Abrindo a 26ª rodada, na quarta-feira, o Sport empatou com o Joinville, com André marcando o gol aos 45 do segundo tempo. Apesar das vitórias de Inter e Santos diante de Corinthians e Galo (líder e vice-líder, respectivamente), a rodada do Brasileirão acabou sendo “positiva”, pois Atlético-PR e Flamengo perderam como mandantes (apesar das apresentações no Couto Pereira e no Mané Garrincha), enquanto o São Paulo ficou num empate sem gols com a Chape. Assim, a diferença do Leão em relação ao G4, mesmo com o “tropeço” diante do vice-lanterna, se manteve em cinco pontos. Agora, já sem o técnico Eduardo Batista, terá o lanterninha pela frente… Mas é bom respeitar.
A 27ª rodada do representante pernambucano
20/09 (16h00) – Vasco x Sport (Maracanã)
Histórico no Rio de Janeiro: 4 vitórias leoninas, 2 empates e 3 derrotas.
A Liga Sul-Minas-Rio foi criada com a assinatura de treze clubes, em 10 de setembro de 2015. Na ocasião, o secretário da organização, Maurício Andrade, diretor-executivo do Coritiba, expôs ao jornal Zero Hora as seguintes condições a para a reedição do torneio. “Antes, precisamos definir questões como patrocinador e direitos de tevê. Outro aspecto fundamental: a participação das federações e o apoio da CBF. Isso é indispensável. Do contrário, não vinga.”
Sete dias depois, sob o silêncio da confederação, o repórter Wellington Campos, que há anos cobre a CBF, foi sucinto na apuração: “CBF descarta Copa Sul-Minas-Rio. Federações reprovam torneio e televisão não tem interesse.” Ou seja, todas as exigências necessárias. Boicote? A volta do regional, realizado de 2000 a 2002, teria o apoio da dupla Fla-Flu, rompida com a federação carioca. O esboço de 2016 tinha só oito datas, mas nem isso parece ter adiantado.
Agora, o viés local, com a Copa do Nordeste, que cresceu em nível técnico e faturamento em 2001, na criação da Liga do Nordeste, negociando diretamente os direitos de transmissão e marketing. Durou dois anos, até a CBF, pressionada pelas federações (surpreende agora?) retirar a copa do calendário, sem pena. Em 2003, na base da liminar, o torneio ocorreu sem Bahia, Sport, Santa e Náutico, paralelamente à ação na justiça. Após a longa batalha entre a liga e a CBF, com a indenização em R$ 25 milhões, foi selado um acordo.
Inicialmente, a liga e o detentor dos direitos na tevê por assinatura, o Esporte Interativo, garantiram a realização do Nordestão por dez edições, de 2013 a 2022. Volta com sucesso imediato e até um derivado, a Copa Verde, contemplando o Norte e o Centro-Oeste, com muitos times sem divisão nacional – o que não inviabiliza o “calendário”. No Nordestão, os organizadores projetam o auge em 2018, com faturamento de R$ 50 milhões. Portanto, é bom ficar de olho na atitude da CBF em relação aos movimentos por novas ligas (regionais e nacionais) em centros econômicos de peso. Mesmo em evidência, a Copa do Nordeste não teria, em tese, a garantia após o fim do lastro jurídico. Vide 2003.
Às 19h23 desta quinta-feira, o site oficial do Fluminense confirmou Eduardo Batista como novo técnico do clube, firmando um contrato de um ano e meio. A notícia, logo após o empate em Joinville, surpreendeu a cúpula do Sport, que, contatada pela imprensa, recebeu a informação com incredulidade.
O treinador comandou o Leão durante 122 partidas (1 ano e 7 meses) 55 vitorias 30 empates 37 derrotas
Na Ilha do Retiro, o trabalho do filho de Nelsinho resultou em dois títulos (Copa do Nordeste e Estadual, ambos em 2014) e no comando da equipe na primeira divisão, sempre no meio da tabela. Em 2014 e 2015, porém, viveu jejuns na Série A, aumentando a pressão, ora pela falta de peças ora pela estrutura tática desgastada. Apesar do discurso sobre a permanência até dezembro, devidamente bancado pela direção, Eduardo acabou topando um novo projeto.
No Tricolor, Eduardo terá a sua primeira experiência no centro de mídia no país, Rio-SP. No elenco, terá as estrelas Ronaldinho e Fred. Sem dúvida, um trabalho distinto, ainda mais para um profissional em seu segundo ano na função.
Ao Sport, a busca pelo técnico deve ser imediata, faltando menos de uma semana para a disputa contra o Huracán, pela oitavas de final da Copa Sul-Americana. E o discurso do novo nome deve ser afinado 100% com o torneio, o caminho rubro-negro nesta temporada, paralelamente à confirmação na elite.
Alguma ideia sobre o perfil do novo técnico do Leão?
Um medalhão, um emergente, um estrangeiro…? Opine.
“A Fifa anunciou hoje que o seu secretário-geral Jerôme Valcke foi colocado em licença e liberado de suas funções efetivas imediatamente até novo aviso. Além disso, a Fifa tomou conhecimento de uma série de denúncias envolvendo o secretário e solicitou uma investigação formal pelo Comitê de Ética da Fifa.”
O afastamento do dirigente um ano após o Mundial de 2014 é emblemático. Ocorreu após as denúncias de que Valcke teria ficado com ingressos da Copa, revendendo ilegalmente com ágio de até 200%, faturando dois milhões de euros, segundo o O Estado de S. Paulo – ato negado pelo francês.
Jerôme Valcke, para quem não lembra, sugeriu um chute no traseiro do Brasil para acelerar as obras. Por mais que a frase não tenha sido bem digerida no país, a declaração se justificou pelo andamento dos estádios. No Recife, ele esteve duas vezes, em 2012 (abaixo) e 2013 (acima). Na primeira visita, a Arena Pernambuco estava em 80%. Na segunda, acompanhado por Eduardo Campos, Geraldo Júlio e Ronaldo, 90%. E só chegou nesse dado por causa do plano de aceleração – que encareceu bastante o empreendimento (até R$ 743 milhões).
26/06/2012 “Há muito trabalho a ser feito, mas tomamos a decisão de aceitar o Recife como sede. Existe a tabela com seis cidades, não só pela beleza, mas com base nos relatórios. Temos a confiança que o estádio ficará mais avançado nos primeiros dias de novembro.”
05/03/2013 “Estou muito satisfeito com que estou vendo. O governador encontrou as pessoas certas e fez com que as equipes trabalhassem bem. Nenhum estádio pode estar 100% na entrega da obra. Por isso, fazemos testes antes das competições. Recife tem a confiança da Fifa.”
Esse “alívio” no texto só houve nas rápidas passagens no Recife. Da Suíça, onde coordenou as ações no Brasil, ele teve acesso às imagens via web e aos relatórios enviados quinzenais da obra, sempre com duras cobranças à cúpula do estado, repassadas à Odebrecht e, consequentemente, aos operários.
A Arena foi a última a ficar pronta para a Copa das Confederações, mas fica a impressão sobre o verdadeiro desejo do executivo para a conclusão dos estádios. Um caixa 2 bem debaixo de Joseph Blatter? Pois é. Da postura de “chefe de estado” nas andanças no país, num trato dado pelos políticos pernambucanos, à saída de cena pela porta dos fundos…
A nova edição do 45 minutos começou com o balanço da Série B, analisando a vitória do Santa Cruz em Varginha, com a matemática para reaproximar o time do G4 e as opções que Martelotte ganhou (sobretudo Bruno Moraes). Antes virar o assunto, um debate sobre a situação de Raniel, que entrou na justiça para deixar o clube. Sobre o Náutico, que empatou em casa com o Atlético-GO, comentamos o distanciamento do time, quase fora da briga – não por acaso, o tema “eleições’ já se tornou realidade. Por fim, o Sport, virando a chave do Brasileiro, na zona da marola após o empate com o Joinville, tendo a Copa Sul-Americana como meta possível até o fim do ano.
Confira um infográfico com as principais atrações da gravação aqui.
Nesta edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Durante a transmissão no Premiere, o comentarista Paulinho Criciúma disse: “É o pior Sport que eu vi esse ano”. Se havia alguém que poderia dizer isso, era mesmo o ex-jogador, pois ele comentou as quatro partidas do Leão em Santa Catarina. E nas anteriores, o clube conseguiu render em campo, mesmo com empates contra Chapecoense e Avaí e a derrota, de virada, para o Figueirense.
Diante do Joinville de Marcelinho Paraíba, um visitante estático, numa cadência difícil de compreender. Para completar, os corriqueiros erros ofensivos, com Maikon Leite pecando na cara do gol e Régis, que entrou no intervalo, desperdiçando duas oportunidades claríssimas. Na Série A faz falta. Em desvantagem desde os 39 do primeiro tempo, quando Edigar Junio ficou sozinho para marcar após uma sucessão de erros (Durval, Ferrugem e Renê), o time pernambucano manteve a busca por espaço até o limite do jogo, apesar da fragilidade técnica do adversário, afundado na zona de rebaixamento.
Chegou a irritar a passividade para tentar uma bola enfiada, uma jogada mais ousada. Seguiu assim até os 45 minutos, quando Marlone, com muito preciosismo na noite, resolveu jogar para frente, num belo passe para André. O atacante dominou e teve calma para mandar no cantinho direito de Agenor, herói até então. O gol para cravar o 1 x 1, o 13º empate do Sport no Brasileirão, ainda sem vitórias fora de casa. Com o futebol visto de norte a sul, fica mesmo difícil.
O Sport jogará em uma das canchas mais tradicionais de Buenos Aires. O duelo no Tomás Adolfo Ducó, contra o Club Atlético Huracán, ocorrerá na partida de volta das oitavas de final da Copa Sul-Americana de 2015. O adversário leonino, conhecido como Globo, eliminou o também argentino Tigre e é o dono do imponente El Palacio, uma construção de 1949 que pode abrigar até 48.314 torcedores, com uma fachada que justifica o apelido.
Por mais que o Huracán tenha passado um bom tempo fora dos holofotes, o último dos seus cinco títulos nacionais foi em 1973, curiosamente em 16 de setembro, é possível que você já tenha visto o estádio na telona. Basta apreciar o cinema portenho. Em 2009, durante três dias e três noites, o palco de nº 2.570 na Avenida Amancio Alcorta, no obscuro bairro de Parque Patrícios, ficou sob os cuidados do renomado diretor Juan José Campanella, produzindo o seu oitavo filme. Tudo para gravar a antológica cena de O segredo dos seus olhos, que ganharia o Oscar de melhor filme estrangeiro no ano seguinte.
No longa-metragem, a história ocorre em 1975, no clássico Huracán x Racing. Do céu, a abordo de um helicóptero, até a perseguição nos corredores do Palácio, uma elogiada sequência sem cortes. Em 2011, durante a cobertura da Copa América, tive o prazer de conhecer o estádio e gravar o vídeo abaixo.
O “prazer” foi basicamente pela visita, pois o traslado não é dos mais simples, com o palco fincado bem depois da última estação de metrô da linha H, numa região pouco movimentada, com várias fábricas e um clima não muito propício ao turismo. Daí, a surpresa da secretária do estádio, Myriam Santillan, com a minha presença. Creditada no filme, ela liberou o acesso ao “set” sem qualquer empecilho e relatou o repentino interesse de brasileiros.
“Desde que saiu o filme, brasileiros começaram a aparecer aqui, sempre perguntando sobre o local exato da gravação (a arquibancada “popular visitante”, na foto acima). Quase todos vêm de La Boca (onde fica a La Bombonera) e só nos visitam por causa do ‘Segredo’. Campanella deixou algo bom aqui.”
Cinema à parte, vale dizer que o Huracán seria o vice-campeão argentino de 1975, dois anos após a sua única conquista na era profissional. Por sinal, aquele time histórico de 1973 foi dirigido por César Luis Menotti, que cinco anos depois comandaria a Argentina em sua primeira Copa do Mundo. Na época da gravação abaixo, o clube acabara de ser rebaixado. Pois o Huracán retornou à elite e já ergueu a Copa Argentina de 2014. Se a sua torcida vem ganhando motivos para frequentar a arquibancada, a visitação brasileira também tende a aumentar…
O G4 da Série B se manteve pela terceira rodada seguida, com o Botafogo na ponta, o Papão na vice-liderança a e os baianos se revezando entre 3º e 4º. Neste momento, a melhor situação local para alcançar o quarteto é do Tricolor. O Santa Cruz venceu o Boa, em Varginha, e se manteve a quatro pontos. Porém, buscou o resultado fora de casa, deixando a chance de uma aproximação maior no jogo em casa – o que não vinha acontecendo, sempre pressionado a se aproximar somente nos jogos como visitante. Na Arena Pernambuco, o Náutico empatou com o Atlético-GO e se complicou. A distância para a zona de classificação subiu para oito pontos, com o time saindo momentaneamente da briga real pela vaga na elite.
Com o Serra Dourada reservado para um evento em 4 de setembro, Atlético-GO x Criciúma foi reagendado para 22/09. O resultado não interfere na campanha dos pernambucanos
No G4, um carioca (líder), um paraense e dois baianos.
A 27ª rodada dos representantes pernambucanos
19/09 (16h30) – Santa Cruz x Ceará (Arena Pernambuco)
19/09 (16h30) – Paysandu x Náutico (Mangueirão, Belém)
Vitória pra embalar. O Santa enfim voltou a vencer fora de casa, com autoridade. Seis rodadas após o único triunfo até então, em Bragança, o campeão estadual se impôs em Varginha, 3 x 1 no Boa. Havia um contexto claro em relação aos corais: se aproveitar do mau momento do adversário, com cinco derrotas nas costas. Tanto que Martelotte ousou, com uma formação mais aberta, com João Paulo, Daniel Costa e Raniel, de volta após longa suspensão. Do outro lado, um time sem confiança, pressionado. com erros bobos e faltas bruscas.
Um exemplo disso é a reação do Boa ao gol perdido aos 12 minutos, quando Chapinha acertou a trave. No minuto seguinte, com a bola de pé em pé, o Santa deu o troco e chegou livre à meta. De Daniel Costa para Luisinho, aberto na direita, e de lá para Bruno Moraes, empurrando para as redes de carrinho. No primeiro tempo o placar só não foi maior – mesmo com o visitante ainda desordenado – porque Luisinho acertou a trave no pênalti sofrido por ele mesmo.
Finalização à parte, Luisinho teria na verdade uma noite de “garçom”, com mais duas assistências na segunda etapa. Aos 7, para Bruno Moraes (substituindo bem demais o suspenso Grafite), e aos 12 para Daniel Costa. O gol mineiro não mudou o panorama da noite. Com a vitória, os corais seguem a quatro pontos do G4, mas em igualdade em relação aos mandos de campo (13 em casa e 13 fora). Em casa, portanto, tem a chance de diminuir a diferença. Jogo na Arena Pernambuco, contra o ameaçado Ceará. É a hora da torcida empurrar.
O Náutico empatou com o Atlético-GO, na arena, e se complicou bastante na luta pelo acesso. Outrora líder, agora está há cinco jogos sem vitória e viu a diferença ao G4 subir para de seis para oito pontos, obrigado-o a gastar no mínimo três rodadas para entrar na zona de classificação. Isso se tudo der certo, o que ultimamente, convenhamos, não vem acontecendo. Se fora de casa os pontos não vêm, que em casa mantivesse o alto rendimento. Contudo, o clube já vai para o segundo empate seguido – em ambos saiu atrás no placar.
Contra os goianos, na bica do Z4, a verdade é que o pontinho somado foi lucro. Sobre o primeiro tempo, basta dizer que foi horrível, com as duas equipes apáticas. Na volta do intervalo, o jogo deu uma melhorada. É digno de registro que o Atlético marcou um gol irregular, com Juninho, impedido, completando um cruzamento aos 18. Dez minutos, depois, em boa jogada de Gastón, Bruno Alves bateu consciente para igualar o marcador, 1 x 1.
O que poderia animar o time de Gilmar Dal Pozzo, ainda com a cara de Lisca, em busca da virada se transformou em afobação, cedendo espaço para o adversário jogar. E o visitante mandou uma bola no travessão, outra raspando a trave, teve finalização desviada etc. As vaias dos 2.066 espectadores pouco ecoaram no estádio. Com a brusca queda de rendimento na Série B, a própria torcida parece estar abdicando da campanha que parece já em seu limite.