Passados 50 anos do golpe militar que instituiu no Brasil o fim das liberdades individuais e a repressão como forma de calar vozes contrárias ao governo, o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Coêlho, alertou nesta segunda-feira que o país precisa combater os atos de intolerância e a violência como forma de debate de ideias para afastar definitivamente o risco da volta de regimes autoritários.
![Brasília - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) realiza ato público Para Não Repetir, que relembra os 50 anos do golpe militar, ocorrido na mesma data, em 1964 (Antônio Cruz/Agência Brasil)](http://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/_agenciabrasil2013/files/styles/interna_grande/public/fotos/909220-oab_golpe%2064_homenagem_1.jpg?itok=xKXpLZSf)
“É fundamental verificarmos que nos dias de hoje ainda temos muitos atos de autoritarismo. Podemos perceber isso na intolerância, no desrespeito às divergências, nas agressões às liberdades, como à liberdade de expressão. São momentos que devem ser evitados porque eles muito se aproximam à regimes ditatoriais”, pontou Coêlho.
Em lembrança às cinco décadas do golpe de 1964, a OAB promove o ato público Para Não Repetir, que pretende relembrar e debater a ditadura, além de promover o lançamento de livros que relatam os momentos “chumbo” vividos pelos país.
O evento fará também uma homenagem ao advogado Raimundo Faoro, que batalhou pela volta do habeas corpus para presos políticos, que foi suspenso pelo regime militar. “Com a impossibilidade do habeas corpus, os advogados usavam da criatividade, faziam petições diretas aos ministros [do Supremo Tribunal Federal], com pedido de relaxamento de prisão, liberdade condicional, possibilidade de sair do país. Medidas que foram fundamentais para que grandes brasileiros não fossem torturados e assassinados nos porões da ditadura”, disse Coêlho.