 milhões. A suspensão do TCN logo após o término do último campeonato, devido à crise econômica, de acordo com o próprio governo, atingiu 420 mil torcedores cadastrados somente na região metropolitana. Agora, para assistir in loco a algum dos 92 jogos agendados em 2016, só com ingresso pago. Historicamente, a média neste formato não chega sequer a quatro mil pessoas.

Confira as médias de público de Náutico, Santa e Sport de 2005 a 2015 aqui

Ingresso pago (1990-1997 e 2007)
Público: 4.331.057
Média: 3.695
Jogos: 1.172

Futebol Solidário (1999-2006)
Público: 4.752.561
Média: 5.487
Jogos: 866

Todos com a Nota (1998 e 2008-2015)
Público: 8.395.379
Média: 7.108
Jogos: 1.181

Total (1990-2015)
Público: 17.478.997
Média: 5.429
Jogos: 3.219

No gráfico abaixo, um comparativo entre as três “eras” do futebol local.