O jornalista Marco Aurélio de Alcântara, 77 anos, foi vítima de latrocínio (roubo seguido de morte). A conclusão do inquérito será apresentada nesta quinta-feira pelo delegado Bruno Magalhães da 2ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil. O suspeito Cristiano José Silva do Nascimento, preso desde o mês de fevereiro, confessou participação na morte do jornalista. Ele já está no Cotel, em Abreu e Lima. O segundo envolvido no crime, segundo a polícia, é o ex-presidiário Emerson Pereira Morais, conhecido como Negão, que está foragido.
Após a prisão, Cristiano disse à polícia que os suspeitos ficaram com R$ 30 mil da vítima e que o dinheiro foi dividido entre eles. A polícia conseguiu chegar até Emerson depois que peritos do Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) encontraram as impressões digitais dele em uma pasta que pertencia à vitima. “Infelizmente, ainda não conseguimos prender o segundo suspeito e iremos divulgar a foto dele para ajudar nas investigações”, declarou o delegado Bruno Magalhães.
Ainda de acordo com o delegado, o suspeito preso alega que quando a dupla saiu da casa do jornalista ele ainda estava vivo. “Ele alega que não praticou o latrocínio, mas o laudo do IML apontou que a vítima morreu de asfixia por estrangulamento. As imagens de uma câmera de segurança mostram os dois suspeitos saindo juntos da casa da vítima”, completou Bruno.
Marco Aurélio morava sozinho e já foi colunista do caderno de Economia do Diario de Pernambuco. Ele foi encontrado morto na manhã do dia 24 de setembro do ano passado, dentro da casa dele, no bairro do Derby. A vítima tinha as mãos, pernas e braços amarrados e um fio de náilon em torno do pescoço. Na noite anterior à morte, testemunhas disseram ter visto pelo menos duas pessoas estranhas entrando na casa. Alcântara teria vendido a residência onde morava por R$ 800 mil e sacado R$ 60 mil do valor recebido no banco. O dinheiro estaria guardado no imóvel.
O corpo de Marco Aurélio foi encontrado por um funcionário da vítima, que pediu para não ser identificado. Ele contou ter estranhado a grade da casa aberta e o primeiro andar do imóvel com os objetos fora do lugar, como se tivesse ocorrido uma luta corporal. Durante a manhã, equipes do Instituto de Criminalística, da Polícia Civil e do IML estiveram no local. Marco Aurélio foi assessor da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e funcionário do Diario, onde assinou a coluna econômica Periscópio. Ele também integrava a Associação Nacional de Escritores e continuava ligado ao Diario como articulista da página de Opinião.
O jornalista também foi proprietário da Revista Confidencial Econômico do Nordeste e assessor de imprensa do deputado federal Inocêncio Oliveira, que acompanhou em Brasília. Estava aposentado da Câmara dos Deputados desde 2012. Era considerado um homem culto pelos amigos, profundo conhecedor de temas sobre Portugal, Espanha, lusofonia e o mundo ibérico.