Um protesto organizado por moradores das proximidades da Lagoa do Araçá, na Imbiribeira, vai ganhar as ruas do bairro nesta sexta-feira. Cansados da onda de assaltos na localidade e da ausência de policiamento, moradores estarão concentrados a partir das 18h na Praça de Eventos da Lagoa para chamar a atenção do poder público para a violência no local. Na manhã desta quinta-feira, pelo menos dois assaltos já foram praticados por suspeitos em motos nas proximidades da Lagoa do Araçá, um na Rua David Kauffman e outro na Engenheiro José Brandão Cavalcante.
Através das redes sociais, a população está convocando o maior número possível de pessoas para participarem do protesto. A saída está prevista para as 19h e o percurso será as ruas, Leôncio Soares Pessoa, Av. Engenheiro Alves de Souza, Arquiteto Luiz Nunes, Grasiela e José Brandão de Cavalcante. A caminhada deve terminar por volta das 21h em frente ao Núcleo de Seguraça Comunitária da Lagoa.
Organizadores do protesto pedem que as pessoas levem cartazes, apitos, panelas ou qualquer coisa que faça barulho para chamar a atenção das autoridades. Também está sendo pedido que quem foi assaltado leve o Boletim de Ocorrência para anexar ao ofício que será entregue à Prefeitura do Recife e à Polícia Militar. Segundo os moradores da área, os assaltos são, geralmente, praticados por suspeitos em motos e em cinquentinhas e acontecem a qualquer hora do dia.
Uma dupla de assaltantes que agia em 16 bairros das zonas Norte e Oeste, além de São Lourenço da Mata, Camaragibe, Paulista e Jaboatão, foi reconhecida por 82 vítimas após ter sido presa na semana passada. O número de pessoas que procuraram a Delegacia da Várzea para registrar queixa contra Alisson Martins da Silva, 23 anos, e Klaidson Fernandes da Silva Fonseca, 20, aumentou após a divulgação das imagens deles pela Polícia Civil.
Segundo a polícia, a dupla utilizava uma moto de cor verde e um dos suspeitos abordava as vítimas com um revólver. Alisson e Cleidson estão no Cotel. Os assaltos estavam sendo praticados pelos suspeitos há três anos. Eles roubavam principalmente relógios, dinheiro e aparelhos celulares. A dupla foi presa no dia 19 em Vila Rica, Jaboatão, após investigação da Delegacia da Várzea. Com os suspeitos, que costumavam agir de maneira agressiva, foram apreendidos relógios, celulares, cartões e chips de telefone.
“Eles realizaram dois assaltos numa mesma rua em 20 minutos. Estamos agora tentando identificar o receptador”, detalhou o delegado Joel Venâncio. A dupla chegava a faturar R$ 5 mil por mês. Joel Venâncio ressaltou a importância de as vítimas registrarem ocorrência quando forem assaltadas. “Muitas vítimas não tinham feito BO. Com esse documento nós observamos o modus operandi e o veículo que é utilizado no crime, o que ajuda muito na identificação dos suspeitos.”
A Polícia Civil já tem indícios e prova de autoria contra os dois suspeitos de terem envolvimento na morte do pedagogo José Bernardino da Silva Filho, 49 anos. O delegado Alfredo Jorge disse nesta quarta-feira após ouvir cinco depoimentos na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que já sabe quem assassinou Betinho, como a vítima era chamada. “Ainda não temos a motivação do crime, mas latrocínio e ligação com o tráfico de drogas são linhas praticamente descartadas. Estamos muito perto de fechar o inquérito”, afirmou o delegado.
Entre os investigados pela morte do pedagogo estão dois rapazes que costumavam frequentar o Edifício Módulo, onde a vítima morava na Avenida Conde da Boa Vista, e dois estudantes da escola particular onde o pedagogo trabalhava. Os estudantes, sendo um adolescente, prestaram depoimento na quinta-feira da semana passada e negaram envolvimento com o crime. Os dois rapazes que foram ouvidos pela polícia nos primeiros dias da investigação e que frequentava a casa do professor também negaram participação no assassinato.
Dos cinco depoimentos colhidos nesta manhã, dois foram de estudantes do Colégio Agnes, dois de parentes do professor e o último deles foi o da zeladora do prédio que encontrou as chaves da casa de Betinho no lixo do quarto andar na manhã de sexta-feira (15). O professor morava no sétimo andar. A polícia está analisando agora as imagens do circuito interno do prédio para conseguir mais provas contra os suspeitos. Para a tarde desta quarta-feira está previsto o depoimento de mais uma familiar de Betinho. Além do Agnes, Betinho trabalhava em uma escola municipal em Nova Descoberta.
Nessa terça-feira, oito pessoas prestaram esclarecimentos à polícia. Também na terça-feira, um irmão e uma irmã de Betinho procuraram o delegado para saber como andam as investigações. Betinho foi encontrado morto dentro do seu apartamento na noite do último dia 16. Ele estava despido da cintura para baixo, com as pernas amarradas por um fio de ventilador e com um fio de ferro elétrico enrolado no pescoço. A polícia disse ainda que o ferro foi usado para dar pancadas na cabeça da vítima que morava sozinha no imóvel.
Pelo menos cinco pessoas prestarão depoimentos hoje no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) sobre as investigações da morte do pedagogo José Bernardino da Silva Filho, 49 anos. Pela manhã, três estudantes do Colégio Agnes, onde Betinho era coordenador pedagógico, serão ouvidos pelo delegado Alfredo Jorge. À tarde, duas pessoas ligadas à vítima serão interrogadas. Durante todo o dia de ontem, oito pessoas prestaram esclarecimentos à polícia. Também ontem, um irmão e uma irmã de Betinho procuraram o delegado para saber como andam as investigações.
O auxiliar administrativo Silvio Pereira, 40, veio acompanhado de uma irmã e da esposa e afirmou que a família espera justiça para o caso. “Viemos para falar com o delegado e saber se há novidades. O que a gente quer é que a pessoa que matou meu irmão venha até a delegacia e confesse o crime. Ninguém pode tirar a vida de outra pessoa e ficar impune”, desabafou Silvio. Na manhã de ontem, a única pessoa interrogada pela polícia foi um aluno do Agnes. O jovem veio acompanhado do avô que já foi diretor do colégio particular e também conhecia a vítima. “Vim acompanhar meu neto que respondeu as perguntas do delegado sobre se ele conhecia Betinho e se ele sabia das atividades dele fora do colégio”, afirmou o pastor Adauto Lins.
À tarde, a movimentação foi intensa no DHPP. Mais sete pessoas prestaram depoimentos aos policiais que investigam o caso. Um morador do edifício Módulo que era vizinho do pedagogo, duas funcionárias e a mãe de um aluno do Agnes, além da diretora, da vice e uma estagiária da Escola Moacir de Albuquerque, onde a vítima também trabalhava, foram ouvidos. “Falava com ele apenas de bom dia e boa noite. Nem o nome dele eu sabia”, disse o vizinho que preferiu não revelar seu nome e afirmou morar no local há poucos meses.
Dois alunos da escola particular onde Betinho trabalhava estão sendo investigados pela polícia. Eles prestaram depoimento na quinta-feira passada e negaram participação no assassinato. A polícia, no entanto, afirma ter indícios contra os dois estudantes, sendo um adolescente. Betinho foi encontrado morto dentro do seu apartamento na noite do último dia 16. Ele estava despido da cintura para baixo, com as pernas amarradas por um fio de ventilador e com um fio de ferro elétrico enrolado no pescoço. A polícia disse ainda que o ferro foi usado para dar pancadas na cabeça da vítima que morava sozinha no imóvel.
As investigações sobre o assassinato do pedagogo José Bernardino da Silva Filho, 49 anos, encontrado morto dentro do seu apartamento no dia 16, tomaram novos rumos. O crime, que a princípio estaria ligado somente à vida pessoal da vítima, pode estar relacionado ao ambiente profissional de Betinho. A Polícia Civil investiga a participação de alunos de um dos colégios onde ele trabalhava.
Betinho era coordenador pedagógico do Colégio Agnes e professor da Escola Municipal Moacir de Albuquerque. Na última quinta-feira, dois estudantes do colégio particular prestaram depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e negaram envolvimento. Novas ouvidas serão colhidas hoje. Pelo menos oito pessoas das duas instituições de ensino prestarão depoimentos.
Ontem os investigadores passaram a tarde analisando imagens de monitoramento do Edifício Módulo para colher novos indícios. Fontes da Polícia Civil revelaram que as primeiras imagens enviadas ao DHPP não eram referentes ao dia em que o professor chegou em casa, a quinta-feira dia 14, e sim de dois dias antes. Embora ainda não saiba os detalhes nem a motivação do crime, a polícia já tem alguns indícios contra os estudantes investigados, um deles de 17 anos.
Betinho trabalhava no Agnes há 17 anos. Alunos, funcionários colegas e familiares lamentaram a morte do pedagogo que morava sozinho. O crime foi registrado pelo plantão da Força-Tarefa do DHPP ainda na noite do último dia 16. Na segunda-feira (18), o delegado Alfredo Jorge assumiu as investigações. Procurado pelo Diario ontem, ele disse que não poderia falar sobre o caso.
Na semana passada, dois rapazes que costumavam frequentar a casa de Betinho foram intimados e prestaram depoimentos no DHPP. Ambos negaram participação no assassinato. Um deles contou à polícia que já havia mantido relacionamento com a vítima e que continuava frequentando o apartamento para consumir drogas com o pedagogo.
A família de Betinho afirmou desconhecer o envolvimento dele com drogas. Dentro do apartamento, a polícia encontrou cachimbos e latas para fumar crack. Durante os dois dias em que o pedagogo não foi visto pelos vizinhos, a porta do apartamento dele esteve aberta e batia com o vento.
“Ele deixava um pano para vedar a porta quando saía, porque estava com problemas, mas fechava por dentro. Quando foram verificar, a porta estava encostada e a grade da frente com um cadeado, que foi arrombado”, disse uma moradora, que preferiu não se identificar, um dia após a descoberta do corpo.
Saiba mais:
O que a polícia já sabe:
O pedagogo chegou ao prédio na quinta-feira (14) à noite, estacionou sua motocicleta e entrou em seu apartamento
Ele não foi trabalhar na sexta-feira (15), nem foi visto pelos vizinhos durante toda a sexta-feira e o sábado
O corpo foi encontrado na noite do sábado por um rapaz que costumava frequentar o apartamento da vítima e por um morador do edifício
Betinho estava sem roupas da cintura para baixo, com as pernas amarradas pelo fio do ventilador e com fio do ferro de passar roupas enrolado no pescoço
O(s) suspeito(s) desceu(ram) do sétimo andar, onde morava o pedagogo, até o quarto andar, onde jogou(ram) as chaves do apartamento num lixeiro
As imagens da câmera de monitoramento do prédio gravadas na quinta-feira (14) já estão sendo analisadas pela polícia
O que a polícia precisa descobrir:
Quem esteve no apartamento do professor a partir do momento em que ele chegou em casa na noite do último dia 14
Quem cometeu o crime e amarrou as pernas e o pescoço do pedagogo que trabalhava em duas escolas no Recife
Quem desceu do sétimo até o quarto andar do Edifício Módulo e jogou as chaves do apartamento num lixeiro
Quais foram os motivos que levaram uma ou mais pessoas a tirarem a vida do pedagogo que era querido por todos
Se entre as pessoas que aparecem nas imagens do circuito do prédio está algum dos investigados pelo crime
Se houve luta corporal antes do crime e se a pessoa entrou no apartamento com a autorização da vítima
O texto abaixo foi escrito pelo estudante Denílson Moraes. Ele está cursando o terceiro ano e já decidiu que vai seguir a carreira de jornalista. No artigo a seguir, o jovem fala sobre a situação dos presídios e centros de internamento para adolescentes infratores em todo país e também sobre a redução da maioridade penal. Confira o texto abaixo.
Se repressão fosse a saída para tudo, nossos presídios estariam vazios. Diminuir a maioridade penal não vai acabar com os crimes cometidos por menores infratores. Hoje, vivemos num país onde nosso código penal utiliza como maioridade penal 18 anos, e na lógica dos defensores da redução, nossos presídios estariam vazios porque o medo que é imposto à sociedade pelos métodos ‘rigorosos’ do sistema prisional, afastaria do pensamento de qualquer ser humano, ir contra as leis e acabar sendo preso. Porém, o nosso falho sistema prisional, oferece aos presos, cama, festa, comida, segurança e uma vasta experiência no mundo do crime. Logo, ninguém teme cometer delitos e ninguém teme ser preso. O projeto inicial de presídio, era ser um reeducador do convívio na sociedade, mas, os diretores e carcereiros estão poucos preocupados com o trabalho que deveria ser efetuado. A punição para menores infratores no país, de fato, é falha! Dos jovens que hoje estão trancados nas casas para menores, um ou dois conseguem ser recuperados. É preciso resgatar a ideia inicial de presídio! Um bom exemplo é uma unidade prisional alagoana, onde 37 presos estavam aptos a concorrer às vagas oferecidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Uma preocupação que deve está na pauta da Câmara Federal é qual seria o destino dos presos depois que saíssem da unidade prisional; são baixas as porcentagens de ex-presidiários que conseguem emprego no mercado de trabalho, mas o mundo do crime continua com as portas abertas. Ao invés de ser votada uma lei que reduza a maioridade penal, nossos governantes deveriam estar preocupados com as periferias brasileiras que são privadas de esgoto, saúde e educação. Por que não implantar as unidades de ensino integral dentro das comunidades ao invés de unidades de polícia pacificadora? As favelas que antes recrutavam os jovens para o crime, estão mais sofisticadas com o comando das milícias, enfiam uma bala na cabeça do jovem e assim, acabam com a “futura ameaça à sociedade”. Redução de maioridade penal é coisa ultrapassada pra quem já tem pena de morte. Redução pra quem?
Três dos oito policiais militares acusados de obrigar 17 adolescentes a entrarem no Capibaribe, no carnaval de 2006, causando a morte de dois por afogamento, foram condenados ontem a 96 anos de reclusão. As condenações foram pelo homicídio triplamente qualificado de Diogo Rosendo, e nove tentativas de homicídios. Os meninos teriam sido confundidos com um grupo que praticava arrastões.
A Justiça determinou que Aldenes Carneiro da Silva, José Marcondi Evangelista e Ulisses Francisco da Silva cumpram a pena em regime inicialmente fechado na Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá. Mas não há previsão de quando eles serão presos porque o advogado dos três, José Siqueira, entrou com recurso após o juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti terminar de ler a sentença.
Como todos estão em liberdade, permanecerão soltos até que a apelação seja julgada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco. O quarto policial julgado ontem foi absolvido. A Justiça entendeu que Irandi Antônio da Silva não participou dos espancamentos nem deu ordem para entrarem na água, pois estava na viatura. De acordo com o promotor André Rabelo, o PM estava a 300 m de onde tudo ocorreu.
Para o advogado dos PMs, a justiça foi feita parcialmente. “Justiça seria se todos tivessem sido igualmente absolvidos. Nossa luta será pela anulação do júri porque todos cumpriam ordens”, afirmou José Siqueira.
Já o promotor ressaltou que a sentença foi de acordo com as provas. Ele não acredita que o tribunal anulará a decisão. “Não houve dúvida nem discórdia entre os jurados. Ele acataram na totalidade as argumentações do MPPE. É apenas uma questão de tempo para confirmar a decisão”, disse Rabelo.
O próximo passo é o julgamento, em 14 de julho, do tenente Sebastião Antônio Félix. O promotor será o mesmo, mas o conselho de sentença vai mudar. André Rabelo também comentou o próximo júri. “A prova é a mesma. Se hoje reconheceram que os três condenados participaram, o que será julgado em julho também estava presente. Era quem comandava a operação”, destacou. Outros três militares ainda serão julgados pela morte de Zinael José de Souza, 17, e pelas tentativas de homicídios contra outros dois adolescentes. Ainda não data prevista para esse júri.
Saiba mais:
96 anos foi a pena definicida para cada um dos três condenados
30 anos é o tempo máximo que se pode ficar na cadeia, segundo a Constituição
16 anos após o início de cumprimento da pena, os presos podem progredir para o regime semiaberto, em que é permitido trabaljhar ou estudar durante o dia e dormir na cadeia
O que acontece agora, após a defesa ter recorrido da sentença:
O recurso de apelação é apresentado ao Tribunal de Justiça
O Tribunal vai conhecer as razões da defesa
O Tribunal vai decidir se anula o julgamento e convoca novo Juri, se mantém a sentença como está ou se reduz o quantitativo de pena
Esse processo pode demorar anos, é impresivível
Não há previsão de quando a pena começará a ser cumprida
A situação de cada acusado:
Condenados por um homicídio e sete tentativas
Aldenes Carneiro da Silva
Ex-sargento, expulso da PM
José Marcondi Evangelista
Soldado, expulso da PM
Ulisses Francisco da Silva
Soldado, expulso da PM
Absolvido
Irandi Antônio da Silva
Soldado, continua na PM, absolvido porque estava dentro da viatura na hora do crime
Julgamento adiado
Sebastião Antônio Félix
Tenente, continua na PM. Comandava a operação
Ainda serão julgados
Edvaldo Coelho Pereira Magalhães
Soldado, continua na PM
Thiago Jackson Araújo
Tenente, continua na PM. Era aspirante na época do crime
Weldes Felipe de Barros Silva
Tenente, continua na PM. Era aspirante na época
O que as mães dos jovens mortos por afogamento acharam da sentença:
“Para início foi bom. Não traz de volta a vida, mas pelo menos estamos vendo que a justiça está sendo feita. No caso do tenente espero que ele também tenha punição”, Zineide Maria de Souza, mãe de Zinael José Souza da Silva, que morreu com 17 anos.
“Acho que a justiça foi feita, graças a Deus. Me aliviou mais. Estava muito aperreada. Espero que os outros também sejam condenados”, Maria do Carmo Simplício de Araújo, mãe de Diogo Rosendo Ferreira, que tinha 15 anos quando morreu.
Com mais de duas semanas de antecedência em relação ao previsto no edital, a Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes divulga o resultado do concurso público da Guarda Municipal. A listagem pode ser acessada no Diário Oficial do município ou no site do Instituto de Apoio à Universidade de Pernambuco (Iaupe/UPENet), em www.upenet.combr. Ao todo, 262 pessoas realizaram a prova da última etapa do certame. Os 100 primeiros colocados ocupam as vagas. Os demais 162 ocuparão o cadastro reserva.
O Tribunal de Justiça de Pernambuco concedeu ontem mandado de segurança em favor do delegado de polícia Flávio Tau, removido da Delegacia do Alto do Pascoal por portaria da Secretaria de Defesa Social publicada em 25 de março deste ano. Os motivos da remoção teriam sido as reclamações feitas pelo delegado, em razão das condições precárias de trabalho e da ausência de efetivo e de viaturas para trabalhar. As queixas foram publicadas pelo blog no início deste ano.
Os desembargadores consideraram inadequados e insuficientes os motivos utilizados e que ensejaram a remoção, elogiando ainda a postura do servidor público, que agia com o fim de cumprir seu papel social. “Devo voltar na próxima semana para o Alto do Pascoal”, afirmou o delegado. Os desembargadores reconheceram a inamovibilidade relativa dos delegados de polícia, expressa em lei federal, enfatizando que o caso servirá como paradigma para qualquer outra remoção indevida, com ausência de motivação concreta e que não atenda ao interesse público.Por fim, a Justiça determinou a expedição imediata de ofícios à Secretaria de Defesa Social, comunicando da decisão e anulando a remoção. A expectativa é de que o delegado retome suas atividades ainda essa semana, na Delegacia do Alto do Pascoal, que comandava desde o ano de 2010.
Segundo a assessoria de imprensa da SDS, o caso será analisado pela Procuradoria Geral do Estado para saber se cabe recurso da decisão. No entanto, a SDS adiantou que a transferência do delegado ocorreu por questões operacionais e não por perseguição.
Quatro dos oitos PMs acusados de obrigar 17 adolescentes a pular no Rio Capibaribe, no carnaval de 2006, provocando a morte de dois por afogamento, começaram a ser julgados ontem. Hoje acontecem os debates entre a defesa e a acusação. A sentença poderá sair no fim da noite. Oito vítimas foram ouvidas. Uma delas foi presa após o depoimento.
O advogado dos PMs, José Siqueira, informou que havia quatro mandados contra Tiago Severino da Silva, 25, por crimes de 2008, 2010 e 2011. No entanto, só um dos mandados, por agressão, provocou sua prisão, porque os outros prescreveram.
A princípio, cinco policiais seriam julgados pela morte de Diogo Rosendo Ferreira, 15, e pelas tentativas de homicídios contra sete adolescentes. O tenente Sebastião Antônio Félix teve a data de julgamento remarcada para 14 de julho, a pedido do seu novo advogado, após a renúncia dos defensores anteriores.
Sentaram no banco dos réus Aldenes Carneiro da Silva, José Marcondi Evangelista, Ulisses Francisco da Silva e Irandi Antônio da Silva. Os outros três militares, denunciados pela morte do adolescente Zinael José de Souza, 17, e pelas tentativas de assassinato contra as demais vítimas ainda não têm data para serem julgados.
Antônio chorou várias vezes. Ele disse que foi torturado pela Corregedoria para assumir culpa. Os réus atribuiram responsabilidade exclusiva ao tenente pelas agressões e a ordem de pular no rio.
Os quatro argumentaram que os adolescentes não disseram que não sabiam nadar. “O tenente assumiu sua responsabilidade. Está no depoimento: ‘sou o único responsável pelo acontecido’”, citou advogado. “Aqueles meninos estavam realizando arrastões e foram deixados em Joana Bezerra para irem para suas casas”, alegou o tenente.
Famílias acompanham com esperança
Parentes de Diogo e Zinael acompanharam o primeiro dia de julgamento. Vestidos com camisas com as fotos das vítimas, os pais de Zinael e a mãe de Diogo estavam confiantes na condenação dos acusados.
O pai de Zinael, sargento reformado da PM Israel Ferreira da Silva, disse que a conduta dos PMs foi errada. “Se os meninos estivessem fazendo algo errado, o certo seria levá-los para a delegacia.” As donas de casa Zineide Maria de Souza, 47, e Maria do Carmo Simplício, 63, mães de Zinael e Diogo, respectivamente, esperam que os réus sejam condenados. “Meu filho tinha uma vida pela frente e isso foi tirado dele”, desabafou Zineide. “Sinto muitas saudades do meu caçula e espero que a justiça seja feita”, comentou Maria do Carmo.
Nos depoimentos, as vítimas disseram que foram abordadas por duas viaturas após serem confundidas com praticantes de arrastões. Relataram ter sofrido agressões e que foram obrigadas a entrar no rio, perto da Ponte Joaquim Cardoso.
Contaram que ouviram, via rádio da polícia, que os PMs teriam pego os suspeitos errados. As vítimas afirmaram ainda que foram levados a um posto policial onde já havia muitos jovens detidos. “Os corpos dos dois que morreram e as vítimas sobreviventes provam as agressões. Além disso, existem depoimentos de testemunhas”, ressaltou o promotor André Rabêlo. Segundo ele, os policiais praticaram duas ações semelhantes entre a noite do dia 28 de fevereiro e a madrugada de 1º de março de 2006.