Os três grandes clubes pernambucanos em entraram em campo no sábado, em um fim de semana marcado pela festa de São João. Resultados distintos para as torcidas. À tarde, pela Série B, o tricolor teve que se contentar com o empate, apesar da luta no segundo tempo. Pouco depois, já à noite, jogos simultâneos. Também pela segundona, o alvirrubro perdeu a 5ª seguida. Pela elite, o leão conseguiu a primeira vitória na Vila Belmiro. O podcast 45 minutos analisou os três jogos em gravações exclusivas, nas questões técnica e tática, além de análises individuais. Ao todo, 111 minutos. Ouça!
A Série B chegou a dez rodadas e encerrou a maratona de duas rodadas por semana – pausa nas “terça-feiras cheias”. E pela terceira rodada seguida, nenhuma vitória pernambucana. No sábado, à tarde, o Santa Cruz empatou com o Figueira, em seu primeiro jogo na Arena Pernambuco, de um total de cinco que o clube deve fazer neste Brasileiro. Com isso, o tricolor perdeu mais uma posição, terminando o dia em 8º lugar, a sua pior posição.
À noite, em Campinas, o Náutico perdeu do Guarani, aumentando a diferença em relação ao penúltimo colocado. Hoje lanterna, o timbu já está a sete pontos de diferença! Nesta 10ª rodada, troca de líderes, ambos alviverdes. O Bugre se aproveitou do empate do Juventude para tomar a ponta.
Resultados da 10ª rodada CRB 2 x 1 Paysandu Boa 2 x 1 ABC Criciúma 2 x 1 Paraná Luverdense 0 x 3 América Brasil 0 x 1 Internacional Goiás 0 x 2 Vila Nova Londrina 2 x 2 Juventude Ceará 3 x 0 Oeste Santa Cruz 1 x 1 Figueirense Guarani 2 x 1 Náutico
Balanço da 10ª rodada 5V dos mandantes (14 GP), 2E e 3V dos visitantes (13 GP)
Agenda da 11ª rodada 27/06 (19h15) – Juventude x Goiás (Alfredo Jaconi) 27/06 (21h30) – Figueirense x Londrina (Orlando Scarpelli) 30/06 (19h15) – Paysandu x Luverdense (Mangueirão) 30/06 (20h30) – Vila Nova x Criciúma (Olímpico) 30/06 (21h30) – Náutico x CRB (Arena Pernambuco) 01/07 (16h30) – Oeste x Santa Cruz (Arena Barueri) 01/07 (16h30) – Paraná x Ceará (Durival de Britto) 01/07 (16h30) – Internacional x Boa (Beira-Rio) 01/07 (19h00) – ABC x Guarani (Frasqueirão) 01/07 (19h00) – América x Brasil (Independência)
Qualquer lampejo de reação do Náutico nesta Série B, onde já entrou num buraco enorme, passa por um ajuste na ‘cozinha’. Hoje, é algo distante. Tanto na tabela, com apenas 6,7% de aproveitamento, quanto no rendimento do sistema defensivo. Em dez rodadas, o time foi o mais vazado, com 21 gols. Somando as falhas de posicionamento e postura, além da limitação técnica, chega-se a sete penalidades cometidas. O bizarro desempenho dentro da área – afobação, carrinhos, mão na bola, saída errada do goleiro etc – vai minando a campanha. Até porque algumas penalidades ainda vêm com “bônus”, como foi o caso da expulsão de Suelinton, em Campinas.
No Brinco de Ouro, o timbu somou a 8ª derrota diante do agora líder Guarani, numa noite com três pênaltis. Dois contra e um a favor, 2 x 1. O jogo seria difícil mesmo que a equipe estivesse bem ajustada, mas o que o deixou mais curioso foi o fato de o técnico alvirrubro, Beto Campos, ter escalado três zagueiros e três volantes. Ou seja, não basta colocar esse povo todo atrás da linha de bola. Sem qualidade e organização, as deficiências tendem a seguir em um campeonato em situação já dramática… Na lanterna.
Na Vila Belmiro, o templo de Pelé, o Sport jamais havia vencido uma partida, num dos maiores tabus do clube. Contabilizando até amistosos, desde 1941, o melhor resultado do time rubro-negro havia sido obtido na capital paulista. No estádio do Ibirapuera, hoje desativo para jogos oficiais, o leão venceu no Brasileiro de 1996 por 2 x 1, gols de Chiquinho e Dedé. Desde então, se contentou no máximo com o empate, no sufoco. Numa sequência improvável, iniciada com o empate no Independência, o Sport venceu no litoral, 1 x 0, conquistando o primeiro triunfo como visitante nesta Série A.
Assim, compensou o revés do último domingo, quando teve uma atuação abaixo da crítica na Ilha, contra o Vitória. Sem treinar com bola, basicamente na base da conversa, com orientação tática, o time pernambucano fez dois bons jogos fora do Recife. Ambos no 4-4-2. Vista hoje em dia como ‘arcaica’, a versão de Luxemburgo para a formação não se furtou da liberdade aos seus meias, com Diego Souza bem nas duas apresentações. Diante do Santos, surpreendeu a manutenção do sistema mesmo com um time tão desfalcado. Henríquez, Raul Prata, Rodrigo, Lenis. A turma que saiu do banco para ganhar cancha, num planejamento já voltado à final do Estadual.
Apesar das mexidas, foi possível enxergar um “time”, organização importante em um grupo sem um padrão eficiente até então. Sobretudo diante do 3º colocado, que não sofria gols há cinco jogos. E a partida na Vila foi equilibrada na maioria das estatísticas, como no número finalizações (9 x 9). Destoou apenas na bola área, com o mandante abusando (33 x 13). Já o Sport optou pela bola no chão, com forte participação coletiva (Patrick/Rodrigo), até o fator surpresa, a dez minutos do fim. Osvaldo, que entrara na vaga de Everton Felipe, marcou o gol que tirou o leão do Z4. De volta ao campeonato…
Santos x Sport em São Paulo, pelo Brasileiro 10 vitórias do Peixe 5 empates 2 vitórias do Leão
Quando venceu o Ceará no Castelão, com ótima atuação no segundo tempo, o Santa voltou ao G4, anulando a derrota em casa para o Londrina. Desde então, foram mais três apresentações, em oito dias, com o tricolor somando apenas dois pontos. Contra o Inter, um campo ruim, com um jogo equilibrado e a satisfação momentânea pelo empate. Na sequência, derrota para o América, com falta de apetite ofensivo em BH. Voltando a atuar como mandante, mas na Arena Pernambuco, no primeiro dos cinco jogos acertados lá, um novo cenário, com volume ofensivo e pouca eficiência nas finalizações. O saldo disso tudo foi a queda para a 8ª colocação, a pior dos corais nesta Série B.
Creio que caiba uma ressalva sobre o Figueirense, pois mesmo estando na penúltima colocação, o clube é organizado e conta com jogadores de qualidade para a segundona, como Marco Antônio, Luidy e Jorge Henrique. Nomes que seriam reforços no Arruda. Tentando se encontrar no ano – apenas 6 vitórias desde janeiro! -, o Figueira equilibrou bastante o primeiro tempo, marcado por erros defensivos do corais. Falhas em sequência, até a derradeira, aos 46 minutos, com Roberto (perdeu a bola), Jaime (bote errado) e Bruno Silva (atrasado). Na conclusão, um golaço por cobertura de Henan.
Na segunda etapa, talvez o melhor momento do Santa desde o Castelão, sufocando o visitante. Com melhor preparo físico, o time de Adriano Teixeira impôs um ritmo forte nas pontas, sobretudo pela direita, de onde veio a bola para Augusto empatar, 1 x 1 – o atacante entrara no lugar de André Luís, em queda. Pela direita, insistiu até os descontos, criando quatro boas chances, todas desperdiçadas. Nem Ricardo Bueno, de volta, fez a diferença.
Em seu 4º jogo como visitante neste Brasileirão, o rubro-negro pernambucano finalmente pontuou. Jogando no Independência, o Sport empatou com o Atlético Mineiro. Apesar do desempenho, o resultado foi insuficiente para tirar o clube do Z4, onde permanece pela segunda rodada seguida. Na próxima rodada, segue longe do Recife, diante de outra pedreira, o Peixe.
Na briga pela ponta, Corinthians e Grêmio ganharam, alimentando o jogão da 10ª rodada, em Porto Alegre, com 55 mil torcedores. Pontual atual, 23 x 22.
Resultados da 9ª rodada Vitória 0 x 2 Santos Botafogo 3 x 1 Vasco Palmeiras 1 x 0 Atlético-GO Avaí 0 x 3 Fluminense Atlético-PR 1 x 0 São Paulo Atlético-MG 2 x 2 Sport Corinthians 3 x 0 Bahia Ponte Preta 1 x 0 Cruzeiro Grêmio 2 x 0 Coritiba Flamengo 5 x 1 Chapecoense
Balanço da 9ª rodada 7V dos mandantes (18 GP), 1E e 2V dos visitantes (9 GP)
Agenda da 10ª rodada 24/06 (19h00) – Santos x Sport (Vila Belmiro) 25/06 (11h00) – Vasco x Atlético-GO (São Januário) 25/06 (16h00) – Atlético-PR x Vitória (Arena da Baixada) 25/06 (16h00) – Cruzeiro x Coritiba (Mineirão) 25/06 (16h00) – Grêmio x Corinthians (Arena do Grêmio) 25/06 (16h00) – São Paulo x Fluminense (Morumbi) 25/06 (16h00) – Ponte Preta x Palmeiras (Moisés Lucarelli) 25/06 (18h30) – Bahia x Flamengo (Fonte Nova) 25/06 (19h00) – Chapecoense x Atlético-MG (Arena Condá) 26/06 (20h00) – Botafogo x Avaí (Nilton Santos)
Histórico de Santos x Sport em São Paulo, pelo Brasileiro (16 jogos): 1 vitória leonina (em 1996), 5 empates e 10 derrotas
Na 9ª rodada das Séries A e B, nenhuma vitória do Trio de Ferro. Na terça-feira, duas derrotas. Na Arena, o alvirrubro buscou o empate duas vezes, mas tomou o terceiro gol. No Independência, faltou fome de gol ao tricolor. Na noite seguinte, no mesmo estádio mineiro, um jogo bem mais movimentado, com o primeiro ponto do leão como visitante na elite deste ano. O podcast 45 minutos analisou as três partidas em gravações exclusivas, tanto na questão técnica quanto tática, além de análises individuais. Ouça!
Em sua 36ª participação no Brasileirão, o Sport chegou à marca de 1.000 gols marcados na competição. Para isso, o clube pernambucano precisou disputar 867 partidas desde 1971, a base desta contagem. Mérito para Osvaldo, que marcou o primeiro tento do empate em 2 x 2 com o Galo, pela nona rodada da edição de 2017. Assim, o leão tornou-se o 17º clube a alcançar o expressivo número. No futebol da região, apenas o Vitória já havia chegado lá.
O primeiro clube a marcar 1.000 gols na Série A foi o São Paulo, há 17 anos. Curiosamente, através de um goleiro, Rogério Ceni – hoje, já se aproxima do 2.000º. Em 2003, nada menos que quatro times entraram na galeria do “milésimo gol”. Não por acaso, em uma edição com 46 longas rodadas.
Ainda vale destacar que em 2013 o Bahia festejou o gol 1.000, marcado por Feijão. Na ocasião, o tricolor de aço somou as participações na Taça Brasil e no Robertão, desde 1959 e hoje unificados pela CBF. Entretanto, todos os outros clubes consideraram os dados da Série A, assim como o blog.
Considerando o início do campeonato, em 1971, eis os jogadores que marcaram os gols de número 1.000 de 17 clubes até 21 de junho de 2017.
Os clubes com mais gols na Série A, de 1971 a 21 de junho de 2017.
Na coletiva após a primeira derrota na Ilha, neste Brasileirão, Luxemburgo mostrou-se mais decepcionado com a atitude do time, “sem espírito de decisão” diante do Vitória. Análise pertinente sobre uma equipe burocrática. O Sport trocou quase o dobro de passes em relação ao rubro-negro baiano, quase sempre para os lados ou para trás. Três dias depois, um futebol bem diferente no Independência. E assim como na queixa de domingo, a satisfação em BH também se sobrepôs ao empate. Isso porque o Sport foi propositivo. Jogou para vencer durante os 90 minutos. Marcou a saída de bola, criou, tocou a bola de forma vertical, inverteu jogadas, finalizou (13 x 5!). Merecia melhor sorte. Até então zerado como visitante, o leão foi superior ao galo.
Nos primeiros quinze minutos, todas as chances foram do Sport, começando o protagonismo de Diego Souza. Apagado (e vaiado) na rodada anterior, o meia-atacante ditou o ritmo do jogo. E em mais um ataque bem armado, Osvaldo abriu o placar, contando com o desvio. Foi o milésimo gol da história leonina na Série A. Se o time recuou ou ou Galo acordou, talvez ambos, o fato é que depois o mandante passou a pressionar. Quase sempre na bola área. Por baixo, não avançou. A bronca é que a bola aérea vem sendo o calo do Sport, que sofreu dois gols de cabeça, ambos com Ronaldo Alves desatento. O 2 x 1 na primeira etapa soou injusto, embora com a ressalva da eficiência atleticana.
Na etapa complementar, Luxa acionou Lenis no lugar de Everton Felipe, único no ataque a não dar prosseguimento às jogadas – leve, o colombiano puxou vários ataques pela esquerda. Pouco depois, o Sport empatou num pênalti sofrido e convertido por Diego Souza. Além do tento, o camisa 87 ainda deu, durante todo o jogo, passes para gol para Rithely (cabeça), André (pequena área) e Lenis (contragolpe), mas nenhum foi convertido. Ao menos o time não falhou mais na defesa, segurando o 2 x 2 e somando um ponto importante, moralmente falando. Importante para tentar sair do Z4.
Atlético-MG x Sport em Belo Horizonte, pelo Brasileiro 11 vitórias do Galo 6 empates 2 vitórias do Leão
Nos balanços oficiais dos clubes brasileiros, uma missão costumeiramente complicada é o detalhamento das dívidas. Além da falta de precisão nos dados, ainda sem um modelo de relatório (que a CBF passará a exigir em 2019), os clubes costumam apresentar dados brutos. Ainda assim, a equipe do banco Itaú BBA analisou os balanços financeiros de 27 clubes em 2016, incluindo o Trio de Ferro. Ao todo, uma dívida de 6,2 bilhões (!), com 54,9% concentrado em impostos (haja Profut). Completam a lista dívidas bancárias (24,9%), com juros pesados, e dívidas operacionais (20,1%).
Abaixo, os comentários da equipe do banco sobre os clubes nordestinos presentes. Na sequência, o ranking de dívidas (em milhões de reais), numa compilação do estudo “Análise Econômico-Financeira dos Clubes do Futebol Brasileiro de 2017”, com o dado geral e quadro e quadro. Em alguns casos, a soma (bancária, operacional e impostos) não bate com o passivo, uma vez que entraram em ação recursos numa categoria chamada “disponibilidades”, como foi o caso do Bahia, com a venda de um terreno no último ano.
Bahia Todas essas movimentações teriam gerado impacto negativo (aumento) na dívida, mas houve entrada de R$ 12 milhões referentes à venda de um terreno e isso contribuu para que as dívidas fossem reduzidas. Desta forma, todas apresentaram queda, fato bastante positivo.
Náutico Vemos dívidas praticamente estáveis, o que foi positivo em mais um ano difícil.
Santa Cruz Positivamente, as dívidas bancárias foram zeradas, mas no lugar entraram recursos de terceiros, que na prática são dívidas. Não há esclarecimentos sobre isto. Dívida operacional em queda foi uma boa notícia, mas as dívidas com impostos cresceram bem. É preciso atenção nessa gestão, dado a pouca geração de caixa para fazer frente a estas dívidas.
Sport As dívidas cresceram, mas a bancária foi positivamente reduzida. O maior ofensor dese crescimento foi com impostos, cuja parte importante veio da correção do Profut.
Vitória Dívidas em forte queda, o que foi positivo. Bancárias e operacionais com queda expressiva e manutenção das dívidas com impostos. Além disso, manteve parte relevante das luvas em caixa, para uso em 2017.