Após 65 dias longe dos gramados, se recuperando de uma lesão no joelho, Maylson retornou ao Náutico. Entrou em ação em um time bem diferente, em sua primeira partida sob o comando de Givanildo Oliveira. Antes, caindo pelas tabelas. Agora, numa disputa ferrenha pelo acesso. Substituiu o esgotado Rodrigo Souza aos 23 minutos do segundo tempo em um jogo duro contra o Goiás. O volante teria a responsa de melhorar a contenção e se apresentar com mais qualidade à frente. Não se imaginava tanto, com um golaço quatro minutos depois. Invadiu a área driblando e mandou no cantinho do goleiro, 1 x 0.
A redenção de Maylson seria garantida no sufoco, com Walter acertando o travessão (aos 40!), Léo Gamalho cabeceando com perigo e a bola rondando constante a meta de Júlio César – que na primeira etapa já efetuara duas ótimas defesas. Pilhado (faltas, discussões etc), o time pernambucano não jogou bem, mas não havia mais descarte nesta Série B. Era vencer ou vencer.
O resultado na Arena Pernambuco só não foi mais comemorado pela torcida por causa da informação compartilha na arquibancada dois minutos após o apito final, com o gol nos descontos de Hernane Brocador, lá na Fonte Nova. Até então, o lanterna Sampaio Corrêa segurava um improvável empate com o Bahia. O gol levou o tricolor baiano ao G4, deixando o alvirrubro em 5º. Restam nove pontos em disputa, com dois pontos de diferença para o vice-líder (57 x 59). Ou seja, o buruçu está grande… com o Náutico lá, dependendo apenas de si.
Foi dada a largada para compor uma nova operação privada na Arena Pernambuco. O governo do estado lançou o o edital (abaixo) para um estudo de viabilidade do estádio em São Lourenço, considerando, entre outras coisas, momento econômico, potencial de ocupação e clubes engajados, com possíveis cenários entre Náutico, Santa e Sport – hoje, nenhum tem acordo oficial para mandar jogos. O curioso é que em 5 de março deste ano foi entregue o relatório da Fundação Getúlio Vargas, com o mesmo tema. Porém, na ocasião foi voltado para o “aprimoramento do programa estadual de parcerias público-privadas, a partir do estudo de caso de concessão administrativa para a exploração da arena multiuso da Copa 2014”. Considerava, claro, o contrato de 30 anos com a Odebrecht, já desfeito. Com dispensa de licitação, aquele estudo, de 225 páginas, custou R$ 1,3 milhão aos cofres do Palácio do Campo das Princesas.
Desta vez será ainda mais caro, R$ 2,2 milhões. Segundo o edital, entretanto, não deve haver ônus para o estado, pois o valor será ressarcido justamente pela empresa que, posteriormente, vencer a licitação de operação da arena multiuso. Sim, são dois processos. Cronologia a seguir.
08/11/2016 – Públicação do edital para o estudo de viabilidade da Arena 30/11/2016 – Fim do prazo para a retirada do edital por parte dos interessados 30/12/2016 – Anúncio da empresa que ficará responsável pelo estudo 30/04/2017 – Limite para a produção do relatório (120 dias)
Concluída a etapa, será aberta uma licitação internacional, com expectativa para o segundo semestre de 2017. O novo operador pode ser anunciado no fim do ano. Na primeira vez em que estádio passou por um processo do tipo, em 22 de março de 2010, três grupos apareceram: as construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez e OAS. Antes da operação, teriam que construir o estádio. Do edital à contratação oficial foram seis meses. Agora, há apenas a operação em disputa, num formato de concessão a ser definido de acordo com o futuro estudo de viabilidade, com projeções de receita mais modestas.
Em nota, a Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer (atual operadora) justifica:
“a finalidade (do estudo) é identificar o tipo de operação menos dispendiosa para a administração pública na exploração, manutenção e operação futura do empreendimento”
“(o estudo) estará atualizado com a nova realidade da Arena de Pernambuco, com nova administração, custos bem mais baixos do que antes de o Governo do Estado assumir e uma realidade econômica nacional diferente da apresentada na época do material da FGV”.
Espera-se uma modelagem bem distinta e justa. Ou seja, nada de contratos longínquos ou garantia de receita mesmo com prejuízo operacional…
A partir de 2017, a Taça Libertadores da América poderá ser decidida em apenas uma partida, em campo neutro, emulando o formato em vigor na Liga dos Campeões desde 1956. No cenário sul-americano a novidade levanta discussão acerca da execução, devido à distância (e infraestrutura) entre os dez países membros, além do México, que também participa. Além disso, jogo em campo neutro não é exatamente uma novidade no torneio. De 1960 até 1987, o saldo não era critério. Assim, em caso de igualdade era disputado uma extra num país neutro. Nem sempre com bons públicos. Em 1987, o Estádio Nacional de Santiago recebeu 25 mil pessoas (1/3 da capacidade na época) para o confronto entre Peñarol e América de Cali, com título uruguaio no último minuto da prorrogação.
Para a mudança, um motivo alegado pelo presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, foi a supremacia do mandante do segundo jogo: “Analisando o retrospecto das finais da Libertadores, o mandante do segundo jogo ganhou 70%. A justiça esportiva exige final única e em campo neutro.”
Considerando o regulamento vigente da Liberta (abaixo), exigindo uma capacidade mínima de 40 mil pessoas na final, o blog listou, como curiosidade, 36 canchas possíveis nos países vizinhos. Há ao menos um palco em cada país filiado. No Brasil existem 24 estádios, levando em conta a atual capacidade liberada pelos bombeiros. Arruda e Arena Pernambuco presentes na lista…
Confira outras mudanças na Lubertadores e na Sul-Americana clicando aqui.
Brasil à parte, na América do Sul destaca-se a Argentina, com 13 estádios aptos à finalíssima da Libertadores. Na sequência, Colômbia (5), Venezuela (5), Peru (4), Equador (3), Uruguai (2), Chile (2), Bolívia (1) e Paraguai (1).
Considerando as novas arenas, inauguradas desde 2013, e estádios remodelados ou antigos (com capacidade reduzida por segurança), até 15 estados brasileiros poderiam receber, em tese, a final da competição. Pela ordem: São Paulo (5), Rio de Janeiro (2), Minas Gerais (2), Rio Grande do Sul (2), Pernambuco (2), Paraná (2), Brasília (1), Ceará (1), Bahia (1), Pará (1), Piauí (1), Amazonas (1), Mato Grosso (1), Goiás (1) e Maranhão (1).
Estendendo ao México (convidado desde 1998) a possibilidade de entrar na fila para receber a final, seriam oito palcos fora do continente, incluindo o maior de todos (atualmente), o Azteca, que já recebeu a final da Copa do Mundo em 1970 e 1986. Somando os onze países, portanto, 68 palcos à disposição. pitacos?
A Seleção Brasileira completa em Natal o ciclo de jogos pelas Eliminatórias da Copa de 2018 em arenas do Nordeste. Contra a Bolívia, em 6 de outubro, o público pagará o ingresso mais caro, em comparando às apresentações em Salvador, Fortaleza e Recife. A capacidade reduzida da Arena das Dunas, com 31 mil lugares, aparece como uma explicação plausível. Porém, o aumento relação ao jogo na Arena Pernambuco foi de 50% no tíquete mais barato – meia entrada para o anel inferior atrás da barra em Natal e meia no anel superior em São Lourenço. A tendência é de um tíquete médio bem acima de R$ 110, o já elevado dado registrado no clássico entre brasileiros e uruguaios no estado.
A venda de ingressos, online, começa em 22 de setembro. Acima, o registro do estádio com todos os setores marcados, captado pelo blog no site, antes de a página ser retirada do ar. Vale lembrar que a CBF comercializa em parceria com o Guichê Web, cobrando 15% de taxa de conveniência. Como a carga é vendida basicamente na internet, na prática todos os ingressos devem sair mais caros.
Essa tende a ser a oportunidade mais próxima do Recife neste ciclo mundialista, com 286 km via estrada, pela BR-101, ou 254 km no trajeto aéreo, com voos diretos. A tendência é de pelo menos 16% do público oriundo de estados próximos, repetindo o perfil da torcida no clássico entre Brasil e Uruguai.
Arena das Dunas (06/10/2016): Brasil x Bolívia Arquibancada inferior (norte e sul): R$ 150 (inteira) e R$ 75 (meia) Arquibancada superior (leste e oeste): R$ 170 (inteira) e R$ 85 (meia) Arquibancada inferior (leste e oeste): R$ 220 (inteira) e R$ 110 (meia) Premium: R$ 300 VIP: R$ 350 Camarote: R$ 400 (por pessoa) Setor Villa Mix: R$ 350
Público: 31.375 (estimativa máxima)
Arena Pernambuco (25/03/2016): Brasil 2 x 2 Uruguai Arquibancada superior: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia) Arquibancada inferior: R$ 160 (inteira) e R$ 80 (meia) Lounge (oeste inferior): R$ 200 Deck premium (leste): R$ 200
Camarote: R$ 300 (por pessoa)
Setor Villa Mix: R$ 250
Os resultados ajudaram, com tropeços de cinco concorrentes, e o alvirrubro finalmente fez a sua parte, vencendo em casa. Em uma rodada gigantesca, o Náutico jogou melhor que o Paysandu, fez 3 x 1 e chegou a 36 pontos, a apenas três pontos do G4. Em termos de colocação na tabela, ainda falta bastante, com Série B mais embolada que nunca, tanto que o time pernambucano está em 11º.
Vinícius foi o nome do jogo. Ainda que a sua participação nos contragolpes e na recomposição tenha sido discreta, finalizou bem demais. Marcou os três gols, sendo dois de fora da área no primeiro tempo (o segundo foi uma pintura), e encerrou a partida convertendo uma penalidade sofrida por Rony. Assim, a primeira vitória sob o comando de Givanildo Oliveira (cujo discurso em relação ao acesso não muda) recoloca o time numa condição favorável, mais uma vez obrigado a buscar um triunfo como visitante. No próximo sábado, contra o Paraná, há quatro rodadas sem vencer, eis uma boa chance.
Há a possibilidade de vermos novamente um time com um meio-campo técnico, como foi a composição contra o Papão. Giva colocou o estreante Marco Antônio com Renan Oliveira e Vinícius, o máximo que o atual elenco dispõe após a saída de Hugo. Marco Antônio, ao menos neste primeiro momento, jogou mais recuado, numa situação que pode ser invertida com Renan Oliveira (mais uma vez parando na trave). O encaixe deste trio pode ser decisivo nesta reta final. Por sinal, na saída da arena os 2.645 torcedores gritaram “Vamos subir, Náutico! Vamos subir, Náutico!”. Há dez dias parecia devaneio. Hoje, nem tanto…
“Eu não quero essa história de torcida única nos estádios no Pernambuco, não. Isso acontece no Campeonato Brasileiro” Carlos Alberto Oliveira, presidente da FPF, em janeiro de 2009.
“Já estamos cogitando torcida única, embora não acredite que vá funcionar” Evandro Carvalho, presidente da FPF, em setembro de 2016.
Nos mais de sete anos entre as duas declarações, o futebol local viveu um período de turbulência, com seguidos arrastões e brigas entre facções uniformizadas na cidade, detenções sem efeito, tentativas de homicídio (tiro e agressão) e dois assassinatos. Paulo Ricardo Gomes da Silva, de 26 anos, atingido por um vaso sanitário em 2015, e Márcio Roberto Cavalcante da Silva, de 36 anos, espancado em 2016. Mortos na saída de jogos de futebol no Recife.
A cada manchete violenta, repercutida no país, os organizadores tentaram impor ações, que posteriormente se mostraram paliativas. Foi assim até hoje, com o governo do estado pecando de forma absurda na questão, cristalina em relação à segurança pública. Agora, por mais que a violência tenha sido sensivelmente reduzida dentro dos estádios, o isolamento em clássicos segue como ‘solução’. Para 2017, já no Campeonato Pernambucano, há a possibilidade real de clássicos com torcida única, nos quatro principais palcos da região metropolitana. Como já ocorre nas cidades de São Paulo e Belo Horizonte.
Como exemplo, dois Clássicos das Multidões, ambos na Ilha do Retiro e separados por vinte anos, 1996 e 2016. Mostram uma redução impressionante do espaço à torcida coral. Nacionalmente, hoje, o Regulamento Geral de Competições da CBF determina uma carga de 10% dos ingressos à torcida visitante. No cenário local, em 2009, o então mandatário da federação elevou o dado para 20%, válido apenas entre os confrontos envolvendo o Trio de Ferro, justamente para evitar a perda da identidade. Formada por clássicos divididos meio a meio nas arquibancadas e gerais, num passado cada vez mais remoto.
Com o cenário, a divisão nos clássicos (abaixo) perderia qualquer sentido…
O centenário do Clássico das Multidões foi marcado por oito jogos, nos âmbitos estadual, nacional e internacional. Jogos acompanhados in loco por 130.362 torcedores, com média 16.295 e 16 gols ao todo. Metade justamente no derradeiro confronto, a vitória do Sport sobre o Santa Cruz por 5 x 3, no resultado que definiu, no apagar das luzes, a posse do Troféu Givanildo Oliveira.
O regulamento instituído pela FPF era bem simples, com o título simbólico para o clube com mais pontos nos clássicos disputados em 2016. Em caso de igualdade, cada rival ganharia uma taça. E era justamente esse desfecho até os 44 minutos do segundo tempo da decisão na Ilha, no returno da Série A. Até o gol de Vinícius Araújo, que colocou o Leão pela primeira vez em vantagem na tarde. O gol de Everton Felipe, por cobertura, encerrou a história. Até então, a vantagem no ano era coral, com triunfos em dois mata-matas, na final do Estadual e na segunda fase da Copa Sul-Americana. No entanto, o resultado positivo do Leão, fazendo 3 x 2 em triunfos, rendeu um lá e lô no Brasileirão.
Com a conquista, erguida pelo capitão Durval, o rubro-negro somou a segunda taça em clássicos centenários. Em 2009, a disputa envolveu Sport e Náutico, mas num formato distinto. Foi apenas um jogo, também na elite, no dia seguinte ao aniversário do clássico. Com o 3 x 3, cada rival ganhou uma taça. Em 2017, será a vez do Troféu Gena, no centenário do Clássico das Emoções.
Jogos disputados em 2016 21/02 – Sport 2 x 1 Santa Cruz, Estadual (Ilha, 14.609) 10/04 – Santa Cruz 1 x 1 Sport, Estadual (Arruda, 16.377) 04/05 – Santa Cruz 1 x 0 Sport, Estadual (Arruda, 30.163) 08/05 – Sport 0 x 0 Santa Cruz, Estadual (Ilha, 27.493) 01/06 – Santa Cruz 0 x 1 Sport, Série A (Arruda, 16.951) 24/08 – Santa Cruz 0 x 0 Sport, Sul-Americana (Arena, 5.517) 31/08 – Sport 0 x 1 Santa Cruz, Sul-Americana (Arena, 6.570) 11/09 – Sport 5 x 3 Santa Cruz, Série A (Ilha, 12.682)
Classificação após 8 clássicos 12 pontos – Sport 9 pontos – Santa Cruz
A estreia do técnico Givanildo Oliveira, amparado em seu cartel de cinco acessos à Série A, foi um alento para o torcedor alvirrubro visando o clássico nordestino contra o Bahia. Pelo mau início no returno, a chance de acesso já estava reduzida, com seguidos tropeços na Arena Pernambuco, contra Criciúma e Londrina. Mas o que poderia ser um reinício, acabou em nova frustração, com o empate em 0 x 0. O resultado deixa o Náutico cada vez mais longe do G4. Em campo, o time buscou ter mais posse, trocando passes no campo adversário. Quando acelerou, até conseguiu criar boas chances no primeiro tempo.
As melhores foram nos pés de Renan Oliveira. Num contragolpe, o meia ficou cara a cara com Muriel, que defendeu a finalização rasteira. Na segunda, num arremate de fora da área, acertou a trave. Apesar das tentativas, melhores que as de Rony, Bérgson e Nem, acabou marcado pela torcida – pelo desperdício, naturalmente. No segundo tempo, o Baêa voltou marcando mais forte. À frente, Régis e Brocador, com passagens no Sport, pouco faziam. Acabaram substituídos após a expulsão (justa) do lateral Moisés, deixando o vistante com um a menos durante 26 minutos, contabilizando o acréscimo.
Com o tricolor soteropolitano jogando totalmente atrás da linha da bola, o Náutico encontrou dificuldades para variar jogadas ofensivas, insistindo em cruzamentos pelo lado direito, sem efeito. Essa falta de criatividade, mesmo com Vinícius e Renan em campo, é algo que Giva terá que solucionar. Até porque tudo o que a equipe não precisa agora é abusar da previsibilidade. Para tentar alcançar algo nesta Série B, precisará surpreender bastante a partir de agora…
O ânimo estava renovado, após a classificação na Sula, com o Santa Cruz voltando à arena para tentar vencer também no Brasileirão, onde vivia um hiato de sete rodadas. Os três pontos diante da Chapecoense eram essenciais para qualquer conta que alimente a chance de permanência. Não dava mais para deixar a recuperação para a rodada seguinte, era decisão. Por isso, o castigo no fim, com o 2 x 2 no placar deixa a campanha por um triz. Não há como negar que o tricolor se esforçou no jogo. Embora frustrados, os 12 mil torcedores também saíram resignados pela atuação, minada por erros individuais.
O time fez uma boa partida, mostrando consistência e velocidade na saída de jogo. Era bem melhor quando sofreu o primeiro gol. Aliás, bem melhor. Tinha finalizado duas vezes com perigo e tinha 64% de posse. Contudo, num lateral mal cobrado por Allan Vieira, a Chape engatou um contragolpe mortal, com Kempes definindo. No segundo tempo, uma sucessão de lances para transformar o jogo numa virada espetacular – que seria a primeira dos corais na competição. Começou com Arthur completando de cabeça um belíssimo cruzamento de Léo Moura (um dos melhores em campo, tática e tecnicamente). Ainda na comemoração, Grafite (ainda em jejum) foi substituído por Bruno Moraes. Deu nem pra impor uma pressão sobre o time catarinense, pois Luan Peres tomou o segundo amarelo, desestruturando a equipe.
Acredite, o Santa continuou melhor mesmo com um a menos. Jogando de forma inteligente e sem se expor (até ali), ainda conseguiu virar. Herói há uma semana, contra o Sport, o general mostrou estrela outra vez. Foi lançado por João Paulo, dominou rapidamente e bateu no cantinho. 2 x 1, num lampejo de oxigênio. A Chapecoense, claro, passou a arriscar mais, já com dois centroavantes em campo – Bruno Rangel foi acionado. Trocando passes à frente, com Cléber Santana protegendo a bola, o visitante começou a levar perigo. Após desperdiçar duas chances, invadiu a área mais uma vez, com Danilo Pires atropelando Kempes. Pênalti bobo, aos 41! Mesmo na condição de reserva, Bruno Rangel segue artilheiro. Chegou a nove gols e definiu um empate que mantém o campeão nordestino sem uma reação efetiva nos jogos. Já ficou atrás no placar em 16 jogos, pontuando em apenas três, esbarrando no empate.
O vitória do Santa Cruz sobre o Sport, no segundo jogo da fase nacional da Copa Sul-Americana de 2016, garantiu a classificação coral às oitavas de final. Sem dúvida, foi uma partida mais disputada que a primeira, realizada uma semana antes, na mesma Arena Pernambuco. Sobre a partida, a Conmebol, através da DataFactory, divulgou um longo scout das duas equipes, melhorando a leitura da versão internacional do Clássico das Multidões. Números, posicionamento de arremates, faltas e roubadas de bola, mapa de calor e até as jogadas mais usadas por tricolores e rubro-negros. Vamos lá.
Para conferir o scout do jogo de ida, clique aqui.
Dados gerais com marcação leonina e efetividade coral No jogo ida, apenas a quantidade de escanteios destoou entre os rivais, a favor do Santa. Desta vez, outros quesitos tiveram números bem distintos, com a troca de passes e as recuperações de bola, maiores do lado leonino. Apesar da marcação forte e da leve vantagem na posse, o Sport não soube o que fazer com a pelota nos pés, errando bastante. Como há uma semana, os corais buscaram mais, finalizaram mais. E conseguiram.
Enfim, finalizações na área (e gol) Somando os dois clássicos foram 30 finalizações, das quais apenas doze nas duas barras. Dessas, uma foi parar no fundo das redes de Magrão. Como mostra o gráfico, no segundo jogo ocorreram onze tentativas dentro da área. No duelo anterior, apenas duas! Por sinal, a diferença de chutes nos dois jogos, 18 x 12, mostra que a volta foi, sim, melhor. Nem precisava muito, na verdade.
1 falta a cada 2min34 Em um jogo mais disputado, o número de faltas também aumentou, de 30 para 35. Ao contrário da partida anterior, com scout igualado, neste os leoninos cometeram mais infrações, num jogo com pouca bola rolando. A concentração de faltas no meio, tanto dos leoninos quanto dos corais, é um dos motivos para pouca eficiência dos meias Diego Souza, Pisano e João Paulo, este mais recuado. Nos 180 minutos, Matheus Ferraz foi o mais faltoso, com 9 (amarelo na ida). Apesar do quadro, o trabalho do árbitro peruano Diego Haro repetiu o (bom) nível do chileno Julio Bascuñán. Ambos da Fifa.
Leão recuperando mais bolas e corais marcando à frente A quantidade de bolas recuperadas pelo Sport impressiona: 30. No jogo anterior, onde também liderou a estatística, foram 13. Rithely, apagado há uma semana, foi o maior ladrão de bolas. Porém, com a bola dominada, o jogo rubro-negro não andou. No lado coral, Uillian Correia aliou a recuperação à saída de jogo, sendo um dos principais nomes da partida. Por sinal, o bote do camisa 5 foi quase sempre certeiro, sem falta. Outro destaque coral vai para a marcação adiantada, com muitas bolas já na entrada da área rival. Não por acaso, saiu assim o gol, num desarme em Serginho.
Sport com troca de passes na defesa e DS isolado A primeira mudança do clássico ocorreu logo aos sete minutos, com Durval no lugar de Ronaldo Alves, lesionado. E o zagueiro, de volta após algumas semanas, foi o jogador com mais passes no Leão, defensivos e ofensivos, incluindo lançamentos. Segundo o scout, a linha de passe mais recorrente foi Durval/Mark e Rithely/Mark. O chileno, que no jogo passado, pelo Brasileiro, correu 11 quilômetros, voltou a se movimentar, mas sem resultados. Já Diego Souza, o camisa 30 neste torneio, especificamente, pouco fez, isolado. Em relação à ocupação do campo, o mapa de calor aponta justamente a área dos dois volantes, em outro indicativo que a saída de jogo esteve travada na arena.
Linha de passe no Santa em quatro frentes com Léo Moura Conforme já dito, Uillian Correia teve um papel importante no jogo e na vitória. Foi o jogador com mais passes em toda a partida, 44. Só errou quatro toques, gerando um aproveitamento de 90,9% de acerto. Apesar da atuação discreta, na visão do blog, Léo Moura aparece com quatro linhas de passe no jogo, três defensivas (Danny Morais, Derley e Uillian) e uma ofensiva, com João Paulo. No posicionamento dos atletas, impressiona a distância de Grafite em relação aos companheiros. Ainda assim, nas poucas bolas que recebeu, conseguiu finalizar três vezes – uma delas, num incrível gol perdido. No mapa de calor, o corredor parece claro, com a sequência Léo-Derley-Pisano.