A partir da próxima segunda-feira, quatro comunidades do Recife passarão a contar com bases móveis de videomonitoramento do programa Crack, é possível vencer. Os bairros escolhidos foram Santo Amaro, Ibura, Coelhos e Coque, conforme o alto índice de tráfico de entorpecentes apontado pela Polícia Militar. Esses lugares receberão micro-ônibus adaptados que vão auxiliar nas ações de policiamento ostensivo das áreas de venda e consumo de drogas.
Os veículos servirão como centros de controle dos quais a polícia poderá acompanhar imagens captadas por câmeras de pontos de maior vulnerabilidade.
O programa, anunciado pelo governo do estado e a prefeitura, é formado por três eixos: cuidado, autoridade e prevenção. Profissionais de saúde e assistentes sociais realizarão um trabalho integrado para garantir os direitos aos usuários.
O crack faz cada vez mais vítimas no estado, como o flanelinha Paulo Henrique de Brito, 20 anos. Ele está detido no Cotel desde quinta-feira, após tentar roubar um celular em Boa Viagem, fingindo estar armado. No momento da prisão, disse que precisava pagar uma dívida com um traficante que ameaçava sua família.
Em dezembro de 2012, Paulo ganhou manchetes ao salvar uma empresária que caiu com o carro no canal de Setúbal. Morador de rua e já usuário, ele entrou no canal e resgatou Helena Brennand, filha do artista Francisco Brennand. Salvou a vida dela, mas seguiu destruindo a própria.
Para o coordenador estadual de polícia comunitária, major Romero Oliveira Junior, é importante que se quebrem paradigmas de atuação contra as drogas. “Não é um combate às drogas, porque não é guerra. Isso já mostrou que não dá resultados. Precisamos enfrentar o problema e recuperar os usuários. Para isso, precisamos enxergá-los como cidadãos”, explicou.