Presidente da Primeira Liga revela reuniões com Náutico, Santa e Sport. Convite para uma cota com subdivisões…

Castas da Primeira Liga. Arte: Cassio Zirpoli/DP

“(… ) os clubes do Nordeste são doidos para disputar a Primeira Liga.”

“As reuniões nossas têm presença de Sport, Santa Cruz, Náutico, dos clubes da Bahia. Fizemos uma reunião em São Paulo, uma assembleia geral, que parecia uma reunião dos grandes clubes brasileiro.”

Em entrevista ao jornal mineiro O Tempo, o presidente da Primeira Liga, Gilvan Cunha, citou nominalmente os três grandes clubes pernambucanos como figuras presentes em debates da agremiação fundada há pouco mais de um ano, em 10 de setembro de 2015. Com a segunda edição do torneio agendada para 2017, com 16 times jogando em nove datas espremidas entre 25 de janeiro e 8 de outubro, o dirigente já vislumbra a terceira edição, numa concorrência velada (mas cada vez mais escancarada) com a Copa do Nordeste.

Para 2017, o torneio já terá um nordestino, o Ceará, convidado depois que os paranaenses (e fundadores) Atlético e Coritiba saíram, reclamando do formato das cotas. Por sinal, eis um ponto a ser observado desde já. Embora esteja engatinhando historicamente, a Primeira Liga já conta com quatro subgrupos de cotas de participação – na Série A, também questionável, existem sete níveis. Clube mais popular do país, o Flamengo figura sozinho no grupo 1 (no Brasileirão divide o posto com o Corinthians, ainda ausente na liga), com R$ 2 milhões/ano. No segundo escalão, com times do porte de Cruzeiro e Grêmio, R$ 1,5 milhão. Eis a composição atual, com receitas em caso de participação, claro:

Divisão de cotas da Primeira Liga

Grupo 1 – Flamengo
Grupo 2 – Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Internacional e Fluminense
Grupo 3 – Atlético-PR* e Coritiba*
Grupo 4 – América-MG, Avaí, Chapecoense, Criciúma, Figueirense, Joinville, Paraná, Brasil de Pelotas, Londrina, Tupi, Luverdense, Atlético-GO e Ceará
* Os clubes se desligaram da liga em 22/11/2016 por “discordâncias internas”

No Nordestão, para onde mira esta abordagem, a premiação é fixa, fase por fase, independentemente do clube – exceção feita a maranhenses e piauienses, em análise para ingresso definitivo na Liga do Nordeste. Bahia ou Juazeirense, Sport ou Salgueiro, a cota é a mesma. Nesta sedução da Primeira Liga, com um valor de televisão já alto, passando de R$ 5 mi para R$ 23 milhões por temporada, via Globo, contra R$ 18,5 milhões da Copa do Nordeste, é preciso estar atento. Pois as castas devem ser mantidas no triênio 2017-2019, com a falsa sensação de ganho. No cenário regional, o contrato está assinado até 2022, com evolução paulatina da premiação e calendário mais abrangente.

Evolução da cota total da Copa do Nordeste

2014: 78,5% (+ R$ 4,4 milhões)
2015: 11,4% (+ R$ 1,1 milhão)
2016: 33,0% (+ R$ 3,6 milhões)
2017: 24,9% (+ R$ 3,7 milhões)

Após o anúncio da inclusão do Ceará, numa reunião em Brasília, em setembro, o blog comentou algumas dúvidas sobre esta movimentação. Na sequência, questionou os presidentes do Trio de Ferro, e o Sport revelou o convite feito pela Primeira Liga. De lá para cá, Náutico e Santa também entraram na pauta.

Enquanto a segue a articulação sobre a formatação do novo Nordestão, com séries A e B, através do G7, a classificação segue via estaduais. Hoje, não há espaço, no calendário de um time, para Primeira Liga e Nordestão paralelos. E que não haja dúvida nesta escolha… entre o ensaio de uma liga já estruturada numa pirâmide ou na valorização de uma marca regional, acessível ao mercado.

Podcast – A escolha dos melhores e piores do futebol pernambucano em 2016

Encerrada a temporada, o podcast 45 minutos se reuniu para analisar e escolher os melhores e piores do futebol pernambucano em 2016. Melhor jogador, melhor contratação, melhor partida, gol mais emocionante, seleção do time etc. De Náutico, Santa Cruz e Sport, além do “vencedor geral” das categoria. Claro, o pior rendimento individual, o pior “reforço”, o gol mais amargo, o jogo mais triste. Ao todo, mais de cinco horas de bate-papo sobre futebol, com muita resenha e bom humor (mais do que necessário para a pauta). Tempo para suficiente para o recesso deste fim de ano. Por sinal, o blog só volta agora em janeiro. Até lá!

Estou nesta gravação com Cabral Neto, Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser…

Melhores do ano (parte 1), 1h21m – clube do ano e melhores jogos

Melhores do ano (parte 2), 1h28m – gol, jogador, contratação, surpresa e técnico

Piores do ano (parte 1), 1h19m – pior clube, derrota, jogador e contratação

Piores do ano (parte 2), 1h05m – pior técnico, gol, amargo e seleção

Raio x das pesquisas de torcida no Nordeste, em 2013 e 2016, com 906 mil torcedores a menos em Pernambuco

Pesquisas de torcida no Nordeste do Paraná Pesquisas, em 2016, e da Pluri Consultoria, em 2013. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Após a divulgação da pesquisa nacional de torcidas, o instituto Paraná Pesquisas apresentou o balanço regionalizado. No Nordeste, o ranking aponta as 15 maiores torcidas, com sete clubes nordestinos, quatro cariocas e quatro paulistas. Sem surpresa, o Flamengo ostenta a liderança, com uma vantagem inalcançável, turbinada pelas cidades do interior e por estados de menor tradição no futebol, como Piauí, Maranhão, Alagoas e Paraíba.

Em 2016, destaque para a ascensão do Ceará, que ultrapassou o Sport, ainda que nacionalmente esteja abaixo – pois o rubro-negro registrou torcida no Norte e no Centro-Oeste. Comparando com o levantamento da Pluri Consultoria, de 2013, o último com viés nordestino, o Vozão passou do 11º para o 7º lugar, com o time pernambucano caindo da 5ª para a 8ª colocação. Ainda que sejam institutos e (possivelmente) metodologias diferentes (embora os dois tenham entrevistado pessoas acima de 16 anos), ambos abordaram o quadro geral.

Comparação entre as pesquisas de torcida no Nordeste da Pluri Consultoria (2013) e Paraná Pesquisas (2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

O blog tabelou as duas pesquisas (quatro quadros neste post), até pelo fato de os 15 times divulgados terem sido os mesmos, facilitando a comparação. O Bahia tornou-se o nordestino mais popular, aumentando a sua massa em 80%, chegando a quase quatro milhões (marca alcançada no restante do território nacional). Por sinal, a variação, tanto em percentual quanto em dados absolutos, é considerável. No Recife, o Trio de Ferro apresentou uma grande redução, indicando uma clara variação na margem de erro entre os dois estudos.

Enquanto a população total da região cresceu (3 milhões), a torcida acumulada de alvirrubros, rubro-negros e tricolores pernambucanos perdeu 906 mil seguidores, considerando. Essa é a projeção feita pelo blog a partir das estimativas populacionais oficiais (via IBGE) no período. Cenário inverso ao visto no futebol cearense, com dois milhões de torcedores a mais. Os estados da Bahia e de São Paulo também apresentaram crescimentos acima de um milhão, com os times do Rio de Janeiro perdendo 738 mil adeptos no período.

Pesquisas de torcida no Nordeste do Paraná Pesquisas, em 2016, e da Pluri Consultoria, em 2013. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Considerando o futebol nordestino de uma forma geral, a representatividade do “G7” na própria região passou de 19,5% para 24,1% – superando o Fla, ao contrário da primeira pesquisa. Tal torcida subiu de 10.511.889 para 13.716.738 torcedores. Eis um questionamento à própria análise do blog: Em vez da margem negativa em 2013, a variação poderia ter sido favorável a Pernambuco há três anos, em detrimento dos estados vizinhos? Poderia, mas a chance é menor, matematicamente, devido ao grau de confiabilidade das pesquisas.

Em 2013, a margem de erro era de 0,68%, enquanto agora é de 2,0%, com 2.832 entrevistas entre março e dezembro. De toda forma, os números moldam um cenário a médio/longo prazo para a aferição bruta das torcidas. Sempre válido.

Comparação entre as pesquisas de torcida no Nordeste da Pluri Consultoria (2013) e Paraná Pesquisas (2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

Levantamento do Paraná Pesquisas, com 10 mil entrevistados, aponta 6 clubes do Nordeste com torcidas acima de 1 milhão

Pesquisa de torcidas do instituto Paraná Pesquisas, com dados de março a dezembro de 2016. Arte: Cassio Zirpoli

Durante dez meses, entre março e dezembro de 2016, o instituto Paraná Pesquisas ouviu 10,5 mil pessoas no Brasil, resultando em uma das maiores amostragens em pesquisas nacionais de torcida. Percorrendo 25 estados, o levantamento – publicado pelo jornal O Globo – trouxe dados interessantes, como os 40 milhões de brasileiros (19,5%) que não torcem por time algum, embora esse percentual já seja o “líder” há algumas pesquisas. Já o pódio, com Flamengo, Corinthians e São Paulo, é o de sempre, hoje concentrando 37,3%.

No viés nordestino, chama a atenção o fato de seis clubes estarem entre os vinte primeiros colocados e com torcidas acima de um milhão. Todos reconhecidamente populares, mas, considerando os dados divulgados pelos institutos, a última vez que isso havia acontecido fora em 2010, numa pesquisa do Ibope. Há seis anos, o Leão da Ilha estava em primeiro e o Vozão em sexto. Agora, a ordem é a seguinte: Bahia (4,1 milhões, num ótimo 11º lugar geral), Sport (2,6 mi), Ceará (2,2 mi), Fortaleza (1,6 mi), Vitória (1,6 mi) e Santa Cruz (1,4 mi). Margem de erro, metodologia, momento do time etc. O fato é que Bahia e Sport já revezam no topo desde 1998, no estudo Lance!/Ibope. Entre os maiores clubes da região, apenas o Náutico não figurou neste patamar (a última vez que isso aconteceu foi em 2013, na lista da Pluri, com 1,1 milhão).

Voltando ao Paraná Pesquisas, esse foi o segundo levantamento nacional apresentado este ano, possivelmente uma ampliação do quadro anterior, de março a abril (na ocasião, com 4 mil pessoas e apenas 14 times). Abaixo, a projeção do blog sobre a torcida absoluta de cada clube a partir da estimativa oficial da população brasileira, atualizada pelo IBGE em 30 de agosto de 2016.

Paraná Pesquisas / Brasil 2016
Período: março a dezembro de 2016
Público: 10.500 (em 288 municípios de 25 estados)
Margem de erro: 1,0%
População estimada (IBGE/2016): 206.081.432

1º) Flamengo – 16,2% (33.385.191)
2º) Corinthians – 13,7% (28.233.156)
3º) São Paulo – 7,4% (15.250.025)
4º) Palmeiras – 5,8% (11.952.723)
5º) Vasco – 4,6% (9.479.745)
6º) Cruzeiro – 4,0% (8.243.257)
7º) Grêmio – 3,5% (7.212.850)
8º) Santos – 3,1% (6.388.524)
9º) Atlético-MG – 2,8% (5.770.280)
10º) Inter – 2,7% (5.564.198)
11º) Bahia – 2,0% (4.121.628)
12º) Botafogo – 1,7% (3.503.384)
13º) Fluminense – 1,6% (3.297.302)
14º) Sport – 1,3% (2.679.058)
15º) Ceará – 1,1% (2.266.895)
16º) Atlético-PR – 0,8% (1.648.651)
16º) Fortaleza – 0,8% (1.648.651)
16º) Vitória – 0,8% (1.648.651)
19º) Coritiba – 0,7% (1.442.570)
19º) Santa Cruz – 0,7% (1.442.570)
21º) Remo* – 0,6% (1.268.013)
22º) Náutico* – 0,4% (853.739)
23º) Paysandu* – 0,3% (734.112)
24º) Goiás* – 0,2% (567.269)
24º) Vila Nova* – 0,2% (567.269)
26º) Figueirense* – 0,2% (412.156)
27º) Paraná* – 0,1% (294.397)
27º) Avaí* – 0,1% (264.957)
29º) Chapecoense* – 0,1% (235.518)
29º) Joinville* – 0,1% (235.518)

Outros times* – 5,1% (10.510.153)
Sem clube – 19,5% (40.185.879)

* O instituto divulgou até o 20º lugar, com os demais citados apenas de forma regionalizada. A partir disso, o blog calculou percentual geral do 21º ao 30º.

O Feliz Natal de Náutico, Santa e Sport

Através das redes sociais, os grandes clubes de Pernambuco desejaram Feliz Natal aos seus torcedores. Além das imagens compartilhadas nos perfis oficiais, devidamente caracterizadas em cada time, foram publicadas frases diretas a alvirrubros e rubro-negros. Aproveitando a oportunidade, em 2016, também fica o desejo de Feliz Natal a todos os torcedores e leitores do blog. Um abraço!

Náutico
“Após um ano de luta e dedicação, chegou a hora de nos unirmos novamente e confraternizarmos pelo nascimento do menino Jesus. O Clube Náutico Capibaribe deseja um Feliz Natal para toda a família alvirrubra”.

Natal alvirrubro. Crédito: Náutico/facebook

Santa Cruz

Natal tricolor. Crédito: Santa Cruz/facebook

Sport
“Natal é um tempo pra estar junto e celebrar. E é nesse espírito, que a gente parabeniza todos os torcedores que estiveram junto com o Leão durante todo o ano. Desejamos um Feliz Natal”.

Natal rubro-negro. Crédito: Sport/facebook

A primeira final das multidões e o primeiro título do Sport. Há 100 anos

Time do Sport em 1916

“Realizou-se hontem com grande animação o desempate do campeonato da Liga Esportiva Pernambucana, saindo vencedor o Sport pelo score de 4 x 1, tornando-se assim o campeão de 1916.”

A simplória nota do Diario de Pernambuco (registro abaixo) informava o primeiro título do Sport, há exatamente um século, quando nomes como Briant, Town, Motta e Anagan ficaram marcados no club. Em sua primeira participação no Campeonato Pernambucano, criado um ano antes, o rubro-negro (atuando no “2-3-5”) venceu sete dos oito jogos, com 41 gols (!) , levantando uma discussão que duraria décadas, amadorismo x profissionalismo. Ao contar com o zagueiro Paulino, trazido do América do Rio e contratado como funcionário em outra área, o Sport (que sequer tinha o leão como mascote) foi alvo de críticas dos rivais.

Naquela campanha, o objetivo era mesmo se impor. O início, porém, foi um baque, com o 4 x 1 a favor do Náutico no primeiro jogo oficial. A partir dali, uma sequência de goleadas, incluindo um 8 x 0 sobre o próprio alvirrubro, placar que se mantém até hoje como recorde. Ao vencer o jogo-desempate do grupo, novamente contra o Náutico, veio a grande decisão diante do Santa Cruz, na primeira das 24 finais realizadas século adentro. O Clássico das Multidões havia sido disputado pela primeira vez em 6 de março daquele ano, num “treno entre os primeiros teams”. Em 24 de dezembro, o duelo valeria taça, a primeira para o vencedor. No antigo campo do British Club, hoje o Museu do Estado, um apanhado de gente se fez presente, já ensaiando a tradicional alcunha.

Ainda que os tricolores tenham marcado primeiro, com Pitota (que seria o artilheiro do “citadino” de 1917), os rubro-negros viraram com Motta e Vasconcellos, não por acaso os artilheiros do time, com 11 e 9 gols. Depois, a tarde virou goleada, 4 x 1. Era o primeiro troféu do Sport, seguido de outros 46.

Sport 4 x 1 Santa Cruz, em 24/12/1916
Local: Bristish Club
Árbitro: Mister Bold
Gols: Mota (2), Astrubal e Vasconcelos (Sport); Pitota (Santa Cruz)

Sport – Luiz Cavalcanti; Briant e Paulino; Town, Robinson e Smethurst; Astrubal, Motta, Anagan, Vasconcellos e Smith

Santa Cruz – Ilo Just; Mangabeira e Reis; Valença, Teóphilo e Manoel Pedro; Silva, Pitota, Ze Tasso, Alberto e Dória

Na edição do dia 25, o Diario também trouxe o texto “Contra o foot-ball”, de Liberato Bittencourt, diretor do Gymnasio Federal. Poderia estar mais errado?

Registro do Diario de Pernambuco sobre o primeiro título pernambucano do Sport, em 25/12/1916

Trio de Ferro com 1 milhão de torcedores no borderô e R$ 16 milhões de bilheteria em 2016. Números decrescentes…

As médias de público por temporada (2013-2016) de Náutico, Santa Cruz e Sport. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A impressão de estádios vazios em jogos do Trio de Ferro, em 2016, se confirma com números (dos borderôs oficiais) em escala anual, com pouco mais de 1/4 de ocupação nas arquibancadas. Esta temporada foi a pior em público e renda, em dados absolutos e média, desde que o blog começou a fazer esse levantamento, em 2013. Nenhuma assistência acima de 40 mil foi registrada, chegando no máximo “39.999”, na semifinal estadual entre Santa e Náutico.

Considerando todos os mandos de alvirrubros, tricolores e rubro-negros, chega-se a 96 jogos, incluindo um em Cuiabá, no primeiro mando negociado por um grande clube pernambucano. Em 12 de outubro, os corais “receberam” o Corinthians na Arena Pantanal, com torcedores (do clube paulista) pagando ingressos de até R$ 200. A média geral foi 11.180, turbinada pelas promoções na reta final do Brasileiro, como a do Sport, que liberou o acesso aos sócios adimplentes nas últimas quatro partidas na Ilha – reunindo 100 mil pessoas.

O público total, por temporada, de Náutico, Santa Cruz e Sport. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Com o check-in dos associados, o Leão voltou a ter o melhor índice anual de público na capital, mas nem por isso também deixou de ter a melhor arrecadação, com R$ 1 milhão a mais que o rival do Arruda. Falando no Santa, a média na elite nacional não chegou a 10 mil, mesmo após uma década ausente. Pesou a campanha, claro. Já o Náutico teve dois de seus maiores públicos dos últimos tempos. Após um início às moscas na Série B, jogando três vezes com menos de dois mil espectadores, conseguiu atrair 25 mil alvirrubros em duas oportunidades, incluindo a rodada final, quando deixou o acesso escapar.

Vale destacar ainda a ausência de bilheterias milionárias, o que não ocorria desde 2012. A maior renda foi de Sport 1 x 0 Flamengo, na arena, com R$ 802 mil. Número bem decepcionante, acarretando num baque nas receitas locais.

A renda bruta obtida por Náutico, Santa e Sport de 2013 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Abaixo, o total em cada competição em 2016 e também a taxa de ocupação, a partir da capacidade oficial de cada estádio utilizado. No fim, o quadro agregado.

Sport
33 jogos (30 na Ilha e 3 na Arena)
460.898 torcedores (média de 13.966)
47,97% de ocupação
R$ 7.112.818 de renda bruta (média de R$ 215.539)
Estadual – 7 jogos – 83.690 pessoas (11.955) – R$ 1.572.833 (R$ 224.690)
Nordestão – 5 jogos – 64.955 pessoas (12.991) – R$ 1.148.265 (R$ 229.653)
Série A – 19 jogos – 304.084 pessoas (16.004) – R$ 4.272.715 (R$ 224.879)
Copa do Brasil – 1 jogo – 1.599 pessoas – R$ 16.165
Sul-Americana – 1 jogo – 6.570 pessoas – R$ 102.840

Números de público e renda do Sport de 2013 a 2016. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Santa Cruz
36 jogos (33 no Arruda, 2 na Arena e 1 na Arena Pantanal)
413.626 torcedores (média de 11.489)
22,95% de ocupação
R$ 6.058.465 de renda bruta (média de R$ 168.290)
Estadual – 7 jogos – 119.290 pessoas (17.041) – R$ 1.564.455 (R$ 223.493)
Nordestão – 6 jogos – 79.146 pessoas (13.191) – R$ 1.204.575 (R$ 200.762)
Série A – 19 jogos – 187.245 pessoas (9.855) – R$ 2.992.570 (R$ 157.503)
Copa do Brasil – 2 jogos – 16.954 pessoas (8.477) – R$ 158.445 (R$ 79.222)
Sul-Americana – 2 jogos – 10.991 pessoas (5.495) – R$ 138.420 (R$ 69.210)

Números de público e renda do Santa Cruz de 2013 a 2016. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Náutico
27 jogos (25 na Arena e 2 na Arruda)
198.761 torcedores (média de 7.361)
15,93% de ocupação
R$ 3.574.304 de renda bruta (média de R$ 132.381)
Estadual – 7 jogos – 43.497 pessoas (6.213) – R$ 907.395 (R$ 129.627)
Série B – 19 jogos – 152.758 pessoas (8.039) – R$ 2.621.179 (R$ 137.956)
Copa do Brasil – 1 jogo – 2.506 pessoas – R$ 45.730

Números de público e renda do Náutico de 2013 a 2016. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Trio de Ferro
96 jogos (35 no Arruda, 30 na Arena, 30 na Ilha e 1 na Arena Pantanal)
1.073.285 torcedores (média de 11.180)
26,76% de ocupação
R$ 16.745.587 de renda bruta (média de R$ 174.433)
Torneios: Estadual, Nordestão, Copa do Brasil, Sul-Americana e Séries A e B

Números de público e renda do Trio de Ferro de 2013 a 2016. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Relembre os levantamentos anteriores: 20132014 e 2015.

Ex-capitães, Tiago Cardoso e Júlio César invertem as traves no Santa e no Náutico

Anúncio oficial das contratações, através dos perfis oficiais de Náutico (Tiago Cardoso) e Santa Cruz (Júlio César)

Sem dúvida alguma, (mais) um capítulo peculiar do futebol pernambucano. Não é todo dia que jogadores de uma mesma posição trocam de rivais. Em 2008, já distante, o volante Daniel Paulista foi para o Sport, com o Náutico acertando com Ticão. Nem se compara à inversão de goleiros/capitães de Náutico e Santa em 2016. Tiago Cardoso é o símbolo da copeira década coral com seguidos títulos estaduais, calando a Ilha, além dos acessos. No Náutico, Júlio César disputou três Brasileiros, sendo o principal líder do time. Histórias encerradas.

Num fim de um ano atípico, Tiago acabou rescindindo com o tricolor após o rebaixamento (e os salários atrasados), assinando imediatamente com o Náutico, que “escolheu” qual goleiro teria em 2017. Para isso, claro, abriu mão de Júlio César. Com a contratação anunciada em 19 de dezembro, parecia óbvio (para quem acompanha o cenário local) o caminho inverso do ex-alvirrubro. Sem o vínculo renovado, ele foi procurado pela direção coral e acertou rapidamente as bases, três dias depois. Também assinou por um ano, partindo para o Arruda.

À frente, ambos têm o mesmo calendário, com Estadual, Nordestão Copa do Brasil e Série B. Por sinal, os goleiros de 32 anos (cabalístico) já têm a garantia de pelo menos seis edições do Clássico das Emoções, com sentimentos distintos das torcidas em relação aos ex-capitãs. Aos jogadores, traves e vestiários opostos no Arruda e na Arena Pernambuco. Qual foi a melhor troca?

Tiago Cardoso no Santa Cruz
6 anos (de 13/12/2010 a 13/12/2016)
276 jogos
6 títulos atuando*: 1 Nordestão (16), 4 Estaduais (11, 12, 13, 16) e 1 Série C (13)
3 acessos: Série D (2011), Série C (2013) e Série B (2015)
* Machucado, não entrou em campo no título pernambucano de 2015 

Em 2016: 83 gols sofridos em 66 jogos (média de 1,25)

Júlio César no Náutico
2 anos e 5 meses (de 07/07/2014 a 30/11/2016)
134 jogos
Nenhum título

Em 2016: 46 gols sofridos em 39 jogos (média de 1,17)

Santa Cruz x Náutico no Arruda, com os capitães Tiago Cardoso e Júlio César. Foto: Marlon Costa/FPF

Grito da República, em Olinda, torna-se o estádio mais demorado de Pernambuco

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP

Em um vídeo institucional, em 11 de abril de 2014, o prefeito Renildo Calheiros estipulava para o Natal a inauguração do estádio Grito da República, em Olinda. Àquela altura, o prazo já estava esticado em dois anos. Chegou o Natal, de 2016, e a praça esportiva de R$ 10,4 milhões deve ser, enfim, aberta. É preciso frisar o ano da conclusão porque a ordem de serviço da (arrastada) obra foi assinada em 2008. Logo, nenhum estádio local com pelo menos 10.700 lugares (a capacidade de Rio Doce) precisou de tanto tempo para ser erguido.

Período gasto na construção de cada setor*:
Grito da República (construção, +10 mil): 2008-2016 (9 anos)
Arruda (anel inferior, +64 mil): 1965-1972 (8 anos)
Aflitos (ampliação, +10 mil): 1996-2002 (7 anos)
Arena Pernambuco (construção, +46 mil): 2010-2013 (4 anos)
Arruda (anel superior, +46 mil): 1980-1982 (3 anos)
Ademir Cunha (construção, +30 mil): 1980-1982 (3 anos)
Ilha do Retiro (ampliação, +15 mil): 1953-1955 (3 anos)
Ilha do Retiro (ampliação, +10 mil): 1982-1984 (3 anos)
Cornélio de Barros (remodelação, +10 mil): 2010-2012 (3 anos)
Ilha do Retiro (remodelação, +20 mil): 1949-1950 (2 anos)
Carneirão (construção, +10 mil): 1990-1991 (2 anos)
* Trata-se da capacidade original, pois vários dados acabaram reduzidos 

Como se sabe, o objetivo inicial do estádio olindense era se tornar um dos Centros de Treinamento de Seleções (CTS) da Copa 2014. Passou longe, com problemas de orçamento e falhas no projeto executivo, demandando mais tempo para ajustes – nesse tempo todo, o Diario de Pernambuco visitou o local várias vezes, comprovando o atraso. Claro, o empreendimento é uma aquisição da população, à parte do evento já no passado. Tanto que há a pretensão de virar a casa do Olinda Futebol Clube, que desde sua fundação, em 2007, manda seus jogos no Olindão, o acanhado palco em Jardim Brasil.

O problema é que, gramado à parte, as redes elétrica (ainda não há refletores) e hidráulica seguem inacabadas. As cadeiras azuis do projeto e a cobertura do setor também não foram instaladas. E assim deve seguir até o fim do mandato do atual gestor, à frente da cidade durante oito anos, sem a conclusão de fato.

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP

A tabela detalhada do Nordestão de 2017, com datas, horários e jogos na televisão

Grupos da Copa do Nordeste 2017. Crédito: Esporte Interativo

A CBF divulgou a tabela detalhada (abaixo) da primeira fase da Copa do Nordeste de 2017, com a definição de datas, horários e jogos com transmissão na televisão. Com vinte clubes dos nove estados da região, o torneio terá 60 partidas na fase de grupos, de 24 de janeiro a 22 de março, com a abertura oficial na Arena, com Náutico x Uniclinic, uma terça. Na quarta, o Sport recebe o Sampaio e na quinta, fechando a primeira rodada, o repeteco da última decisão, com Campinense x Santa, no mesmo palco da conquista coral. Dos nove jogos agendados em Pernambuco, cinco estão marcados para o fim de semana.

Jogos com mando dos pernambucanos: 
Santa Cruz: Náutico (sábado), Uniclinic (domingo) e Campinense (quarta)
Sport: Sampaio Corrêa (quarta), River (sábado) e Juazeirense (sábado)
Náutico: Uniclinic (terça), Campinense (quarta) e Santa Cruz (domingo)

Jogos locais já definidos na Globo Nordeste*:
Juazeirense x Sport, Campinense x Náutico, Uniclinic x Santa e Náutico x Santa
* Na última rodada, escolha entre Uniclinic x Náutico e Sampaio x Sport

Jogos locais já definidos no Esporte Interativo:
Todas as 16 partidas envolvendo o Trio de Ferro na fase de grupos

Após a primeira fase, com oito classificados, sendo os cinco líderes e os três melhores segundos lugares, haverá um sorteio na sede da CBF para formar o mata-mata, com mais 14 jogos até maio. Com as Séries A e B já em andamento, o título será decidido em duas quartas-feiras, dias 17 e 24. Em relação à tabela básica, os horários foram ajustados pela entidade em conjunto com o Esporte Interativo, que exibirá 49 dos 60 jogos da fase de grupos, e com a Globo, com contrato de um jogo local por rodada para Recife, Fortaleza e Salvador. A 14ª edição da Lampions League terá uma premiação total de R$ 18,5 milhões.