Análise do mapa de curtidas dos maiores clubes do Nordeste, via Globo/Facebook

Nº de curtidas dos clubes no facebook. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O globoesporte.com lançou a nova versão do Mapa de curtidas dos times do Brasil no facebook, numa parceria com a rede social de Mark Zuckerberg. Com 102 milhões de usuários ativos no país, o face é um bom termômetro acerca das torcidas, embora qualquer pessoa possa curtir quantos times quiser – seja por empatia, em maior ou menor grau, ou por curiosidade sobre as atividades dos rivais. De toda forma, o mapa interativo de 2017 traz dados interessantes. Aqui, um viés sobre os sete principais clubes do Nordeste.

Embora a recorrente influência de Flamengo e Corinthians seja grande no interior da Bahia, do Ceará e de Pernambuco, nas respectivas regiões metropolitanas a força dos times locais ainda é enorme. Por sinal, nesta temporada o levantamento também trouxe um gráfico com os dois clubes mais curtidos em cada município. E a dupla Ba-Vi aparece em 17 cidades (sendo a 6º dupla com mais cidades), enquanto o Clássico das Multidões está presente em 14 (7º lugar) e o Clássico-Rei em 9 (10º lugar).

Número de curtidas no facebook em 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

A partir dos dados também é possível conferir o número de pessoas presentes em cada página oficial no face dentro e fora do estado de origem. E a massificação da informação via internet parece ter elevado esse segundo dado, numa surpresa positiva. O menor percentual de ‘torcida forasteiro’ está na casa de 28%, com o Ceará, um dado já alto. O Santa chegou a 40%! O G7 do Nordeste, aliás, está presente em todos os 27 estados brasileiros, com São Paulo sendo, disparado, o maio centro de curtidas fora da região.

Número de curtidas em 20/12/2017 (% estado de origem x % demais locais)
1.114.404 (69,3% x 30,6%) – Bahia (ecbahia)
1.086.005 (69,5% x 30,4%) – Sport (sportclubdorecife)
668.424 (71,1% x 28,8%) – Ceará (cearasc)
626.168 (63,7% x 36,2%) – Fortaleza (fortalezaec)
570.386 (58,9% x 41,0%) – Santa Cruz (oficialsantacruzfc)
433.351 (68,7% x 31,2%) – Vitória (ecvitoriaoficial)
211.608 (60,6% x 39,3%) – Náutico (nauticope)

Abaixo, os cinco estados com mais curtidas de cada clube e o mapa de influência na região, segundo o globoesporte/facebook, com a cor mais escura indicando uma presença mais forte.

Curtidas do Náutico no facebook, em 20/12/2017. Crédito: globoesporte.com/reprodução (+ arte de Cassio Zirpoli/DP)

Curtidas do Santa Cruz no facebook, em 20/12/2017. Crédito: globoesporte.com/reprodução (+ arte de Cassio Zirpoli/DP)

Curtidas do Sport no facebook, em 20/12/2017. Crédito: globoesporte.com/reprodução (+ arte de Cassio Zirpoli/DP)

Curtidas do Bahia no facebook, em 20/12/2017. Crédito: globoesporte.com/reprodução (+ arte de Cassio Zirpoli/DP)

Curtidas do Vitória no facebook, em 20/12/2017. Crédito: globoesporte.com/reprodução (+ arte de Cassio Zirpoli/DP)

Curtidas do Ceará no facebook, em 20/12/2017. Crédito: globoesporte.com/reprodução (+ arte de Cassio Zirpoli/DP)

Curtidas do Fortaleza no facebook, em 20/12/2017. Crédito: globoesporte.com/reprodução (+ arte de Cassio Zirpoli/DP)

Ranking Conmebol da Libertadores 2017 lista Sport em 108º e o Náutico em 178º

O ranking oficial da Conmebol para a Libertadores até 19/12/2017. Crédito: Conmebol/reprodução

Conmebol atualizou o seu ranking de clubes, que considera apenas as campanhas na Taça Libertadores, sendo utilizado justamente para definir os cabeças-de-chave do torneio seguinte – no caso, a edição de 2018. Ao contrário dos dois primeiros anos da lista oficial, apresentando apenas os cem primeiros, agora foram enumerados todos os 208 clubes que já se classificaram ao menos uma vez para o maior torneio sul-americano. O ranking vigente contempla histórico e performance recente, na Liberta e em títulos dos campeonatos nacionais (que funcionam como bônus).

O ranking de 2017 obedece três fatores em ordem de importância:
1) Performance nos últimos dez anos da Liberta (de 2008 a 2017)
2) Coeficiente histórico (com a pontuação de 1960 a 2007)
3) Títulos do campeonato nacional (de 2007 a 2016)*
* Apenas um por país, sem contar as copas nacionais. Em caso dois campeonatos nacionais por ano, vale metade da pontuação. 

A tabela de campanhas da última década na Libertadores é a base da lista, que vai conferindo 100% da pontuação ao primeiro ano, 90% ao segundo e assim sucessivamente, até 10% ao ano mais antigo. Caso ultrapasse os dez anos, a campanha passa ser mensurada no segundo quesito do regulamento, o “coeficiente histórico”, sem mais depreciações. É um pouco complicado, mas impõe uma certa justiça entre feitos recentes e a história escrita.

Sobre a atualização, o River Plate tomou a liderança o rival Boca Juniors, tirando uma diferença de 1.364 pontos! Atual campeão continental, o Grêmio saltou do 12º para o 3º lugar, assumindo, consequentemente, a liderança entre os brazucas. Ao todo, 28 times do país já participaram da copa, sendo três nordestinos: Bahia (1960, 1964 e 1989), Sport (1988 e 2009) e Náutico (1968). Melhor colocado, o leão pernambucano era também o único que havia sido listado anteriormente: 80º em 2015, 100º em 2016 e 108º em 2017. Sobre o timbu, a situação poderia ser melhor, com a 163ª posição em vez da 178ª. O clube poderia ter 24 pontos, mas perdeu os pontos de uma vitória (que correspondem a 8 neste ranking) por causa de uma escalação irregular.

Brasileiros no Ranking 1960-2017 (entre parênteses, a posição geral):
1º) Grêmio (3º) – 5.312 pontos (3 títulos, 17 participações)
2º) Atlético-MG (7º) – 3.930 pontos (1 título, 9 participações)
3º) São Paulo (8º) – 3.687 pontos (3 títulos, 18 participações)
4º) Santos (11º) – 3.496 pontos (3 títulos, 13 participações)
5º) Corinthians (12º) – 3.340 pontos (1 título, 13 participações)
6º) Cruzeiro (13º) – 3.229 pontos (2 títulos, 15 participações)
7º) Internacional (16º) – 2.880 pontos (2 títulos, 11 participações)
8º) Palmeiras (22º) – 2.481 pontos (1 título, 17 participações)
9º) Flamengo (35º) – 1.608 pontos (1 título, 13 participações)
10º) Fluminense (26º) – 1.480 pontos (1 vice, 6 participações)
11º) Botafogo (41º) – 1.299 pontos (1 semifinal, 5 participações)
12º) Atlético-PR (50º) – 934 pontos (1 vice, 5 participações)
13º) Vasco (54º) – 810 pontos (1 título, 8 participações)
14º) Chapecoense (89º) – 300 pontos (1 participação)
15º) São Caetano (95º) – 228 pontos (1 vice, 3 participações)
16º) Sport (108º) – 148 pontos (2 participações)
17º) Guarani (110º) – 138 pontos (1 semifinal, 3 participações)
18º) Bahia (127º) – 68 pontos (3 participações)
19º) Criciúma (137º) – 56 pontos (1 participação)
20º) Coritiba (138º) – 52 pontos (2 participações)
21º) Paysandu (142º) – 48 pontos (1 participação)
22º) Goiás (145º) – 40 pontos (1 participação)
23º) Paraná (158º) – 28 pontos (1 participação)
24º) Santo André (163º) – 24 pontos (1 participação)
25º) Paulista (170º) – 20 pontos (1 participação)
25º) Juventude (171º) – 20 pontos (1 participação)
27º) Náutico (178º) – 16 pontos (1 participação)
28º) Bangu (192º) – 8 pontos (1 participação)

A projeção das cotas da Série A de 2018 a partir modelo da Globo previsto para 2019

A distribuição de cotas do Brasileirão a partir de 2019, segundo a Rede Globo. Crédito: Globo/reprodução

O formato de distribuição de cotas do Campeonato Brasileiro, a partir das vendas dos direitos de transmissão na televisão, mudará em 2019. A edição de 2018 será a última com todos contratos possíveis através da Rede Globo – tv aberta, tv fechada, pay-per-view, sinal internacional e internet. A partir de 2019, com a entrada do Esporte Interativo na tevê por assinatura, haverá uma divisão, de clubes e receitas. Forçada pela concorrência, a Globo resolveu adotar um sistema semelhante ao da Premier League. A divisão será 40% em parcelas iguais, 30% em rendimento e 30% em audiência, em vez de 50%, 25% e 25% da liga inglesa. Conforme informado pela empresa em 24 de março de 2017, o modelo valerá por seis edições, englobando a transmissão aberta – o PPV segue à parte. Hoje, 21* clubes estão acordados com a emissora para o período, incluindo NáuticoSanta Cruz e Sport.

Embora clubes como Santos e Inter tenham firmado com o Esporte Interativo, a tendência é que todos sigam com a Globo no sinal aberto. Logo, a regra deve ser geral. Como curiosidade, o blog simulou as cotas da Série A de 2018 com o futuro modelo. O montante de “cotas fixas” é de R$ 1,346 bilhão, já com a ampliação do ‘piso’, de R$ 23 mi para R$ 28 milhões, a partir do acordo feito pelo Ceará, informado pelo repórter Mário Kempes, de Fortaleza – o blog considerou este valor para os demais ‘não cotistas’ oriundos da segundona. Nesta projeção, a única ressalva é a receita do SporTV, incorporada ao montante, mas que seria repassada apenas aos contratados da Globo, claro. Portanto, em vez do atual sistema de (oito) castas, com um hiato de R$ 142 milhões entre a maior cota (Flamengo e Corinthians) e a menor (América, Ceará e Paraná), a diferença máxima seria de R$ 79 milhões, numa redução de 44%. E seria justamente o máximo possível, entre o atual campeão/maior cotista (Corinthians) e 4º lugar da Série B/menor cota (Paraná).

* América-MG, Atlético-GO, Atlético-MG, Avaí, Brasil-RS, Chapecoense, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Inter, Londrina, Náutico, Ponte Preta, São Paulo, Sport, Santa, Vasco, Vila Nova e Vitória.

A projeção de cotas do Brasileiro de 2018 com o modelo a ser adotado a partir de 2019. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

No quadro, o blog projetou a cota conferindo os seguintes valores na divisão por classificação em 2017: 20x para o campeão (ou seja, 20 x R$ 1.922.857, o valor base), 19x para o vice, 18x para o 3º lugar e assim sucessivamente, até o 4º da Série B, com 1x. Já na coluna de audiência, o valor considerado foi 30% da verba que cada clube receberá de fato, pois trata-se da única fonte de informação para definir a atual visibilidade de cada um neste momento.

Lembrando que essa demonstração é referente apenas às cotas fixas. É importante reforçar isso pois há o rateio de meio bilhão de reais no PPV, através do Premiere, até então calculado pelo número de assinantes apurado em pesquisa do Datafolha. Esta receita é repartida apenas entre os 16 ‘cotistas da TV’, com os demais somando o valor do PPV já no acordo pontual para a temporada, caso do Vozão. Em 2015, o Sport, com 1,4% dos assinantes, teve um ‘bônus’ de R$ 6,75 milhões. O Fla, com 19,2%, recebeu R$ 68 mi. E aí deve estar o grande segredo sobre a mudança no formato, pois o impacto econômico do PPV segue ascendente no bolo – mantendo Fla e Timão bem à frente. Em 2019, a previsão é de que apenas este contrato represente 33,2% do total, ou 650 milhões de reais. Imagine em 2024…

A projeção de cotas do Brasileiro de 2018 com o modelo a ser adotado a partir de 2019. Arte: Cassio Zirpoli/DP

14 representantes do Brasil nas copas da Conmebol em 2018. Na história, 40 clubes

Troféus da Libertadores e da Copa Sul-Americana

A decisão da Copa Sul-Americana de 2017, com o título do Independiente sobre o Flamengo, em pleno Maracanã, definiu a armada brasileira para os torneios continentais de 2018. Ao todo, 14 clubes do país obtiveram vagas nas disputas da Conmebol, sendo oito na Taça Libertadores e seis na Sula, através da classificação final do Brasileirão. Caso o Fla tivesse erguido a taça, o Sport teria herdado a vaga na Sula. No entanto, desta vez o Nordeste será representado pelo Bahia, de volta após um hiato de três temporadas.

Representantes do país em 2018
Libertadores: Corinthians, Palmeiras, Santos, Grêmio, Cruzeiro e Flamengo na fase de grupos; Vasco e Chapecoense na 2ª preliminar

Sul-Americana: Atlético-MG, Botafogo, Atlético-PR, Bahia, São Paulo e Flu

A confederação sul-americana de futebol já organizou diversos torneios interclubes, com descontinuações ao longo dos anos, como Supercopa, Copa Conmebol e Mercosul. Portanto, considerando os dois torneios em vigor, o 40 clubes do Brasil já tiveram o gostinho de participar, incluindo o Trio de Ferro do Recife. Nesta conta, com Liberta (1960 a 2018) e Sula (2003 a 2018), foram 28 times na principal competição e 35 na segunda. Ou seja, 23 clubes já jogaram nas duas frentes – quadro abaixo, com participações e títulos.

Voltando a 2018, vale lembrar que os participantes da Libertadores também poderão disputar a Sul-Americana no mesmo ano – os dois melhores entre os eliminados na Pré-Liberta e os oito terceiros colocados na fase de grupos.

Ranking de participações na Libertadores (1960-2018) e na Sul-America (2002-2018). Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Sport obtém a 8ª vitória consecutiva na Justiça sobre o título brasileiro de 1987

Comercial do Banorte após a conquista do Sport em 1987

Pela terceira vez, o Supremo Tribunal Federal se posicionou sobre o título do Campeonato Brasileiro de futebol de 1987. Na esfera máxima do poder judiciário do país, o Flamengo recorreu da decisão do STJ, que havia confirmado o Sport como único campeão, respeitando a sentença transitada em julgado desde 1999. Mantendo a sequência desde a primeira decisão na justiça comum, há 23 anos, o STF foi favorável ao rubro-negro pernambucano.

Após negar o provimento do ‘agravo regimental’ sobre o recurso extraordinário impetrado pelo clube carioca, tanto de forma monocrática quanto na Primeira Turma, com a participação de quatro ministros, agora foi a vez da negativa ao ‘embargo de declaração’, que pedia a revisão da decisão, incluindo os ‘efeitos infringentes’, com a possibilidade de mudar o resultado – para dois campeões.

Em relação aos nomes da decisão anterior, apenas uma mudança, com a ausência de Luís Roberto Barroso. Curiosamente, o único que havia votado a favor do Fla. Os outros três nomes, Marco Aurélio Mello, o relator, Rosa Weber e Alexandre de Moraes mantiveram os seus votos, com o resultado unânime. Somando o caso original (1988-1994) e o imbróglio vigente (2011-2017), são 8 decisões, todas a favor do Sport. Desta vez, o Flamengo ainda foi multado. Terá que pagar ao leão pernambucano 2% do valor da causa.

Andamento do Campeonato Brasileiro de 1987
08/09/1987 – Reunião na CBF, com o Clube dos 13, define quadrangular
11/09/1987 – Início do Módulo Verde
13/09/1987 – Início do Módulo Amarelo
13/12/1987 – Flamengo campeão do Módulo Verde (1 x 0 no Inter)
13/12/1987 – Sport e Guarani dividem o Amarelo (11 x 11 nos pênaltis)
14/01/1988 – Justiça exige unanimidade no Conselho para mudar fórmula
15/01/1988 – Conselho Arbitral extraordinário não consegue unanimidade
22/01/1988 – Guarani abdica oficialmente do título do Módulo Amarelo
24/01/1988 – Inter não comparece ao jogo na Ilha. Sport vence por W.O.
27/01/1988 – Fla não comparece ao jogo na Ilha. Sport vence por W.O.
07/02/1988 – Sport 1 x 0 Guarani, a final do Campeonato Brasileiro

10/02/1988 – Sport entra com ação pedindo o reconhecimento do título

Resultados do caso original
02/05/1994 – 1 x 0 (10ª Vara da Justiça Federal, juiz Élio Wanderley)
24/04/1997 – 1 x 0 (Tribunal Regional Federal, juiz Abdias Patrício)
23/03/1999 – 1 x 0 (Superior Tribunal de Justiça, ministro Waldemar Zveiter)
16/04/2001 – Fim do prazo à ação rescisória

21/02/2011 – Decisão administrativa da CBF declara dois campeões em 1987

Resultados do segundo caso, após a divisão da CBF
01/03/2011 – Sport entra com ação pedindo a anulação do ato administrativo
27/05/2011 – 1 x 0 (10ª Vara da Justiça Federal, juiz Edvaldo Batista)
08/04/2014 – 4 x 1 (Superior Tribunal de Justiça, Terceira Turma)
04/03/2016 – 1 x 0 (Supremo Tribunal Federal, ministro Marco Aurélio Mello)
18/04/2017 – 3 x 1 (Supremo Tribunal Federal, Primeira Turma – agravo)
05/12/2017 – 3 x 0 (Supremo Tribunal Federal, Primeira Turma – embargo)

A distribuição das cotas de televisão na Série A 2018, com bolo de R$ 1,3 bilhão

As cotas de TV do Campeonato Brasileiro em 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O post foi atualizado em 20/12 após a divulgação do novo contrato do Ceará.

Com o acesso do Internacional, a Série A volta a ter os doze* principais cotistas da tevê após um hiato de cinco temporadas. Entre 2013 e 2017 houve sempre um desfalque anual. Não por acaso, em 2018 a competição irá distribuir a maior receita fixa da história, com R$ 1,34 bilhão, com 80,9% do bolo aos tais doze. O valor desconsidera a crescente fatia destinada pelo pay-per-view, com os 380 jogos exibidos no Premiere. Dos 18 clubes com contratos duradouros com a Rede Globo, em acordos que se encerram justamente em 2018, apenas Coritiba e Goiás estão fora da primeirona.

Na elite, a cota fixa está subdividida em oito níveis, com os seis primeiros para os ‘cotistas’ – que mantém a receita mesmo em caso de descenso. O Sport, com acordos do tipo desde 1997, está na base, com R$ 35 milhões, considerando o valor de contrato – sem as devidas correções inflacionárias. Em seguida vêm os ‘não cotistas’, com renovações anuais, pontuais. São dois subgrupos, com destaque para a Chape, com R$ 4 milhões a mais que os demais ‘não cotistas’. Inicialmente, o piso seria de R$ 23 mi, como em 2016 e 2017, mas o Ceará conseguiu negociar um aumento para 28 milhões – neste caso, já com o PPV. Já o topo da pirâmide segue com Corinthians e Flamengo. Os clubes mais populares do país detêm 25,2% desta receita.

Com o fim do acordo para o triênio 2016-2018, a Rede Globo elaborou um novo modelo de negociação, surgido após a pressão pelos direitos, com o Esporte Interativo firmando contratos para a tevê fechada com 15 clubes. Portanto, em 2019 a divisão na tevê aberta terá um sistema semelhante ao da Premier League. A divisão será 40% em parcelas iguais, 30% em rendimento e 30% em audiência, em vez de 50%, 25% e 25% da liga inglesa. Valerá por seis edições, englobando a transmissão aberta – o PPV segue à parte. Sem clubes pernambucanos após cinco anos, a Série B aguarda o novo contrato para a divisão de cotas de televisão. Em 2017, foi criado um modelo com 60% do valor fixo e 40% numa variável de acordo com as colocações – válido apenas para os ‘não cotistas’, que em 2018 correspondem a 18 equipes.

* Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos (SP); Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo (RJ); Grêmio e Inter (RS); Cruzeiro e Atlético (MG)

Verba fixa da TV na Série A
2015 – R$ 923 milhões (com 15 cotistas e 5 não cotistas**)
2016 – R$ 1,240 bilhão (com 15 cotistas e 5 não-cotistas***)
2017 – R$ 1,306 bilhão (com 16 cotistas e 4 não-cotistas***)
2018 – R$ 1,346 bilhão (com 16 cotistas e 4 não-cotistas***)

** Contrato 2012-2015
*** Contrato 2016-2018

A classificação final da Série A 2017, com R$ 63 milhões em prêmios e 14 vagas

A classificação final do Brasileirão de 2017. Crédito: Superesportes

Terminou a 47ª edição da Série A do Brasileiro. Embora o Corinthians tenha sido (hepta) campeão de forma antecipada, a 38ª rodada definiu vários pontos da tabela, como o vice (Palmeiras), três classificados à Libertadores (Fla, Vasco e Chapecoense, a ‘campeã’ do returno, com 32 pontos), um classificado à Sula (Fluminense) e dois rebaixados. Além de Atlético-GO, o lanterna com a maior pontuação da história (36), e Ponte, caíram Avaí e Coritiba, com os rubro-negros nordestinos escapando por um triz. Numa Ilha do Retiro lotada, o Sport bateu o campeão e foi ajudado pelos resultados.

Abaixo, a distribuição da premiação oficial da competição, contemplando todos os times que permaneceram na elite. Repassado pela CBF e bancado pela Rede Globo, a detentora dos direitos de transmissão, o montante chega a R$ 63.744.000. Dos 16 times com aporte, 14 (!) se classificaram aos dois torneios internacionais da Conmebol. E olhe que o Leão da Ilha ainda tem chance…

Colocações, premiações e vagas através do Brasileirão 2017
1º) Corinthians – R$ 18.069.300, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
2º) Palmeiras – R$ 11.373.030, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
3º) Santos – R$ 7.759.170, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
4º) Grêmio – R$ 5.633.370, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
5º) Cruzeiro – R$ 4.092.165, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
6º) Flamengo – R$ 2.763.540, Libertadores/4ª fase e Copa do Brasil/oitavas
7º) Vasco – R$ 2.391.525, Libertadores/2ª fase e Copa do Brasil/oitavas*
8º) Chape – R$ 2.072.655, Libertadores/2ª fase e Copa do Brasil/oitavas
9º) Atlético-MG – R$ 1.806.930 e Sul-Americana/1ª fase**
10º) Botafogo – R$ 1.594.350 e Sul-Americana/1ª fase
11º) Atlético-PR – R$ 1.381.770 e Sul-Americana/1ª fase
12º) Bahia – R$ 1.222.335 e Sul-Americana/1ª fase
13º) São Paulo – R$ 1.062.900 e Sul-Americana/1ª fase
14º) Fluminense – R$ 956.610 e Sul-Americana/1ª fase
15º) Sport – R$ 850.320***
16º) Vitória – R$ 744.030 

Caso o Flamengo conquiste a Copa Sul-Americana de 2017, criando o “G9”:
* O Vasco entraria já na fase de grupos (4ª fase) da Libertadores
** O Atlético Mineiro trocaria a vaga da Sula pela Libertadores (2ª fase)
** O Sport herdaria a vaga na Copa Sul-Americana (1ª fase)

O regulamento do Brasileirão de 1987

O livro 1987 – De fato, de direito e de cabeça traz detalhes sobre o regulamento oficial do Campeonato Brasileiro de 1987. Na produção da publicação de 288 páginas,uma parceria com o também jornalista André Gallindo, tivemos acesso ao livreto original, guardado na sede da CBF, no Rio. Confira o documento sobre os módulos amarelo e verde, totalizando os 32 competidores da ‘Copa Brasil’, se estendendo até a 4ª fase, correspondente ao quadrangular final, com os campeões e vices dos dois módulos.

A fórmula foi acordada em 08/09/1987, a três dias do início da competição.

Classificação da Série A 2017 – 31ª rodada

A classificação da Série A 2017 após 31 rodadas. Crédito: Superesportes

O leão voltou a perder na Ilha do Retiro e ampliou o drama no Brasileirão. O clube até manteve a 15ª colocação, mas agora divide a pontuação com outros três concorrentes. Logo, está por um triz em relação à zona de rebaixamento – por sinal, tem apenas um ponto a mais que o vice-lanterna. Sem qualquer gordura na competição, o Sport precisará vencer para tentar se manter. E aí está o grande o problema: o rubro-negro venceu apenas 1 vez nas últimas 14 rodadas. Com mais sete jogos pela frente, precisa de, pelo menos, dez pontos – para chegar à margem clássica de 45 pontos.

Na briga pelo título, o Corinthians voltou a dar chance. Somou apenas um ponto nos últimos doze disputados. Na “Segunda Campeã”, no encerramento da rodada, o rival Palmeiras poderia ter ficado a três pontos, com o dérbi no próximo domingo, mas acabou num empate. De toda forma, reduziu para a diferença para cinco pontos. Habemus disputa pela taça?

Resultados da 31ª rodada
São Paulo 2 x 1 Santos
Flamengo 0 x 0 Vasco
Atlético-PR 0 x 0 Chapecoense
Fluminense 1 x 1 Bahia
Atlético-MG 0 x 0 Botafogo
Ponte Preta 1 x 0 Corinthians
Vitória 1 x 1 Atlético-GO
Sport 3 x 4 Coritiba
Avaí 2 x 2 Grêmio
Palmeiras 2 x 2 Cruzeiro 

Balanço da 31ª rodada
2V dos mandantes (12 GP), 7 empates e 1V dos visitantes (11 GP)

Agenda da 32ª rodada (horários do Recife)
04/11 (16h00) – Santos x Atlético-MG (Vila Belmiro)
04/11 (18h00) – Botafogo x Fluminense (Nilton Santos)
04/11 (18h00) – Atlético-GO x São Paulo (Serra Dourada), SporTV*
04/11 (20h00) – Coritiba x Avaí (Couto Pereira)
05/11 (16h00) – Corinthians x Palmeiras (Arena Corinthians), Globo*
05/11 (16h00) – Grêmio x Flamengo (Arena do Grêmio)
05/11 (16h00) – Chapecoense x Sport (Arena Condá)
05/11 (16h00) – Cruzeiro x Atlético-PR (Mineirão)
05/11 (17h00) – Bahia x Ponte Preta (Fonte Nova)
05/11 (18h00) – Vasco x Vitória (Maracanã), SporTV*
* Considerando as transmissões para o Recife, fora o Premiere (PPV)  

Histórico de Chape x Sport em Santa Catarina, pelo Brasileirão (3 jogos)
Nenhuma vitória leonina, 1 empate e 2 derrotas

Mundial de Clubes reconhecido pela Fifa a partir da Intercontinental. E sempre foi

Os troféus dos campeões mundiais de clubes: Intercontinental, Copa Toyota e Mundial da Fifa (2000 e 2005-2016)

A Copa Intercontinental foi criada num acordo entre a Confederação Sul-Americana, atual Conmebol, e a Uefa, em 1960. O objetivo era medir forças entre os clubes dos continentes mais desenvolvidos do futebol na época. Na Europa, havia a Copa dos Campeões, atual “Liga”, já com quatro edições. Portanto, surgiu aqui a Taça Libertadores. O regulamento era bem simples, com o duelo entre os campeões em jogos de ida e volta. Pelo título mundial.

E o vencedor sempre foi tratado como campeão mundial interclubes, inclusive no velho mundo, onde há uma meia verdade sobre o desdém. Foi assim até 1979, com duas edições canceladas por falta de acordo entre as datas (1975 e 1978). Em 1980, solucionando o impasse, as entidades firmaram um acordo com a federação japonesa, com o patrocínio da montadora Toyota, com a disputa de jogo único, em dezembro. Dali até 2004, o campeão recebeu duas taças, a Copa Intercontinental e a Copa Toyota, ambas valorizadas.

Em 2000, como se sabe, a Fifa organizou pela primeira vez o “Mundial de Clubes”, ignorando o passado. E olhe que, por diversas vezes, a própria entidade avalizou a disputa anterior como mundial – no youtube é possível conferir as placas da Fifa nos jogos disputados no estádio em Tóquio. Desde 2005, com a descontinuação da Copa Intercontinental, o Mundial de Clubes passou a ocupar o calendário, já com os demais continentes, cuja presença é, sim, justa. Porém, não apagou quatro décadas de glórias…

Tanto que a própria Fifa, enfim, reconheceu a antiga disputa como Mundial, com o mesmo peso do seu torneio. Embora apenas por barganha política, legitimou o que Santos, Flamengo, Grêmio e São Paulo sempre foram.

Obs. O blog já considerava a Copa Intercontinental.

Os campeões chancelados pela Fifa (Intercontinental + Mundial de Clubes)

5 – Real Madrid (1960, 1998, 2002, 2014 e 2016) 

4 – Milan (1969, 1989/1990 e 2007) 

3 – Peñarol (1961, 1966 e 1982) , Nacional (1971, 1980 e 1988), Boca Juniors (1977, 2000 e 2003), São Paulo (1992/1993 e 2005), Internazionale (1964/1965 e 2010), Bayern de Munique (1976, 2001 e 2013) e Barcelona (2009, 2011 e 2015) 

2 – Santos (1962/1963), Independiente (1973 e 1984), Ajax (1972 e 1995), Juventus (1985 e 1996), Porto (1987 e 2004), Manchester United (1999 e 2008) e Corinthians (2000 e 2012) 

1 – Racing (1967), Estudiantes (1968), Feyenoord (1970), Atlético de Madrid (1974), Olimpia (1979), Flamengo (1981), Grêmio (1983), River Plate (1986), Estrela Vermelha (1991), Vélez Sarsfield (1994), Borussia Dortmund (1997) e Internacional (2006)