Alteração da FPF obriga o Sport a jogar no domingo e na segunda, entre 26 horas

Registro da FPF sobre a munda de Sport x Salgueiro, pela 9ª rodada do hexagonal estadual de 2017

Em abril, o Sport entrará em campo por quatro competições distintas. Todas oficiais, nos âmbitos estadual, regional, nacional e internacional. Calendário apertadíssimo, sem lacunas. Não por acaso, Sport x Danubio, na estreia leonina na Copa Sul-Americana, foi marcada para o dia 06/04. Um dia antes, entraria em campo pelo Estadual, contra o Salgueiro. Ambos na Ilha do Retiro.

Como o rubro-negro também joga em casa pelo Nordestão no domingo que abre esta semana, dia 2, parecia óbvia a remarcação para a terça. Embora num ritmo frenético, com jogos no domingo, terça e quinta, haveria um mínimo de “folga” – não há datas vagas no mês. E o que fez a FPF? Sem alarde, remanejou a partida para a segunda-feira! Ou seja, manteve o calendário com jogos em dias consecutivos. Em vez de quarta/quinta, domingo/segunda.

02/04 (16h00) – Sport x Campinense (Nordestão, Ilha)
03/04 (20h00) – Sport x Salgueiro (Estadual, Ilha)
06/04 (19h15) – Sport x Danubio (Sul-Americana, Ilha)

De acordo com o Regulamento Geral de Competições da CBF, na versão 2017, o intervalo mínimo entre os jogos de um mesmo clube é de 60 horas – no caso supracitado serão 26 horas. Porém, de pouco vale. Há um parágrafo, o 2º do artigo 25, só para validar qualquer situação. Trecho a seguir.

“Em casos excepcionais, a diretoria de competições, de forma fundamentada e amparada em autorização médica, poderá autorizar a participação de atletas sem a observância do intervalo mínimo aludido no caput deste artigo”.

Ainda que “legalmente” seja possível, moralmente não é. O que impressiona é a dificuldade para corrigir o próprio calendário – especificamente, a FPF. De fato, o meio da semana está cheio, com quatro jogos no Recife, sendo dois do Sport, além de Náutico e Santa (com mando do Belo Jardim) na quarta. Como a PM não libera dois jogos na capital, a ordem poderia ser a seguinte:

2ª feira – Náutico x Central, PE (não jogam no fim de semana pelo regional)
3ª feira – Sport x Salgueiro, PE
4ª feira – Belo Jardim x Santa Cruz, PE (pré-definido na Globo)
5ª feira – Sport x Danubio, Sula (pré-definido na Fox)

Mas a FPF parece se importar pouco com a valorização do seu torneio…

Calculando as cotas do Brasileirão de 2017 a partir do futuro modelo da Globo

Distribuição de cotas do Brasileirão, segundo a Rede Globo. Crédito: Globo/reprodução

O formato atual de distribuição de receita do Campeonato Brasileiro tem data para acabar. Vai até 2018, com todos os contratos possíveis através da Rede Globo – tv aberta, tv fechada, PPV, sinal internacional e web. A partir de 2019, com a entrada do Esporte Interativo na tevê por assinatura, haverá uma divisão, de clubes e receitas. Forçada pela concorrência, a Globo resolveu adotar um sistema semelhante ao da Premier League. A divisão será 40% em parcelas iguais, 30% em rendimento e 30% em audiência, em vez de 50%, 25% e 25% da liga inglesa. Valerá por seis edições, englobando a transmissão aberta – o pay-per-view segue à parte. Hoje, 21* clubes estão acordados com a emissora para o período, incluindo Náutico, Santa Cruz e Sport. Todos eles se reuniram no Rio com a cúpula do canal, com o diretor-geral Carlos Henrique Schroder presente. Debateram o “futuro”. Foi a primeira vez que a empresa se pronunciou publicamente sobre o novo modelo (veja aqui).

Embora clubes como Bahia, Coxa e Santos tenham assinado com o Esporte Interativo, a tendência é que sigam com a Globo no sinal aberto. Logo, a regra deve ser geral. Como curiosidade, o blog simulou as cotas da Série A de 2017 com o novo modelo. O montante de “cotas fixas” é de R$ 1,306 bilhão, já com a ampliação recente da Chape, que passa a ganhar R$ 32 mi, em vez de R$ 23 mi. Para a projeção, a única ressalva seria a receita do SportTV, presente no número, mas que seria repassada apenas aos contratados da Globo, claro. Portanto, em vez do atual sistema de (oito) castas, com um hiato de R$ 147 milhões entre a maior cota (Flamengo e Corinthians) e a menor (Ponte, Avaí e Atlético-GO), a diferença máxima seria a metade disso, R$ 73 milhões. No caso, entre Flamengo e Avaí, recém-promovido. Mais equilíbrio.

* América-MG, Atlético-GO, Atlético-MG, Avaí, Brasil-RS, Chapecoense, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Inter, Londrina, Náutico, Ponte Preta, São Paulo, Sport, Santa, Vasco, Vila Nova e Vitória.

Projeção de cotas do Brasileiro de 2017 com o modelo a ser adotado a partir de 2019. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

No quadro, o blog projetou a cota conferindo os seguintes valores na divisão por classificação em 2016: 20x para o campeão (ou seja, 20 x R$ 1.865.714, o valor base), 19x para o vice, 18x para o 3º lugar e assim sucessivamente, até o 4º da Série B, com 1x. Já na coluna de audiência, o valor considerado foi 30% da verba que cada clube receberá de fato, pois trata-se da única fonte de informação para definir a atual visibilidade de cada um neste momento.

Lembrando que essa demonstração é referente apenas às cotas fixas. É importante reforçar isso pois há o rateio de meio bilhão de reais no PPV, através do Premiere, até então calculado pelo número de assinantes apurado em pesquisa do Datafolha, ampliando a disparidade. Em 2015, o Sport, com 1,4% dos assinantes, ganhou R$ 6,75 milhões. O Fla, com 19,2%, recebeu R$ 68 mi. E aí deve estar o grande segredo sobre a mudança no formato, pois o impacto econômico do PPV segue ascendente no bolo – mantendo Fla e Timão bem à frente. Hoje, corresponde a 27,6%. Em 2019, já salta para 33,2%, com 650 milhões de reais. Imagine em 2024…

Projeção de cotas do Brasileiro de 2017 com o modelo a ser adotado a partir de 2019. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Empate com o Belo Jardim adia a vaga antecipada do Náutico à semi. E só

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Náutico 1 x 1 Belo Jardim. Foto: Rafael Martins/DP

Eliminado de forma precoce na Copa do Brasil e no Nordestão, deixando de ganhar R$ 825 mil apenas com as cotas da segunda fase, o Náutico só terá o Estadual até o dia 12 de maio, até o início da segundona. A competição local volta a ser o foco alvirrubro, tentando quebrar um jejum de quase treze anos. A exigência é grande, mas o próprio foco precisa ser reajustado após o mau momento nos outros torneios. Contra o Belo Jardim, uma vitória simples classificaria o time por antecipação à semifinal. Tomando um gol a seis minutos do fim, o Náutico ficou num empate em 1 x 1.

Apesar das vaias dos 1.507 espectadores, o tropeço na Arena Pernambuco não influencia em nada a participação na semifinal – não há milagre que faça o Central vencer três vezes seguidas. Então, a análise poderia partir para o rendimento do time, que atuou com a formação titular. De fato, não foi bem. Finalizou poucas vezes diante de um adversário frágil e coletivamente não agradou. Contudo, atuar numa intensidade abaixo seria até compreensível 64 horas após a saída da copa regional. E o peso do jogo diz muito, vem sendo assim também com os rivais. A esta altura do hexagonal, a pontuação só serve para embaralhar o G4, sem uma vantagem concreta em disputa.

Por isso, num intervalo de 48 dias, o clube de Rosa e Silva tem, à vera, apenas quatro apresentações. Só no mata-mata. Aí, sim, haverá cobrança…

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Náutico 1 x 1 Belo Jardim. Foto: Rafael Martins/DP

A participação do sócio-torcedor no Brasileirão, com Sport e Santa, via Itaú

Ranking de público do Brasileirão 2016. Crédito: Itaú/reprodução

Campeão em campo, o Palmeiras também terminou em primeiro lugar no ranking de público do Brasileirão de 2016, com 3.700 espectadores a mais que o rival Corinthians. Ambos jogando em arenas de alto padrão. O Sport aparece em 9º e o Santa Cruz em 13º. A partir desta lista (acima), o Banco Itaú BBA produziu relatório sobre o impacto do sócio-torcedor nos públicos e rendas dos clubes durante a competição, com os quadros na sequência.

A relevância do sócio-torcedor nos públicos em 2016. Crédito: Itaú BBA/relatório

Uma equipe de profissionais da empresa analisou os borderôs de cada clube, com 19 mandos de campo. No geral, a média da Série A caiu 9% em relação a 2015. Em termos de receita, queda foi ainda pior, 18%. Entre os 15 clubes detalhados no estudo, Sport (média de 16 mil) e Santa Cruz (9,8 mil), numa análise preliminar das finanças dos clubes – cuja versão final deve sair após a divulgação dos balanços oficiais, no fim de abril.

No segundo semestre, os rivais locais tiveram 28 mil e 6 mil sócios titulares em dia, respectivamente – com dependentes também tendo acesso aos jogos, claro. Em campo, os sócios leoninos representaram 48% do público presente na Ilha, enquanto os sócios corais chegaram a 35% das partidas no Arruda. Como nos últimos quatro jogos o Leão liberou o acesso aos associados adimplentes, a relevância na bilheteria foi menor, caindo para 34%.

Análise do Itaú sobre o quadro geral dos sócios-torcedores no Brasileirão:
“Primeiramente, notamos quais são os clubes que conseguem atrair mais sócios aos jogos, e os destaque são Corinthians, Internacional, Cruzeiro, Atlético-PR e Coritiba, todos com presença acima de 70% do público médio vindo dos programas. No lado oposto, São Paulo, Santos, Fluminense e Botafogo não conseguem engajamento suficiente, estando perto ou abaixo de 20% do total presente. As explicações podem ser as mais diversas, seja o tamanho do estádio do Morumbi, que não traz incentivo, seja a falta de um estádio fixo na cidade, como foi para Fluminense e Botafogo.”

A relevância do sócio-torcedor na arrecadação em 2016. Crédito: Itaú BBA/relatório

O relatório segue com a análise em estados com mais de um clube na competição nacional, como foi o caso de Pernambuco. A seguir, um comparativo do banco sobre Sport e Santa. Na participação do sócio torcedor, os dados ficaram equilibrados entre a 5ª e a 13ª rodada, justamente no período de transição entre as campanhas, com o Sport saindo do Z4 e Santa entrando no Z4. Sobre o último gráfico, com a ocupação, pesa o tamanho dos estádios, com 50 mil lugares no tricolor e 27 mil no rubro-negro.

A relação público/renda de Sport e Santa no Brasileirão 2016. Crédito: Itaú/reprodução

Análise do Itaú sobre o desempenho dos pernambucanos:
“O Santa Cruz apresentou queda ao longo do campeonato, pois no início havia a empolgação do retorno à Série A mas a confirmação da queda à Série B desanimou o torcedor. Ao mesmo tempo, o Sport apresentou vários jogos com público elevado. Na ocupação, vemos claremente esta diferença, quando o Sport atingiu 80%de taxa de ocupação, enquanto o Santa Cruz terminou o campeonato perto de 10%. O ticket médio andou próximo ao longo do campeonato, mas o Sport teve um ponto fora da média no jogo contra o Flamengo (10º jogo) e o SantaCruz contra o Corinthians (15º).”

A relação público/renda de Sport e Santa no Brasileirão 2016. Crédito: Itaú/reprodução

A relação público/renda de Sport e Santa no Brasileirão 2016. Crédito: Itaú/reprodução

A relação público/renda de Sport e Santa no Brasileirão 2016. Crédito: Itaú/reprodução

O caminho até o título do Nordestão 2017

O chaveamento da Copa do Nordeste de 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O caminho está traçado até o troféu dourado da Copa do Nordeste de 2017. O chaveamento com os oito classificados foi definido na sede da CBF, no Rio, através de um sorteio dirigido, transmitido na tevê. E Sport e Santa ficaram do mesmo lado, com Bahia e Vitória do outro. Logo, poderemos ter o Clássico das Multidões numa semifinal, como em 2014, e o Ba-Vi na outra. PE x BA na finalíssima? Calma. Para isso, o quarteto precisa confirmar o favoritismo nas quartas, naturalmente. Neste mata-mata, com cinco ex-campeões, o sistema de classificação é o mesmo adotado na Copa do Brasil. Quem fizer mais pontos nos 180 minutos, passa. Em caso de igualdade, vem saldo de gols, maior número de gols na casa do rival e, por último, pênaltis.

Sport x Campinense
Nos dois anos anteriores, o Leão da Ilha investiu mais a partir de abril/maio, visando o Brasileirão. Desta vez, a montagem do elenco foi em janeiro, com direito à aquisição de André por R$ 5,2 milhões, na maior compra do futebol nordestino. O elenco é qualificado, sobretudo ofensivamente, porém, ainda não rendeu o esperado, com atuações irregulares mesmo em uma chave fraca, como a C. Sem espaço para erros, agora encara um velho algoz, o  Campinense, que trocou de técnico logo após a 1ª fase. Nesta volta oficial da Lampions, a Raposa já eliminou o Sport duas vezes, nas quartas em 2013 e na semi em 2016. É o confronto mais difícil.
Datas: 30/03 (Amigão, 21h15) e 02/04 (Ilha do Retiro, 16h)

Santa Cruz x Itabaiana
A reformulação no Arruda foi completa. Do time campeão da Lampions em 2016, apenas o laterais Vítor (direito) e Tiago Costa (esquerdo) seguem no clube. Com Vinícius Eutrópio à frente deste processo, o time surpreendeu, com a terceira melhor campanha na fase de grupos. Sofreu apenas dois gols, mesmo sem a definição de uma dupla de zaga, com Anderson Salles ganhando a oportunidade nas últimas apresentações. Após avançar no grupo da morte, o tricolor acabou pegando a maior surpresa entre os classificados às quartas. É a primeira vez que o Itabaiana chega nesta etapa.
Datas: 29/03 (Etelvino Mendonça, 21h45) e 01/04 (Arruda, 16h)

Vitória x River
Maior campeão, com quatro títulos, o rubro-negro baiano investiu pesado no elenco para reconquistar o Nordestão após sete anos. Apesar disso, o time de Argel enfrentou lesões, como a do meia Dátolo, e a falta de encaixe das principais peças ofensivas, como André Lima. Por pouco ficou de fora do pote 1 no sorteio, mas conseguiu liderar o grupo E após vitórias suadas nas duas últimas rodadas. Nas quartas, terá a viagem mais longa, com 995 km. Pega o River, o primeiro time dos estados integrados em 2015 (PI e MA). O clube de Teresina vem jogando no acanhado Lindolfo Monteiro, em vez do Albertão, dando força ao seu mando de campo.
Datas: 29/03 (Lindolfo Monteiro, 19h15) e 01/04 (Barradão, 18h15)

Bahia x Sergipe
Já são 15 anos sem o título nordestino, mas o Baêa vem tentando. Tanto em 2016 quanto em 2017 fez a melhor campanha na fase de grupos. Neste ano, sequer sofreu gols. A defesa, aliás, vem sendo o foco do técnico Guto Ferreira, até pelo desempenho irregular da equipe como visitante desde a Série B, mesmo com o acesso. Na frente, os destaques são Régis, emprestado pelo Sport, e o Brocador, ambos com 4 gols. Nas quartas, irá reeditar um confronto ocorrido na Copa do Brasil deste ano. Na primeira fase, o Bahia fez 2 x 0 no Sergipe, em pleno Batistão. De lá para cá, o alvirrubro reagiu, tendo hoje o artilheiro do regional, Hiago, com 5 gols.
Datas: 29/03 (Batistão, 21h45) e 02/04 (Fonte Nova, 16h)

A vantagem no mando de campo nas fases seguintes será definida de acordo com a pontuação geral, somando a fase de grupos e os mata-matas. Vale lembrar que o campeão receberá R$ 2,85 milhões, na soma de todas as cotas, além de obter a vaga às oitavas da Copa do Brasil de 2018

Pitacos na semifinal: Sport x Santa Cruz e Bahia x Vitória (alguma surpresa?).

Abaixo, o debate do podcast 45 minutos sobre o chaveamento.

Com hat-trick de Paulinho e golaço de Neymar, Brasil goleia no Centenário

Eliminatórias da Copa 2018, em 22/03/2017: Uruguai 1x4 Brasil. Foto: CBF/twitter (@CBF_Futebol)

Que atuação da Seleção Brasileira! Diante do Uruguai, até então 100% nos seis jogos disputados no Centenário, o time verde e amarelo goleou por 4 x 1 e colocou um pé e meio na Copa do Mundo da Rússia. Com 30 pontos, já está dois pontos à frente da média histórica das eliminatórias sul-americanas. E este cenário não deve mudar nos cinco jogos restantes.

Em Montevidéu, com 50 mil torcedores e o velho clima de clássico, a Celeste abriu logo o placar numa penalidade convertida por Cavani. Consequência do péssimo recuo de Marcelo, que ainda cometeria outras faltas perigosas na entrada da área. Apesar da pressão e do placar desfavorável, o Brasil manteve a calma vista nesta Era Tite. Por sinal, foi a 7ª apresentação oficial sob o comando do técnico, com a 7ª vitória, um início recorde na história da Seleção. Com Neymar muito bem, avançando, driblando e distribuindo o jogo, a marcação charrúa acabou deixando espaço, como o rombo na intermediária, com a grata finalização de Paulinho, acertando o ângulo. Chute a 94 km/h.

Eliminatórias da Copa 2018, em 22/03/2017: Uruguai 1x4 Brasil. Foto: CBF/twitter (@CBF_Futebol)

Com 18 minutos, o jogo já voltava aos eixos. Controlado de tal forma pelos visitantes que Tite que sequer cogitou mudanças. Voltou do intervalo com a mesma formação, com o mesmo Paulinho aparecendo como elemento-surpresa, virando a partida após rebote de Firmino. Em vantagem, obrigando o Uruguai a se expor, a velocidade brasileira foi fatal. Sendo mais direto: a velocidade do camisa 10. Ganhando do marcador após um bico da defesa brasileira, Neymar ficou cara a cara com Martín Silva. Num curto espaço, mostrou plena frieza e categoria para encobrir o goleiro. Outro golaço na noite.

Aos 43 minutos, Diego Souza foi acionado no lugar de Firmino, O meia do Sport, utilizado na Canarinha como centroavante, atuou em apenas cinco minutos, mas se apresentou, com duas jogadas como pivô. Em campo, ainda viu Paulinho escorar um cruzamento nos descontos e encerrar a goleada. Com o hat-trick, chegou a 9 gols pelo Brasil e tornou-se o volante com mais gols pela Seleção. Deixou para trás Alemão, César Sampaio, Dunga, Emerson e Falcão, todos com 6 tentos. Fez história num estádio histórico.

Eliminatórias da Copa 2018, em 22/03/2017: Uruguai 1x4 Brasil. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Uma árbitra no comando do Clássico das Multidões, 24 anos após Maria Edilene

Debora Cecília, árbitra da FPF em 2017. Foto: ANAF/divulgação

Em 8 de novembro de 1992, na Ilha do Retiro, Maria Edilene Siqueira foi selecionada para apitar Sport x Santa Cruz, válido pela última rodada da 1ª fase do 2º turno. Era o primeiro clássico comandado por uma mulher no futebol pernambucano. Os corais venceram por 1 x 0, e a “juíza” não admitiu indisciplina, expulsando o tricolor Malhado. Já no quatro da Fifa, chegou a apitar nos Mundiais femininos de 1995 e 1999. Edilene ainda apitou outros três clássicos, sendo também assistente diversas vezes até 1999.

Desde então, a reinserção feminina no quadro de arbitragem da FPF foi lenta, sendo retomada na primeira divisão estadual em 2011, com Ana Karina, então com 31 anos. Ela apitou Ypiranga 2 x 1 América. Em 2015, um novo passo, com a escalação de um trio feminino: a árbitra Ana Karina e as assistentes Fernanda Colombo e Karla Renata. Curiosamente, outro América x Ypiranga, desta vez nos Aflitos e com vitória alviverde por 1 x 0.

Dois anos depois, um passo maior. Deborah Cecília, de 32 anos, foi sorteada para o Clássico das Multidões. No mesmo cenário da estreia de Maria Edilene. No Estadual de 2017, ela havia trabalhado em cinco jogos, sem os grandes clubes. Como o duelo na 8ª rodada do hexagonal não tem caráter decisivo, rivalidade à parte, é uma boa oportunidade para testes. Boa sorte a Deborah, a única mulher entre os 17 árbitros do quadro atual da federação.

Maria Edilene
08/11/1992 – Sport 0 x 1 Santa Cruz (PE)
22/04/1993 – Sport 0 x 0 Santa Cruz (PE)

24/04/1994 – Santa Cruz 1 x 1 Náutico (PE)
12/03/1995 – Náutico 3 x 2 Sport (PE)

Deborah Cecília
25/03/2017 – Sport x Santa Cruz (PE)

Confira um balanço sobre as taxas de arbitragem no estado clicando aqui.

Maria Edilene, árbitra da FPF na década de 1990. Foto: Arquivo/DP

Podcast – Análise da última rodada do Trio de Ferro na fase de grupos do NE

Encerrada a primeira fase da Copa do Nordeste de 2017. Na 6ª rodada, os três pernambucanos jogaram simultaneamente, às 21h45, com destinos distintos. No Ceará, o alvirrubro aplicou a maior goleada da história do torneio, mas acabou eliminado. No Maranhão, o rubro-negro, já classificado, perdeu a chance de terminar com a melhor campanha geral. No Arruda, o tricolor não só conquistou a vaga às quartas como terminou no pote 1 para o sorteio do chaveamento. O 45 minutos analisou os jogos em gravações exclusivas, focando o desempenho e as perspectivas para as próximas apresentações.

Neste podcast, estou com Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça!

Uniclinic 0 x 9 Náutico (14 min)

Sampaio Corrêa 2 x 1 Sport (31 min)

Santa Cruz 1 x 0 Campinense (16 min)

A classificação dos grupos do Nordestão de 2017, com Sport e Santa nas quartas

A classificação final da 1ª fase da Copa do Nordeste de 2017. Crédito: Superesportes

O pote 1 para o sorteio das quartas de final da Copa do Nordeste terá os três clubes presentes no Brasileirão e o atual campeão regional. Ou seja, as principais forças confirmaram o favoritismo. Assim, Bahia, Sport, Vitória e Santa evitaram confrontos de peso na próxima fase e ainda vão decidir os respectivos confrontos em seus domínios. Pelo segundo ano seguido o Baêa termina a 1ª fase com a melhor campanha. Desta vez, contou com a derrota do Sport para o eliminado Sampaio, passando na última rodada, 14 x 13.

Após três anos o Trio de Ferro disputou a fase de grupos. Faltou pouco para a tripla classificação. Por um ponto, o Náutico ficou de fora do mata-mata. Sport e Santa Cruz avançaram liderando os seus grupos e embolsaram R$ 450 mil – já haviam recebido uma cota de R$ 600 mil pela participação na primeira fase.

O sorteio das quartas de final, com a definição do caminho até a decisão, será na sede da CBF, no Rio, às 11h desta sexta-feira. Eis os potes do sorteio:

Pote 1: Bahia, Sport, Santa Cruz e Vitória (todos campeões)
Pote 2: Itabaiana, River, Campinense e Sergipe (um campeão)

Os clubes classificados às quartas do Nordestão (2013-2017):

2013 
ABC, ASA, Campinense, Ceará, Fortaleza, Santa Cruz, Sport e Vitória

2014
América-RN, Ceará, CRB, CSA, Guarany-CE, Santa Cruz, Sport e Vitória

2015
América-RN, Bahia, Campinense, Ceará, Fortaleza, Salgueiro, Sport e Vitória

2016
Bahia, Campinense, Ceará, CRB, Fortaleza, Salgueiro, Santa Cruz e Sport

2017
Bahia, Campinense, Itabaiana, River, Santa Cruz, Sergipe, Sport e Vitória

Número de classificações às quartas (2013-2017):

5 – Sport (100%)
4 – Campinense, Ceará, Santa Cruz e Vitória

3 – Bahia e Fortaleza
2 – América-RN, CRB e Salgueiro
1 – ABC, ASA, CSA, Guarany-CE, Itabaiana, Sergipe e River

Santa vence o Campinense e confirma a classificação às quartas do NE no pote 1

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Santa Cruz 1x0 Campinense. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz (site oficial)

Um simples empate e o Santa Cruz seguiria em busca do bicampeonato nordestino. Uma vitória e a situação nas quartas de final seria um pouco melhor, decidindo em casa. Ou seja, era inegável o caráter decisivo contra o Campinense, num repeteco da última decisão. E o time paraibano, ano a ano, vai se mostrando um adversário complicado na Lampions. Já classificado, não deixou por menos, endurecendo o confronto e exigindo muita aplicação do tricolor. A vitória veio, suada, por 1 x 0. Em uma partida de poucas oportunidades reais de gol, em ambos os lados, o mandante marcou forte no meio-campo, jogando com o regulamento debaixo do braço.

Era uma noite na qual não cabia vacilo. Quando a partida no Arruda começou, o outro jogo do grupo, em Horizonte, já estava com 7min26s. E com apenas 14 o Náutico já fazia o placar necessário, marcando quatro gols. O gol da vitória foi marcado por Anderson Salles, grata surpresa na bola parada. Cobrou uma falta no travessão e depois converteu bem o pênalti sofrido por Éverton Santos – ter um jogador assim é essencial em mata-matas. No segundo tempo, com a Raposa buscando o empate, que a deixaria na liderança, o zagueiro foi novamente decisivo, salvando uma bola em cima da linha. Foi o nome da noite, confirmando a sua vaga numa defesa ainda observada pelo técnico Vinícius Eutrópio.

No fim das contas, o Santa saiu com todos os objetivos alcançados, ficando no pote 1 do primeiro mata-mata e evitando confrontos contra Bahia, Vitória e Sport. Ah, ganhou mais R$ 450 mil, um verba importante para otimizar a folha.

Santa Cruz na fase de grupos
2013 – 15 pontos (5v-0e-1d, 1º)
2014 – 11 pontos (3v-2e-1d, 2º)
2016 – 10 pontos (3v-1e-2d, 2º)
2017 – 13 pontos (4v-1e-1d, 1º)

Campanhas do Santa na volta do Nordestão (entre parênteses, a premiação)
2013 – Quartas de final (R$ 300 mil)
2014 – Semifinal (R$ 850 mil)
2015 – não participou
2016 – Campeão (R$ 2,385 milhões)
2017 – Mata-mata… (R$ 1,05 milhão até as quartas*) 

Total de cotas: R$ 4,585 milhões*

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Santa Cruz 1x0 Campinense. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz (site oficial)