Classificação da Série A 2017 – 12ª rodada

A classificação da 12ª rodada da Série A de 2017. Crédito: Superesportes

A 12ª rodada do Brasileirão foi encerrada em Curitiba, com a goleada do Sport sobre o Coxa. Com isso, o rubro-negro pernambucano chegou a três vitórias consecutivas, dando um salto na classificação – e zerou o saldo, após longa caminhada desde a má estreia. Neste recorte, saiu do 17º lugar, na zona de rebaixamento, para a 6ª posição, a zona de classificação à Libertadores. Nos três casos, vitórias sem ser vazado. E a tabela, em tese, anima o leão, com três jogos como mandante nas quatro próximas rodadas (Chape, Atlético-GO e Palmeiras). Neste período, será visitante contra o Botafogo.

Já na briga pela liderança, o Corinthians segue impossível (e invicto). Com quatro vitórias seguidas, o time paulista ampliou a vantagem, de 7 para 9 pontos. É a melhor largada da história dos pontos corridos no país.

Resultados da 12ª rodada
Atlético-GO 1 x 2 Vitória
Vasco 0 x 1 Flamengo
Corinthians 2 x 0 Ponte Preta
Chapecoense 1 x 1 Atlético-PR
Cruzeiro 3 x 1 Palmeiras
Bahia 1 x 1 Fluminense
Grêmio 0 x 2 Avaí
Botafogo 1 x 1 Atlético-MG
Santos 3 x 2 São Paulo
Coritiba 0 x 3 Sport 

Balanço da 12ª rodada
3V dos mandantes (12 GP), 3E e 4V dos visitantes (14 GP)

Agenda da 13ª rodada
12/07 (19h30) – Atlético-MG x Santos (Independência)
12/07 (19h30) – Ponte Preta x Bahia (Moisés Lucarelli)
12/07 (21h00) – Fluminense x Botafogo (Maracanã)
12/07 (21h45) – Atlético-PR x Cruzeiro (Arena da Baixada)
12/07 (21h45) – Vitória x Vasco (Barradão)
12/07 (21h45) – Palmeiras x Corinthians (Allianz Parque)
13/07 (19h30) – São Paulo x Atlético-GO (Morumbi)
13/07 (19h30) – Flamengo x Grêmio (Luso Brasileiro)
13/07 (19h30) – Sport x Chapecoense (Arena Pernambuco)
13/07 (21h00) – Avaí x Coritiba (Ressacada)

Histórico de Sport x Chape no Recife, pelo Brasileiro
3 jogos e 3 vitórias leoninas

Podcast – Análise das vitórias de Náutico, Santa e Sport. Semana 100% no Brasileiro

Uma semana 100% para o Trio de Ferro. Pela 12ª rodada das Séries A e B do Brasileiro, todos venceram, sem sofrer gols. Começou com o alvirrubro, que arrancou o primeiro resultado nesta segundona lá em Natal. Na arena, Givanildo Oliveira estreou no tricolor com goleada. Finalmente na segunda-feira, na fria Curitiba, o leão também goleou e entrou no G6, a zona da Liberta. O 45 minutos analisou os três jogos em gravações exclusivas, nas questões técnica e tática, além de análises individuais. Ao todo, 112 minutos. Ouça!

04/07 – ABC 0 x 1 Náutico (36 min)

07/07 – Santa Cruz 3 x 0 Brasil de Pelotas (30 min)

10/07 – Coritiba 0 x 3 Sport (46 min)

Sport goleia o Coritiba no Couto Pereira, chega a 3 vitórias seguidas e entra no G6

Série A 2017, 12ª rodada: Coritiba 0 x 3 Sport. Foto: Joka Madruga/Futura Press/Estadão conteúdo

O confronto valia o “G6” após 12 rodadas. Em Curitiba, o vencedor da peleja entraria na zona da Libertadores, com o empate mantendo o Cruzeiro lá. Sem Diego Souza, num imbróglio com o “sai-não-sai”, o time pernambucano precisou ser rearrumado, com Everton Felipe assumindo (bem) o meio. O Sport já havia vencido dois jogos sem DS87, contra Grêmio e Fla. E repetiu diante do Coritiba, com a terceira vitória seguida na Série A, sem sofrer gols.

O futebol apresentado pelo leão nos 20 primeiros minutos foi excelente, com transições rápidas, abusando do lado esquerdo, sempre produtivo. Foram cinco chances reais. Nas três primeiras, o goleiro Wilson salvou o mandante. Em seguida, já aos 17, finalmente o gol. De garçom nos primeiros lances, Mena (de ponta esquerda) foi o finalizador. Recebeu e marcou um belo gol. E olhe que Rithely, em outra trama pela esquerda, ainda bateu por cima na sequência. Vaiado, o Coritiba demorou a entrar no jogo. Se ofensivamente o leão estava bem, na marcação havia espaço, sobretudo na cabeça de área. Por ali, o Coxa arriscou ao menos três vezes – em um desses arremates, de Galdezani, ex-Sport, Magrão fez grande defesa. Porém, houve a cobrança de Luxemburgo, com o visitante, bem distribuído em campo, passando a valorizar mais a posse. Diminuiu o ritmo e segurou a vantagem até o intervalo.

No segundo tempo, a proposta leonina foi mais defensiva, com Ronaldo Alves e Henríquez rasgavam tudo lá atrás (seguindo o revezamento de duplas no setor). A pressão do Coxa aconteceu, sobretudo com Kléber e Henrique, num volume de jogo esperado. Ligado demais, o Sport conseguiu conter e articulou inúmeros contragolpes, esticando bastante as jogadas, até obter sucesso, com Rogério, que acabara de entrar. Aos 39, o atacante ampliou ao finalizar de primeira um cruzamento de Mena, o melhor em campo. Nos descontos, com a partida definida, um gol contra do Coxa, em outro cruzamento (este da direita), transformou a vitória leonina em goleada no Couto Pereira, 3 x 0.

Coritiba x Sport em Curitiba, pelo Brasileiro
8 vitórias do Coxa
5 empates
3 vitórias do Leão (2012, 2014 e 2017)

Série A 2017, 12ª rodada: Coritiba 0 x 3 Sport. Foto: Joka Madruga/Futura Press/Estadão conteúdo

Classificação da Série B 2017 – 12ª rodada

A classificação da 12ª rodada da Série A de 2017. Crédito: Superesportes

Após quatro rodadas sem vitória de clubes pernambucanos, uma rodada bem proveitosa na Série B, com seis pontos. Na terça, o Náutico venceu o ABC, em Natal, conquistando o primeiro triunfo nesta edição. Insuficiente para sair da lanterna, mas foi um alento, pois reduziu de 11 para o 8 pontos a diferença para o 16º, o primeiro time fora do Z4. Na sexta-feira, em São Lourenço da Mata, o Santa goleou o Brasil de Pelotas, ganhando cinco posições – do 12º para o 7º lugar. Reduziu de 5 para 3 pontos a distância ao G4.

Nesta rodada, destaque também para outro tropeço do Inter como mandante, seguindo fora do grupo de acesso, e para a vitória do Juventude no duelo de líder em Caxias do Sul. Com isso, o clube do interior gaúcho abriu três pontos na ponta. Na noite desta terça-feira, o Brasileiro volta a ter uma rodada cheia.

Resultados da 12ª rodada
Paysandu 1 x 2 Londrina
ABC 0 x 1 Náutico
Santa Cruz 3 x 0 Brasil
Goiás 3 x 1 Luverdense
Paraná 1 x 1 América
Figueirense 0 x 2 Ceará
Internacional 1 x 1 Criciúma
Juventude 2 x 0 Guarani
Oeste 2 x 2 Vila Nova
Boa 0 x 0 CRB 

Balanço da 12ª rodada
3V dos mandantes (13 GP), 4E e 3V dos visitantes (10 GP)

Agenda da 13ª rodada
11/07 (19h15) – Criciúma x Paysandu (Heriberto Hulse)
11/07 (19h15) – Brasil x Oeste (Bento Freitas)
11/07 (19h15) – Londrina x ABC (Estádio do Café)
11/07 (20h30) – América x Boa (Indenpendência)
11/07 (20h30) – Vila Nova x Paraná (Serra Dourada)
11/07 (20h30) – Guarani x Goiás (Brinco de Ouro)
11/07 (20h30) – Ceará x Internacional (Castelão)
11/07 (21h30) – CRB x Figueirense (Rei Pelé)
11/07 (21h30) – Luverdense x Santa Cruz (Passo das Emas)
11/07 (21h30) – Náutico x Juventude (Arena Pernambuco)

Na volta de Givanildo, o Santa Cruz goleia o Brasil de Pelotas na Arena Pernambuco

Série B 2017, 12ª rodada: Santa Cruz 3 x 0 Brasil-RS. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Em uma atuação segura, tomando apenas um susto, o Santa Cruz encerrou um jejum de quatro rodadas e venceu o Brasil de Pelotas por 3 x 0, voltando a se reaproximar do G4 da Série B. Em sua estreia, Givanildo Oliveira promoveu poucas mudanças, mantendo o 4-2-3-1, com os pontas, Augusto (assistência) e André Luís (bola na trave), trabalhando bastante.

No segundo dos cinco jogos programados na arena, o tricolor começou com o time marcando forte o adversário gaúcho. A dupla Derley/Elicarlos durou 38 minutos, quando Eli sentiu e acabou substituído por Wellington Cézar – apesar da má temporada, o volante não comprometeu. Quanto a Derley, acabou premiado com um belo gol, abrindo o placar num chute de fora da área, já com meia de hora. Pela sua conhecida característica, sem guardar muito a posição, ele acaba precisando de ‘chamadas de atenção’ durante o jogo. No entanto, a sua entrega, com mobilidade e recomposição, deu um gás ao time, num contexto superior ao do antecessor (já desligado), David. 

Série B 2017, 12ª rodada: Santa Cruz 3 x 0 Brasil-RS. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Àquela altura, o Brasil só tinha chegado uma vez, numa cabeçada de Lincoln, com grande defesa de Júlio César. Um lance esporádico no primeiro tempo. Trocando mais passes e abusando dos cruzamentos (19, a maioria por baixo), o tricolor foi chegando, sempre buscando Bueno, doido pra encerrar o jejum particular – desde o Castelão. Pouco antes do intervalo, aproveitando o espaço deixando pelo visitante, a cobra coral encaixou um bom contragolpe, rápido, com Augusto deixando João Paulo (o meia escolhido na noite) livre para ampliar. Dali em diante, tranquilidade para os 6.009 espectadores.

Em vantagem, o segundo tempo foi de imposição. O Santa finalizou com André, Barbio, João Paulo e Bueno, que transformou a vitória em goleada, em mais um chute de fora da área. Se havia a sensação de que o elenco do Santa é competitivo para buscar o acesso, faltando um treinador mais capacitado, com Giva esse ajuste pode chegar. Sem soluções mirabolantes, focando na confiança. Após cair do 4º para o 12º lugar, ficando a cinco pontos da zona de classificação, o tricolor se reapresenta para a disputa…

Série B 2017, 12ª rodada: Santa Cruz 3 x 0 Brasil-RS. Foto: Ricardo Fernandes/DP

A primeira formação do Santa Cruz na 6ª passagem do técnico Givanildo Oliveira

Escalação de Santa Cruz x Brasil de Pelotas. Crédito: Santa Cruz/twitter (@SantaCruzFC)

Comparando a última formação de Adriano Teixeira e a primeira sob o comando de Givanildo Oliveira, foram duas mudanças efetivas no Santa Cruz.

À parte da ausência do meia Thiago Primão, vetado pelo departamento médico, assim como Léo Lima, com João Paulo ganhando a chance no setor, as outras trocas ocorreram mesmo por opção tática/técnica, na lateral direita (Valles por Nininho) e na ponta direita (Barbio por André Luís).

Após a derrota para o Oeste, foram apenas três treinos visando o Brasil de Pelotas, na Arena Pernambuco. E Giva não mexeu na estrutura (4-2-3-1), com a defesa reforçada (e Jaime no lugar de Anderson Salles, que sem acertar a bola parada acabou perdendo espaço), dois volantes (Derley com mais liberdade), um apoiador, dois pontas e um centroavante. Ou seja, um time compacto buscando o ataque com amplitude, com dois atacantes leves.

É o feijão com arroz do experiente Givanildo, de 68 anos, cujo trabalho segue no diálogo, com a mudança de postura da equipe na Série B. A conferir.

Tricolor, o que você achou? Deveria haver alguma outra mudança na equipe? 

Escalação de Oeste x Santa Cruz. Crédito: Santa Cruz/twitter (@SantaCruzFC)

Sport vence Arsenal com 2 gols de André e abre vantagem rumo às oitavas da Sula

Sul-Americana 2017, 2ª fase: Sport 2 x 0 Arsenal (ARG). Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

A vitória por 2 x 0 é, historicamente, uma boa vantagem em mata-matas com a regra do gol qualificado. Por isso, o Sport irá à Sarandí numa condição favorável para confirmar a vaga às oitavas de final da Copa Sul-Americana, onde chegou em 2013 e 2015. À parte do resultado consolidado, portanto, fica a ressalva sobre score modesto pelo jogo visto na Ilha do Retiro. Usando quase a força máxima no torneio – poupando apenas Ronaldo Alves e desconsiderando Osvaldo, que não pôde ser inscrito -, o leão chegou com extrema facilidade ao campo ofensivo, tamanha a fragilidade técnica e tática do Arsenal, esfacelado após o fim da temporada 2016/2017 na Argentina.

Marcando mal, com até quatro jogadores cercando um leonino – deixando buracos enormes no restante do campo -, os hermanos acabaram aliviados devido aos erros no “último passe” do Sport. Explorando a ponta direita, Everton Felipe levou pânico à zaga argentina, ganhando no drible, na velocidade. Se Diego Souza puxou a cadência desta vez, sobretudo quando ficou adiantado, Everton fez grande partida, sendo parado apenas no sarrafo. Não por acaso, três marcadores receberam amarelo após faltas violentas nele – com bastante complacência do árbitro boliviano. Após cruzamentos na linha de fundo, rasteiros e por cima, as finalizações não se equipararam ao volume no setor. O primeiro tempo em branco, sob aplausos, já era injusto.

Sul-Americana 2017, 2ª fase: Sport 2 x 0 Arsenal (ARG). Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

No segundo tempo, com o gás do retraído Arsenal acabando, a troca de passes do Sport enfim deu resultado. Duas vezes com André. Na primeira, um gol feioso, embora o mantra de Dadá Maravilha seja verdadeiro. Na segunda, ótima linha de passes entre EF e Mena, vindo da Copa das Confederações. Cruzamento na medida e testada sem chances. Neste lance, vale a observação de que o chileno acabara de entrar no lugar do atacante Rogério, que não foi bem, sem encaixe coletivo e com erros nas finalizações. Com Sander/Mena, o lado esquerdo melhorou. E a vantagem foi ampliada.

Saindo para o jogo depois disso, o Arsenal até chegou perto de diminuir, com Magrão fazendo uma grande defesa. À parte disso, apenas bolas aéreas, com Durval soberano. Enquanto isso, o Sport ia desperdiçando contragolpes, dois deles excelentes – e que merecem cobrança. Sobre o Arsenal, foi muito pouco para um time que passou com duas vitórias na fase anterior, agregando 8 x 1 sobre o Juan Aurich, do Peru. Até a volta, terá 21 dias para tentar se qualificar. Até lá também espera-se que o Sport siga evoluindo. Hoje, soma quatro vitórias seguidas, sem sofrer gols. Na Argentina, esse desempenho será determinante para uma possível classificação. Pela ida, encaminhou.

Cotas do Sport na Copa Sul-Americana
1ª fase – US$ 250 mil (vs Danubio-URU)
2ª fase – US$ 300 mil (vs Arsenal-ARG)
Oitavas – US$ 375 mil?

Sul-Americana 2017, 2ª fase: Sport 2 x 0 Arsenal (ARG). Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

10 anos depois, nova ação para anular um jogo do Estadual. Não deve progredir…

Pernambucano 2017, final: Sport 1x1 Salgueiro. Imagem: Rede Globo/reprodução

O Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) de Pernambuco irá julgar o pedido de impugnação da final do Campeonato Pernambucano de 2017, numa petição impetrada pelo goleiro Luciano, reserva do Salgueiro. Saiba mais aqui.

A princípio, não significa uma mudança efetiva no título conquistado pelo Sport, mas basicamente o regimento normal do tribunal. De toda forma, entramos em mais uma discussão sobre “erro de fato” e “erro de direito” no futebol, um vez que o artigo 84 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, o CBJD, prevê a anulação (em qualquer fase) em caso de erros de direito.

Sobre a diferença dos erros, alguns exemplos:

Erro de fato
Interpretação equivocada dos lances, não das regras. Exemplos: não enxergar um impedimento ou se a bola entrou ou não no gol, em lances ajustados.

Erro de direito
Ir de encontro às regras do jogo, como não enxergar um time com 12 jogadores em campo, quatro substituições de um mesmo time, três cartões amarelos para um mesmo atleta etc.

A ação sertaneja sobre a anulação é baseada no livro de regras da CBF, que determina que o assistente esteja alinhado “atrás da bandeira do escanteio, no prolongamento ideal da linha de meta”. O auxiliar Marcelo Van Gasse não estava nesse posicionamento no Cornélio. Contudo, o “alinhamento” também pode ser subjetivo, a partir do melhor ângulo do assistente.

Sobre a decisão de um tribunal acerca de um resultado, esta é a segunda vez que isso ocorre no Estadual, dez anos depois. Em 18 março de 2007, o Central venceu o Vera Cruz por 2 x 1. Porém, o visitante chegou a empatar, através de Rivelino. No chute aos 39/2T, de fora da área, a bola furou a rede. E o árbitro Wilson Souza não viu! Deu tiro de meta. Então, o clube de Vitória de Santo Antão entrou com uma ação alegando erro de direito. E ganhou em primeira instância. Em 4 de abril, no TJD, teve 4 x 2 a favor, mudando o jogo para 2 x 2. Ocorre que a patativa recorreu e o caso chegou ao STJD, onde a decisão anterior caiu por unanimidade – com isso, o Central acabou sendo vice-campeão pernambucano, assegurando vaga na Copa do Brasil de 2008. Na decisão superior, o seguinte texto:

“Por unanimidade de votos, rejeitada preliminar de intempestividade (com a ressalva do Dr. Auditor Paulo Valed Perry , que existe nos autos, prova do requerimento tempestivo da lavratura do acórdão), para no mérito, dar-lhe integral provimento, declarando improcedente a impugnação de partida , mantendo o resultado obtido em campo entre as equipes: Central Sport Club x Vera Cruz Futebol Club.”

Neste novo caso local não seria alteração do placar, mas a anulação completa do jogo. Além da questão sobre o posicionamento do assistente, pesa a definição se a bola saiu ou não após a cobrança de escanteio. É preciso ter certeza, pois trata-se de um lance objetivo – mesmo com a utilização, em tese no país, do árbitro de vídeo. Por sinal, após a final no Cornélio de Barros, o blog foi contatado pela FPF, que também ouviu outros três jornalistas. Em todos os casos foram feitas duas perguntas, anexadas ao relatório sobre o árbitro de vídeo, encaminhado à Fifa. Reproduzo o meu caso:

1) Com o recurso das imagens da transmissão (ângulos distintos e replay), você diria que a bola saiu?
Acho que a bola não saiu. 

2) Com as imagens exibidas sobre o lance, você cravaria que a bola não saiu?
Não, não cravo.

A incerteza se estendeu aos demais.

Portanto, embora considere que o Salgueiro (ou Luciano) tenha o direito de buscar os seus direitos na justiça desportiva, o êxito neste caso é improvável. No TJD e sobretudo no STJD, pouco afeito a jurisprudências do tipo.

Pernambucano 2007, 2º turno: Central 2 x 1 Vera Cruz. Crédito: Rede Globo/reprodução

O impacto do Nordestão nas receitas, distinto entre cotistas e não cotistas

Comparativo "cotas do Nordestão 2018 x faturamento anual (2016)". Crédito: Tiago Nunes/twitter (@TiagoJNunes)

A Copa do Nordeste voltou ao calendário oficial em 2013, após longa batalha judicial, e desde então tornou-se a principal competição para os clubes da região até o início do Brasileiro, em maio. Com cotas ascendentes ano a ano, chegou a R$ 14,8 milhões em 2016. Por que este recorte? Para traçar um comparativo com os últimos balanços financeiros divulgados pelos clubes, do chamado “G7”, com os relatórios sobre 2016 divulgados em abril.

Ideia do físico Tiago Nunes, que elaborou um quadro com a representatividade de cada cada companha possível no regional, vencido pelo Santa Cruz, sobre as receitas operacionais anuais. Fica claro que no caso de Bahia, Sport e Vitória, com contratos vultosos com a Rede Globo, nem mesmo o título mudaria muita coisa – a não ser, claro, a honra de erguer a orelhuda dourada. Nos três casos, a cota pela conquista não teria alcançado 2%. Nos demais, há impacto, com a jornada até a semi significando 3% e a final em pelo menos 5%. Obviamente, existem outras (importantes) variáveis na Lampions League, como bilheteria, baixo custo (viagens, hospedagens e arbitragem pagas), além de ganhos intangíveis, como visibilidade da marca. Campeã, a cobra coral faturou R$ 3,5 milhões na competição, com 66% oriundo da premiação.

Reforçando: trata-se de um debate baseado da desfiliação de Sport e Náutico na Liga do Nordeste, que saíram reclamando justamente das “cotas” de 2018.

Faturamento absoluto dos clubes em 2016
R$ 129.850.000 – Bahia
R$ 129.596.886 – Sport
R$ 111.976.212 – Vitória
R$ 36.854.071 – Santa Cruz
R$ 28.456.481 – Ceará
R$ 23.383.609 – Fortaleza
R$ 16.723.513 – Náutico

Premiação no Nordestão 2016*
R$ 2.385.000 – Santa Cruz (6,47%), campeão
R$ 1.385.000 – Bahia (1,06%), semi
R$ 1.385.000 – Sport (1,06%), semi
R$ 935.000 – Ceará (3,28%), quartas
R$ 935.000 – Fortaleza (3,99%), quartas
* Vitória e Náutico não participaram

Abaixo, o quadro de 2015, com percentuais mais representativos, uma vez que os balanços anuais do trio não tiveram o impacto das luvas dos Nacional. Impressiona o caso tricolor, que, curiosamente, sequer disputou a Lampions.

Comparativo "cotas do Nordestão 2015 x faturamento anual (2015)". Crédito: Tiago Nunes/twitter (@TiagoJNunes)

O racha entre os 16 fundadores da Liga do Nordeste, exposto via notas oficiais

O racha entre os fundadores da Luga do Nordeste. Arte: Cassio Zirpoli/DP

No dia seguinte à desfiliação de Sport e Náutico da Liga do Nordeste, 11 fundadores se manifestaram a favor da associação, mantendo o formato deliberado para a Copa do Nordeste de 2018, com fase preliminar, 16 clubes na fase principal e os recursos originais de participação. Anúncios feitos através das notas oficiais de Bahia, que divulgou o entendimento de outros nove times, e Vitória. Entretanto, três clubes não se manifestaram. Dois deles, Sergipe e Fortaleza, sequer se classificaram à próxima edição do regional, num indício de agendas livres, sujeitas a convites. Já o terceiro clube pode ser o personagem realmente decisivo neste imbróglio, na visão do blog.

Assegurado na pré, o Santa pode herdar a vaga na fase de grupos com a desistência leonina. Por outro lado, caso também saia da liga – e a decisão coral será tomada no Conselho Deliberativo – , o Nordestão perderia o mercado pernambucano, concentrado no Grande Recife, cenário das maiores audiências na tevê aberta. Em 2017, três jogos passaram de 1 milhão de telespectadores, as duas finais e a volta do Clássico das Multidões pela semi.

Obviamente, nenhum patrocinador (nem detentor dos direitos de TV) relevaria a saída dos clubes mais populares do estado. E o exemplo vem de uma das maiores fontes de captação. No sinal aberto, os jogos são sublicenciados pelo Esporte Interativo à Rede Globo. Sem o Recife, essa verba ficaria em xeque – e parece claro o duelo entre os dos canais, cujos clubes à frente já têm contratos assinados no Brasileiro 2019, Sport (Globo) e Bahia (EI). Até que saia a escolha coral, o quebra-cabeças está formado na Associação dos Clubes de Futebol do Nordeste (ACFN), fundada em 30 de outubro de 2000. Com 16 fundadores, a liga mais tradicional do país vive o seu maior racha…

Atualização em 05/07: o Fortaleza também emitiu nota de apoio à liga.

Fundadores favoráveis à continuidade da Copa do Nordeste*
ABC, Bahia, Botafogo-PB, Ceará, Confiança, CRB, CSA, Fluminense de Feira, Treze e Vitória, América-RN e Fortaleza (este, dois dias depois)
* Seguindo a decisão da assembleia geral, ocorrida em 24 de março

Fundadores que se desfiliaram da Liga do Nordeste
Náutico e Sport

Fundadores que ainda não se posicionaram
Sergipe e Santa Cruz

Os demais clubes da região com histórico na Lampions, como Campinense (campeão em 2013), Sampaio Corrêa e Salgueiro (vice estadual e classificado para 2018), são considerados “ouvintes” nas reuniões da liga. Neste embate, devem virar alvos dos subgrupos. Tendo que optar entre a consolidação do Nordestão e a promessa de mais receita a curto prazo em outro torneio.

Qual deveria ser a posição do seu clube? Opine.

Cota absoluta de participação no Nordestão
2013 – R$ 5,6 milhões
2014 – R$ 10,0 milhões (+78%)
2015 – R$ 11,1 milhões (+11%)
2016 – R$ 14,8 milhões (+33%)
2017 – R$ 18,5 milhões (+25%)
2018 – R$ 23,0 milhões* (+24%)
* Previsão