A Polícia Militar de Pernambuco afirma que triplicou o efetivo responsável pelo policiamento da Avenida Agamenon Magalhães, um dos principais corredores viários do Recife, na área central da cidade. O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira. De acordo com o coronel Ricardo Barbosa, diretor integrado metropolitano, policiais fardados e à paisana estão estrategicamente posicionados na via para evitar os casos de assaltos, que vêm sendo registrados com frequência. A quantidade de PMs e a localização, no entanto, não foram informadas, segundo a PM, por questões de estratégia e porque a ação acontece de forma itinerante.
Durante a entrevista coletiva, realizada no Quartel do Comando Geral, no Derby, o coronel adiantou, como resultado incial do reforço policial iniciado ainda ontem, a prisão de dois “falsos pipoqueiros” na manhã desta quarta-feira. Ainda de acordo com a PM, 60 pessoas foram presas em flagrante na Agamenon Magalhães entre os meses de janeiro a julho deste ano. No mesmo período do ano passado, a polícia disse ter prendido 58 pessoas na via. Coronel Ricardo Barbosa afirmou que a avenida já mantinha um esquema especial de segurança desde o mês de abril, mas que precisou ser reforçado.
“A gente entende que é uma via que precisa de um maior policiamento, devido ao número grande de ambulantes e, entre essas pessoas, algumas que se aproveitam para efetuar pequenos furtos. Em um segundo momento, faremos parcerias com a prefeitura, o governo, a guarda municipal por mais efetivo e por uma duração maior. Toda ajuda será bem-vinda”, adiantou o coronel, garantindo que o efetivo utilizado foi remanejado de áreas com a segurança sob controle e que em dezembro policiais motorizados poderão reforçar a operação.
Mais um capítulo para o caso da morte do professor José Bernardino da Silva Filho, conhecido como Betinho do Agnes. Nova perícia realizada pela Polícia Federal apontou que as impressões digitais encontradas no ferro elétrico e no fio do ventilador usados para matar Betinho não seriam do estudante que à época do crime tinha 17 anos e foi indiciado juntamente com o estudante Ademário Gomes da Silva Dantas.
O pedido de um novo exame realizado pelo Instituto Nacional de Identificação (INI), em Brasília, foi feito pela advogada do então adolescente, Roselayne Souza, depois que o resultado da segunda avaliação das digitais de Ademário também deu negativo, diferentemente do que havia sido constatado pelos peritos papiloscopistas do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O primeiro laudo coloca os dois estudantes na cena do crime.
A advogada Roselayne Souza disse que a família do adolescente pretende entrar com um processo contra o estado por ele ter sido apontado pela morte de Betinho. “Os dois estudantes nunca estiveram no apartamento da vítima e não poderiam ter sido indiciados por um crime que não cometeram. A única coisa que os ligava a esse crime era esse laudo das digitais do IITB. Agora, com os resultados da Polícia Federal, essa acusação cai por terra”, comentou Roselayne.
De acordo com a Polícia Civil, Ademário e o estudante, que tinha 17 anos quando Betinho foi morto, foram os responsáveis pelo crime. O corpo de Betinho foi encontrado despido da cintura para baixo, na noite do dia 16 de maio de 2015, com as pernas amarradas por um fio de ventilador e com um fio de ferro elétrico enrolado ao pescoço. Segundo a polícia, o ferro elétrico foi utilizado para dar pancadas na cabeça da vítima. As digitais do adolescente estariam no ferro e no ventilador. Já as digitais de Ademário estariam em uma cômoda do apartamento que fica no Edifício Módulo, na Avenida Conde da Boa Vista.
Procurada pelo blog Segurança Pública, a Secretaria de Defesa Social respondeu por meio de uma nota. “A Secretaria de Defesa Social informa que o caso já foi remetido à Justiça com todas as provas, elementos e testemunhas produzidas pelas polícias Civil e Científica de Pernambuco. Como a conclusão já foi acatada pelo Ministério Público e a denúncia já foi feita à Justiça, cabe ao poder Judiciário se pronunciar sobre a questão.”
Depois dos recorrentes episódios de assaltos ocorridos na Avenida Agamenon Magalhães, um dos principais corredores viários do Recife, e de várias promessas de reforço no policiamento, a Polícia Militar falará nesta quarta-feira, em entrevista coletiva, qual será a nova estratégia de segurança para a avenida. A apresentação será feita no auditório térreo do Quartel do Comando Geral, no Derby, a partir das 10h, e contará com a participação do diretor Integrado Metropolitano, coronel Ricardo Barbosa; do comandante do 16º BPM, tenente coronel Silvestre Dantas; e do comandante do 13º BPM, tenente coronel Daniel Dias.
Motoristas que trafegam nos dois sentidos da avenida relatam constantemente roubos praticados ao longo da via por falsos vendedores de pipoca. O problema não é novo e tem deixado muita gente assustada. Além disso, os vendedores que estão na via para trabalhar e sustentar suas famílias também são prejudicados pelos criminosos que estão infiltrados no meio deles. Condutores de todas as idades temem parar nos semáforos da avenida e até de ruas adjacentes. Espera-se que agora a Polícia Militar consiga garantir um pouco mais de segurança na localidade. No entanto, esse não é o único ponto do Grande Recife e do estado de Pernambuco que está precisando de mais atenção.
Em janeiro deste ano, a Polícia Militar anunciou que passaria a recolher os dados de vendedores ambulantes que circulam pela Avenida Agamenon Magalhães para ajudar a identificar suspeitos de assaltos na região. Os policiais irião consultar vendedores, solicitando nome, telefone, endereço e identidade. O objetivo era criar uma rede para facilitar o direcionamento das rondas. Será que esse trabalho foi realizado?
Entrar para o Curso de Operações Especiais significa também abrir mão do contato com a família por vários dias seguidos e ainda do acesso ao mundo externo à área do Bope. Enquanto estão sendo treinados, os alunos falam apenas como os instrutores do curso e com a equipe de instrução. Somente quando são liberados, no sábado ou no domingo, é que voltam ao convívio com a família e amigos. Isso para aqueles que são pernambucanos. Como as folgas são curtas, um dia e meio no máximo, quem mora em outro estado não tem tempo hábil de voltar para casa. Os “estrangeiros” acabam também fazendo laços de amizade com os familiares dos policiais que moram na Região Metropolitana do Recife.
Eles são identificados e chamados pelos números que estão nas roupas que usam durante o curso. Essa é uma das maneiras de preservar a identidade dos policiais que fazem parte da tropa de elite da Polícia Militar. Mesmo depois de formados, quando estão em operações, seguem atendendo pelos números. Independentemente da patente que tenham, os militares que ingressam no Curso de Operações Especiais do Bope são obrigados a seguirem todas as ordens dadas pelos instrutores. Pedindo reserva em suas identidades, dois alunos conversaram com o blog e contaram sobre os dias de treinamento e o desejo de se tornar um “caveira”.
Há sete anos na Polícia Militar de Pernambuco, um soldado lotado na Companhia Independente de Policiamento com Motos (CIPMotos) disse que sempre sonhou em fazer o curso do Bope. Aos 26 anos, ele pretende chegar ao final do treinamento. “Desde que entrei para a PM que recebemos instruções dos caveiras e passei a ter admiração. Isso foi se tornando um sonho, uma vontade que foi mais forte do que eu de entrar para esse time também. Apesar de saber das dificuldades do curso e que grande parte dos alunos inscritos desistiam isso alimentou ainda mais a vontade de pelo menos tentar. Não iria ficar satisfeito se eu não tentasse esse curso pelo menos uma vez”, contou o soldado.
Sobre os desafios, o aluno diz que os enfrenta para dar orgulho à família. “Graças a Deus, ainda estou aqui. Estou sobrevivendo. Não é fácil, mas a nossa vontade de superar os limites, de voltar para casa formado, de dar orgulho à família faz com que a gente permanece aqui ainda. Se depender de mim, eu só saio no fim, só saio quando o curso acabar. Esse sempre foi o meu sonho. Ser formado no Curso de Operações Especiais”, ressaltou o soldado. As aulas do curso são realizadas na sede do Bope, no bairro do Jiquiá, e ainda em outras cidades, como Paudalho, Bonito, Brejo da Madre de Deus, Garanhuns, Petrolina, Serra Talhada e Salgueiro.
Se para os policiais pernambucanos é difícil enfrentar o treinamento nas diferentes regiões do estado, o desafio é ainda maior para quem veio de outros estados. Com 24 anos, um tenente da Polícia Militar do estado do Mato Grosso está no curso com outros dois conterrâneos. Ele diz que é preciso dedicação para enfrentar o treinamento. “Estou na polícia há seis anos e sempre observei a dedicação com a qual os caveiras trabalhavam. É um jeito diferente de todos os outros militares de qualquer unidade. Depois que passei a ter contato com eles, comecei sonhar em fazer parte desse seleto grupo. A maior dificuldade para nós que somos de fora é a distância da família. A saudade é muito grande. Porém, os pernambucanos nos abraçaram, ofereceram seus lares e suas famílias. Estamos fazendo novos amigos. Isso também nos motiva fortalece”, declarou o aluno.
O cenário de violência que se alastra pelo país tem deixado a população assustada. A cada dia, os índices de criminalidade aumentam mais e mais. Somente aqui em Pernambuco, nos sete primeiros meses deste ano, 3.323 pessoas foram assassinadas. Segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), o mês de julho teve o registro de 447 homicídios, o que representou uma média diária de 14,42 homicídios, contra 12,67 no mês anterior. Em junho, 380 pessoas foram assassinadas no estado. Os números de violência computados por aqui têm sido comentados em todo o Brasil. O Instituto Sou da Paz se pronunciou sobre o assunto.
Confira nota na íntegra:
Na última segunda-feira, a imprensa nacional repercutiu a informação de que mais de 28 mil assassinatos foram cometidos no país ao longo dos seis primeiros meses de 2017, o que representa uma alta de 6,79% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O aumento é especialmente expressivo nos Estados que sofreram colapsos em seus programas que focalizavam a redução dos homicídios, como o Rio de Janeiro (aumento de 14,2%), que viu seu programa de polícia pacificadora desmoronar, e Pernambuco, o estado que apresentou a maior piora no quadro de homicídios entre o primeiro semestre de 2016 e 2017 (aumento de 37,8%) e cujo governo tem sido muito criticado pelo sucateamento do exitoso programa “Pacto pela Vida”. O Espírito Santo, que viveu uma gravíssima paralisação da Polícia Militar no início do ano, também teve um aumento de 24,9% no número de homicídios no mesmo período.
Desde o início do ano, é explícita a piora no quadro da segurança pública nacional. A grave crise prisional experimentada nos estados do Amazonas, Rio Grande do Norte e Roraima, seguida pela mencionada paralisação da PM do Espírito Santo e o drama da disparada de policiais mortos e de vítimas de balas perdidas no Rio de Janeiro, tem se produzido frente a uma omissão injustificável do governo federal.
Neste contexto, o Instituto Sou da Paz lamenta a inexistência de uma política nacional de segurança pública, explicitada pela escalada de homicídios vivida em todo o país, decorrente do descaso dos governos federal e estaduais com a vida humana. Em janeiro, o governo federal anunciou um Plano Nacional de Segurança Pública que, infelizmente, não saiu do papel. A informação é de que o plano está sofrendo contingências orçamentárias relevantes, sendo que “os investimentos inicialmente previstos foram revisados e adequados com a realidade financeira da União” nas palavras do próprio Ministério da Justiça.
Para fazer frente ao descalabro da segurança no Rio do Janeiro, a solução encontrada foi a determinação de mais uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), a cargo do Exército. Ainda que o Presidente da República tenha rotineiramente afirmado o sucesso das operações, o que se tem observado são incursões que paralisam comunidades inteiras, colocando moradores em risco com a troca de tiros entre criminosos e as forças de ordem, além de deixar milhares de crianças fora das escolas. Por outro lado, o resultado para além do que aparece na propaganda oficial é pífio. O volume de apreensões de drogas é baixo e após três operações, nenhum fuzil foi apreendido, o que mostra que não se está desmontando o crime organizado.
Como se as más notícias não fossem suficientes, denunciamos a irresponsabilidade de parlamentares da chamada “bancada da bala” que buscam de toda forma flexibilizar a legislação de controle de armas de fogo, promovendo a ideia falaciosa de que mais armas nas ruas têm efeitos positivos na segurança pública. Infelizmente, o governo federal também tem sido cúmplice no enfraquecimento do controle de armas, seja diminuindo a fiscalização prevista no Estatuto do Desarmamento, seja publicando portarias e decretos que aumentam prazos de comprovação de requisitos para se possuir armas de fogo e concedendo o porte sem nenhum controle a atiradores desportivos. Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública houve um aumento de 16,6% no número de assassinatos ocorridos entre 2011 e 2015. Este número foi acompanhado no aumento de 138,9% no número de licenças concedidas pela Polícia Federal para a compra de armas por cidadãos comuns.
Em 8 de maio, o Instituto Sou da Paz e outras organizações brasileiras lançaram a campanha internacional Instinto de Vida junto com outros 22 parceiros da sociedade civil organizada da Colômbia, El Salvador Guatemala, Honduras, México e Venezuela. Esta campanha tem por objetivo que a taxa de homicídios na América Latina seja reduzida em 50% nos próximos dez anos. Para isso, cobramos uma imediata ação por parte de nossos governantes para que o combate às mortes violentas seja tratado como prioridade absoluta.
Também lançamos, no início de agosto, uma campanha para exigir de nossos deputados federais a proteção à política de controle de armas de fogo brasileira. A partir do site descontrole.org.br é possível pressionar os parlamentares para que não sejam aprovados projetos que flexibilizem o Estatuto do Desarmamento.
A sociedade civil organizada tem feito seu papel em exigir responsabilidade e uma atuação baseada em evidências técnicas por parte de nossos governantes. Não podemos admitir, por mais nenhum segundo, que a vida humana não seja priorizada no Brasil.
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) marcou para o dia 24 de agosto, às 9h, o júri popular do homem acusado de assassinar a modelo Danielle Solino Fasanaro, aos 35 anos. O julgamento estava marcado para o dia 6 de junho, mas precisou ser remarcado para esta quinta-feira porque algumas pessoas não haviam sido intimadas a tempo. No dia 19 de junho de 2013, uma multidão acompanhou o desfecho do crime que marcou o bairro de Casa Caiada, em Olinda, e a memória dos amigos e familiares das vítimas. O tatuador Emerson Du Vernay Brandão, segundo a polícia, inconformado com o final do relacionamento, matou a ex-companheira.
O crime aconteceu no Edifício Estrela do Mar, onde Danielle morava com o filho, que na época tinha oito anos. Armado com uma pistola, Emerson matou Danielle Solino e fez o menino de refém. “Depois de quase quatro anos de luto na luta, consegui que o caso de Dani fosse para o júri popular. Estaremos na frente do Fórum de Olinda às 7h. Contamos com a presença de todos vocês para que a justiça seja feita. Espero que ele seja condenado à pena máxima”, disse a irmã da vítima, Michelle Fasanaro. O suspeito do crime segue detido no Presídio de Igarassu.
Eles dormem poucas horas, enfrentam fome, sede, frio e calor e são submetidos a exercícios físicos que desafiam os limites dos seus corpos. Essa é a rotina dos homens que escolhem entrar para a tropa de elite da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE). Criado no mês de junho, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) surgiu como uma alternativa apontada pelo governo do estado para reduzir a criminalidade. Somente nos sete primeiros meses deste ano, Pernambuco já acumula 3.323 assassinatos.
Desse total, 447 aconteceram apenas no mês de julho. Mas, nem todo militar que entra para o Curso de Operações Especiais consegue chegar até o final. Assim como a história retratada no filme Tropa de Elite, os militares precisam ter garra para se tornarem um caveira, como são chamados os PMs que concluem a formação.
Depois de sete anos sem realizar o curso em Pernambucano, a Polícia Militar iniciou no dia 19 de junho o treinamemto de 54 policiais no Curso de Operações Especiais. O Blog/Diario de Pernambuco acompanharam alguns dias de atividades realizadas pelos alunos e traz o retrato do cotidiano desse grupo de policiais. Passados dois meses do treinamento, somente 21 dos 54 iniciantes seguem no curso. Trinta e três desistiram e pediram para sair da formação.
A fama dos ensinamentos passados pelos homens do Bope é tão grande que policiais militares de outros estados também se inscrevem no curso. Atualmente, dez alunos “estrangeiros” seguem realizando as atividades. Por fazerem parte do Bope, os militares recebem uma gratificação sobre seus salários e carregam o status de serem uma tropa especializada em situações especiais.
Em Pernambuco, os PMs do Bope são acionados, geralmente, para ocorrências que envolvam resgate de reféns, ocorrências com explosivos ou assaltos a bancos. No entanto, o efetivo de 120 homens também é acionado para realizar revistas em estabelecimentos prisionais, escoltas de pessoas importantes, ou até mesmo de presos de alta periculosidade.
Apesar da aposta do governo do estado a respeito do Bope, o especialista pernambuco em segurança pública e professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Campina Grande (PB) José Maria Nóbrega Júnior acredita que essa não seja a melhor solução para o problema.
“Pernambuco está num ritmo de crescimento exacerbado dos homicídios. A situação está fora de controle. É preciso mais investimentos em inteligência, investigação, melhores condições de trabalho e ainda das perícias realizadas em locais de crime. Não vai ser meia dúzia de policiais empolgados que vai reverter essa situação da violência em Pernambuco”, declarou.
Veja matéria completa na superedição do Diario de Pernambuco deste fim de semana
O mês de julho teve o registro de 447 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) em todo o estado, segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS) divulgados nesta terça-feira, o que representou uma média diária de 14,42 homicídios, contra 12,67 no mês anterior. Em junho, 380 pessoas foram assassinadas no estado. Somados os sete primeiros meses deste ano, o total de mortes violentas já chega a 3.323, número maior do que o registrado em todo o ano de 2013, quando 3.100 pessoas foram asassinadas em Pernambuco. O secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, falou sobre os números.
“Trabalhamos intensamente para que continuássemos a tendência de queda dos CVLIs registradas, mês a mês, entre abril e junho. Prendemos mais suspeitos em flagrante delito (1.964 presos em julho, contra 1.947 em junho), recolhemos mais por ato infracional (416 contra 392). Em todo o ano, foram 13 mil presos em flagrante, sendo 1.355 homicidas. Dos homicídios de julho, 32% tiveram relação com o tráfico de drogas, 19% foram acerto de contas e 18,5% foram resultantes de conflitos na comunidade ou proximidade”, detalhou o secretário de Defesa Social, Antonio de Pádua.
Já nos Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs), que englobam assaltos a transeuntes, roubos a ônibus, bancos e outros que visam a subtração de valores e pertences, foram contabilizadas no mês de julho 10.064 ocorrências, uma média diária de 324,65, contra 10.142 no mês anterior (338,07/dia). “Os celulares ainda são o maior objeto dos roubos, e é por isso que criamos o programa Alerta Celular, para que a população ajude, informando o IMEI do aparelho no site da SDS (www.sds.pe.gov.br). Identificando celulares roubados ou furtados e os receptadores, diminuiremos a atratividade dessa modalidade criminosa”, explicou o secretário. Em julho, houve 5,65% de queda na média diária de roubos de veículos (51,5 contra 51,52 no mês anterior) e 14,63% nos furtos de automóveis (17,39 contra 20,37).
Em relação à violência contra as mulheres, segundo a SDS, houve redução. Em junho foram contabilizados, a cada dia, 5,1 estupros. No mês de julho, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira, foram registrados 3,03 casos por dia, o que representa uma diminuição de 40,54%. Houve ainda a queda de 11,26% nos registros de vítimas de violência doméstica e familiar: 74,52 casos/dia em julho contra 83,97 no mês anterior.
O plenário do Senado aprovou nessa quarta-feira, em segundo turno, a proposta de emenda à Constituição que torna imprescritíveis os crimes de estupro. O texto, do senador Jorge Viana (PT-AC), foi aprovado por 61 votos favoráveis e nenhum contrário e segue agora para a Câmara dos Deputados.
Com isso, não haverá mais tempo mínimo para que as vítimas desse tipo de crime façam a denúncia à Justiça. Hoje, esse prazo é de 20 anos, após o qual, mesmo que a vítima denuncie, o autor do crime não pode mais responder por ele. A lei atual estabelece que o estupro é crime inafiançável e hediondo, o que agrava a pena e reduz o acesso a benefícios relacionados à execução penal.
Apesar das punições já mais duras, a relatora da matéria, senadora Simone Tebet (PMDB-MS), acredita que a retirada da prescrição será importante especialmente nos casos em que a vítima é criança e só tem condições de denunciar depois de adulta.
Além dos casos de menoes de idade e de situações em que o abuso ocorre dentro do ambiente familiar, há ainda casos em que as vítimas têm vergonha de denunciar porque sofrem preconceito a respeito do local em que estavam ou da roupa que estavam usando, na opinião da senadora.
“É esse lapso de tempo que fertiliza a impunidade, e é essa impunidade que se pretende combater, ao tornar o estupro, como o racismo, um crime imprescritível”, afirmou a relatora.
Para o autor da proposta, a mudança vai ajudar a revelar casos mesmo após muitos anos. “Esta Proposta de Emenda a Constituição é uma resposta, é uma voz que vai se sobrepor ao silêncio que temos hoje desse quase meio milhão de crimes de estupro [por ano] que o Brasil vive e silencia”, afirmou Jorge Viana.
Para o senador, a mudança constitucional “manda um recado duro para os estupradores que fazem do Brasil um país campeão de estupros, dizendo: ‘olha, se você cometer um estupro, a qualquer momento você pagará por ele’”.
O Departamento de Polícia da Mulher (DPMul) de Pernambuco está ministrando palestras pelo estado para tratar do tema violência contra a mulher. A ação teve início nesta segunda-feira, dia em que são comemorados 11 anos da Lei Maria da Penha. Com unidades móveis de delegacias, o DPMul vai às localidades onde não há Delegacia da Mulher ou o índice de violência é considerado alto. As palestras estão sendo ministradas pela delegada Gleide Ângelo.
O objetivo é conscientizar as mulheres sobre seus direitos e evitar que crimes contra as mulheres continuem acontecendo. O primeiro município visitado foi Olinda. Também serão contempladas cidades como Caruaru, Cabo de Santo Agostinho, Gravatá, Itamaracá, Camaragibe e Carpina.
Dados da Secretaria de Defesa Social (SDS) apontam que entre os anos de 2012 e 2016, mais de 155 mil mulheres foram vítimas da violência de gênero no estado. Os números revelam ainda que apenas entre os meses de janeiro e junho deste ano já foram registrados mais de 15,8 mil casos. Na opinião a delegada Gleide, a ida às comunidades será importante para as mulheres. “Essas mulheres precisam entender que podem ser protegidas e, inclusive, podem ajudar sua vizinha que apanha do marido há muito tempo mas não consegue sair daquela situação”, apontou a delegada.
Para denunciar casos de violência, as vítimas podem telefonar para o número 180, que é um Disque-Denúncia nacional. Ou ainda para a ouvidoria da mulher, no número 0800.2818187. Ambos contatos têm atendimento 24 horas.