O Botafogo entrou em campo para ser campeão da Série B. Com o acesso garantido, parecia tranquilo para buscar a vitória, o resultado que anteciparia a conquista. A bronca foi encontrar do outro lado um time faminto por resultados, pisando no gramado para retornar à primeira divisão depois de dez anos. Com mais vontade e futebol, o Santa se impôs no Rio, goleando por 3 x 0 e dando um passo do tamanho do Arruda para terminar o ano no G4. Além da belíssima vitória, o campeão pernambucano chegou a 61 pontos e foi beneficiado pelos tropeços de Sampaio e Náutico. Com isso, abriu quatro pontos de vantagem e pode subir já no próximo sábado, em Itu, contra o lanterna Mogi.
O time de Martelotte encaixou. Com padrão de jogo e fisicamente bem, com intensidade durante 90 minutos. Numa reta final, essa condição é primordial. No primeiro tempo contra o Fogão, é verdade, o time foi mais precavido, forçado pelo mandante, com 57% de posse e duas ótimas chances – uma delas evitada por Danny Morais. No segundo tempo, o Tricolor manteve a formação com três atacantes, com Grafite centralizado. Usando bem as laterais, sobretudo a esquerda, a Cobra Coral aos poucos foi dominando, criando chances.
A torcida até lamentou a defesa de Helton Leite no primeiro minuto, com Grafa na pequena área. Depois disso, deitou e rolou. Aos 5, Luisinho acionou Grafite, em clara posição irregular, e o atacante, de forma inteligente, foi até a linha de fundo e rolou para Lelê, desmarcado, marcar o seu 5º gol. Doze minutos depois, o mesmo Lelê foi substituído por Bileu. O objetivo era congestionar o meio, já com dois marcadores, para impedir as investidas do Botafogo, com clara dificuldade na saída de bola.
E a Estrela Solitária nem atacou nem se defendeu. Aos 23, sem polêmica alguma, num contragolpe bem armado, Luisinho avançou live e, consciente, tocou para Grafite ampliar. O lance deixou a vantagem incontestável no Engenhão, pela superioridade demonstrada pelos pernambucanos. E Bruno Moraes, que entrara no lugar do camisa 23, ainda deixou o seu, frustrando de vez os 23 mil alvinegros presentes. Em compensação, a quantidade de gente que celebrou no Recife não foi brincadeira…