Salgueiro perde a invencibilidade em 2017 no 10º jogo oficial, logo na Copa do Brasil

Copa do Brasil 2017, 1ª fase: Sinop-MT x Salgueiro. Foto: Leandro De Marco/Sinop/facebook (@sinopfutebolclubeoficial)

De Salgueiro, no sertão pernambucano, até Sinop, no norte do Mato Grosso. Uma viagem trabalhosa, com conexões e muita paciência para chegar ao destino. O Carcará encarou tudo isso com a missão de manter a invencibilidade na temporada, o que já seria suficiente para obter a classificação à segunda fase da Copa do Brasil. Pressionado e jogando com um a menos desde os 8 do segundo tempo, após a expulsão de Ranieri, o time acabou sofrendo o solitário gol da noite aos 39 minutos. Depois, entre lesões e outro vermelho, terminou com apenas oito jogadores. Insuficiente para uma reação, Sinop 1 x 0.

O Salgueiro foi eliminado na 1ª fase pelo segundo ano seguido. Curiosamente, nos dois casos a classificação teria proporcionado um (rentável) confronto contra o Fluminense. Assim, o clube saiu da copa com apenas uma cota, de R$ 250 mil – a vaga teria rendido mais R$ 315 mil. Algumas das consequências do primeiro revés após 10 apresentações oficiais. E olhe que nos cinco jogos anteriores como visitante o time havia vencido todos. Falhou no mais importante até o momento, que fomentaria a receita para a participação na Série C.

A viagem de volta até o Cornélio será longa… ainda mais com o baque.

Salgueiro em 2017
Estadual (1ª fase) – 6 jogos, 5 vitórias e 1 empate

Estadual (hexagonal) – 3 jogos, 2 vitórias e 1 empate
Copa do Brasil – 1 jogo; 1 derrota

Total – 10 jogos; 7 vitórias, 2 empates e 1 derrota

As redes sociais dos 40 principais clubes do Brasil até fevereiro de 2017, via Ibope

As redes sociais dos principais clubes do Brasil em 16/02/2017. Crédito: José Colagrossi/Ibope-Repucom

O Ibope vem atualizando mês a mês as bases digitais dos clubes do país, somando os perfis oficiais nas redes sociais mais utilizadas no futebol. O levantamento traz os 20 clubes da Série A e mais 20 clubes com os maiores quadros nas Séries B e C. Ao todo, são onze nordestinos presentes, sendo o Sport o melhor colocado no âmbito nacional, em 13º lugar. Em relação à janeiro, o balanço de fevereiro traz o rubro-negro pela primeira vez na liderança regional do youtube. Ou seja, das quatro redes sociais quantificadas, só não lidera no facebook (hoje, com 48 mil pessoas a menos que o Bahia, vice nas demais).

No ranking absoluto, a Chapecoense segue crescendo. Foram mais 146 mil pessoas (a maioria formada por torcedores de outros clubes) curtindo seus perfis, chegando a 5,5 milhões ao todo. Está a 4 mil do Grêmio, o 6º colocado. Na briga pelo topo, ainda que o líder Corinthians esteja quase na casa de 18 milhões, o Flamengo reduziu a diferença de 1 milhão para 879 mil.

Voltando ao Nordeste, há outra briga ferrenha, entre Santa e Fortaleza, com o tricolor cearense à frente por apenas 5 mil pessoas. Há um mês o hiato era de 10 mil, o que comprova a evolução da plataforma digital dos corais, já na dianteira no insta e no youtube. Por fim, o Vitória, cuja torcida no facebook é só a 6ª da região. Não por acaso, aumentou a divulgação da página. Somando os perfis, o clube registrou o maior aumento no mês, 90 mil. A seguir, listas com os times da região divulgados por José Colagrossi, diretor do Ibope-Repucom.

Os nordestinos com mais usuários nas redes sociais e a evolução no mês*
1º) Sport (2.546.041) +43.105
2º) Bahia (2.348.637) +28.756
3º) Vitória (1.484.263) +90.877
4º) Ceará (996.446) +15.368
5º) Fortaleza (823.568) +13.348
6º) Santa Cruz (818.321) +17.998
7º) América-RN (375.812) +4.435
8º) ABC (358.878) +6.510
9º) Náutico (344.004) +10.688
10º) Sampaio Corrêa (228.434) +2.128
11º) CRB (219.083) +5.162

Top 5 do NE no facebook*
1º) Bahia (1.093.667)
2º) Sport (1.045.090)
3º) Ceará (643.537)
4º) Fortaleza (580.845)
5º) Santa Cruz (566.943)

Top 5 do NE no twitter*
1º) Sport (1.253.998)
2º) Bahia (1.101.527)
3º) Vitória (960.217)
4º) Ceará (210.558)
5º) Fortaleza (131.893)

Top 5 do NE no instagram*
1º) Sport (224.574)
2º) Bahia (132.869)
3º) Ceará (131.074)

4º) Vitória (120.382)
5º) Santa Cruz (103.456)

Top 5 do NE no youtube*
1º) Sport (22.379)
2º) Bahia (20.574)

3º) Santa Cruz (18.493)
4º) Ceará (11.277)
5º) Fortaleza (8.783)

* Uma pessoa pode ter contas em diferentes plataformas, com a lista contando cada uma delas. Inclusive, pode seguir perfis rivais, também contabilizados. 

Confira o levantamento anterior clicando aqui.

Transmissão do Pernambucano alcança 1,1 milhão de telespectadores na RMR

Reprodução da transmissão da Globo Nordeste no jogo de volta da final do Pernambucano 2016 (Sport 0 x 0 Santa Cruz)

Embora venha registrando uma queda no público presente (a média da fase principal caiu de 11 mil para 7 mil nas últimas três edições), o Campeonato Pernambucano mostra fôlego em termos de audiência televisiva, o que acaba justificando, inclusive, o atual formato da competição (com 6 clássicos no hexagonal). Segundo dados da própria Globo Nordeste, a edição de 2016 teve uma média de 700 mil telespectadores no Grande Recife, o principal mercado do estado. Foram 14 partidas de futebol exibidas em sinal aberto, incluindo a decisão, no Arruda e na Ilha – somando com o Premiere, foram 30 partidas na TV. As finais entre tricolores e rubro-negros tiveram 75% de todas as televisões ligadas sintonizadas nas partidas, um índice bem elevado, mas ainda abaixo do recorde considerando os dados divulgados pela emissora (80%).

Outro dado interessante no balanço do Kantar Ibope Media é o alcance total dos jogos, com 1,1 milhão de telespectadores assistindo ao menos um minuto. Logo, quase 1/3 da medição na região metropolitana – hoje, o Ibope estima 3.668.200 indivíduos. Sobre esse público, o atlas de cobertura da emissora traçou o perfil do telespectador, alimentando o debate sobre a falta de conexão (será?) entre o espectadores e a audiência. No Recife, o perfil das transmissões traz pessoas acima de 25 anos (72%) e das classes C, D e E (79%). Ou seja, um menor pode aquisitivo na compra de ingressos e na associação ao clube, restando a tevê.

Vale lembrar que o contrato de transmissão vigente (que contempla tvs aberta e fechada, pay-per-view, sinal internacional e internet) vai de 2015 a 2018, com R$ 3,84 milhões distribuídos para os clubes a cada temporada.

Abaixo, dados de audiência do Estadual já divulgados pela Globo e compilados pelo blog. Como o plano comercial da emissora para a temporada 2015 considerou o Pernambucano e o Nordestão como um só produto (até por contar com times locais de forma simultânea), o dado acabou distorcido (para cima).

Audiência média do Pernambucano na TV aberta
2010 – 541 mil telespectadores
2011 – 526 mil telespectadores
2012 – 524 mil telespectadores
2013 – 555 mil telespectadores
2014 – 696 mil telespectadores
2015 – 974 mil telespectadores*
2016 – 700 mil telespectadores

* Não foram divulgados dados exclusivos do Estadual, mas o balanço entre o Pernambucano e o Nordestão

Finais com mais participação do público na TV**
80,0% – Sport 2 x 3 Santa Cruz (2012)
79,0% – Sport 1 x 0 Náutico (2010)
77,3% – Santa Cruz 0 x 1 Sport (2011)
75,0% – Sport 0 x 0 Santa Cruz (2016)
71,5% – Náutico 0 x 1 Sport (2014)

** Percentual de televisões sintonizadas no jogo a cada 100 aparelhos ligados

Transmissões do Estadual pela Globo Nordeste
2012 – 25 jogos (ou 18% de 138, o total de partidas)
2013 – 18 jogos (ou 13% de 138)
2014 – 14 jogos (ou 10% de 140)
2015 – 14 jogos (ou 11% de 124)
2016 – 14 jogos (ou 15% de 92)

Reprodução da transmissão da Globo Nordeste no jogo de ida da final do Pernambucano 2016 (Santa Cruz 1 x 0 Sport)

Com 53% dos jogos realizados, Estadual de 2017 tem média de 946 torcedores

Pernambucano 2017, 3ª rodada: Central 2 x 4 Santa Cruz. Foto: Santa Cruz/twitter (@santacruzfc)

A tabela do Campeonato Pernambucano de 2017 prevê a disputa de 95 partidas, contabilizando a fase preliminar, os hexagonais (do título e da permanência) e o mata-mata. Em apenas 43 dias, 53% dos jogos já foram realizados, com os estádios às moscas. A média não chega sequer a 1.000 pessoas. Somando pagantes e não pagantes, são apenas 946 testemunhas. Mesmo se for considerada apenas a fase principal, o número de 2,3 mil é inviável no futebol profissional – a terceira rodada, inteiramente no Grande Recife, reuniu apenas 5.319 torcedores.

O maior público da competição segue com Náutico 1 x 1 Santa, no único clássico jogado até agora. Foram 4.622 espectadores no Clássico das Emoções, com direito a 40% de gratuidades. Fica a expectativa sobre os próximos clássicos (no mínimo cinco, no hexagonal), na chance mais concreta para melhorar o índice geral. Até porque existem outros problemas na organização, como os jogos com portões fechados (ainda que não sejam calculados na média de público) e as mudanças de mando de campo, com Central e Belo Jardim tendo que jogar no Grande Recife – acima, a Patativa como mandante, com apenas 28 alvinegros pagando ingresso.

Em relação à arrecadação, a FPF tem direito a 8% da renda bruta de todos os jogos. Logo, do apurado de R$ 471 mil, a federação já arrecadou R$ 37.715.

Atualização até a 3ª rodada do hexagonal do título e a 5ª rodada da permanência:

1º) Sport (2 jogos como mandante, na Ilha do Retiro)
Público: 6.036 torcedores
Média de 3.018
Taxa de ocupação: 10,4%

Renda: R$ 90.460
Média de R$ 45.230

2º) Náutico (2 jogos como mandante, na Arena Pernambuco)
Público: 5.991 torcedores
Média de 2.995
Taxa de ocupação: 6,5%

Renda: R$ 84.055
Média de R$ 42.027

3º) Salgueiro (4 jogos como mandante, no Cornélio de Barros)
Público: 9.507 torcedores
Média de 2.376
Taxa de ocupação: 19,6%
Renda: R$ 48.460
Média de R$ 12.115

4º) Santa Cruz (1 jogo como mandante, no Arruda)
Público: 2.154 torcedores
Taxa de ocupação: 4,2%
Renda: R$ 17.860

5º) Central (5 jogos como mandante; 2 no Lacerdão, 2 no Antônio Inácio e 1 na Arena)
Público: 7.651 torcedores
Média de 1.530 
Taxa de ocupação: 7,6%
Renda: R$ 112.170 
Média de R$ 22.434 

6º) Belo Jardim (4 jogos como mandante, no Antônio Inácio)
Público: 818 torcedores
Média de 204
Taxa de ocupação: 2,7%
Renda: R$ 6.872
Média de R$ 1.718

Geral – 46* jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência)
Público total: 43.537 
Média: 946 pessoas
Arrecadação: R$ 471.447
Média: R$ 10.248
* Mais 5 jogos ocorreram de portões fechados 

Fase principal – 9 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 21.262 
Média: 2.362 pessoas
Arrecadação total: R$ 276.536 
Média: R$ 30.726 

Pernambucano 2017, 3ª rodada: Náutico 0x2 Salgueiro. Foto: Rafael Brasileiro/DP

Ranking dos pênaltis e das expulsões (3)

Pernambucano 2017, 3ª rodada: Náutico 0x2 Salgueiro. Foto: Rafael Martins/DP

Na 3ª rodada do Estadual 2017 foram contabilizados duas penalidades e um cartão vermelho. Entretanto, não foram as cobranças, mas, sim, a expulsão de Rogério, do Salgueiro, o ato determinante para a classificação do hexagonal. Os pênaltis foram a favor do Central, que converteu, mas tomou a virada, e do Sport, que desperdiçou, mas segurou a vitória. Enquanto isso, mesmo com um a menos, o Carcará somou três pontos na Arena Pernambuco.

Então, qual a lógica? O critério de desempate. Sport e Salgueiro estão empatados em pontos, vitórias, saldo, gols marcados e sofridos. O número de expulsões é o 6º critério no regulamento oficial da competição. Como os leoninos ainda não receberam o vermelho, ficaram “à frente” na classificação.

Vamos à atualização das listas levantadas pelo blog:

Pênaltis a favor (3)
2 pênaltis – Sport (desperdiçou 1)
1 pênalti – Central
Sem penalidade – Náutico, Santa Cruz, Salgueiro e Belo Jardim

Pênaltis cometidos (3)
1 pênalti – Central, Santa Cruz e Belo Jardim (defendeu 1)
Sem penalidade – Náutico, Sport e Salgueiro

Cartões vermelhos (5)
1º) Náutico – 2 adversários expulso; 1 vermelho
2º) Sport – 1 adversário expulso; nenhum vermelho
3º) Santa Cruz e Salgueiro – 1 adversário expulso; 1 vermelho
5º) Central e Belo Jardim – nenhum adversário expulso; 1 vermelho 

Náutico perde em Juazeiro e é eliminado na 1ª fase da Copa do Brasil pela 5ª vez

Copa do Brasil 2017, 1ª fase: Guarani de Juazeiro 1 x 0 Náutico. Imagem: Rede Globo/reprodução

O Náutico entrou numa curva descendente que vem custando caro neste início de temporada. São apenas sete jogos oficiais, ok, mas o time sofreu a 4ª derrota seguida. No revés diante do Guarani de Juazeiro, por 1 x 0, após rebote de Tiago Cardoso, somou também a 4ª partida sem marcar gols. A consequência do futebol inoperante é a primeira eliminação em 2017, ainda em fevereiro. 

O resultado no interior cearense encerrou um dos principais caminhos para a captação de receitas – além do moral junto à torcida. Pela participação na primeira fase da Copa do Brasil, o alvirrubro recebeu R$ 250 mil. A cota da etapa seguinte renderia, como se esperava, mais R$ 315 mil ao clube. Nada feito, como já havia sido em 2016, diante de outro interiorano da região.

Ao todo, em 22 participações na copa, esta foi a 5ª eliminação do Náutico na primeira fase. Somente em 2013 o clube tinha um argumento concreto, pois jogou com os reservas para poder ir à Copa Sul-Americana – que condicionava a vaga à eliminação precoce no torneio nacional. Nas demais, todas contra nordestinos, o time entrou como favorito. Agora, com Dado Cavalcanti por um triz (de fato, a equipe não rende), o clube de Rosa e Silva conseguiu a proeza de ser eliminado nos “128 avos de final”, devido à ampliação do torneio.

Eliminações do Náutico na 1ª fase da Copa do Brasil
1992 – Sergipe (2 x 1 e 0 x 2)
2001 – ABC (2 x 2 e 0 x 2)
2013 – Crac-GO (1 x 3 e 1 x 1)
2016 – Vitória da Conquista (0 x 0 e 1 x 1)
2017 – Guarani de Juazeiro (0 x 1) 

Atualização: Dado Cavalcanti entrou o cargo e não treina mais o timbu…

Copa do Brasil 2017, 1ª fase: Guarani de Juazeiro 1 x 0 Náutico. Imagem: Rede Globo/reprodução

Resumo da 3ª rodada do Pernambucano

Pernambucano 2017, 3ª rodada: Sport 1 x 0 Belo Jardim, Náutico 0 x 2 Salgueiro e Central 2 x 4 Santa Cruz. Fotos: Ricardo Fernandes/DP (Ilha) , Rafael Martins/DP (Arena, Náutico), Ricardo Fernandes/DP (Arena, Santa)

Sport e Salgueiro empataram em 0 x 0 no Sertão e seguem empatados na classificação do hexagonal do Pernambucano de 2017. Quatro gols marcados e nenhum sofrido. Ainda assim, a liderança é rubro-negra, graças ao critério de expulsões. O time da Ilha ainda não recebeu o vermelho, enquanto os sertanejos tiveram uma expulsão, justamente na última rodada. A 3ª rodada demorou oito dias para ser finalizada, somente após a vitória leonina na Ilha.

Por sinal, foram três jogos no Grande Recife, devido à “inversão” oficializada, com o Central como mandante na Arena Pernambuco. No mesmo local, o Salgueiro venceu o Náutico. Ainda assim, ao todo, apenas 5.319 torcedores. As três partidas foram exibidas no pay-per-view. Ao menos as redes balançaram. Se na rodada passada saiu um mísero gol, desta vez foram nove.

Nos nove jogos realizados nesta fase do #PE2017 saíram 17 gols, com média de 1,8. Em relação à artilharia, que a FPF oficialmente considera apenas os dados do hexagonal e o mata-mata, Éverton Santos lidera com 2 gols.

Hoje, as semifinais seriam Sport x Náutico e Salgueiro x Santa Cruz.

Náutico 0 x 2 Salgueiro – Mesmo com um jogador a menos durante todo o segundo tempo inteiro, o Carcará foi mais eficiente, usando contragolpes.

Central 2 x 4 Santa Cruz – Num jogo atípico, com três gols corais nos últimos sete minutos, o atual bicampeão virou o jogo e venceu a primeira . 

Sport 1 x 0 Belo Jardim  – Atuando com o time reserva, o Leão jogou muito mal. Falhou bastante na criação de jogadas, terminando com André inoperante.

Destaque: Everton Santos. O atacante tricolor marcou dois gols na rodada, abrindo o placar e virando o jogo. Assumiu a artilharia isolada.

Carcaça: Jailson. Determinante para a derrota centralina. Perdeu a chance de fazer 3 x 1 e depois cometeu a falta infantil que deu início à reação tricolor.

Próxima rodada
18/02 (16h30) – Santa Cruz x Sport, Arruda (Globo NE)
19/02 (20h00) – Salgueiro x Central, Cornélio de Barros
20/02 (20h30) – Belo Jardim x Náutico, Arruda (Premiere)

A classificação atualizada do hexagonal do título após a 3ª rodada.

A classificação do hexagonal do título do Pernambucano 2017 após 3 rodadas. Crédito: FPF/reprodução

Mesmo com jogo fraco e André perdendo pênalti, Sport vence o Belo Jardim na Ilha

Pernambucano 2017, 3ª rodada: Sport x Belo Jardim. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Uma partida típica para cumprir tabela. Pouco acrescentava à classificação leonina no hexagonal e o time atuou com uma formação reserva diante do frágil Belo Jardim. Realmente, não estava fácil convencer o torcedor a marcar presença na Ilha. Apenas 2.215 encararam a peleja, e, apesar dos aplausos, saíram da arquibancada conscientes de que a baixa expectativa foi confirmada.

O Sport venceu, 1 x 0, mas não convenceu, mesmo considerando o time alternativo. Contra o Salgueiro, no Sertão, quando também atuou neste contexto, a equipe até se apresentou melhor – embora tenha empatado. Contra o calango, a (falta de) articulação foi o ponto-chave. O volante Thallysson abusou dos erros na saída de jogo, Neto Moura segue num ritmo muito abaixo dos demais e o meia Fábio não repetiu a participação vista contra o River. Assim, a bola chegou mascada lá na frente, com os atacantes colaborando para a má jornada.

Paulo Henrique ainda marcou o seu primeiro gol pelo rubro-negro, após ser lançado aos 43 minutos e finalizar bem. Ficou nisso. E André foi pior. Em sua segunda partida nesta volta milionária, o atacante desperdiçou três cruzamentos e até um pênalti (mandrake), mandando na trave. Foi substituído a dez minutos do fim, sendo até apoiado pelo poucos espectadores, que deram crédito ao jogador. A verdade é que faltou muito nesta noite sem graça pelo Estadual.

Pernambucano 2017, 3ª rodada: Sport x Belo Jardim. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Acordo muda classificação do Nordestão, com vagas via títulos estaduais e ranking

Formatos da Copa do Nordeste de 2018 e 2019. Crédito: Thiago Minhoca/divulgação (@ThiagoMinhoca)

A distribuição das vagas no novo Nordestão, num gráfico de Thiago Minhoca.

Em 2018, a Copa do Nordeste deve incorporar uma etapa no estilo “Pré-Libertadores”, elaborada para que a fase principal volte a ter 16 clubes. Trata-se da solução entre três frentes, envolvendo federações, Liga do Nordeste e o G7, grupo formado pelos sete maiores clubes (Náutico, Santa, Sport, Bahia, Vitória, Ceará e Fortaleza). Desde a ampliação da Lampions de 16 para 20 times, há três temporadas, os organizadores detectaram um excesso de jogos sem apelo, buscando, a partir desta visão, um critério técnico (necessário, é bom frisar) para manter as principais forças na disputa e a atratividade da competição, cuja premiação passou de R$ 5,6 mi para 18,5 milhões em cinco anos.

Qual era o impasse entre federações, liga e G7:
1) As federações estaduais queriam a mudança de calendário ou redução do torneio, tanto que conseguiram, para o calendário de 2017, a redução de 12 para 8 datas no regional – as 12 originais foram mantidas como “concessão”.

2) A Liga do Nordeste travava uma disputa de bastidores com as federações por acordos comerciais, tentando contemplar mais clubes. Se baseava no acordo judicial junto à CBF, que garante a Copa do Nordeste até 2022.

3) O G7 do Nordeste, à parte da própria liga, vinha propondo um torneio com 12 clubes e turno único, com critérios distintos para a classificação, evitando o “risco” de ausências – caso do Vozão neste ano. Em 2016 foram seguidas reuniões entre os dirigentes, projetando até a criação da Série B do Nordestão.

Num ano que começou com o presidente da FPF, Evandro Carvalho, ameaçando o torneio de extinção, ao que parece chegou-se a um entendimento. Primeiro, o presidente da Liga do Nordeste, Alexi Portela, adiantou a transformação em entrevista a Vitor Villar, do jornal baiano A Tarde.

 “(…) para 2019 vamos precisar mudar o formato. Talvez garantir alguns times direto na fase de grupos e pegar terceiros e quartos colocados de cada Estadual e fazer um mata-mata antes da fase de grupos. É uma ideia, mas não tem nada fechado ainda. A ideia do novo formato é ter jogos mais atraentes desde a 1ª fase, com times de maior apelo popular.”

Depois, o presidente da federação cearense, Mauro Carmélio, esmiuçou todas as mudanças na Rádio Verdes Mares, de Fortaleza, com o processo de mudanças em dois anos. Em 2018, no formato. Em 2019, nos participantes.

A divisão das 20 vagas na Copa do Nordeste em 2018 e 2019. Quadro: Thiago Minhoca/divulgação (@ThiagoMinhoca)

O acordo triplo para o novo Nordestão:
1) A Copa do Nordeste tende a ser realizada num período distinto do campeonato estadual (ou antes ou depois, mas não mais simultaneamente). Possivelmente abrindo o ano. Ponto para as federações.

2) A competição mantém a mesma distribuição de vagas para os nove estados (20, somando a pré) e as 12 datas (na fase principal) utilizadas desde a volta oficial do torneio, em 2013. Ponto para a Liga.

3) O torneio de fato volta a ter 16 clubes, com 4 grupos de 4 times, com todos os vice-líderes avançando às quartas, além de adotar critérios de proteção (na prática) sobre as vagas. Ponto para o G7, que abdicou da segundona.

Ainda que a CBF não tenha chancelado a transformação da copa, vamos às principais mudanças das duas próximas edições, já com o “Pré-Nordestão”…

Formato de 2018:
Respeitando os regulamentos dos campeonatos estaduais em andamento, as 20 vagas (3 de PE, 3 da BA e 2 para os demais) estão asseguradas através desses torneios locais. Porém, apenas 12 times estariam garantidos na fase de grupos (os 9 campeões estaduais e os vices de PE, BA e CE), com 8 times disputando a fase preliminar (demais vices e os 3º colocados de PE e BA). Ou seja, quatro mata-matas, com os vencedores entrando na fase principal.

Formato de 2019:
Repete o regulamento, mas muda a forma de classificação, mais excludente. Seriam apenas 9 vagas via estaduais, todas para os campeões. As outras 11 seriam via Ranking da CBF, com 2 vagas por ranking para PE e BA (por que não o vice nesses dois casos?) e 1 vaga para os demais estados. Com 11 classificados via ranking, a presença de zebras tende a diminuir bastante. 

Como curiosidade, eis a simulação da Nordestão 2017 com os dois novos formatos (abaixo). Em 2018, o Náutico, por exemplo, teria disputado a fase pré. Com a versão de 2019, o Ceará, 5º no estadual, entraria já na fase de grupos. Por sinal, seriam cinco participantes diferentes: Uniclinic/Ceará, CSA/ASA, Itabaiana/Confiança, Juazeirense/Vitória da Conquista e Altos/Parnahyba..

Em Pernambuco, com a implantação do modelo definitivo, um time do interior só conseguirá a vaga em caso de título (o que nunca ocorreu em 103 anos), uma vez que o Trio de Ferro detém as três melhores colocações no ranking… Justo?

Como ficaria o Nordestão de 2017 com os modelos de 2018 e 2019. Quadro: Thiago Minhoca/divulgação (@ThiagoMinhoca)

FPF implanta sistema mundial contra a manipulação de resultados no futebol

Reprodução do Sistema de Detecção de Fraudes (FDS), da Sportradar. Crédito: integrity.sportradar.com

Já está em operação no futebol pernambucano um sistema de detecção de fraudes (com a sigla em inglês FDS), produzido pela Sportradar, empresa internacional especializada em “prevenção de manipulação de resultados”. Além de Pernambuco, a federação paulista também já havia contratado o serviço, cujo relatório obtido pelo globoesporte.com, de julho de 2016, apontava que o “futebol no Brasil está ameaçado por fraudes” – não por acaso, já houve um caso confirmado, no Brasileirão de 2005 (com 11 jogos anulados). E a questão vai além dos clássicos (como seria no Recife, envolvendo Náutico, Santa e Sport), uma vez que, hoje, praticamente todas as partidas profissionais estão sujeitas a apostas online, até a 2ª divisão pernambucana, pioneira local no sistema.

O Fraud Detection System, agora a serviço da própria Fifa, foi criado em 2005, passando por atualizações. Atualmente, é monitorado por 550 operadoras de apostas e até lotéricas não regulamentadas (caso do Brasil). Os três escritórios do FDS, em Londres (Inglaterra), Manila (Filipinas) e Sydney (Austrália), recebem dados de cinco mil jornalistas e 275 pesquisadores freelancers

Alertas de fraude no futebol, segundo o FDS:

1) O sistema contém 44 alertas no pré-jogo, baseados nas movimentações de apostas, detectando padrões incomuns tanto no número de jogos feitos quanto no dinheiro injetado. O cenário fora da curva sugere manipulação.

2) Durante o jogo existem 25 alertas, a partir de um modelo matemático que permite um monitoramento minuto a minuto. Segue a mesma lógica de ações fora do padrão – independentemente do local da partida e da aposta realizada. 

Por dia, são processados cinco bilhões (5.000.000.000!) de dados, já anexados ao histórico das competições, dos times e dos atletas (imagens). Pois então imagine isso em escala anual, com mais de 160 mil partidas supervisionadas.

Vamos a um jogo de pequeno porte realizado no estado no período:

Como foi possível monitorar Íbis 2 x 4 Vera Cruz, na abertura na Série A2 de 2016? Através de uma análise enxuta. Nada de apostas específicas como “o próximo escanteio será do Íbis”, mas, sim, a partir do histórico de resultados. Uma vitória do Vera Cruz como visitante surpreenderia? Não, devido ao péssimo retrospecto do Pássaro Preto. Logo, por que alguém apostaria R$ 100 mil (por exemplo) na vitória do Íbis? Provavelmente, o alerta teria sido acionado.

Até o momento (cinco meses), nenhum alerta no futebol pernambucano…

Reprodução do Sistema de Detecção de Fraudes (FDS), da Sportradar. Crédito: integrity.sportradar.com