Acordo muda classificação do Nordestão, com vagas via títulos estaduais e ranking

Formatos da Copa do Nordeste de 2018 e 2019. Crédito: Thiago Minhoca/divulgação (@ThiagoMinhoca)

A distribuição das vagas no novo Nordestão, num gráfico de Thiago Minhoca.

Em 2018, a Copa do Nordeste deve incorporar uma etapa no estilo “Pré-Libertadores”, elaborada para que a fase principal volte a ter 16 clubes. Trata-se da solução entre três frentes, envolvendo federações, Liga do Nordeste e o G7, grupo formado pelos sete maiores clubes (Náutico, Santa, Sport, Bahia, Vitória, Ceará e Fortaleza). Desde a ampliação da Lampions de 16 para 20 times, há três temporadas, os organizadores detectaram um excesso de jogos sem apelo, buscando, a partir desta visão, um critério técnico (necessário, é bom frisar) para manter as principais forças na disputa e a atratividade da competição, cuja premiação passou de R$ 5,6 mi para 18,5 milhões em cinco anos.

Qual era o impasse entre federações, liga e G7:
1) As federações estaduais queriam a mudança de calendário ou redução do torneio, tanto que conseguiram, para o calendário de 2017, a redução de 12 para 8 datas no regional – as 12 originais foram mantidas como “concessão”.

2) A Liga do Nordeste travava uma disputa de bastidores com as federações por acordos comerciais, tentando contemplar mais clubes. Se baseava no acordo judicial junto à CBF, que garante a Copa do Nordeste até 2022.

3) O G7 do Nordeste, à parte da própria liga, vinha propondo um torneio com 12 clubes e turno único, com critérios distintos para a classificação, evitando o “risco” de ausências – caso do Vozão neste ano. Em 2016 foram seguidas reuniões entre os dirigentes, projetando até a criação da Série B do Nordestão.

Num ano que começou com o presidente da FPF, Evandro Carvalho, ameaçando o torneio de extinção, ao que parece chegou-se a um entendimento. Primeiro, o presidente da Liga do Nordeste, Alexi Portela, adiantou a transformação em entrevista a Vitor Villar, do jornal baiano A Tarde.

 “(…) para 2019 vamos precisar mudar o formato. Talvez garantir alguns times direto na fase de grupos e pegar terceiros e quartos colocados de cada Estadual e fazer um mata-mata antes da fase de grupos. É uma ideia, mas não tem nada fechado ainda. A ideia do novo formato é ter jogos mais atraentes desde a 1ª fase, com times de maior apelo popular.”

Depois, o presidente da federação cearense, Mauro Carmélio, esmiuçou todas as mudanças na Rádio Verdes Mares, de Fortaleza, com o processo de mudanças em dois anos. Em 2018, no formato. Em 2019, nos participantes.

A divisão das 20 vagas na Copa do Nordeste em 2018 e 2019. Quadro: Thiago Minhoca/divulgação (@ThiagoMinhoca)

O acordo triplo para o novo Nordestão:
1) A Copa do Nordeste tende a ser realizada num período distinto do campeonato estadual (ou antes ou depois, mas não mais simultaneamente). Possivelmente abrindo o ano. Ponto para as federações.

2) A competição mantém a mesma distribuição de vagas para os nove estados (20, somando a pré) e as 12 datas (na fase principal) utilizadas desde a volta oficial do torneio, em 2013. Ponto para a Liga.

3) O torneio de fato volta a ter 16 clubes, com 4 grupos de 4 times, com todos os vice-líderes avançando às quartas, além de adotar critérios de proteção (na prática) sobre as vagas. Ponto para o G7, que abdicou da segundona.

Ainda que a CBF não tenha chancelado a transformação da copa, vamos às principais mudanças das duas próximas edições, já com o “Pré-Nordestão”…

Formato de 2018:
Respeitando os regulamentos dos campeonatos estaduais em andamento, as 20 vagas (3 de PE, 3 da BA e 2 para os demais) estão asseguradas através desses torneios locais. Porém, apenas 12 times estariam garantidos na fase de grupos (os 9 campeões estaduais e os vices de PE, BA e CE), com 8 times disputando a fase preliminar (demais vices e os 3º colocados de PE e BA). Ou seja, quatro mata-matas, com os vencedores entrando na fase principal.

Formato de 2019:
Repete o regulamento, mas muda a forma de classificação, mais excludente. Seriam apenas 9 vagas via estaduais, todas para os campeões. As outras 11 seriam via Ranking da CBF, com 2 vagas por ranking para PE e BA (por que não o vice nesses dois casos?) e 1 vaga para os demais estados. Com 11 classificados via ranking, a presença de zebras tende a diminuir bastante. 

Como curiosidade, eis a simulação da Nordestão 2017 com os dois novos formatos (abaixo). Em 2018, o Náutico, por exemplo, teria disputado a fase pré. Com a versão de 2019, o Ceará, 5º no estadual, entraria já na fase de grupos. Por sinal, seriam cinco participantes diferentes: Uniclinic/Ceará, CSA/ASA, Itabaiana/Confiança, Juazeirense/Vitória da Conquista e Altos/Parnahyba..

Em Pernambuco, com a implantação do modelo definitivo, um time do interior só conseguirá a vaga em caso de título (o que nunca ocorreu em 103 anos), uma vez que o Trio de Ferro detém as três melhores colocações no ranking… Justo?

Como ficaria o Nordestão de 2017 com os modelos de 2018 e 2019. Quadro: Thiago Minhoca/divulgação (@ThiagoMinhoca)

FPF implanta sistema mundial contra a manipulação de resultados no futebol

Reprodução do Sistema de Detecção de Fraudes (FDS), da Sportradar. Crédito: integrity.sportradar.com

Já está em operação no futebol pernambucano um sistema de detecção de fraudes (com a sigla em inglês FDS), produzido pela Sportradar, empresa internacional especializada em “prevenção de manipulação de resultados”. Além de Pernambuco, a federação paulista também já havia contratado o serviço, cujo relatório obtido pelo globoesporte.com, de julho de 2016, apontava que o “futebol no Brasil está ameaçado por fraudes” – não por acaso, já houve um caso confirmado, no Brasileirão de 2005 (com 11 jogos anulados). E a questão vai além dos clássicos (como seria no Recife, envolvendo Náutico, Santa e Sport), uma vez que, hoje, praticamente todas as partidas profissionais estão sujeitas a apostas online, até a 2ª divisão pernambucana, pioneira local no sistema.

O Fraud Detection System, agora a serviço da própria Fifa, foi criado em 2005, passando por atualizações. Atualmente, é monitorado por 550 operadoras de apostas e até lotéricas não regulamentadas (caso do Brasil). Os três escritórios do FDS, em Londres (Inglaterra), Manila (Filipinas) e Sydney (Austrália), recebem dados de cinco mil jornalistas e 275 pesquisadores freelancers

Alertas de fraude no futebol, segundo o FDS:

1) O sistema contém 44 alertas no pré-jogo, baseados nas movimentações de apostas, detectando padrões incomuns tanto no número de jogos feitos quanto no dinheiro injetado. O cenário fora da curva sugere manipulação.

2) Durante o jogo existem 25 alertas, a partir de um modelo matemático que permite um monitoramento minuto a minuto. Segue a mesma lógica de ações fora do padrão – independentemente do local da partida e da aposta realizada. 

Por dia, são processados cinco bilhões (5.000.000.000!) de dados, já anexados ao histórico das competições, dos times e dos atletas (imagens). Pois então imagine isso em escala anual, com mais de 160 mil partidas supervisionadas.

Vamos a um jogo de pequeno porte realizado no estado no período:

Como foi possível monitorar Íbis 2 x 4 Vera Cruz, na abertura na Série A2 de 2016? Através de uma análise enxuta. Nada de apostas específicas como “o próximo escanteio será do Íbis”, mas, sim, a partir do histórico de resultados. Uma vitória do Vera Cruz como visitante surpreenderia? Não, devido ao péssimo retrospecto do Pássaro Preto. Logo, por que alguém apostaria R$ 100 mil (por exemplo) na vitória do Íbis? Provavelmente, o alerta teria sido acionado.

Até o momento (cinco meses), nenhum alerta no futebol pernambucano…

Reprodução do Sistema de Detecção de Fraudes (FDS), da Sportradar. Crédito: integrity.sportradar.com

A classificação da fase de grupos da Copa do Nordeste 2017 após 3 rodadas

A classificação da fase de grupos do Nordestão 2017 após 3 rodadas. Crédito: Superesportes

fase de grupos da Copa do Nordeste de 2017 chegou à metade, com três rodadas disputadas. Devido ao regulamento, implantado há dois anos, a análise da classificação dos grupos sofre uma influência direta das outras chaves. Explica-se: além dos cinco primeiros colocados, apenas os três melhores segundos lugares avançam. Hoje, estariam classificados, na liderança, os seguintes times: Santa Cruz (A), Bahia (B), River (C), CRB (D) e Vitória (E). As outras três vagas ficariam com Campinense (A), Sport (C) e Sergipe (E). Vice-líderes de suas chaves, Fortaleza (B) e ABC (D) sobrariam.

Os potes para o sorteio das quartas de final estariam assim:
1 – Santa Cruz, River, Vitória e Bahia
2 – CRB, Campinense, Sport e Sergipe

A partir da campanha do alvirrubro de Aracaju, hoje com a 8ª vaga, a projeção mínima de classificação (como 2º) é de 12 pontos. Sem dúvida, um desempenho alto. Neste contexto, o Náutico, por exemplo, teria que ganhar os três jogos.

A sexta e última rodada será em 22 de março, com dez jogos ao mesmo tempo.

Em tempo: quem passar de fase ganhará R$ 450 mil de cota.

Já ameaçado no Nordestão, Náutico sofre dois gols no fim e perde do Campinense

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Campinense 2 x 0 Náutico. Foto: Léo Lemos/Náutico (divulgação)

Em 2014 e 2015, o Náutico foi eliminado de forma precoce no Nordestão. Em ambos os casos na fase de grupos, com 6 e 8 pontos, respectivamente. Em 2017, na terceira participação nesta volta do regional, o alvirrubro largou muito bem, goleando o Uniclinic. Um adversário frágil, com a ressalva feita já naquele momento. Mas, ainda assim, esperava-se um desempenho melhor nos jogos seguintes, contra Santa Cruz e Campinense, finalistas da última edição. Longe disso, com duas derrotas como visitante, quase sem acossar os adversários.

Em 180 minutos, um futebol burocrático, distante da intensidade necessária para a vitória. Após as derrotas no clássico e pelo Estadual, esta contra o Salgueiro, o timbu perdeu a 3ª consecutiva na temporada, com gols aos 43 e 49 do segundo tempo. Em Campina Grande, até teve posse de bola, como queria Dado Cavalcanti, mas não verticalizou o jogo. Marco Antônio e Maylson pouco produziram na criação. Lá atrás, Tiago Cardoso, após uma série de falhas, fazia boa atuação, com a raposa paraibana insistindo nos arremates de fora da área.

Se vencer estava difícil, o empate serviria (considerando a volta na arena), mas a expulsão de Rodrigo Souza, aos 35 da etapa final, expôs o time. E o Campinense abriu o placar bem ali, na meia lua. Renatinho (ex-Santa) mandou de longe e acertou o ângulo. O alvirrubro ainda ficou a um triz do empate, numa cabeçada de Alison, mas o atual vice-campeão definiu num contragolpe, com Léo Ceará, 2 x 0. O resultado deixou um problemão com Dado, já pressionado pelos resultados e pela queda de produção da equipe. Se no Pernambucano a classificação não sofre ameaça, na Lampions será preciso se reinventar para somar ao menos sete pontos, uma margem sem segurança, diga-se.

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Campinense 2 x 0 Náutico. Foto: Léo Lemos/Náutico (divulgação)

Com 3 gols do camisa 9, Pitbull, Santa goleia o Uniclinic e lidera no Nordestão

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Santa Cruz 4x0 Uniclinic. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz/twitter (@santacruzfc)

Atual campeão nordestino, o Santa Cruz chegou à terceira rodada de 2017 na liderança do grupo A, ignorando a drástica reformulação do time, hoje num patamar financeiro bem menor. Ainda sob ajustes, tanto na escalação quanto na proposta de jogo, o tricolor segue obtendo resultados. Num domingo de sol no Arruda, com o frevo já correndo no Recife, somou a terceira vitória seguida, considerando Estadual e Copa do Nordeste. Contra o misto do Uniclinic, a equipe cumpriu a obrigação do grupo. Afinal, o vice-campeão é o lanterna do torneio, agora com três derrotas, nenhum gol marcado e nove sofridos. A goleada por 4 x 0, no ritmo imposto pelo mandante, teve um personagem-chave.

Em relação à última apresentação, na emocionante virada sobre o Central, só uma mudança na escalação, com a entrada do atacante Halef Pitbull no lugar de André Luís – e era questão de tempo. Esperava-se também Anderson Salles na vaga de Jaime, mas Eutrópio enxerga um encaixe melhor na zaga atual, devido à mobilidade de Jaime – ainda que tecnicamente seja mais limitado. Voltando à parte ofensiva, o atacante emprestado pelo Cruzeiro teve boa desenvoltura. Menos afobado, começou na ponta esquerda, ganhando na velocidade e arriscando cruzamentos. Mas foi na área, concluindo, que ele foi contundente.

Aos 34, Pitbull se antecipou num escanteio e cabeceou bem demais. Imitou um cachorro na comemoração. No embalo, a torcida agradeceu o tento “latindo”. Greia total.  Na segunda etapa, numa enfiada de bola, Pitbull mostrou explosão e só foi parado numa penalidade – convertida por Thomás. Depois, mais dois gols, concluindo dois cruzamentos da direita. A única lamentação da tarde foi a lesão do Léo Costa, antes do intervalo. Sentiu a coxa e deixou a preocupação para as próximas apresentações, nas quais o time terá que consolidar a liderança.

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Santa Cruz 4x0 Uniclinic. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz/twitter (@santacruzfc)

André marca na volta, mas Sport fica em outro empate com o River no Nordestão

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Sport 1x1 River. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

André fez a sua reestreia pelo Sport ao 12 minutos do segundo tempo, entrando no lugar de Leandro Pereira, que havia tido boa atuação contra o River, se movimentando bastante, com assistência e finalizações. O que só aumentou a já grande responsabilidade do atacante, a contratação mais cara do Nordeste, de R$ 5,23 milhões. Não começou fixo na área, mas buscando a bola, querendo voltar a jogar futebol, o que não conseguiu no Sporting de Lisboa. Apoiado pela torcida, teve a grande chance aos 34, numa penalidade em Mansur.

Àquela altura, a partida estava 1 x 1, com o Leão tentando virar o placar para alcançar a liderança do grupo C da Lampions. Tinha em campo o quarteto Diego Souza, Rogério, André e Marquinhos, que, na visão do blog, tem potencial para ser a formação da Série A. Na cal, o camisa 90 chamou a responsabilidade. Até cobrou mal, mas pegou o rebote e aí resolveu encher o pé. A alegria de uma vitória com o gol da principal contratação só durou quatro minutos. Até então blocado, com até cinco jogadores na própria área, o time piauiense foi obrigado a atravessar o campo. E nem precisou insistir muito. De costas para o gol, o centroavante Viola recebeu, ganhou a disputa com o zagueiro e marcou, 2 x 2.

Curiosamente, foi o mesmo resultado dos dois confrontos na edição passada. Em todas, até em Teresina, o Sport entrou como favorito. Mas não se impôs, hoje pela liberdade dada na defesa e por encarar um time que fez o que estava ao seu alcance para pontuar, sendo copeiro – neste contexto, a disposição nos 90 minutos e o antijogo, com várias interrupções. Com o tropeço na Ilha, ainda não foi desta vez que o rubro-negro largou com três vitórias nesta volta do Nordestão – um rendimento obtido pela última vez há vinte anos.

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Sport 1x1 River. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Sport goleia o CSA no Rei Pelé e garante cota de R$ 500 mil na Copa do Brasil

Copa do Brasil 2017, 1ª fase: CSA x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

No papel, a superioridade técnica do Sport era enorme. Para confirmar isso em campo, era preciso uma apresentação melhor que a de Juazeiro, até porque existia risco através do novo regulamento da Copa do Brasil, com jogo único na primeira fase. E seria fora de casa, lá no Rei Pelé, reduto do CSA. Entretanto, o time pernambucano acabou tendo a sua melhor atuação neste início de temporada, goleando por 4 x 1 e se garantindo na próxima fase do torneio.

O time já havia sido melhor no primeiro tempo, empatado em 1 x 1. Abriu o placar num golaço de Rithely, mandando no ângulo, de fora da área, e sofreu o empate pouco antes do intervalo, num lance irregular. Alex José pegou um rebote de Magrão (grande defesa) em posição adiantada. Com a bola no chão, as chances seguiriam aparecendo – foram dez chances claras na noite. Na retomada, a variação ofensiva contou com boas investidas de Everton Felipe, Rogério e Leandro Pereira (que finalmente não se machucou). E o time foi abrindo vantagem. Aos 5, Everton Felipe cortou o zagueiro e bateu cruzado. Aos 17, Rogério invadiu em velocidade e bateu de chapa. Aos 33, o jovem Thalysson pegou um rebote de DS87 e fez de cabeça, completando o chocolate.

O resultado marca a volta “à vera” do Leão na Copa do Brasil, após três anos sendo obrigado a sair de forma precoce do torneio, visando a vaga na Sula. Graças ao novo calendário, pôde disputar as duas copas simultaneamente. Com a classificação, o clube já soma 940 mil reais em cotas, quase o mesmo do Estadual. Na próxima fase, o Sport pega o Sete de Setembro do Mato Grosso do Sul. Novamente em jogo único, mas desta vez na Ilha. Em caso de empate, pênaltis. Jogando neste nível, é bem possível avançar à 3ª fase….

Cotas do Sport na Copa do Brasil
1ª fase – R$ 440 mil (vs CSA)
2ª fase – R$ 500 mil (vs Sete de Setembro)
3ª fase – R$ 680 mil?

Copa do Brasil 2017, 1ª fase: CSA x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Santa Cruz fatura R$ 2 milhões na venda de Raniel ao Cruzeiro e segue com 30%

Raniel em ação no Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

O Santa Cruz anunciou a venda de Raniel, ao Cruzeiro, em 25 de janeiro. Na ocasião, como de praxe no futebol pernambucano, nada de cifras oficiais, apenas percentuais. Na transferência, o Cruzeiro adquiriu 70% dos direitos econômicos do meia, dos quais 30% pertenciam ao tricolor. O clube faturou R$ 2 milhões, segundo apuração do blog. Esse valor é a soma do dinheiro recebido (dado incerto), dos três empréstimos da agremiação mineira e da quitação da dívida com Pisano e Uillian Correia, que vieram de BH.

Como o Santa detinha 60%, segue com 30%, visando uma futura venda, o que aumentaria ainda mais o lucro obtido da negociação. De toda forma, Raniel já tornou-se a 6ª venda milionária da história coral, ficando em 2º lugar, empatado com o atacante Gilberto. Considerando só percentual negociado (claro), está abaixo apenas de João Paulo, que saiu do Arruda pouco antes por R$ 3 milhões.

No geral, esta foi a 32ª transação do estado e a 80ª venda milionária do Nordeste. A título de curiosidade, o valor de mercado do jogador de 20 anos, considerando 100% dos ativos, seria, hoje, de R$ 6,6 milhões.

Ranking coral de vendas, em R$

As maiores vendas do Santa Cruz no Plano Real, até 08/02/2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Ranking coral de vendas, em US$ (convertendo as maiores vendas em reais)

As maiores vendas do Santa Cruz no Plano Real, convertidas em dólar, até 08/02/2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Sport pagou R$ 5,23 milhões por André, somando Sporting e Galo. Recorde no NE

André com as camisas de Sporting, Sport Recife e Atlético-MG

Ao anunciar a aquisição do atacante André, com a compra de 70% dos direitos econômicos para um contrato de cinco anos, o Sport deixou uma lacuna de informação, uma vez que o Sporting de Lisboa só havia revelado o valor dos 50% cedidos de sua parte, R$ 4 milhões. Apesar da política de sigilo dos leoninos, o mistério sobre os 20% restantes não durou muito. Segundo o Uol, o Galo vendeu a sua parte por R$ 1,2 milhão – lembrando que o Corinthians, também presente, manteve o seu ativo de 30%. No dia, a projeção do blog já apontava que, em caso de proporcionalidade nos percentuais, o Sport teria que pagar R$ 1,6 mi ao Atlético. Portanto, conseguiu reduzir a pedida em R$ 400 mil.

Finalmente, o valor exato da compra, considerando a conversão em euros da parte portuguesa (1,2 mi) e a cifra paga pelo clube mineiro, é o seguinte: R$ 5.235.033. Em reais, é a maior quantia bruta já paga por um clube do Nordeste a um jogador de futebol, superando o sérvio Petkovic, que custou R$ 5 milhões ao Vitória, há vinte anos. Naquela transação, o passe (formato da época) foi custeado pelo parceiro do rubro-negro baiano, o banco Excel-Econômico.

Claro, é possível observar por outros formatos, como a lista em dólar, também levantada (neste caso, André está em 3º, custando US$ 1,67 mi), e até mesmo com a correção inflacionária, mas o blog manteve o critério adotado há tempos.

As 10 maiores compras do futebol nordestino no Plano Real*
1º) André (2017, do Sporting para o Sport) – R$ 5,23 milhões por 70%
2º) Petkovic (1997, do Real Madrid para o Vitória) – R$ 5,00 milhões por 100%
3º) Kieza (2016, do São Paulo para o Vitória – R$ 4,00 milhões por 100%
4º) Bebeto (1997, do Sevilla para o Vitória) – R$ 3,50 milhões por 100%
5º) Lenis (2016, do Argentinos Juniors para o Sport) – R$ 3,16 milhões por 50%
6º) Jackson (2016, do Inter para o Bahia – R$ 3,00 milhões por 70%
7º) Rogério (2016, do São Paulo para o Sport) – R$ 2,50 milhões por 25%
7º) Régis (2014, da Chapecoense para o Sport) – R$ 2,50 milhões por por 50%
7º) Diego Souza (2016, do Flu para o Sport) – R$ 2,50 milhões por 100%
10º) Bebeto Campos (1998, do Flu para o Bahia) – R$ 1,7 milhão por 100%

* Valores divulgados pela imprensa e/ou clubes nas respectivas épocas.

Na Copa do Brasil, Pernambuco soma 88 classificações, 70 eliminações e 1 título

Copa do Brasil. Foto: Lívia Villas Boas / Staff Images (site oficial da CBF)

A Copa do Brasil de 2017 será a maior da história, com 91 clubes, incluindo o novo formato, com as duas fases eliminatórias em jogos únicos e vantagem do empate aos visitantes. O futebol pernambucano será representado por quatro clubes, os mesmos da edição anterior da copa: Santa (que irá estrear já nas oitavas, a nova condição ao campeão nordestino), Sport, Náutico e Salgueiro.

As estreias locais na primeira fase: CSA-AL x Sport (08/02, 21h30), Guarani-CE x Náutico (15/02, 20h30) e Sinop-MT x Salgueiro (16/02, 20h30).

Até hoje, os clubes do estado já disputaram 158 confrontos no torneio, iniciado em 1989, com 88 classificações, o que corresponde a 55% de sucesso. Abaixo, o retrospecto completo dos times locais, tendo como ponto alto o título leonino em 2008, justamente na última das sete campanhas entre os oito melhores (quartas). Já são oito edições parando no máximo nas oitavas (5 vezes).

Confira os destalhes sobre os chaveamentos dos times locais aqui.

Confira as cotas da Copa do Brasil de 2017 clicando aqui.

O atual troféu em disputa, inspirado na Liga dos Campeões da Uefa, foi instituído há cinco anos. Reveja os outros oito modelos de taças de 1989 a 2012.

Sport – 22 participações (168 pontos, 53,8%)
104 jogos (164 GPC e 110 GC, +54)
48 vitórias
24 empates
32 derrotas
34 classificações e 21 eliminações (61,8% de aproveitamento nos confrontos)

Campeão – 2008
Vice – 1989
Semifinal – 1992 e 2003
Quartas de final – 1998
Oitavas de final – 1991, 1993, 2007 e 2010
16 avos de final – 1995, 1997, 1999, 2001, 2002, 2004, 2012 e 2015
32 avos de final – 2000, 2011, 2013 e 2014
64 avos de final – 2016
Eliminações na 1ª fase: 2000, 2011 e 2016

Náutico – 21 participações (140 pts, 52,4%)
89 jogos (135 GP e 111 GC, +24)
40 vitórias
20 empates
29 derrotas
26 classificações e 21 eliminações (55,3% de apt. nos confrontos)

Semifinal – 1990
Quartas de final – 2007
Oitavas de final – 1989, 1993, 2003, 2006, 2008, 2009 e 2011
16 avos de final – 1992, 1995, 2000, 2002, 2005, 2010, 2012 e 2015
32 avos de final – 2001 e 2014
64 avos de final – 2013 e 2016
Eliminações na 1ª fase: 1992, 2001, 2013 e 2016

Santa Cruz – 22 participações (120 pts, 48,1%)
83 jogos (111 GP e 105 GC, +6)
34 vitórias
18 empates
31 derrotas
22 classificações e 22 eliminações (50,0% de apt. nos confrontos)

Oitavas de final – 1990, 1991, 1994, 1997, 2004, 2005 e 2010
16 avos de final – 1996, 2001, 2002, 2006, 2011, 2014 e 2016
32 avos de final – 1999, 2000, 2003, 2007, 2008, 2009, 2012 e 2013
Eliminações na 1ª fase: 1999, 2003, 2007, 2008, 2009 e 2012

Salgueiro – 3 participações (13 pts, 36,1%)
12 jogos (14 GP e 14 GC)
2 vitórias
7 empates
3 derrotas
4 classificações e 3 eliminações (57,1% de apt. nos confrontos)

Oitavas de final – 2013
32 avos de final – 2015
64 avos de final – 2016
Eliminações na 1ª fase: 2016

Central – 2 participações (6 pts, 33,3%)
6 jogos (4 GP e 9 GC, -5)
1 vitória
3 empates
2 derrotas
2 classificações e 2 eliminações (50% de apt. nos confrontos)

16 avos de final – 2008 e 2009

Porto – 1 participação (0 pt, 0%)
2 jogos (0 GP e 3 GC, -3)
2 derrotas
1 eliminação e nenhuma classificação (0% de apt. nos confrontos)

32 avos de final – 1999
Eliminações na 1ª fase: 1999

Pernambuco – 71 participações (447 pts, 50,3%)
296 jogos (428 GP e 352 GC, +76)
125 vitórias
72 empates
99 derrotas
88 classificações e 70 eliminações (55,6% de apt. nos confrontos)

Campeão – 2008
Vice – 1989
Semifinal – 1990, 1992 e 2003
Quartas de final – 1998 e 2007
Oitavas de final – 1989, 1990, 1991 (2), 1993 (2), 1994, 1997, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 (2), 2011 e 2013
16 avos de final – 1992, 1995 (2), 1996, 1997, 1999, 2000, 2001 (2), 2002 (3), 2004, 2005, 2006, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 (2), 2014, 2015 (2) e 2016
32 avos de final – 1999 (2), 2000 (2), 2001, 2003, 2007, 2008, 2009, 2011, 2012, 2013 (2), 2014 (2) e 2015
64 avos de final – 2013 e 2016 (3)
Eliminações na 1ª fase: 1992, 1999 (2), 2000, 2001, 2003, 2007, 2008, 2009, 2011, 2012, 2013 e 2016 (3)