Braço de uma organização criminosa que aplicou golpes milionários em empresas multinacionais foi preso em Olinda. Segundo a polícia, Amadeu Delanhy Bertho da Silva, 42 anos, foi detido no último dia 4, quando saía de casa, no Bairro Novo, em Olinda. A prisão foi realizada pelo Departamento de Repressão aos Crimes contra o Patrimônio (Depatri) e apresentado nesta quinta-feira pelo delegado Mauro Cabral. A polícia estima que os golpes aplicados pelos acusados cheguem ao valor de U$ 10 milhões.
Amadeu Delanhy estava sendo procurado pela polícia e pela Justiça de Alagoas, após ter sua prisão preventiva decretada. O mandado de prisão foi expedido pela 17º Vara Criminal de Alagoas. Os golpes praticados por Amadeu e demais integrantes do grupo envolviam a venda de minério, sem o respectivo envio para o comprador ou entrega de produto de baixa qualidade. Empresas de outros países foram enganadas. Ainda segundo a polícia, no mês de julho foi preso em Alagoas o homem suspeito de ser um dos líderes da organização criminosa, Álvaro Vieira de Melo Cativo,32 anos.
Também de acordo com a polícia, Amadeu se autointitulava ‘O rei do minério’ e aliciava as vítimas oferecendo-lhes uma sociedade para exportação de minério de tantalita, que é usado no mercado de eletrônicos. O mineral tantalita é muito valorizado no mercado, sendo importado por empresas que fabricam eletrônicos, por exemplo. O minério utilizado pelo estelionatário era retirado de uma mina no Rio Grande do Norte.
Uma das vítimas do golpe foi uma estilista italiana que queria investir no Brasil. De acordo com a advogada Nandízia Barbosa, sua cliente teve um prejuízo de R$ 400 mil reais. “Por pouco ela não perdeu mais R$ 2 milhões. O acusado Amadeu a convidou para ser sócia numa empresa de mineração e sumiu com o dinheiro dela. Quando reapareceu, propôs um novo negócio e apresentou o Álvaro como a pessoa que poderia ajudar a resolver os problemas, mas o golpe foi descoberto e ele preso”, contou a advogada.
Uma empresa exportadora da Costa Rica também foi vítima do golpe. A empresa fechou negócio na compra de tantalita com os acusados, que fizeram a entrega da remessa de 300 kg para os EUA. Os empresários dicidiram fazer novos pedidos após verificar o grau de pureza do minério enviado. Porém, as remessas seguintes foram de resíduos. De acordo com a advogada Adriana Falavigna, a empresa teve um prejuízo de U$ 2 milhões. Segundo ela, o dinheiro foi enviado para uma conta bancária em Miami, nos Estados Unidos.
Amadeu vai responder pelos crimes de exportação fraudulenta, evasão de divisas e estelionato. Amadeu foi encaminhado ao Centro de Triagem, em Abreu e Lima, mas deve ser recambiado para Alagoas. De acordo com a polícia, outras três pessoas estão foragidas. O processo, que corre em segredo de Justiça, é movido pela Justiça de Alagoas.