Arena Pernambuco, o palco da decisão do Estadual de 2018. A 70ª final da história

Visão interna da Arena Pernambuco, a partir do anel superior. Foto: Arena Pernambuco/twitter (@arenapernambuco)

Em 104 anos de história, o Campeonato Pernambucano de futebol acabou decidido com uma final direta em 70 oportunidades. Foram vários formatos, com final em jogo único, ida e volta, ‘melhor de três’, extra e até supercampeonato, um raro cenário envolvendo três times. Em todos os casos, havia uma troféu na beira do campo e o caráter público de decisão.

Em 2018, uma final inédita, com Náutico e Central. Como ocorre desde 2010, ida e volta, com o segundo jogo sendo mando do detentor da melhor campanha. Embora os dois times estejam empatados em pontos no geral (7V, 4E e 1D), valeu o desempate no turno classificatório, também empatado, mas com o timbu à frente no número de gols marcados. Por isso, a grande decisão programada para a Arena Pernambuco, em 8 de abril.

É a segunda final no empreendimento inaugurado em 2013. Até hoje, oito palcos diferentes receberam a final do Estadual. Nesta edição, o jogo tende a superar o público da primeira final em São Lourenço (30 mil). Portanto, entra forte na briga pelo top ten entre os maiores públicos em jogos de clubes.

O estádios que receberam mais finais em Pernambuco (nº de títulos)
28 – Ilha do Retiro (Sport 15, Santa Cruz 10, Náutico 2 e América 1)
16 – Arruda (Santa Cruz 8, Náutico 6 e Sport 2)
15 – Aflitos (Náutico 7, Sport 5 e Santa Cruz 3)
3 – Avenida Malaquias (América 1, Santa Cruz 1 e Sport 1)
3 – Jaqueira (Santa Cruz 2 e Sport 1)
2 – British Club (Flamengo 1 e Sport 1)
2 – Arena Pernambuco (Sport 1 e a definir 1)
1 – Cornélio de Barros (Sport 1)

Títulos em finais: Sport 27, Santa 24, Náutico 15, América 2 e Flamengo 1

Os 10 maiores públicos na Arena (jogos de clubes)
42.025 – Sport 0 x 2 Palmeiras (23/07/2017, Série A)
41.994 – Sport 2 x 0 São Paulo (19/07/2015, Série A)
37.615 – Sport 2 x 2 Flamengo (09/11/2014, Série A)
35.163 – Sport 2 x 2 Palmeiras (12/07/2015, Série A)
34.939 – Sport 0 x 1 Flamengo (30/08/2015, Série A)
34.746 – Santa Cruz 0 x 1 América-RN (01/11/2014, Série B)
34.496 – Sport 1 x 0 São Paulo (07/12/2014, Série A)
30.165 – Sport 2 x 2 Fluminense (23/11/2014, Série A)
30.061 – Náutico 0 x 1 Sport (23/04/2014, Estadual)
28.019 – Sport 0 x 0 Cruzeiro (02/08/2015, Série A)

Qual é o seu pitaco sobre o campeão? E sobre o público total na Arena?

Os bastidores da vitória do Sport sobre o Santa Cruz pelas quartas do Estadual

A equipe da TV Sport acompanhou os bastidores do time rubro-negro no jogo decisivo contra o Santa Cruz, pelas quartas de final do Campeonato Pernambucano de 2018. O vídeo de nove minutos, postado no youtube, traz ângulos diferentes da clássico, exibido na tevê para todo o estado, e imagens do vestiário leonino, antes e depois da goleada do Sport por 3 x 0. Assista.

Sport goleia o Santa Cruz e se classifica à semifinal do Pernambucano. Irá a Caruaru

Pernambucano 2018, quartas: Sport x Santa Cruz. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Em duas quartas-feiras seguidas, dois Clássicos das Multidões. Em ambos o Sport se apresentou melhor que o Santa Cruz. No primeiro, ainda pelo turno classificatório, os corais conseguiram o empate. No segundo, a vantagem no número de finalizações também se fez presente no placar, com o leão goleando por 3 x 0, pelas quartas de final. Com isso, eliminou o arquirrival e avançou à semifinal do Estadual, onde irá encarar o Central, em Caruaru. Na Ilha, o Sport jogou com sem um centroavante de referência, com Rogério substituindo o inoperante Leandro Pereira. No Santa, Júnior Rocha trouxe a base da equipe que vinha invicta há dez jogos, apesar do mistério na véspera.

Os sistemas das equipes mudaram com 1min29s. Foi o que o Sport precisou para o abrir o placar, num contragolpe fulminante. Após erro de Augusto Silva, Thomás recuperou a bola e tocou para Rogério, que serviu Marlone – o meia bateu de prima. A partir dali, o Santa precavido viraria um Sport bem postado na defesa, buscando mais contra-ataques – e conseguiu, ao contrário do corais no clássico anterior. No 1T, o scout de finalizações apontou 8 x 2 a favor do leão, que ampliou na última chance, aos 43. E foi um gol bem trabalhado. Começou num escanteio recuado até Neto Moura, que deu passe certeiro para Raul Prata, na área, com o cruzamento saindo para o capitão.

Pernambucano 2018, quartas: Sport x Santa Cruz. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

No 2T, o Santa teria que se arriscar e sair bastante de sua característica. Conseguiu num lance de bola parada, numa falta de Robinho no travessão – no lance, Magrão bateu a cabeça na trave e acabou substituído por Agenor, de forma prudente. Ficou nisso. O Sport matou o confronto aos 25 minutos. Após escanteio, Anselmo aproveitou a sobra e ampliou, marcando o seu 4º gol no ano – o volante é, disparado, o melhor jogador do time na competição.

Sport no Estadual na era do mata-mata
2010 – Final (campeão)
2011 – Final (vice)
2012 – Final (vice)
2013 – Final (vice)
2014 – Final (campeão)
2015 – Semifinal (3º lugar)
2016 – Final (vice)
2017 – Final (campeão)
2018 – Semifinal (a definir)

Sport x Santa Cruz na Ilha do Retiro
271 jogos
123 vitórias rubro-negras (45,3%)
72 empates (26,5%)
76 vitórias tricolores (28,0%)

Geral: 558 jogos, 232V do Sport, 159E e 167V do Santa

Pernambucano 2018, quartas: Sport x Santa Cruz. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Sport e Santa Cruz empatam na Ilha e voltam a se encontrar nas quartas de final

Pernambucano 2018, 11ª rodada: Sport x Santa Cruz. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

O apito final de Péricles Bassols selou o agendamento de outro Clássico das Multidões pelo Estadual. As combinações na última rodada possibilitavam um duelo entre Sport e Santa como 1º x 8º, 2º x 7º e 3º x 6º. Entre os resultados com o clássico, valeu a última composição, devido ao empate em 1 x 1 arrancado pelos corais na Ilha do Retiro. Embora o Sport tenha tido mais posse e tenha finalizado mais, o Santa foi letal na grande chance que teve.

Sem contar com André e Rithely, em negociações, Nelsinho também não utilizou Anselmo. Neste caso, porque o volante estava pendurado com dois amarelos. Assim, o técnico leonino montou um meio-campo de pouca pegada, com Pedro Castro, Marlone e Neto Moura – que seria o melhor dos três, distribuindo a bola. No Santa, Júnior Rocha contou com a volta de duas peças importantes, o goleiro Machowski e o lateral Vítor. E o tricolor começou como se imaginava, mais retraído, esperando o erro de um time que erra bastante. Que o diga o atacante Índio, substituído com 22 minutos. Ao menos a troca deu certo, pois Thomás precisou três minutos para bater de fora na área e marcar um golaço. O leão ainda teria outras duas boas chances. Não ampliou e tomou o bote da cobra, com Fabinho Alves marcando após receber um lindo passe de calcanhar de Héricles. Igualou um jogo que não estava igual.

Pernambucano 2018, 11ª rodada: Sport x Santa Cruz. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

No segundo tempo, o ritmo caiu, mesmo com o Sport chegando duas vezes com perigo. Enquanto isso, o Santa esperou por um contragolpe que de fato não foi armado. Até teve chance, mas errou demais na saída de bola, terminando o jogo com um ferrolho e valorizando o placar. A partida registrou o maior público da competição. Nada do outro mundo, mas os 13.218 torcedores dobraram a marca anterior – de 6.015 no Clássico das Emoções. No entanto, a noite foi marcada por cenas de aflição numa confusão na geral do placar, local da torcida visitante, após ação excessiva da PM. Cerca de 60 tricolores foram atendidos em ambulâncias na beira do campo. As massas voltam a campo em breve. Tomara, para um jogo melhor e mais seguro.

Sport x Santa Cruz na Ilha do Retiro
270 jogos
122 vitórias rubro-negras (45,1%)
72 empates (26,6%)
76 vitórias tricolores (28,1%)

Geral: 557 jogos, 231V do Sport, 159E e 167V do Santa

Pernambucano 2018, 11ª rodada: Sport x Santa Cruz. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

O gol de placa no Maracanã que gerou todos os gols de placa nos demais estádios. A partir de Pelé, naturalmente

O "gol de placa" de Pelé. Crédito: Pelé/twiiter (via Agência O Globo)

Em 5 de março de 1961, por volta dos 40 minutos do primeiro tempo, Pelé recebeu um passe na intermediária. Naquela tarde, o Santos visitava o Fluminense, no Maracanã, pelo Torneio Rio-São Paulo. E Pelé já era ‘Pelé’. Com a bola dominada, o rei arrancou com objetividade e passou por Pinheiro, Clóvis e Altair. Chegando à meta adversária, tocou com categoria no canto direito do goleiro Castilho. Nascia ali a expressão “gol de placa”, sinônimo de golaço. Neste caso, por realmente ter virado uma placa no estádio Mário Filho, em homenagem ao lance, que ajudou na vitória do peixe por 3 x 1. A partir dali, a ideia se expandiu a todos os estádios do país.

Torcedor, qual gol merecia uma placa no Arruda, na Ilha do Retiro e nos Aflitos? Pode ser do dono do estádio ou mesmo do visitante…

No Arruda, o tricolor Betinho ganhou uma placa em 25/10/1978.

Obs. Infelizmente, não há vídeos sobre o primeiro gol de placa. Abaixo, os registros fotográficos relembrando o lance. Quando ao gol, Pelé disse o seguinte: “o único vídeo que existe está na minha memória!”

O "gol de placa" de Pelé. Crédito: Pelé/twiiter (via Agência O Globo)

O "gol de placa" de Pelé. Crédito: Pelé/twiiter (via Agência O Globo)

O "gol de placa" de Pelé. Crédito: Pelé/twiiter (via Agência O Globo)

Sport derruba o último invicto do Pernambucano. Na Ilha, 4 x 0 no Vitória

Pernambucano 2018, 9ª rodada: Sport x Acadêmica Vitória. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

O Sport derrubou o último invicto do Estadual. Apesar da ótima campanha, o Vitória não apresentou um futebol competitivo na Ilha, nem ofensivamente, com apenas uma oportunidade, nem defensivamente, com falhas grotescas – incluindo um gol contra. Se o futebol do Sport causou isso, pode ficar o debate, mas, de fato, o leão teve uma apresentação bem melhor, jogando o tempo todo no campo do adversário. Resposta ao empate com o então lanterna, em Caruaru, com Nelsinho voltando a fazer mudanças na equipe – o treinador já escalou 26 jogadores como titulares nesta temporada.

Desta vez, a proposta foi mais leve, com Anselmo (mais fixo), Neto Moura (rodou bem o jogo) e Marlone (apoiando) no meio. Na frente, três atacantes, com Gabriel funcionando também como um quarto homem no meio. Ainda no primeiro tempo houve uma alteração, pois Rogério sentiu a coxa. Porém, o técnico acionou Índio, mantendo a estrutura. Apesar da troca de passes, o primeiro gol saiu numa bola parada, com Anselmo aproveitando o rebote. No segundo, contou com a colaboração do lateral Léo Carioca – autor do gol da vitória diante do Central, o tricolor cabeceou para as próprias redes.

Pernambucano 2018, 9ª rodada: Sport x Acadêmica Vitória. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Com a vantagem de dois gols no intervalo, o time rubro-negro voltou com calma para tentar esticar o placar – o que não vinha fazendo, sempre puxando o freio de mão. No início da etapa complementar, após tentar/errar bastante, Marlone finalmente conseguiu concluir a jogada pela ponta, limpando e cruzando rasteiro para Índio ampliar. Na reta final, com o ritmo já caindo, Marlone ainda mandou de fora da área e decretou o 4 x 0. Assim, o Sport chegou a 4 vitórias em 4 jogos como mandante no Estadual. Já fora de casa, nenhuma vitória em 4 partidas. Não por acaso, tantos testes e pouca torcida.

Sport x Vitória (todos os mandos)*
55 jogos
34 vitórias rubro-negras (61,8%)
17 empates (30,9%)
4 vitórias tricolores (7,2%)
* Considera Desportiva Vitória (1991-2007) e Acadêmica Vitória (2008-2018)

Contando só a versão atual: 7 jogos, com 6V do leão e 1V do taboquito

Pernambucano 2018, 9ª rodada: Sport x Acadêmica Vitória. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Sob vaias na Ilha, Sport vence o América e segue sem evolução no Pernambucano

Pernambucano 2018, 7ª rodada: Sport 2 x 0 América. Foto: Peu Ricardo/DP

Como era de se esperar, a dura eliminação na Copa do Brasil se refletiu no jogo seguinte na Ilha do Retiro, no compromisso do Sport diante do América. Arquibancada quase deserta, com apenas 1.376 torcedores, faixas de protestos, impaciência a cada passe errado e quase nenhuma evolução do time – cuja folha ainda não se justificou em campo uma vez sequer em 2018. 

Sem dificuldades, diante de uma equipe frágil e em queda técnica, o rubro-negro venceu por 2 x 0, gols de Fabrício, num frango do goleiro, e Marlone, escorando cruzamento de Rogério. O placar foi estabelecido antes de meia hora. O leão atuou com algumas mudanças em relação ao jogo contra o Ferroviário, sendo as entradas de Sander e  Thalysson nas vagas de Capa e Thomás as mais relevantes, uma vez que Henríquez saiu por suspensão e Magrão devido à morte de um parente. Thomás, aliás, foi acionado no 2T e perdeu um pênalti aos 40, aumentando a insatisfação dos presentes.

Pernambucano 2018, 7ª rodada: Sport 2 x 0 América. Foto: Peu Ricardo/DP

Sem um atacante de referência na área, com André encostado por causa da negociação com o Grêmio e Leandro Pereira machucado, Rogério assumiu a função outra vez. É um dos poucos que se salvaram nesses últimos dois jogos. No entanto, a rotação do time não muda, mantendo-se modorrenta, como o próprio campeonato. A bronca é o fato de Sport só ter agora, justamente, o Estadual até o início do Brasileirão, em meados de abril. O que parece ser um fardo para o time, para a comissão técnica e para direção. E sobretudo para a própria torcida, cuja cobrança não diminuiu com a vitória.

Sport x América (todos os mandos)
291 jogos
196 vitórias rubro-negras (67,3%)
43 empates (14,7%)
52 vitórias alviverdes (17,8%)

Pernambucano 2018, 7ª rodada: Sport 2 x 0 América. Foto: Peu Ricardo/DP

Sport leva 3 gols em 10 minutos e cai nos pênaltis diante do Ferroviário-CE. Vexame

Copa do Brasil 2018, 2ª fase: Sport (3) 3 x 3 (4) Ferroviário-CE. Foto: Peu Ricardo/DP

A eliminação foi um dos maiores vexames já vistos na Ilha do Retiro, com impacto profundo sobre o planejamento do Sport visando a temporada 2018. Ao ceder três gols entre os minutos 30 e 40 do segundo tempo, resultando num empate à parte do que se viu em quase toda a partida, o rubro-negro acabou eliminado da Copa do Brasil na disputa de pênaltis. Magrão até fez a sua parte, como quase sempre faz. O camisa 1 defendeu uma cobrança, mas o goleiro Bruno Colaço foi além, espalmando os chutes de Rogério e Marlone. Assegurou o Ferroviário na terceira fase, somando R$ 2,5 milhões em cotas, montante jamais alcançado pelo clube cearense num único torneio.

Ao Sport, que chegou a abrir 3 x 0 mesmo sem forçar, o empate em 3 x 3 acaba sendo o epicentro de uma condução pra lá de questionável no futebol. A própria escalação já era um indício, com o relacionado André sentindo dores antes da partida – à vera, ficou de fora mais uma vez envolto numa sondagem do Grêmio. Sem o seu principal jogador, Nelsinho optou por Leandro Pereira, que há uma semana havia feito dois gols na estreia leonina na copa. Desta vez, o centroavante saiu machucado ainda na primeira etapa, dando lugar a Rogério, recuperado de lesão. E o atacante participou do primeiro gol, numa jogada concluída por Anselmo. Apesar do futebol blasé, o leão chegou a ensaiar uma goleada ao acelerar duas boas jogadas na segunda etapa, uma pela esquerda (gol de Fabrício) e outra pela direita (gol de Marlone).

Copa do Brasil 2018, 2ª fase: Sport (3) 3 x 3 (4) Ferroviário-CE. Foto: Peu Ricardo/DP

Quem assistiu ao jogo, notou um time tecnicamente superior com condições de esticar o placar, mas falhando na cara do gol. Seguiu até a falta de atenção em sequência, com o mandante entrando em parafuso e sofrendo três gols em finalizações na pequena área. No desempate, a consumação da reviravolta, que obriga o Sport assimilar um novo cenário até a Série A. Financeiramente, acusou o golpe – o clube estimava R$ 10,8 milhões na competição, chegando nas quartas, mas sai com apenas R$ 2,2 mi. Tecnicamente, mostra um nível aquém do Brasileirão – no qual já brigou para não cair nos últimos dois anos. Para completar, o distanciamento da torcida em relação ao comando do clube, num turbilhão político que costuma cobrar uma conta alta. A conferir.

Sport na Copa do Brasil (1989-2018)
24 participações
62 confrontos
39 classificações (62,9%)
23 eliminações (37,0%)

Sport x Ferroviário (todos os mandos)
12 jogos
5 vitórias rubro-negras (41,6%)
4 empates (33,3%)
3 vitórias cearenses (25,0%)

Copa do Brasil 2018, 2ª fase: Sport (3) 3 x 3 (4) Ferroviário-CE. Foto: Peu Ricardo/DP

As imagens da campanha do Sport rumo ao inédito título brasileiro, há 30 anos

O capitão Estevam Soares ergue a Taça das Bolinhas, após o título brasileiro do Sport em 1987. Foto: Arquivo/DP

O Sport é o campeão brasileiro de futebol de 1987 desde o dia 7 de fevereiro de 1988, quando venceu o Guarani por 1 x 0, na sexta e última rodada do quadrangular final da competição. Dali em diante, a discussão seria apenas nos tribunais, com o clube pernambucano ganhando em todas as instâncias possíveis, duas vezes. Pois a data mais marcante na história do leão chega a exatamente três décadas, ainda dando a impressão de que não faz tanto tempo assim. Consequência do assunto recorrente, naturalmente.

O blog acompanha os meandros jurídicos da conquista há tempos, mas aqui o foco é exclusivo no futebol, com 56 imagens marcantes sobre a campanha que valeu a primeira estrela dourada ao Leão da Ilha. São três álbuns distintos, num verdadeiro passeio histórico (algumas fotos saíram apenas na época): preparação/1ª fase, fase final do Módulo Amarelo e quadrangular final.

A campanha do Sport
20 jogos*

12 vitórias
12 vitórias
5 empates
3 derrotas

29 gols marcados
12 gols sofridos
* Sem contar as vitórias por W.O. 

Artilheiros: Nando 8 gols; Augusto, Betão e Zico 4; Robertinho 3; Zé Carlos Macaé e Neco 2; Ribamar e Marco Antônio 1 

Total de público pagante: 110.317 torcedores em 10 jogos
Média: 11.031 torcedores

Mais: regulamento oficial, vídeo completo da final e livro de coautoria do blog.

Imagens da preparação do Sport, desde a eleição de Homero Lacerda à a contratação de Emerson Leão (como goleiro e, posteriormente, técnico) e da campanha do time na primeira fase, quando liderou de ponta a ponta. Em 14 jogos, o time perdeu apenas uma partida, ganhando os dois turnos previsos no módulo.

Sport 2 x 1 Treze (15/11/87). O jogo estava bem amarrado, mas o polivalente Neco desempatou aos 20/2T, garantindo, na última rodada, a melhor campanha na 1ª fase do módulo amarelo. Foto: Arlindo Marinho
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Os registros da fase final do Módulo Amarelo, com tensa semifinal com o Bangu, tendo confusão tanto em Moça Bonita quanto na Ilha do Retiro, inclusive com ameaça de suspensão do jogo, e com a polêmica decisão com o Guarani, encerrada após o 11 x 11 nas penalidades.

Sport 3 x 1 Bangu (29/11/87). A Ilha do Retiro lotou na volta, mas o borderô apontou apenas 24.472 pagantes (ainda aconteceria ouras vezes). Na época, a capacidade era de 45.000. Casa cheia e tensão. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP
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Após as decisões dos módulos, em dezembro, o regulamento voltou a ser discutido, com o Flamengo querendo a revogação da última fase, que previa o cruzamento entre os dois melhores do Amarelo e do Verde. Após o conselho arbitral extraordinário em 15 de janeiro de 1988, no qual era preciso haver unanimidade para a mudança (e não houve), começou o quadrangular final da ‘Copa Brasil’, o nome oficial da competição. Disputa repleta de W.O., mas também com bola e taça na mão.

Sport x Inter (24/01/88). Após muita discussão, com direito a um conselho arbitral extraordinário com 29 clubes, começou o quadrangular final do Brasileirão de 87, já no início do ano seguinte. Pela tabela, o Sport estrearia contra o vice do Módulo Verde. Foto: Francisco Silva/DP
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Com dois gols de André, um modificado Sport vence o lanterna Pesqueira na Ilha

Pernambucano 2018, 4ª rodada: Sport x Pesqueira. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Após o atropelo na arena, Nelsinho Baptista resolveu mexer no time do Sport. Mudou a zaga (Ronaldo Alves por Henríquez), o meio (Pedro Castro por Thallyson) e o ataque (Rogério, machucado, por Neto Moura). Embora a mudança na defesa deva ser mais ampla para o restante da temporada, ao menos no meio-campo já optou por um nome distinto, à parte de Pedro Castro, que já chegou ao Recife como uma contratação questionável.

Não que o Pesqueira fosse oferecer perigo – afinal, era (é) o lanterna -, mas o leão precisava dar uma resposta, justificando o papel de protagonista no embalo da maior disparidade financeira já vista no torneio local. Na marcação, segue sem ser combativo, numa dispersão duradoura. Já à frente, houve, sim, uma maior efetividade. Além de André, o nome da vazia noite na Ilha, vale destacar Neto Moura. Com um histórico de críticas no blog – justamente pela falta de combatividade, que o levou a ser emprestado em 2017 -, o jogador apareceu bem, revezando a posição com Marlone (meia/ponta-esquerda).

Pernambucano 2018, 4ª rodada: Sport x Pesqueira. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Neto foi mais ágil que de costume e conseguiu uma bela assistência para o camisa 90, que marcou o seu primeiro gol no ano, aos 7/1T. Na etapa complementar, aos 11, André fez outro. Avançou na intermediária, driblou um defensor e bateu colocado, de fora da área, 2 x 0. Pelo Sport, o atacante chegou a 43 gols em 105 partidas (média 0,40). Contra o Náutico foi desfalque devido às dores no joelho. Precisava mesmo ficar de molho, sobretudo se a resposta técnica seguir nesse nível, elevando um time ainda aquém.

Os confrontos oficiais pelo Estadual
06/03/2013 – Sport 1 x 1 Pesqueira (9.423 pessoas)
29/01/2018 – Sport 2 x 0 Pesqueira (3.724 pessoas)

Pernambucano 2018, 4ª rodada: Sport x Pesqueira. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife