A agonia do Central na Série D é duradoura. Está lá desde a criação da quarta divisão, com sete participações em nove possíveis. Já chegou a flertar com o acesso, ao alcance dos quatro primeiros colocados, mas fracassou em casa, nos pênaltis, pelo gol qualificado, de goleada. Haja pancada.
Mas a Patativa insiste no Campeonato Brasileiro, único meio para obter um calendário mais digno. Hoje, mal consegue pôr as contas em dias, convivendo com (justas) ameaças de paralisação dos jogadores. E apesar da campanha irregular, com uma vitória até então, não falta luta. Em Coruripe, precisando da vitória para se manter vivo no grupo A7, uma história daquelas…
À parte das ondas do rádio, sete torcedores alvinegros pegaram a estrada, com 289 quilômetros de viagem para uma partida complicado. Se já não havia muitos motivos para confiar, tomar um gol no primeiro lance deve ter rendido um leve arrependimento sobre a viagem. Ao menos desta vez, não! A tarde seria alvinegra, seria do atacante Leandro Costa. Os sete fiéis mereciam.
Certamente, esses torcedores estarão no Lacerdão na última e decisiva rodada, no domingo de São João, contra o Sousa…
Os gols de Coruripe x Central 1 x 0 – Alisson aos 25 segundos… 1 x 1 – Leandro Costa aos 39/1T 2 x 1 – Nilson Júnior aos 46/1T 2 x 2 – Leandro Costa aos 2/2T 2 x 3 – Leandro Costa aos 47/2T
Campanhas alvinegras na Série D 2009 – 12º lugar 2010 – 32º 2013 – 14º 2014 – 16º 2015 – 14º 2016 – 36º 2017 – disputando…
Após um teste mal executado no Mundial de Clubes, em dezembro de 2016, a Fifa voltou ao tira-teima tecnológico com um novo formato na Copa das Confederações de 2017. No jogo entre Chile e Camarões, com vitória da Roja por 2 x 0 na largada do torneio-teste, o árbitro de vídeo (sigla VAR, para video assistant referee) foi acionado duas vezes em lances bem ajustados.
Impedimento ou não? Em ambos, o chileno Vargas balançou as redes…
Uma característica interessante vista na tevê foi a medição do campo com linhas em 3D, ou “grid”, equalizando os ângulos duvidosos das câmeras. Na cabine instalada na arena do Spartak, três árbitros analisaram os lances.
1) No último lance do primeiro tempo (acima), Vargas recebeu um belo passe de Vidal, entre os zagueiros africanos, e finalizou com categoria. Porém, o VAR apontou o atacante adiantado. Gol anulado.
2) No fim da partida (abaixo), Alexis Sánchez foi lançado ainda no círculo central e desperdiçou a chance na sequência, com Vargas marcando no rebote. O VAR paralisou para conferir o passe para Sánchez. Gol validado.
Sobre o tempo gasto em cada lance, considerei aceitável, sem quebrar o ritmo da partida. No entanto, a partir de agora, em jogos de futebol com a função, o gol passa a ser comemorado à vera somente após a a confirmação da cabine. Nada muito diferente do que já vemos na NFL, NBA, tênis etc.
Melhor do que anular um lance legal ou validar um lance irregular…
No Arruda, o Santa Cruz empatou com o Inter e se manteve no G4 da segunda divisão, deixando justamente o adversário colorada na colocação seguinte. Em Varginha, o Náutico perdeu do Boa Esporte e afundou na lanterna do Brasileiro, já com cinco pontos de diferença sobre o penúltimo colocado. Após oito rodadas, o líder Juventude é o único invicto e o timbu é o único time sem vitória. Na próxima rodada, mais uma “terça-feira cheia”.
Resultados da 7ª rodada Criciúma 3 x 2 Guarani Ceará 1 x 1 Luverdense Paraná 1 x 0 Figueirense Goiás 1 x 2 ABC Santa Cruz 0 x 0 Internacional Boa 2 x 1 Náutico Paysandu 0 x 0 Juventude CRB 0 x 3 Londrina Brasil 3 x 0 Vila Nova Oeste 0 x 0 América
Balanço da 7ª rodada 4V dos mandantes (11 GP), 4E e 2V dos visitantes (9 GP)
Agenda da 8ª rodada 20/06 (19h15) – Náutico x Goiás (Arena Pernambuco) 20/06 (19h15) – Juventude x Brasil (Alfredo Jaconi) 20/06 (19h15) – América x Santa Cruz (Independência) 20/06 (20h30) – ABC x CRB (Frasqueirão) 20/06 (20h30) – Figueirense x Luverdense (Orlando Scarpelli) 20/06 (20h30) – Londrina x Criciúma (Estádio do Café) 20/06 (20h30) – Paysandu x Boa (Curuzu) 20/06 (21h30) – Vila Nova x Ceará (Serra Dourada) 20/06 (21h30) – Guarani x Oeste (Brinco de Ouro) 20/06 (21h30) – Internacional x Paraná (Beira-Rio)
Em 24 pontos disputados, o Náutico somou apenas 2. Além dos dois empates, perdeu seis vezes. Hoje, é o único time que ainda não venceu na Série B, afundando na zona de rebaixamento, numa situação já difícil de reverter.
Em Varginha, sob comando interino de Levi Gomes, mais um revés. Outra vez de virada. Se contra o Paraná o segundo gol saiu nos descontos, contra o Boa o resultado também veio de forma dura, com dois gols seguidos no finzinho do primeiro tempo. Após o gol de Aislan, escorando o escanteio cobrado por Giovanni, o time pernambucano cometeu falhas grotescas. Como exemplo, o pênalti aos 42, ‘iniciado’ por Joazi e cometido por Tiago Cardoso. Bizarro. Na sequência, aos 44, um golaço de Rodolfo. O 2 x 1 seria definitivo, tamanha fragilidade do visitante, cuja melhor chance saiu dos pés do estreante Gilmar.
Com isso, o timbu volta ao Recife com apenas 8,3% de aproveitamento no Brasileiro, em seu pior início desde que o formato de 38 rodadas foi implantado. Por sinal, num levantamento considerando as oito primeiras rodadas, o quadro já é muito preocupante. Dos onze lanternas anteriores neste recorte, seis seguiram na posição ao fim da competição e apenas dois clubes escaparam do Z4, com Vila Nova e ABC somando 43 e 44 pontos nas trinta rodadas seguintes, respectivamente. Complicado imaginar uma reação semelhante com o alvirrubro. Boa sorte ao novo técnico, Beto Campos.
O lanterna da Série B após 8 rodadas (e a situação após a 38ª) 2006 – 7 pontos, Vila Nova (20º 42 pts) 2007 – 6 pontos, Ituano (20º, 33 pts) 2008 – 5 pontos, CRB (20º, 24 pts) 2009 – 3 pontos, Campinense (19º, 37 pts) 2010 – 3 pontos, Vila Nova (16º, 46 pts) 2011 – 3 pontos, Duque de Caxias (20º, 17 pts) 2012 – 2 pontos, Barueri (20º, 30 pts) 2013 – 2 pontos, ABC (14º, 46 pts) 2014 – 1 ponto, Vila Nova (19º, 32 pts) 2015 – 3 pontos, Mogi Mirim (20º, 23 pts) 2016 – 3 pontos, Tupi (19º, 30 pts) 2017 – 2 pontos, Náutico
A torcida atendeu ao apelo, com o ingressos a partir de R$ 5, e marcou boa presença no Arruda. Apesar do borderô anunciado, com 25.356 espectadores, os setores reservados aos tricolores, nos anéis superior e inferior, estavam cheios. Apoio num confronto direto pelo grupo de acesso (4º x 5º), diante do Internacional, o bicho-papão desta Série B – tese ainda não imposta na classificação. Melhor no primeiro tempo, chegando com perigo com Bruno Paulo (2x) e Pitbull, o Santa Cruz acabou travado na segunda etapa. Cansou, mas como também teve um adversário pouco inspirado, acabou no 0 x 0. O empate beneficiou o time pernambucano, que manteve a 4ª colocação.
Nesta segunda apresentação sob o comando de Adriano Teixeira, a equipe manteve a formação com pontas abertos, Bruno Paulo e André Luís. A principal mudança foi no meio-campo, mais técnico que pegador, com Primão e, sobretudo, Léo Lima, que ajudou enquanto teve gás – a limitação física do apoiador era esperada nesses seus primeiros jogos.
Além do condicionamento da equipe, para uma atuação melhor faltou um detalhe: um gramado regular. Chamou demais a atenção o estado do piso do Mundão, esburacado e desnivelado. Apesar do trabalho emergencial, com o time treinando em Aldeia na véspera, enquanto o campo recebia perfurações para o escoamento da água, durante o jogo a situação não foi boa.
A bola parava nas poças o tempo todo, quebrando passes, com jogadores escorregando na lama – acionado no lugar de LL, Augusto, por exemplo, teve um desempenho irrelevante, sem conseguir carregar a bola. Frise-se que o campo foi ruim para os dois times. No lado do Inter, sem D’Alessandro, muitas bolas esticadas para Nico Lopez (mal, acabou substituído) e Cirino. Buscando um encaixe melhor, Guto Ferreira teve que se contentar com a lenta caminhada, com o 4º empate em 8 jogos. No fim da peleja, aplausos do povão. Pelo G4 e pela entrega em um cenário adverso para o bom futebol.
A Conmebol divulgou a tabela com a programação completa da segunda fase da Copa Sul-Americana de 2017, com seis clubes brasileiros envolvidos: Sport, Flamengo, Corinthians, Fluminense, Chapecoense e Ponte Preta.
O rubro-negro pernambucano jogará em duas quinta-feiras, ambas só com transmissão na tevê por assinatura. Ida em 6 de julho, na Ilha do Retiro, às 21h45, e volta em Sarandí, na Argentina, em 27 de julho, às 19h15.
O Santa Cruz lançou o seu aplicativo, reunindo a cobertura oficial do clube. Notícias, lance a lance, estatísticas, vídeos produzidos pela TV Coral, agenda, classificação, álbum de fotos etc. O primeiro app oficial do tricolor chega aos sistemas Android, a partir da versão 4.1, e iOS, a partir de 8.0.
Trata-se de uma nova necessária tentativa de alcançar uma parcela significativa da torcida, cada vez mais conectada via celulares – no blog, por exemplo, 72% dos acessos em 2017 tiveram origem mobile. Para instalar o “Santa Cruz FC”, disponibilizado de forma gratuita, é preciso liberar apenas 11,5 megas de espaço no aparelho. No blog, algumas das capturas de tela publicadas nas páginas do Google Play e no iTunes.
O aplicativo foi produzido pela empresa Eclectica, numa encomenda do departamento de marketing do Santa, que atrelou ao modelo a promessa de promoções exclusivas. No primeiro dia no ar, mais de três mil downloads.
Pelo calendário oficial da CBF, o dia 7 de maio estava reservado para as decisões dos campeonatos estaduais de 2017, entre aqueles com clubes envolvidos nas principais divisões do Brasileiro. Era o caso do Pernambucano, cujo dia registrou apenas o jogo de ida, com o empate em 1 x 1 entre Sport e Salgueiro. Com o rubro-negro envolvido em cinco (!) competições, não havia brecha para o jogo de volta. Até que a FPF conseguiu marcar para o dia 18 de junho, com a CBF concordando em adiar as partidas de Sport e Salgueiro pelas Séries A e C, respectivamente. Entretanto, o leão acabou eliminado da Copa do Brasil, com a confederação notificando a federação pernambucana. No caso, desconsiderou a necessidade de adiar as partidas combinadas. Afinal, ao menos duas quartas-feiras ficaram vagas. Em tese.
Inicialmente, as novas opções para a finalíssima do Estadual seriam as datas-base de 28 de junho e 5 de julho. Entretanto, uma dessas seria reservada para a ida da segunda fase da Copa Sul-Americana, envolvendo times brasileiros – e o Sport está lá. A FPF aguardou a marcação da Sula (no dia 6, mais precisamente), restando 28 de junho, uma quarta-feira à noite. Ao que parece, a data definitiva de uma competição desorganizada do início ao fim (?). Desde que o Campeonato Pernambucano passou a ter o formato de semifinal e final, há oito temporadas, apenas duas decisões ocorreram às 21h45, em 2010 e 2014. Agora, também em 2017, no Cornélio de Barros…
Abaixo, a nova agenda dos clubes. O Sport terá 14 jogos de quatro torneios distintos entre as finais estaduais, enquanto o Salgueiro terá 7 partidas.
Agenda do Sport 07/05 – Sport 1 x 1 Salgueiro (Estadual, final, ida) 11/05 – Danubio (2) 3 x 0 (4) Sport (Sul-Americana, 1ª fase, volta) 14/05 – Ponte Preta 4 x 0 Sport (Série A, 1ª rodada) 17/05 – Sport 1 x 1 Bahia (Nordestão, final, ida) 21/05 – Sport 1 x 1 Cruzeiro (Série A, 2ª rodada) 24/05 – Bahia 1 x 0 Sport (Nordestão, final, volta) 28/05 – Sport 4 x 3 Grêmio (Série A, 3ª rodada) 31/05 – Sport 1 x 1 Botafogo (Copa do Brasil, oitavas, volta) 04/06 – Avaí 1 x 0 Sport (Série A, 4ª rodada) 07/06 – Sport 2 x 0 Flamengo (Série A, 5ª rodada) 10/06 – Vasco 2 x 1 Sport (Série A, 6ª rodada) 14/06 – Sport 0 x 0 São Paulo (Série A, 7ª rodada) 18/06 – Sport x Vitória (Série A, 8ª rodada) 21/06 – Atlético-MG x Sport (Série A, 9ª rodada) 24/06 – Santos x Sport (Série A, 10ª rodada)
28/06 – Salgueiro x Sport (Estadual, final, volta)
Agenda do Salgueiro 07/05 – Sport 1 x 1 Salgueiro (Estadual, final, ida) 15/05 – Confiança 2 x 1 Salgueiro (Série C, 1ª rodada) 21/05 – Salgueiro 2 x 0 Moto Club (Série C, 2ª rodada) 27/05 – Salgueiro 1 x 2 Fortaleza (Série C, 3ª rodada) 04/06 – Botafogo 1 x 0 Salgueiro (Série C, 4ª rodada) 11/06 – ASA 1 x 1 Salgueiro (Série C, 5ª rodada) 18/06 – Salgueiro x Cuiabá (Série C, 6ª rodada) 24/06 – Sampa Corrêa x Salgueiro (Série C, 7ª rodada) 28/06 – Salgueiro x Sport (Estadual, final, volta)
Em sete rodadas, o rubro-negro pernambucano jogou quatro vezes como mandante e três como visitante. O empate sem gols entre Sport e São Paulo resultou no 8º ponto na Ilha do Retiro, mantendo a estatística caseira neste Brasileirão – ao menos isso. Com isso, se manteve em 14º lugar, ainda dois pontos à frente do Z4. Na próxima rodada, um duelo de leões nordestinos. Num viés positivo para o Sport, em tese, o jogo será na Ilha.
Em relação à briga pela ponta, Corinthians e Grêmio já vêm desgarrando, com largadas excepcionais. No caso do tricolor gaúcho, apenas uma derrota. Justamente quando usou o time reserva. E o leão aproveitou a chance.
Resultados da 7ª rodada Sport 0 x 0 São Paulo Atlético-MG 0 x 1 Atlético-PR Vitória 2 x 2 Botafogo Atlético-GO 3 x 1 Avaí Flamengo 2 x 0 Ponte Preta Santos 1 x 0 Palmeiras Corinthians 1 x 0 Cruzeiro Chapecoense 2 x 1 Vasco Coritiba 0 x 0 Bahia Fluminense 0 x 2 Grêmio
Balanço da 7ª rodada 5V dos mandantes (11 GP), 3E e 2V dos visitantes (7 GP)
Agenda da 8ª rodada 17/06 (16h00) – Atlético-GO x Atlético-PR (Olímpico) 17/06 (19h00) – Vasco x Avaí (São Januário) 17/06 (21h00) – Santos x Ponte Preta (Pacaembu) 18/06 (11h00) – Coritiba x Corinthians (Couto Pereira) 18/06 (16h00) – Fluminense x Flamengo (Maracanã) 18/06 (16h00) – São Paulo x Atlético-MG (Morumbi) 18/06 (16h00) – Bahia x Palmeiras (Fonte Nova) 18/06 (16h00) – Chapecoense x Botafogo (Arena Condá) 18/06 (19h00) – Sport x Vitória (Ilha do Retiro) 19/06 (20h00) – Cruzeiro x Grêmio (Mineirão)
Histórico de Sport x Vitória no Recife, pelo Brasileiro (11 jogos): 6 vitórias do rubro-negro pernambucano, 4 empates e 1 derrota
O Estádio dos Aflitos completa um século de história em 2017. Trata-se de um ícone do futebol pernambucano, onde foram realizadas mais de 3 mil partidas, segundo dados do pesquisador Carlos Celso Cordeiro. E olhe que 41% dos jogos não teve o Náutico em campo, com os rivais presentes durante muito tempo. Abaixo, um resumo em cada década, com as transformações do local, de campo a estádio, da posse da antiga liga ao claro sinônimo de Náutico.
Desempenho do Náutico nos Aflitos 1.768 jogos* 1.138 vitórias (64,37%) 336 empates (19,00%) 294 derrotas (16,62%)
70,7% de aproveitamento
* Competições oficiais e amistosos
Os clubes que mais atuaram nos Aflitos 1.768 – Náutico 540 – Santa Cruz 412 – Sport
As 15 finais do Campeonato Pernambucano nos Aflitos 7 títulos – Náutico (1950, 1951, 1960, 1963, 1966, 1968 e 1974) 5 títulos – Sport (1917, 1949, 1953, 1955 e 1975) 3 títulos – Santa Cruz (1947, 1959, 1969)
Década de 1910 Em 1917, a Liga Sportiva Pernambucana, atual FPF, arrendou um terreno no bairro dos Aflitos, junto ao empresário Frederico Lundgren, com o objetivo de construir um campo de futebol. Estrutura simples, com a cancha murada e cercada por árvores. A entidade pretendia utilizá-lo nos jogos oficiais do campeonato estadual, com as 29 partidas daquela edição disputadas por lá. A primeira em 8 de abril, Sport 4 x 1 Paulista. Na decisão, um Clássico das Multidões (ainda sem esse apelido), com Sport 3 x 1 Santa. No ano seguinte à inauguração da cancha, a Liga desistiu do terreno e o Náutico prontamente assumiu os custos do arrendamento. Pagou 250 mil réis por quatro anos.
Década de 1920 O Náutico passou a ser o dono definitivo do campo em 1921, dando início às primeiras melhorias, incluindo a entrada da sede. A foto mais antiga data de 1926 (acima), ano do título do Torre, o único clube à parte do Trio de Ferro levantar a taça no local. Num torneio de pontos corridos com oito times, o “Madeira Rubra” sagrou-se campeão ganhando do Náutico na última rodada.
Década de 1930 De campo a estádio. Começando pela mudança da posição do campo, com as barras saindo do sentido leste/oeste para o norte/sul, mantido até hoje. Surgiram também os primeiros degraus da arquibancada, apenas três, com a reabertura do local, já com status de “estádio”, em 25 de junho de 1939. Na ocasião, goleada alvirrubra por 5 x 2 sobre o Sport. Gols de Wlson (2), Bermudes, Celso e Fernando Carvalheira.
Década de 1940 O estádio dos Aflitos ganhou um sistema de iluminação em 19 de junho de 1941. Curiosamente, em um jogo que não envolveu o Náutico, Great Western 2 x 2 Flamengo do Recife. Na época, começou também a construção das sociais e cadeiras, uma estrutura ainda existente. Um jogo marcante na década ocorreu em 1º de julho de 1945, com a maior goleada da história do futebol local, Náutico 21 x 3 Flamengo. Tará balançou as redes nove vezes.
Década de 1950 O formato clássico dos Aflitos até meados dos anos 1990 foi finalizado na década de 1950, com a conclusão das arquibancadas e do antigo placar, conhecido como “Balança mas não cai” – um símbolo do futebol pernambucano. Além disso, foram construídos os túneis de acesso ao vestiário e colocados os primeiros alambrados. Época marcada por títulos, com o bicampeonato nos Aflitos em 50/51. O tri viria em plena Ilha do Retiro, ganhando os dois turnos. Em 1953, o estádio ganharia o nome de “Eládio de Barros Carvalho”, presidente do clube em 14 oportunidades, a primeira em 1948, quando incentivou a obra.
Década de 1960 A década dourada do Náutico, com o hexacampeonato estadual, boas campanhas na Taça Brasil, chegando à final, e participação na Libertadores. Nos Aflitos, a principal alteração foi construção das cabines de imprensa centrais. De lá, o registro audiovisual do recorde de público. Na decisão de 1968, no hexa, foram 31.061 torcedores espremidos assistindo in loco ao gol de Ramos, Náutico 1 x 0 Sport. O Recife acompanhou ao vivo na televisão.
Década de 1970 Dez anos sem grandes transformações. Com a inauguração do Arruda, em 1972, e a ampliação da Ilha, pouco antes, o Náutico jogou várias de suas principais partidas, no Estadual e no Brasileiro, nos campos rivais. Apesar disso, um jogo em especial aconteceu nos Aflitos, em 11 de dezembro de 1974. Náutico 1 x 0 Santa, com o 15º título pernambucano do timbu evitando o hexa tricolor. Ou seja, lá no Eládio nascia o bordão “Hexa é Luxo”.
Década de 1980 O Arruda estava novamente em obras, agora para a construção do anel superior. Paralelamente a isso, a direção timbu apresentou o “plano de expansão” dos Aflitos, em 28 de novembro de 1981. O estádio contaria com novas gerais, fosso, camarotes, cabines de imprensa e um novo lance de arquibancada no lugar do velho placar. Com isso, dobraria a capacidade, chegando a 50 mil lugares. “Não faremos dos Aflitos o maior estádio, mas o mais aconchegante”, frisou o então mandatário, Hélio Dias de Assis. Lendo assim, até parecia algo pequeno, mas seria um dos maiores estádios particulares do país. A obra não saiu, com o clube usando parte do recurso obtido no Bandepe para a reforma do calçamento na sede. Já os Aflitos virou praticamente um campo de treino, com apenas 140 partidas em dez anos.
Década de 1990 A segunda grande ampliação foi iniciada em 1996, com o aumento das arquibancadas laterais e central, tendo como consequência a demolição do “Balança mais não cai”. Um trabalho coordenado por Raphael Gazzaneo, que, de forma paulatina, foi arrecadando recursos junto à torcida para a construção de pequenos módulos num primeiro momento. Não por acaso, a obra duraria sete anos! Já em 1997, no quadrangular final da Série B, o estádio recebeu 28 mil torcedores para Náutico 0 x 2 América Mineiro.
Década de 2010 Com a Copa do Mundo no Brasil, proliferaram projetos de arenas de norte a sul. Na capital pernambucana foram nada menos que seis, incluindo a Arena Pernambuco, a única erguida. O próprio Náutico chegou a apresentar dois projetos de arena, deixando de lado a ampliação imaginada em 1996. Em 2013, o clube assinou um contrato de 30 anos para atuar na arena em São Lourenço. Com isso, parou até a manutenção dos Aflitos. Três anos depois, a rescisão unilateral do acordo por parte da Odebrecht, com o clube iniciando mais uma reforma em sua verdadeira casa, desta vez para obter os laudos básicos exigidos pela CBF – no último jogo, um amistoso com o Decisão, em 2015. Sonhando com o recomeço da centenária história em 2018…