Caso Betinho: MPPE pede Força-tarefa para investigar morte de professor

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pediu a absolvição sumária do estudante Ademário Gomes da Silva Dantas, indiciado sob acusação de ter assassinado o professor José Bernardino da Silva Filho, 49 anos, conhecido como Betinho do Agnes. O pedido da promotora da 2ª Vara do Tribunal do Júri Dalva Cabral foi fundamentado no resultado da terceira perícia papiloscópica, que indicou não serem de Ademário as digitais encontradas na cômoda que estava na casa da vítima.

Também nesta segunda-feira, a promotora pediu à Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) a criação de uma Força-tarefa para investigar o assassinato ocorrido em maio de 2015, no Edifício Módulo, na Avenida Conde da Boa Vista. Outro pedido feito pela promotora após a realização de mais uma audiência sobre o caso foi que o governo do estado passe a utilizar o mesmo programa usado pela Polícia Federal para reconhecimento papiloscópico.

Jorge Wellington disse que família irá processar o estado. Foto: Peu Ricardo/DP

O advogado de Ademário Dantas, Jorge Wellington, acredita que a decisão do juiz Jorge Luiz dos Santos Henriques deve sair entre 10 e 15 dias. “Ademário foi ouvido hoje, negou qualquer participação no crime e está tranquilo. Vamos aguardar a decisão judicial para depois disso exigir uma reparação por parte do estado. Essa acusação infundada destroçou não só a vida de Ademário como a de toda a família”, declarou Jorge Wellington. O resultado do primeiro laudo papiloscópico produzido pelo Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) apontou que 18 pontos de convergência de Ademário estavam no móvel da vítima. A pedido da defesa, outro laudo feito pela Polícia Federal apontou que não havia digitais de Ademário.

A promotora Dalva Cabral explicou o motivo do seu pedido. “Temos três perícias oficiais, uma do IITB, uma da Polícia Federal e uma do Instituto de Criminalística (IC), essa última requerida por nós, onde duas apontam o mesmo resultado. Porém, antes do último resultado, o IITB retificou em parte seu laudo para dizer que a informação a respeito do acusado Ademário seria inconclusiva, que os vestígios papiloscópicos não eram suficientes para apontar autoria dele. Daí, a lei nos obriga a, em casos como esses, em que não se prova autoria nem participação, requerer a aboslvição sumária e foi o que fizemos. As perícias dizem que aquela marca na cômoda, não é nem no objeto do crime, não é do acusado”, explicou a promotora.

Ademário foi indiciado pela Polícia Civil de Pernambuco como um dos autores da morte de Betinho. Além dele, um estudante de 17 anos também foi responsabilizado pelo crime. A defesa do estudante que era adolescente à época da morte de Betinho também espera a liberação de uma terceira perícia para pedir que ele seja inocentado. O corpo de Betinho foi encontrado despido da cintura para baixo, na noite do dia 16 de maio de 2015, com as pernas amarradas por um fio de ventilador e com um fio de ferro elétrico enrolado ao pescoço.

Segundo a polícia, o ferro elétrico foi utilizado para dar pancadas na cabeça da vítima. Também de acordo com a polícia, as digitais do adolescente estavam no ferro e no ventilador de Betinho. Uma das irmãs de Betinho, Sandra Ferreira, espera que o culpado seja encontrado. “Já são quase três anos de espera. Betinho não merecia morrer daquela forma. Vamos seguir até o fim para que o culpado ou os culpados sejam condenados e presos”, desabafou Sandra. A Polícia Civil de Pernambuco informa que não foi notificada sobre a criação da Força-tarefa para investigar o caso Betinho. Porém, “a PCPE está à disposição do Ministério Público e da Justiça para o que for necessário com o objetivo de  esclarecer o caso”.

Após assalto e morte em Piedade, PM diz que vai reforçar policiamento

Enquando a Polícia Civil de Pernambuco segue investigando o latrocínio (assalto seguido de morte) que vitimou o bancário aposentado Manfredo de Andrade Sarda, 76 anos, na noite do último domingo, a Polícia Militar garantiu reforço no policiamento no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes. O aposentado foi morto depois que dois homens ainda não identificados invadiram sua casa, na Rua Brigadeiro Melibeu, e fizeram a família de refém. Manfredo tentou reagir, utilizando um revólver de sua propriedade, mas foi morto com um tiro no abdômen. O corpo dele foi cremado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista. O caso está sendo acompanhado pela Divisão de Homicídios Sul.

Crime aconteceu nesta residência. Foto: Thalyta Tavares/Esp.DP

Por meio de nota, a Polícia Militar informou que “o policiamento no bairro de Piedade é  feito por Guarnições Táticas, que realizam rondas ostensivas com abordagens. No local existe o apoio do Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati) e Motopatrulheiros que recobrem toda a região. O comandante do 6º Batalhão, responsável pela área, já solicitou o reforço no bairro, que contará com rondas de motopatrulheiros garupados (dois policiais em uma moto), para dessa forma, coibir as incidências de crimes na região. A PM reitera a importância dos registros de ocorrências através do 190 e de Boletim de Ocorrência nas Delegacias da Polícia Civil.”

De acordo com familiares da vítima, Manfredo estava dormindo quando sua esposa foi surpreendida por um bandido dentro de casa. A família suspeita que o criminoso tenha entrado no imóvel pulando o muro. A dona da casa, Geruza Wacemberg, foi rendida e pediu que o seu filho abrisse a porta do imóvel, no térreo, para que o outro assaltante entrasse no imóvel. “Os criminosos estavam gritando muito e chegaram a apontar uma arma para a cabeça da nora de Manfredo, que é promotora de Justiça na Paraíba. Eles não respeitaram nem a presença de duas crianças do imóvel. No meio da confusão, Manfredo acordou e pegou um revólver calibre 22 que ela tinha guardado. Quando chegou na escada foi baleado por um dos ladrões”, contou um parente da vítima que preferiu não ter o nome publicado.

Policial civil e marido são indiciados por cobrança de propina

A Polícia Civil indiciou por corrupção passiva uma agente lotada na Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Veículos e o marido dela, que é motorista da Uber. O inquérito, concluído na última sexta-feira, já foi encaminhado à Justiça. O caso também está sendo acompanhado pela Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS). De acordo com a investigação, a policial civil e o marido cobraram R$ 1 mil de propina para informar ao proprietário de um carro que havia sido roubado a sua localização.

Inquérito foi apurado pela Delegacia de Boa Viagem. Foto: Bruna Monteiro/DP
Inquérito foi apurado pela Delegacia de Boa Viagem. Foto: Bruna Monteiro/DP

O marido da agente encontrou um veículo abandonado, anotou a placa e verificou que o mesmo havia sido roubado. Depois disso, a policial obteve os dados do proprietário e repassou para o marido. A partir disso, o casal pediu dinheiro para dizer onde o veículo estava e marcou um encontro com o dono, no último dia 7 de fevereiro, no bairro de Boa Viagem. Após negociações, o valor acertado para indicar a localização do carro caiu para R$ 500.

A vítima do roubo, no entanto, acionou a Polícia Militar, que o acompanhou no dia do encontro. O carro havia sido roubado no dia 2 de fevereiro, também em Boa Viagem. Marido e mulher foram detidos no momento em que a vítima chegou com a PM. Na ocasião, a agente da Polícia Civil teria confessado que repassou os dados do proprietário do carro para o marido, informação somente obtida por policiais.

O caso foi encaminhado para a Central de Plantões, mas apenas o marido da policial foi atuado em flagrante. Ao ser apresentado em audiência de custódia, o homem acabou liberado. Agora, o casal vai responder pelo crime em liberdade. Já a policial ainda vai responder a um Processo Administrativo Disciplinar na Corregedoria.

Creche em Juazeiro (BA) terá o nome da menina Beatriz Angélica Mota

A Prefeitura de Juazeiro (BA) vai inaugurar, nesta sexta-feira (31), por meio da Secretaria de Educação e Juventude, a Creche Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva. A escolha do nome é uma forma de homenagear a menina assassinada com 42 facadas, aos sete anos, no dia 10 de dezembro de 2015, durante uma festa na escola em que estudava em Petrolina, Sertão. A unidade fica no Residencial Juazeiro I.

Beatriz tinha sete anos. Foto: Blog O Povo Com a Noticia/Reproducao da Internet
Beatriz tinha sete anos. Foto: Blog O Povo Com a Noticia/Reproducao da Internet

Para o pai de Beatriz, o professor Sandro Romilton Ferreira, será um dia muito especial para toda a família. “Será uma homenagem que trará muitas saudades e boas lembranças. Um nome eternizado e um amor vivo mais do que nunca. Será um dia muito especial em nossas vidas”, destacou Sandro. A Polícia Civil de Pernambuco divulgou recentemente a imagem do homem suspeito de ter matado a criança.

Para os investigadores, não há dúvidas de que o homem que aparece nas filmagens de câmeras de segurança de estabelecimentos próximos ao Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde Beatriz estudava, é o assassino. O Disque-Denúncia está oferecendo R$ 10 mil de recompensa para quem tiver informações sobre a localização do homem.

Policia diz que este homem é o assassino. Foto: Shilton Araújo/Esp/DP
Policia diz que este homem é o assassino. Foto: Shilton Araújo/Esp/DP

DENUNCIE
Quem tiver informações que possam auxiliar a polícia na identificação do suspeito que aparece nas imagens pode entrar em contato com os investigadores através dos números abaixo:

Ouvidoria SDS – 181
WhatsApp – (87) 9 9911-8104
Disque-Denúncia
(81) 3421-9595
(81) 3719-4545
Recompensa R$ 10 mil

Ex-chefe da PCPE delegado Antônio Barros assume o Denarc

O ex-chefe da Polícia Civil de Pernambuco delegado Antônio Barros vai assumir, a partir desta segunda-feira, o cargo de gestor do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc). Barros ficará no lugar do delegado João Leonardo, que agora assumirá a coordenação da Força-tarefa do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).  A portaria com as modificações foi publicada no Diario Oficial deste sábado.
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“Será uma experiência nova e gratificante para mim, pois na minha vida profissional também já pude contribuir chefiando várias outras unidades e funções da segurança pública, tais como: Grupo de Operações Especiais – GOE;  Inteligência da PCPE (atual DINTEL); Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais – Depatri; Superintendência do Centro Integrado de Inteligência da Secretaria de Defesa Social – CIIDS; e por último, a Chefia da Polícia Civil de Pernambuco. Conto com o apoio e a torcida de todos para que possamos melhorar a repressão ao tráfico de drogas em nosso Estado”, escreveu Barros em seu Facebook. O delegado afirmou ainda que está à disposição para receber denúncias que podem ser feitas diretamente a ele, de forma privada e sigilosa, através do “messenger” do Facebook.

 

Cinco suspeitos morreram após assalto no Cabo, corrige a SDS

Diferentemente do que foi anunciado ontem em entrevista coletiva no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, no Derby, não foram seis suspeitos mortos no confronto entre PMs e os homens que assaltaram duas agências bancárias no Cabo de Santo Agostinho na madrugada de ontem. Participaram da entrevista de ontem o comandante da PMPE, coronel Vanildo Maranhão, o chefe da Polícia Civil, delegado Joselito Amaral, e a gestora de Polícia Científica, Sandra Santos.

Grupo conseguiu atacar duas agências bancárias: Julio Jacobina/DP
Grupo conseguiu atacar duas agências bancárias: Julio Jacobina/DP

No início da tarde desta sexta-feira, a Secretaria de Defesa Social (SDS) confirmou que houve um equívoco ontem ao ser anunciado que um suspeito internado no Hospital Dom Helder Camara, no Cabo de Santo Agostinho, havia morrido. Ele continua internado na unidade de saúde e está sob custódia da Polícia Civil. Com isso, o total de mortos na ocorrência passa a ser de cinco homens. Os corpos permanecem no Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, no Recife.

Corpos dos cinco assaltantes estavam em um canavial. Foto: Julio Jacobina
Corpos dos cinco assaltantes estavam em um canavial em Moreno

Outros cinco foram presos. Desses, quatro já foram levados para o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no bairro de Afogados, onde foram ouvidos e autuados em flagrante. O suspeito hospitalizado, assim que receber alta médica, também será interrogado e depois encaminhado para o Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, para onde já foram levados ontem os quatro suspeitos autuados.

Novo chefe da Polícia Civil tem missão de reduzir criminalidade

O clima na posse do novo chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Joselito Kehrle do Amaral, que assumiu o cargo um dia após o ataque à empresa de valores Brinks, era de desafio. A disposição do novo gestor é para que ações desse tipo não voltem a ocorrer no estado e, sobretudo, para reduzir os números da violência, que em janeiro contabilizou 479 assassinatos.

Delegado Joselito Amaral assumiu o cargo oficialmente nessa quarta-feira. Foto: Wagner Ramos/Divulgação
Delegado Joselito Amaral assumiu o cargo oficialmente nessa quarta-feira. Foto: Wagner Ramos/Divulgação

O ataque à Brinks, por um grupo fortemente armado, norteou praticamente todas as falas das autoridades que foram prestigiar a posse do delegado na sede da Polícia Civil, na Rua da Aurora. O governador Paulo Câmara afirmou não ter dúvidas de que os criminosos serão presos. “Ações como essa não vão mais ser vistas em Pernambuco. O trabalho está sendo feito, mas não podemos revelar os avanços por uma questão de sigilo. Mas em breve iremos dar respostas positivas à população”, afirmou Paulo Câmara.

O delegado Joselito Kehrle Amaral substitui o delegado Antônio Barros, que ocupou o cargo por dois anos. Ele admite que a missão é uma das mais difíceis, mas espera voltar a ter os números que o estado alcançou com a redução dos crimes entre 2009 e 2012. “Acreditamos que um trabalho integrado com as demais instituições é a mola propulsora do Pacto pela Vida. Vamos trabalhar para que aquele momento vivido outrora, retorne e traga para a sociedade pernambucana a paz que tanto precisa”, afirmou.

O novo chefe da Polícia Civil também destacou o acréscimo no quadro de policiais, com o reforço dos concursados e de profissionais aposentados. “Temos 1.039 policiais e vamos tentar abreviar a academia (dos concursados) para que eles possam ingressar em setembro. Também houve a autorização, por meio de um decreto, para que policiais aposentados possam ser contratados”, citou o gestor.

Secretário da SDS diz que prioridade será combater grupos de extermínio

O secretário de Defesa Social, Angelo Gioia, disse em entrevista coletiva, na tarde desta sexta-feira, que a prioridade da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), a partir de agora, será a investigação e o combate aos grupos de extermínios. Com essa afirmação também, Gioia justificou a substituição do delegado Antônio Barros pelo também delegado Joselito Amaral no cargo da chefe da PCPE. Além dessa troca, houve mudança ainda na Polícia Militar. O coronel Carlos D´Albuquerque pediu para deixar o cargo alegando motivos pessoais e será substituído pelo coronel Vanildo Maranhão. Apesar da proximidade do carnaval, Gioia garantiu que as substituições não causarão prejuízos para a população.

Angelo Gioia falou sobre as mudanças na tarde desta sexta-feira. Foto: Wagner Oliveira/DP
Angelo Gioia falou sobre as mudanças na tarde desta sexta-feira. Foto: Wagner Oliveira/DP

“Antônio Barros fez um excelente trabalho à frente da Polícia Civil, mas dois anos é tempo suficiente para um cargo de comando. Estamos trazendo o delegado Joselito que tem vasta experiência em investigações de crimes de homicídios, inclusive já comandou o nosso Departamento de Homicídios e Protelção à Pessoa (DHPP)”, destacou o secretário. O elevado número de homicídios no estado tem preocupado o governo.

De acordo com dados da SDS, apenas no mês de janeiro, 479 pessoas foram assassinadas em Pernambuco. “Precisamos focar no combate aos crimes contra a vida. Aqui, como em outros estados, as pessoas matam por nada, por motivos banais. Além disso, existe a atuação de grupos de extermínios ou de milícias. Precisamos de uma investigação mais detalhada e de mais qualidade”, comentou Angelo Gioia.

Antônio Barros (D) será substituído por Joselito. Foto: Julio Jacobina/DP
Antônio Barros (D) será substituído por Joselito. Foto: Julio Jacobina/DP

Ainda de acordo com o secretário, a saída do comandante da PM e do chefe da PCPE não alterou o esquema de segurança para o carnaval deste ano. “Isso não alterou em nada o planejamento do carnaval. Inclusive, todo o esquema será divulgado na próxima terça-feira. Precisamos oferecer a sensação segurança para a população”, pontuou Gioia. Os novos chefes assumirão aos cargos na próxima segunda-feira como a missão de reduzir os índices de criminalidade, que seguem em alta desde 2014.

Angelo Gioia comentou ainda que as mudanças estavam programadas para acontecer neste momento. “Ultimamos a resolução dos problemas com a Polícia Militar e com o Corpo de Bombeiros, em relação à carreira e aos salários, e com Polícia Civil nós demos uma nova orientação em relação às investigações de homicídios. E apesar de o carnaval ser um grande evento, ele não é maior que as instituições. Tivemos o cuidado de fazer planejamento e chegar a esse momento correto para efetuar as trocas”, destacou o secretário.

Atualmente, o coronel Vanildo ocupa o cargo de diretor das Especializadas da PMPE. Já o delegado Joselito Amaral é o diretor da Área Integrada Metropolitana. O atual comandante do Estado-Maior da PMPE, coronel André Cavalcanti, assume o subcomando da corporação. Ele troca de posição com o coronel Adalberto Freitas, que passa a chefiar o Estado-Maior da Polícia Militar. Na Polícia Civil, o chefe-adjunto será o delegado Charles Gutiergues. Segunda Gioia, Carlos D´Albuquerque irá para a reserva e o delegado Antônio Barros vai tirar férias e depois retorna para outro cargo na PCPE.

Por meio de nota, o governador Paulo Câmara comentou as mudanças: “Quero agradecer o apoio e a colaboração do coronel D’Albuquerque e do Delegado Antônio Barros durante o período em que estiveram à frente das corporações. Coronel Vanildo e o delegado Joselito têm a missão de trabalhar incansavelmente para que o Pacto Pela Vida obtenha os resultados positivos, garantindo a integração entre as polícias para a melhoria da Segurança Pública do Estado. Estamos tomando todas as medidas necessárias, inclusive com a maior valorização da história das instituições policiais de Pernambuco”, afirmou.

Antônio Barros assumiu o comando da Polícia Civil em janeiro de 2015, deixando a chefia do Centro Integrado de Inteligência de Defesa Social para substituir o delegado Osvaldo Morais. Na ocasião, as mudanças também atingiram a Polícia Militar. No lugar do coronel Carlos Pereira, assumiu o também coronel Antônio Pereira Neto. Em novembro de 2015, o coronel Pereira Neto, que estava no posto de comandante da PM há 11 meses, foi exonerado do cargo para dar lugar ao Coronel Carlos D’Albuquerque, que estava na Casa Militar.

Servidores das polícias Civil e Científica terão reajuste de salários

O governo do estado publicou a lei complementar 346, que altera o plano de cargos e carreiras das polícias Civil e Científica, reajustando salários. A lei foi aprovada depois de dois anos de discussão entre o governo e a categoria, que queria remunerações maiores. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado do último sábado.

A mudança prevê aumentos já a partir de janeiro deste ano e também em 2018. O delegado em estágio probatório, por exemplo, entra ganhando R$ 9.070 e permanece com esse salário até dezembro de 2018. O delegado em segundo estágio recebe R$ 15.452 em janeiro deste ano, passando para R$ 17.769 em um ano e para R$ 19.793 em dezembro do ano que vem.

Categorias lutavam pelo aumento há dois anos. Foto: Roberto Ramos/DP
Categorias lutavam pelo aumento há dois anos. Foto: Roberto Ramos/DP

No estágio seguinte, os valores são de R$ 17.168 em janeiro deste ano, passando para R$ 19.744 em um ano e para R$ 22.762 em dezembro de 2018. Por último está o delegado em final de carreira, com salário em janeiro de R$ 19.076, passando para R$ 21.938 em janeiro do ano que vem e R$ 26.177 em dezembro de 2018.

Os agentes, por sua vez, ficaram com piso de R$ 3.900 e o teto R$ 9.070. Inicialmente, pediam R$ 5.200 e R$ 12.800, respectivamente. “De acordo com a conjuntura da crise, fizemos esse acordo. Não foi o ideal e aconteceu depois de dois anos de luta”, avaliou Áureo Cisneiros, presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol).

Os aumentos para a Polícia Civil foram definidos em meio a uma operação padrão dos policiais militares, que deixaram de desempenhar o programa de plantões extras. Albérisson Carlos, da Associação de Cabos e Soldados da PN, avaliou que a categoria que ele representa está no caminho certo.

“Ficamos felizes pelos companheiros. O aumento é importante para a gente porque legitima a nossa luta. Buscamos o mínimo, que é a equiparação com a Polícia Civil. É o princípio da isonomia. Mas isso também comprova que o governador dá tratamento diferente para a PM. Tiraram as associações da mesa de negociação e colocaram os comandantes, mas eles não passam as informações para a tropa, o que é muito ruim”, criticou. A operação padrão, iniciada no início de dezembro, disse ele, continuará até o impasse ser resolvido.

Números
Como serão os salários em dezembro de 2018

  • R$  9.070 – Delegado em estágio probatório
  • R$ 19.793 – Delegado em segundo estágio
  • R$ 26.177 – Delegado em fim de carreira
  • R$   9.070 – Agentes

Cidades seguem reféns de ataques a bancos no interior de Pernambuco

Medo. A palavra resume a rotina de moradores e funcionários de bancos do interior pernambucano. Com armas utilizadas pelos exércitos brasileiro e norte-americano, e explosivos, grupos criminosos levam pânico a municípios afastados dos grandes centros urbanos, num fenômeno classificado por alguns como “novo cangaço”. As ações, cada vez mais ousadas, seguem um padrão. Os assaltantes chegam em grande número, detonam caixas eletrônicos e cofres de bancos, atiram contra delegacias e destacamentos da Polícia Militar, espalham grampos pela estrada para dificultar a perseguição policial e fogem, na maior parte das vezes, levando altas quantias em dinheiro.

Destruição no Banco do Brasil de Riacho das Almas aconteceu há nove meses. Fotos: Ricardo Fernandes/DP
Destruição no Banco do Brasil de Riacho das Almas aconteceu há nove meses. Fotos: Ricardo Fernandes/DP

Para tentar barrar a onda, foi criada, em julho, a Força-tarefa de Repressão aos Crimes de Roubo e Furto contra Instituições Financeiras, formada pelas polícias Federal, Civil e Militar. De acordo com a Polícia Civil, de janeiro a novembro foram desarticuladas 13 quadrilhas de crimes contra bancos e 88 pessoas foram presas. O chefe da Civil, delegado Antônio Barros, aumentou de três para sete o número de equipes responsáveis pelas investigações.

Muitas cidades estão sem atendimento em agências. Para receber salários e aposentadorias, moradores precisam se deslocar a outros municípios. Um exemplo é Riacho das Almas, no Agreste do estado, a 103 km da capital. O blog esteve no município onde a agência do Banco do Brasil, que já estava sem funcionar há nove meses, teve o fechamento definitivo anunciado em novembro. Cinco das nove cidades pernambucanas que tiveram agências do BB convertidas em postos já não contavam mais com os serviços por causa de ataques com explosivos. Segundo o banco, o fator não foi considerado na reorganização nacional, que teria levado em conta apenas questões como eficiência operacional e a proximidade entre agências.

Comércio em Riacho das Almas foi prejudicado com fechamento do Banco do Brasil
Comércio em Riacho das Almas foi prejudicado com fechamento do Banco do Brasil

Agonia também para quem mora no Sertão. Uma comerciante de Triunfo (355 km da capital), que preferiu não ter o nome publicado, diz que a cidade tem ficado desabastecida. “Por causa das explosões, os caixas eletrônicos ficam sem dinheiro durante os fins de semana e também à noite. Somente na agência do Banco do Brasil houve explosões duas vezes em um mês”, conta.

Estado tenta frear escalada de crimes

Após aumentar o número de equipes voltadas a elucidar crimes contra agências bancárias e prender suspeitos, a Polícia Civil pernambucana busca reforçar o trabalho conjunto com as polícias Federal e Militar, além das autoridades de segurança de outros estados.

“Até o fim de outubro, vínhamos trabalhando com três equipes para investigar os assaltos e as explosões a bancos e caixas eletrônicos, além dos roubos a carros-fortes. Agora são sete. Essas investigações são complexas e demandam tempo. Estamos tratando com o crime organizado”, comenta o chefe da Polícia Civil, Antônio Barros.

Ele ressalta que a maioria das quadrilhas vem de fora do estado. “Temos feito ações integradas com a PM e com a Federal. A interlocução com outros estados está cada vez melhor. Prisões, a gente já vinha fazendo, mas agora vamos aumentar esses números para devolver a tranquilidade à população do estado”, destaca Barros.

Além dos três delegados da Delegacia de Repressão ao Roubo, do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), outros quatro investigadores e suas equipes estão dedicados a esse tipo de trabalho. Compõem o grupo dois delegados responsáveis pela Zona da Mata e Agreste, e dois que atuam no Sertão. Todas as equipes estão recebendo suporte do serviço de inteligência da SDS e da Polícia Civil, num trabalho coordenado diretamente pela chefia da polícia.

“Sabemos que cidades pequenas, com cerca de 20 mil habitantes, têm certa fragilidade na segurança e acabam sendo alvos fáceis. Também sabemos que esses grupos de fora de Pernambuco usam armas de guerra. Já prendemos  pessoas do Sudeste que agiam aqui. Mas não concordo quando dizem que se trata de novo cangaço. É crime organizado. Temos que enfrentar com seriedade as quadrilhas”, ressalta o chefe da Polícia Civil.

Bancários cobram segurança

O aumento nas investidas contra instituições financeiras tem preocupado representantes do Sindicato dos Bancários. Não é de hoje que a instituição faz alertas sobre a fragilidade das agências e cobra ação das polícias. O diretor de assuntos jurídicos do sindicato, João Rufino Filho, ressalta a importância da participação do Exército nas investigações dos casos com uso de explosivos. “É fundamental o apoio para saber de onde estão vindo esses explosivos e armamentos pesados.”

Segundo Rufino, é preocupante a situação das cidades que estão recebendo moradores de outros locais para usar os serviços bancários. “Há municípios que recebem pessoas de cinco ou seis cidades vizinhas. Isso também é um risco. Clientes e funcionários estão cada vez mais expostos. Atividade bancária hoje é uma rotina de medo”, aponta Rufino.

O diretor jurídico afirma que as quadrilhas são bastante organizadas. “Não concordo quando as pessoas usam o termo ‘novo cangaço’. Esses assaltantes fazem parte do crime organizado, são de quadrilhas especializadas e usam equipamentos de guerra. Têm armas que alguns policiais nunca viram”, destaca.

Em entrevista coletiva concedida no dia 28 de novembro, o delegado titular de Roubos e Furtos, Paulo Berenguer, informou que a Polícia Civil contará com a participação do Exército nas operações da Força-tarefa. “O Exército já está integrado e vai colaborar no sentido de identificar e  rastrear os explosivos, que são atividades controladas por eles, além de ministrar cursos para os nossos policiais, para que eles tenham uma intimidade maior com os explosivos que são utilizados nessas ações”, explicou o investigador.