Mais um capítulo para o caso da morte do professor José Bernardino da Silva Filho, conhecido como Betinho do Agnes. Nova perícia realizada pela Polícia Federal apontou que as impressões digitais encontradas no ferro elétrico e no fio do ventilador usados para matar Betinho não seriam do estudante que à época do crime tinha 17 anos e foi indiciado juntamente com o estudante Ademário Gomes da Silva Dantas.
O pedido de um novo exame realizado pelo Instituto Nacional de Identificação (INI), em Brasília, foi feito pela advogada do então adolescente, Roselayne Souza, depois que o resultado da segunda avaliação das digitais de Ademário também deu negativo, diferentemente do que havia sido constatado pelos peritos papiloscopistas do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O primeiro laudo coloca os dois estudantes na cena do crime.
A advogada Roselayne Souza disse que a família do adolescente pretende entrar com um processo contra o estado por ele ter sido apontado pela morte de Betinho. “Os dois estudantes nunca estiveram no apartamento da vítima e não poderiam ter sido indiciados por um crime que não cometeram. A única coisa que os ligava a esse crime era esse laudo das digitais do IITB. Agora, com os resultados da Polícia Federal, essa acusação cai por terra”, comentou Roselayne.
De acordo com a Polícia Civil, Ademário e o estudante, que tinha 17 anos quando Betinho foi morto, foram os responsáveis pelo crime. O corpo de Betinho foi encontrado despido da cintura para baixo, na noite do dia 16 de maio de 2015, com as pernas amarradas por um fio de ventilador e com um fio de ferro elétrico enrolado ao pescoço. Segundo a polícia, o ferro elétrico foi utilizado para dar pancadas na cabeça da vítima. As digitais do adolescente estariam no ferro e no ventilador. Já as digitais de Ademário estariam em uma cômoda do apartamento que fica no Edifício Módulo, na Avenida Conde da Boa Vista.
Procurada pelo blog Segurança Pública, a Secretaria de Defesa Social respondeu por meio de uma nota. “A Secretaria de Defesa Social informa que o caso já foi remetido à Justiça com todas as provas, elementos e testemunhas produzidas pelas polícias Civil e Científica de Pernambuco. Como a conclusão já foi acatada pelo Ministério Público e a denúncia já foi feita à Justiça, cabe ao poder Judiciário se pronunciar sobre a questão.”